pata-hari Escreveu:Decidi criar este tópico na ideia oposta da criação do tópico das obrigações há uns anos atrás. Na altura pouco sabíamos desse mercado e haviam oportunidades incríveis para quem quisesse arriscar capital. Ora como neste momento o upside parece ser muito, muito limitado, achei pertinente começar a trazer o fim do tema para discussão. Começo "o jogo" com este artigo:
Subida das taxas pode eliminar 3,8 biliões às carteiras de obrigações
08 Outubro 2014, 14:00 por Paulo Moutinho |
paulomoutinho@negocios.pt O FMI alerta para o risco de se assistir, em resultado da normalização da política monetária dos EUA, a uma subida rápida das taxas de juro nos mercados de crédito. A acontecer, pode eliminar 8% do valor das carteiras de obrigações.
Tendo em conta as alterações estruturais verificadas nos mercados de dívida, associadas à expectativa de normalização da política monetária nos EUA, os riscos estão a aumentar, diz o FMI. E para ilustrá-los, no Relatório de Estabilidade Financeira é feito um "teste" ao impacto da subida das "yields" das obrigações. O resultado é uma desvalorização de 8% das carteiras globais, o equivalente a 3,8 biliões de dólares.
"Para ilustrar os potenciais riscos para os mercados de dívida, este relatório analisa o impacto de um rápido ajustamento dos juros das obrigações (de 100 pontos base) e da normalização dos prémios de risco (em 100 pontos base)", diz o FMI. "Um choque desta magnitude pode reduzir o valor de mercado das carteiras globais de dívida em mais de 8%, ou 3,8 biliões de dólares", refere o relatório.
Caso perdas deste nível venham efectivamente a verificar-se num curto período de tempo, há grandes riscos para a estabilidade financeira, adverte o FMI. No relatório publicado esta quarta-feira, alerta para o facto de "o ajustamento das carteiras e a turbulência [que tal evento teria nos mercados] poderá levar à disrupção dos mercados mundiais".
Primeiro:
Este tipo de intervenção do FMI, ou seja de quem for, pode dar origem a interpretações erradas, visto que a perda nas carteiras de obrigações só se verificará se o activo for vendido antes da maturidade.
Segundo: dizem os especialistas que, a existirem perdas, já se sabe que serão de 8%. Fantástico! Em que modelo é que se basearam para chegarem a tal valor?
Terceiro: A partir do momento em que foi referenciado neste fórum passei a seguir com regularidade os escritos de Morgan Housel. Deixo-vos algumas palavras de uma recente intervenção dele:
There are economists -- very smart ones -- who said there was a 100% chance we'd have a recession in 2011. There are brilliant investors who have been certain since 2009 that the market is inches away from collapse.
They made these predictions because
they are trained math geniuses who created statistical models showing that these events were certain to occur.
But there is an infinite amount of stuff in finance that can't be answered with math, facts, or formulas. There are things we can't measure, and things we can't understand, ever. Herd behavior, future trivia, and psychology aren't things we can predict today. It's just insanity and chaos.That's not acceptable to you if you've been trained to measure things with facts and formulas. Just like the prep school student, there is no world outside of the facts you've been trained to memorize. So you try to predict human behavior with standard deviation, or the decisions of a despotic dictator with a bell curve. And you fail, virtually every time.
Realizing the limits of your intelligence one of the most important skills in finance. P.J.O'Rourke described economics as "an entire scientific discipline of not knowing what you're talking about," which is pretty accurate. When you pretend you know something you don't, your perception of risk becomes warped. You take risks you didn't think existed. You face events you didn't think could occur. Understanding what you don't know, and what you can't know, is way more important than the stuff you actually know.
In that sense, the four most important words in investing are probably, "I have no idea."
I have no idea what the market will do next.
I have no idea if we'll have a recession this year.
I have no idea when interest rates will rise.
I have no idea what the Fed will do next.
Neither do you.
The sooner you admit that, the better.