ricardmag Escreveu:Primeiro vendes (são emprestadas) e depois compras...
Exactamente. Estar curto, quer dizer que acontece isto:
Imagina que há uns accionistas que "nunca" vendem, por exemplo, o Belmiro na Sonae, que é o dono. Estes tipos, para ganhar uns trocos extra, emprestam acções aos shorts.
Exemplo:
Tu achas que a Sonae vai descer de 1€ para 0,80€. Pedes (através do intermediário) 1000 acções emprestadas ao Belmiro e vendes no mercado, realizando 1000€ que ficam no intermediário a render juros. Ficas também a dever 1000 acções ao Belmiro.
Entretanto a Sonae desce para os 80 cêntimos. Compras no mercado as 1000 acções por 800 euros e devolves ao Belmiro, mais 5 euros de juros. O intermediário dá-te os 195 euros que sobram. Entretanto o intermediário também ganhou 5€ de juros dos 1000 euros. Fica tudo contente
Mas claro, se acções da Sonae subirem para por exemplo 1,5 euros, já estás a arder em 500 €. O teu intermediário fica à rasca porque o Belmiro quer as acções de volta e tu podes não ter guito para as voltar a comprar. Por isso, informa-te que tens que depositar mais 200 € de margem na conta margem, senão fecha a tua posição curta à força.
Enfim, uma chatice. Eu também nunca entro curto (nem nunca me fez falta nenhuma), o risco é muito maior porque:
1) Numa posição normal (longa) em acções, o pior que pode acontecer é perder tudo, como aconteceu no BES (existe um preço mínimo para as acções, que é zero). Numa posição curta, não há limite para as perdas (as acções não têm preço máximo).
2) Os mercados accionistas têm uma tendência de muito longo prazo que é sempre ascendente, devido ao crescimento da economia e à inflação. Logo a posição curta é contrária a esta tendência natural e portanto inerentemente mais perigosa.