CALDEIRÃO DE BOLSA

moppie85 Escreveu:

rmachado Escreveu:É recorrente esta questão da abstenção. E o Marco é normalmente o defensor de serviço da mesma.

Pessoas como o Marco num universo de 66% são poucas, e até diria que é redutor colocar as coisa numa espécie de preto ou branco, como tenho lido aqui.
Ou seja, quem vai votar não acredita necessariamente no sistema, nem o valida e o contrário também é verdade.

Outros não se abstêm - têm registo em dois países, como é o meu caso.

De qualquer das formas, estou mais perto da opinião do MA do que da tua... Quem vota, valida.

No teu caso, pela lei das europeias podes "apenas" votar num e escolher em qual. Vem assinalado nos cadernos.

Quanto a segunda parte, em em tom provocatório, temos imensas demonstrações matemáticas que provam algo usando o seu contrário.

rmachado Escreveu:É recorrente esta questão da abstenção. E o Marco é normalmente o defensor de serviço da mesma.

Pessoas como o Marco num universo de 66% são poucas, e até diria que é redutor colocar as coisa numa espécie de preto ou branco, como tenho lido aqui.
Ou seja, quem vai votar não acredita necessariamente no sistema, nem o valida e o contrário também é verdade.

Outros não se abstêm - têm registo em dois países, como é o meu caso.

De qualquer das formas, estou mais perto da opinião do MA do que da tua... Quem vota, valida.

Valorizem os votos em branco colocando a mesma percentagem de cadeiras vazias no parlamento, e verão como desce a abstenção.
E ainda poupávamos uma pipa de massa.

É recorrente esta questão da abstenção. E o Marco é normalmente o defensor de serviço da mesma.

Pessoas como o Marco num universo de 66% são poucas, e até diria que é redutor colocar as coisa numa espécie de preto ou branco, como tenho lido aqui.
Ou seja, quem vai votar não acredita necessariamente no sistema, nem o valida e o contrário também é verdade.

JorgeNevada Escreveu:Acham que existirá algum impacto nos mercados causado pelos resultados eleitorais? Nomeadamente a vitória da extrema direita em frança

Qd os futuros abrirem às 23h já ficas a saber a tendência !

Acham que existirá algum impacto nos mercados causado pelos resultados eleitorais? Nomeadamente a vitória da extrema direita em frança

JorgeNevada Escreveu:O parlamento europeu tem uma importancia absolutamente vital para o funcionamento da UE. Por isso, o salário líquido de um euro-deputado são 6200€ por mês, mas desengane-se quem pensa que este valor chega para compensar o trabalho importantíssimo que está lá a ser feito.

Por cada dia que um deputado compareça nas reuniões oficiais, recebe mais 304€ para subsidiar a sua estadia e despesas.

Uns 0.5€ por cada quilómetro que um Euro-deputado percorra para que possa comparecer nas reuniões que foi eleito para assistir.

4300€ por mês para custos operacionais e de gestão, como telefones, computadores, iPads, iPods, iPhones e iMacs.

Os filhotes destes nossos corajosos representantes têm direito a atender gratuitamente à Escola Europeia, com equivalencia ao sistema de ensino português.

Quando um Euro-deputado se reforma tem direito a uma pensão vitalícia que pode chegar a 70% do valor total.

Não me admirou quando no boletim de voto vi 16 listas concorrentes. Este número absurdo de listas para um país pequenino como o nosso mostra de facto o valor do nosso povo!

Eu fui votar, mas acho que o voto saiu nulo, enganei-me e escrevi umas coisas a mais.

Sete cães a um osso...

O parlamento europeu tem uma importancia absolutamente vital para o funcionamento da UE. Por isso, o salário líquido de um euro-deputado são 6200€ por mês, mas desengane-se quem pensa que este valor chega para compensar o trabalho importantíssimo que está lá a ser feito.

Por cada dia que um deputado compareça nas reuniões oficiais, recebe mais 304€ para subsidiar a sua estadia e despesas.

Uns 0.5€ por cada quilómetro que um Euro-deputado percorra para que possa comparecer nas reuniões que foi eleito para assistir.

4300€ por mês para custos operacionais e de gestão, como telefones, computadores, iPads, iPods, iPhones e iMacs.

Os filhotes destes nossos corajosos representantes têm direito a atender gratuitamente à Escola Europeia, com equivalencia ao sistema de ensino português.

Quando um Euro-deputado se reforma tem direito a uma pensão vitalícia que pode chegar a 70% do valor total.

Não me admirou quando no boletim de voto vi 16 listas concorrentes. Este número absurdo de listas para um país pequenino como o nosso mostra de facto o valor do nosso povo!

Eu fui votar, mas acho que o voto saiu nulo, enganei-me e escrevi umas coisas a mais.

O meu indice de cotacao do que acho q vao ser as %s dos partidos.
PS 29% PSD e PP 23% CDU 11% BE 7%. Gostava de pensar q os restantes partidos levavam 30% dos votos

Se tivesse-mos uma candidata a "deputata" com o seu partido... ia votar nela, e usaria o mesmo argumento que os italianos diziam quando elegeram a Cicciolina... "Já votamos no fdp's, porque não votar nas mães deles"

Aquilo é um circo... mais palhaço, menos palhaço... quem realmente manda nem aparece para dar contas, os que lá andam sou mais ou menos bons executores do que os outros mandam. Votar em branco, nulo ou não votar vai dar ao mesmo. Votar partido A ou B, não vai mudar nada, porque não decidimos nada. Além disso os partidos vivem do sistema, nenhum iria mudar grande coisa, nem estão tecnicamente preparados para fazer alguma coisa nova.

LionH Escreveu:Querem por os partidos de poder a tremer? Votem no Coelho ou Marinho Pinto, ou seja nos 11 ou 12 partidos que não estão representados no parlamento. ponham ps e psd na zona dos 20% a ver se eles ão aprendem rápido.

Foi mais ou menos assim que a de_putada Cicciolina foi eleita...

Querem por os partidos de poder a tremer? Votem no Coelho ou Marinho Pinto, ou seja nos 11 ou 12 partidos que não estão representados no parlamento. ponham ps e psd na zona dos 20% a ver se eles ão aprendem rápido.

goodmoney Escreveu:Infelizmente criou-se um ciclo vicioso que vai custar muito a desmontar:

Como a política está mal vista, qualquer pessoa, ainda que tenha boas intenções, assim que se associa a algum Partido, é automaticamente conotada como querendo é benesses e cunhas e favores e afins.

Assim sendo, quem tem mérito pessoal, académico ou profissional prefere ficar na sua vida e não se meter nisso.

Por outro lado, pessoas menos dotadas, para não dizer pior, não se importam de fazer ouvidos moucos e ser eleitos, pelo que se chega aos políticos que temos no geral.

Como se acaba com este ciclo?

A minha proposta: a inclusão de uma regra "de escape ao sistema" que permita invalidar processos eleitorais com taxas de abstenção elevadas (por ex. >= 1/4 da população votante). Isso poderia obrigar a uma introspecção transversal a toda uma classe política, e traria ao de cima a discussão de várias soluções. Inevitavelmente, a qualidade dos intervenientes seria um dos tópicos, e para que se conseguisse eventualmente eleger alguém, as pessoas teriam, por elas próprias, de se voltar a aproximar da política. Um dos sub-produtos disto seria o aumento da co-responsabilização na tomada de decisões estruturantes, nomeadamente através de consulta pública via referendos..

A conversa do "têm de exercer o vosso direito de voto" é uma guerra perdida, e ainda bem! Querer convencer alguém a votar forçosamente em qualquer partido que seja, independentemente das motivações desse partido e sem conhecer planos concretos (sejamos sinceros, todos os planos de campanha são banalidades sem quaisquer compromissos) é ser ou intelectualmente desonesto, fundamentalmente ignorante, ou então político a procurar legitimidade "moral" forçada..

Não vale a pena continuarmos a enterrar a cabeça na areia! A abstenção existe, tem estado a aumentar, atingiu proporções enormes, e não é com discursos do tipo "votem porque devem" que ela vai acabar. Deixem de propagar discursos a culpar os não-votantes dos problemas. Os problemas existem porque os VOTANTES continuam a legitimar este processo. A culpa é inteiramente dos VOTANTES!

Temos, por exemplo, um presidente da republica que foi eleito por 20% da população. No meu entender, ele representa apenas uma minoria da população. No entanto 2 milhões ainda é um número bastante grande para pensarmos sobre isso. Mas pensam que ele teria a mesma legitimidade "moral" se tivesse sido eleito por apenas 200.000 pessoas num país de 10.000.000? Aí toda a gente veria que ele representa uma minoria, e uma discussão sobre esse assunto seria inevitavelmente trazida ao de cima.. (O problema dos grandes números: 2 milhões ou 200 mil euros é muito dinheiro na mesma..)

No meu entender, as coisas deveriam ser encaradas da forma inversa de como estão a ser postas. A abstenção deve ser sim a resposta por defeito ao sistema. Se uma pessoa, intelectualmente honesta e responsável, não verifica qualidade/capacidade nos candidatos, não concorda com nenhum plano de candidatura, então em seu perfeito juízo não deve votar em nenhum partido. O mecanismo de salvaguarda da abstenção (se previsto legalmente) trataria então de limpar o sistema até se atingir um nível de qualidade satisfatório entre os candidatos.

Entenda-se as verdadeiras razões porque a abstenção existe, e procure-se as verdadeiras soluções. Quando as pessoas acharem que o processo político merece o interesse delas, então elas voltarão..

input:

http://pmcruz.com/eco/

Hug

Como me lembro do tempo em que não havia liberdade para expressar opiniões sem correr o risco de ir passar uma temporada numa certa ilha soalheira em pleno Atlântico, não consigo compreender como há, hoje em dia, tanta quantidade de portugueses e portuguesas que acham que não vale a pena ir votar.

Compreendo que se calhar quase toda a gente está desiludida e não acredita na classe política. Eu também não. Acredito que mesmo grande parte de laranjas e de rosas só votem neles porque sim.
Metem-me nojo as decisões que levam por um lado a fazer cortes nas pensões dos mais velhos enquanto se perdoam roubos de banqueiros, por exemplo.

Mas não ir votar? O facto de poder ir votar deve ser encarado sempre como uma oportunidade para mudar o que está mal. E é uma sorte viver num país em que o boletim de voto existe, e com várias opções de escolha.
E quanto ao voto em branco ou abstenção: Votar em branco é dizer que nenhum deles serve. Não ir lá sequer é dizer que qualquer bosta serve. É diferente. Com um jeitinho, para esses até uma ditadura lhes servia.

Viver em Portugal, apesar da classe política que temos, é uma sorte, graças ao 25 de Abril.
Não queiram ser uma Albânia, uma Birmânia. Aproveitem a oportunidade que têm de PODER ir votar, nem que seja em branco.

Só em Portugal é que nao há 1 pequeno partido que descole nas sondagens e isto nao é culpa dos partidos pequenos que alguns deram-se ao trabalho de fazer propostas é mesmo culpa dos portugueses que votam sempre nos mesmos

Não sei se este vídeo já foi por aqui partilhado. Se não, aqui fica para reflexão.

https://www.youtube.com/watch?v=a9n8Fvi ... e=youtu.be

Infelizmente criou-se um ciclo vicioso que vai custar muito a desmontar:

Como a política está mal vista, qualquer pessoa, ainda que tenha boas intenções, assim que se associa a algum Partido, é automaticamente conotada como querendo é benesses e cunhas e favores e afins.

Assim sendo, quem tem mérito pessoal, académico ou profissional prefere ficar na sua vida e não se meter nisso.

Por outro lado, pessoas menos dotadas, para não dizer pior, não se importam de fazer ouvidos moucos e ser eleitos, pelo que se chega aos políticos que temos no geral.

Como se acaba com este ciclo?

Boas,

Limonov Escreveu:O que me fez comentar foi a defesa da abstenção, consigo enteder um voto em branco, não consigo entender o não exercer de um direito. O que não se usa, perde-se. Um voto em branco, pelo menos, mostra a preocupação e o esforço de dizer: vocês não me servem.

Eu também sou um adepto fervoroso da abstenção.. Actualmente, não reconheço capacidades técnicas, académicas ou pessoais suficientes a qualquer candidato para gerir o que quer que seja. Sendo assim, votar em qualquer candidato que fosse é um exercício de futilidade e uma contrariedade pessoal.

Da mesma forma, aconselhar as pessoas ir às urnas e votar em qualquer "outro" candidato, quando não se conhecem quaisquer planos de trabalho ou objectivos, é enganar as pessoas, e é de uma enorme desonestidade intelectual. Não estou a apontar-te o dedo, estou apenas a referir-me, de um modo geral, a todos aqueles que dizem que "devemos exercer um direito". Se é um direito que temos, temos também o direito de não exercer o voto.

Ou seja, uma pessoal normal, vendo que os mesmos de sempre (PS/PSD) não têm competência, se for honesta, não irá votar neles. Por outro lado, a mesma pessoa, se for intelectualmente honesta, também não irá votar nas ditas "alternativas", pois da mesma forma ao ler as banalidades dos seus objectivos, verá da mesma forma que daí não virá nada de jeito. Sendo assim, o mais honesto é votar em branco/nulo ou abster-se.

Então porque abster já que ambos valem o mesmo aos olhos da legislação? A abstenção representa um número muito maior e mais significativo, na ordem dos 50%-60% em determinados casos, como nas últimas autárquicas.

Limonov Escreveu:o que queremos transmitir com a abstenção que seja entendido de forma inequivoca? quem não vai votar pode ter inumeras razões (praia, futebol, preguiça, revolta com a nossa forma de democracia), mas aquela que mais sobressai é o alheamento, o "eles que se lixem" (quando quem se lixa somos nós e lixados com F), o "meu voto não faz a diferença", o "são sempre os mesmos"... achas que a tua forma de não votar é tida em consideração?

A abstenção representa um alheamento, um distanciamento a este regime ou à forma como é praticado. Tem um grande significado, significa que 40 anos depois de conquistado, as pessoas exercem o direito de não votar. Retira legitimidade (moral) a quem ganha. Ainda gostaria de ver aparecer na legislação uma regra que invalidasse dar legitimidade aquando de taxas de abstenção brutais. No mínimo, dará humildade a quem foi eleito com esse número de taxas..

Quando for genericamente aceite (e legislado) a falta de legitimidade em eleições com taxas altas de abstenção, então aí as coisas terão mesmo de mudar..

Vanek Escreveu:4) Só existe verdadeira democracia com referendos constantes (nacionais e locais) e leis propostas pelo povo, só ser a AR e Governo a aprovar leis não pode ser (gosto do modelo suiço).

Isto...

Pessoalmente não sou melhor que ninguém, mas a partir de uma determinada altura fiquei sinceramente convencido que não preciso que ninguém tome determinadas decisões por mim, muito menos pessoas em que não reconheço quaisquer competências técnicas, académicas ou pessoais.

Obviamente que se fossem necessários referendos para tudo e mais alguma coisa, o país bloqueava por falta de agilidade. No entanto, considero que há assuntos estruturantes que deveriam ser referendados, nem que fosse para chamar as pessoas (eleitores) a tomarem a sua quota-parte nas responsabilidades que daí adviessem.

Haverá certamente ainda muitos portugueses por esse país fora com baixa capacidade de analisar e co-participar neste tipo de assuntos, mas penso que actualmente já se atingiu massa crítica suficiente para se subir de patamar. A existência deste tipo de fóruns, com variados debates é prova de que existem portugueses suficientes para se partilhar a responsabilidade de tomar decisões estruturantes.

MarcoAntonio Escreveu:

Limonov Escreveu:Olá Marco,

O único sistema onde se pode votar é o sistema democrático, se nos abstivermos porque não concordamos com ele, o que nos resta?

Uma coisa é a politica partidária, outra diferente, é o sistema politico, acho que esse raciocínio só se pode aplicar à primeira, e nesse caso, o voto em branco poderá ser um elogio da lucidez, como diz o nosso nobel da literatura.

Não há um sistema democrático, há n sistemas democráticos. Não há uma só forma de democracia, um modelo socio-político de democracia, há n formas de Democracia.

Com toda a frontalidade e franqueza, do que mais me incomoda nestes debates é a frequência com que as pessoas assumem que "democracia" é isto. Quando efectivamente, temos um enorme déficit democrático e a nossa democracia em particular está bastante longe de ser exemplar (não falo dos políticos mas do modelo democrático seguido e das leis que actualmente vigoram e o regulam).

Se te interessar:

[OT] - Democracia em Portugal, um exercício...

Olá Marco,


É obvio que existem diferentes democracias, também existem diferentes comunismos e diferentes fascismos, mãe é que só há uma. Não serás certamente o único que considera a democracia portuguesa incompleta, mediocre e até revoltante.

O que me fez comentar foi a defesa da abstenção, consigo enteder um voto em branco, não consigo entender o não exercer de um direito. O que não se usa, perde-se. Um voto em branco, pelo menos, mostra a preocupação e o esforço de dizer: vocês não me servem.

O que muda para melhor se não votarmos? o que queremos transmitir com a abstenção que seja entendido de forma inequivoca? quem não vai votar pode ter inumeras razões (praia, futebol, preguiça, revolta com a nossa forma de democracia), mas aquela que mais sobressai é o alheamento, o "eles que se lixem" (quando quem se lixa somos nós e lixados com F), o "meu voto não faz a diferença", o "são sempre os mesmos"... achas que a tua forma de não votar é tida em consideração?

Obrigado pelo link, é um tópico muito interessante, mas não justifica a abstenção, acho que até pode ter o efeito contrário.

É obvio que respeito a tua forma de ver as coisas, mas é-me fisiológicamente impossivel aceitar a apologia da abstenção.

Deixo-te um repto: cria um partido/organização/movimento, o que quiseres, onde tenhas vontade de votar, terei muito gosto em tratar-te do maketing politico, de borla! em troca quero que me ajudes na análise técnica

Amanhã lá irei exercer o meu direito/dever de voto, cada um age de acordo com a sua consciência, e a minha diz-me para ir votar

Abraço,

Limonov

PS: inicialmente o texto era outro, ainda que isto seja um forum de bolsa, editei porque não me quis abster da minha opinião completa. Agora não volto a escrever mais nada...que não seja sobre um ativo financeiro e de preferência derivado de outro.

Em relação aos votos brancos/nulos não terem nenhum efeito prático parece consensual, pois eles (políticos) continuam a ganhar salários chorudos e muitos sem fazer nada.

Marco António Escreveu:Mesmo a eventual falta de motivação das pessoas para votar não tem necessariamente uma leitura negativa, promovendo o debate sobre a reformulação do sistema eleitoral. Porque se há falta de motivação para votar, por alguma razão será pois momentos houve em que a motivação era muito maior, não é um problema inerente ao "eleitorado" necessariamente.

Marco António Escreveu:Convém não esquecer que grande parte (embora não se extinga aí) das questões que coloco dizem precisamente respeito à enorme viciação à priori de todo o sistema eleitoral (o sistema eleitoral que vigora aqui e tudo o que o rodeia, um sistema eleitoral ao serviço de uma partidocracia).

Falando do nosso sistema politico interno (eleições legislativas), não europeu.
Acho que a chave de todo o descontentamento das pessoas que, de alguma forma (abstenção,brancos,nulos), não se revêm no sistema português, vem principalmente dos motivos que fala o Marco António. Não tenho duvidas que a maior parte dos que não se revêm neste sistema passariam a participar com apenas estas duas alterações:

1 - Os deputados não serem "empregados" dos partidos mas sim dos portugueses;
2 - Podermos votar não para no primeiro ministro, que depois vai escolher os seus para os ministérios, mas sim votarmos no partido que queremos para o ministério XPTO.

Simples não?

Eu não vou votar, aliás nunca votei pelas seguintes razões:

1) O sistema está podre de raiz (dificilmente se vai auto regenerar). Na melhor das hipóteses a nossa democracia é o poder de escolhermos os nossos próprios ditadores de tempos a tempos;

2) Elegemos parte do Sistema "poder legislativo", mas não elegemos nem o executivo ou o judicial. Porque que não posso votar para eleger o director das polícias/comissário ou chefe da minha esquadra de residência, o Procurador-Geral da república e o procurador local do distrito? Quer dizer damos o poder legislativo e depois são os eleitos que definem o executivo e o judicial… separação de poderes, onde? Por alguma razão a policia não investiga políticos e quando investiga os casos morrem em tribunal. Eu até acho que quem devia eleger os directores de escola deviam ser os pais dos alunos e até deviam poder ter assento na direcção das escolas e porque não serem directores de escola?

3) Os partidos com mais de 25 mil votos recebem 3,15€ por voto do Estado (dinheiro meu e seu) por cada ano. Vou votar e pago? Depois aparecem os partidos tipo PANs (tem alguma lógica andar a dar feijões em Lx (até percebo a ideia das sementes, protesto contra as patentes de sementes, andar a defender os animais quando temos crianças a passar fome, alguém anda a viajar na loucura… e a capitalizar a sociedade desconectada com a realidade que temos hoje, em que as pessoas gostam mais do seu bobby ou tareco do que sentem empatia pelo semelhante e o frango que compram no supermercado é algo que nem parece um animal, mas uma coisa embalada) ou e os partidos privado-familiares tipo o do Garcia pseudo "crazy red", que só falta dizer que vão de picareta e marreta para a assembleia da republica para partir tudo.
Eu percebo que um partido com 25k votos pode criar um mini trem de tachos para os amigos e família, e por isso não alinho na brincadeira.

4) Só existe verdadeira democracia com referendos constantes (nacionais e locais) e leis propostas pelo povo, só ser a AR e Governo a aprovar leis não pode ser (gosto do modelo suiço).

Ninguém duvida que estas eleições poderiam ser muito importantes para o futuro da Europa, isto teoricamente claro... porque na prática, baralha-se, parte-se, dá-se de novo e depois vai aos verdadeiros chefes, vulgo chefa, a aprovar...

O povo já percebeu que, na Europa, Portugal não manda nada, e que quem quer que seja eleito, por muita boa vontade que tenha, em termos macro, também não terá influência.

Assim sendo, é natural a abstenção.