kjohn Escreveu:O real é que agora acionistas perdem tudo mesmo sem a cotação chegar a zero!
No BES perderam tudo com ela a 12 cêntimos!
Agora ninguém vai querer arriscar demais em bancos, pois agora tem knockout como um turbo warrants, com a diferença que o último estoira no valor 0 cêntimos e na banca portuguesa estoirou a 12 cêntimos!
Nem os accionistas perderam tudo (para já), nem (a tal acontecer) isso seria uma situação nova.
Os accionistas saíram a ganhar com a intervenção do estado: pelo menos agora há alguma possibilidade de não ficarem sem nada (não há colapso do banco) e o esquema aparentemente foi montado de forma a que recebam tudo o que lhes pertence:
Muito rapidamente sugiro que leiam a última frase desta notícia
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas ... o_mau.htmlque passo a citar:
"Os accionistas do "antigo" BES ficam accionistas deste veículo e poderão conseguir recuperar parte das perdas através de venda de activos que ficaram sob a alçada do BES e se o valor de venda do Novo Banco superar a injecção de liquidez realizada na instituição através do Fundo de Resolução da banca (4,9 mil milhões de euros)."
A ser correcto os accionistas antigos (e obrigacionistas subordinados) recuperam a TOTALIDADE do que lhes pertence. Ora vejamos então:
- ficam com direito a totalidade do valor do actual BES (bad bank). Isto já todos perceberam aqui e ninguém põe em causa. O que põe em causa é:
"mas e o valor do Novo Banco? o banco bom?"
-Aqui é simples. Serão injectados 4,9MM lá. Então
NOVO BANCO= VALOR ANTIGO+4.9MM.
Se VALOR ANTIGO >zero, então NOVO BANCO é vendido por mais de 4.9MM (dinheiro injectado) e esse valor é imputado aos accionistas do BES (como pedem neste tópico).
Se VALOR ANTIGO< zero então os accionistas do BES não têm nada a receber deste lado (já que a parte deles do Novo banco tem valor negativo) cobrindo o fundo de resolução a diferença.
Além disso se VALOR ANTIGO< zero e se BAD BANK>zero não é cortado um valor no outro já que foram separados, e portanto quem paga os prejuízos dos accionistas é o fundo de resolução.
Ou seja, se a última frase desta notícia está correcta, os antigos accionistas do BES saem a ganhar com esta situação (graças ao que escrevi no parágrafo anterior)
ps: julgo não ter incorrido em nenhum erro lógico, mas não ponho as mãos no fogo. De qualquer modo a minha sugestão é que vejam bem como os accionistas são tratados. Se isto é verdade os accionistas saíram a ganhar com a divisão feita pelo estado.
Na minha opinião esta intervenção valoriza os restantes bancos: agora os accionistas sabem que se as coisas correrem mal e o estado tiver que entrar poderão sempre receber, de forma ordenada e dando tempo para uma avaliação adequada tudo o que lhes pertence. Naturalmente se nada lhes pertencer (se os prejuízos forem superiores à parte que cabe aos accionistas) nada receberão (nem me parece que a maioria queira ficar com algo que não lhes pertence).
Parece-me mesmo melhor para os accionistas do que aumentos de capital atrás de aumentos de capital em que no final de tudo correm o risco de ficar com menos do que zero (por terem ido aos aumentos de capital e terem perdido também aí - quanto dinheiro já angariou em aumentos de capital o BCP? neste momento está avaliado em bolsa em 4763M€ depois de ter angariado 2250M há menos de um mês, some-se a isto os aumentos de capital dos anos anteriores e é só fazer as contas).
ps: agradeço que me corrijam se estiver enganado
abraço