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Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
19/3/2014 14:09
por Paff1978
Manel_invest Escreveu:Bom dia,
Percebo que para investidores mais evoluídos o mercado português não tenha interesse, mas não concordo que para um pequeno investidor seja corriqueiro investir em ações estrangeiras.
Eu como pequeno investidor e com muitos poucos conhecimentos de mercados financeiros pus a possibilidade de investir em mercados estrangeiros numa perspetiva de médio longo prazo e verifiquei que isso não é propriamente fácil e acarreta custos que não existem nos nossos mercados.
Por exemplo a compra de ações dos EUA acarreta uma dupla tributação sobre os dividendos e a abertura de uma conta em dolares. Ainda tentei saber como se procederia para comprar ações em outras localizações mais exóticas e percebi que muitas vezes o meu banco nem posibilitava a compra de ações nesses mercados.
Admito que talvez seja corriqueiro comprar açoes noutros indices europeus cotados em euros agora fora disso acho que ainda é bastante complicado aceder a esses mercados exceto com outros instrumentos como ETFs e afins que penso não serem minimamente aconselháveis a investidores menos experientes.
Caro Manel_invest,
Não é de todo mais complicado investir em ações norte-americanas. Admito que alguns mercados mais "exóticos" sejam um pouco mais inacessíveis, contudo a maioria do grandes mercados estão acessíveis a todos e a custos transaccionais moderados. Aliás, não considero os custos transacionais algo sequer a ter em conta, a menos que se pretenda obter rentabilidades tão baixas que esses custos possam efectivamente pesar no resultado.
Quanto ao desconhecimento que muitos investidores invocam como sendo o factor determinante para não investirem fora do PSI, deixo a pergunta: levante-se, vá à sua despensa, verifique os produtos que comprou e qual a empresa que os fabrica, e diga-me quantas cotadas nacionais encontra entre os fabricantes e quantas cotadas internacionais lá estão? Faça o mesmo para o automóvel que conduz, o smartphone que usa ou os medicamentos que tem comprado - será que não conhece melhor os produtos de muitas empresas internacionais?
Cps,
Paff
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
19/3/2014 13:10
por F.Ferreira1
Alem da estreia dos CTT tivemos também a Espirito Santo Saude.

Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
19/3/2014 13:09
por Manel_invest
Bom dia,
Percebo que para investidores mais evoluídos o mercado português não tenha interesse, mas não concordo que para um pequeno investidor seja corriqueiro investir em ações estrangeiras.
Eu como pequeno investidor e com muitos poucos conhecimentos de mercados financeiros pus a possibilidade de investir em mercados estrangeiros numa perspetiva de médio longo prazo e verifiquei que isso não é propriamente fácil e acarreta custos que não existem nos nossos mercados.
Por exemplo a compra de ações dos EUA acarreta uma dupla tributação sobre os dividendos e a abertura de uma conta em dolares. Ainda tentei saber como se procederia para comprar ações em outras localizações mais exóticas e percebi que muitas vezes o meu banco nem posibilitava a compra de ações nesses mercados.
Admito que talvez seja corriqueiro comprar açoes noutros indices europeus cotados em euros agora fora disso acho que ainda é bastante complicado aceder a esses mercados exceto com outros instrumentos como ETFs e afins que penso não serem minimamente aconselháveis a investidores menos experientes.
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
19/3/2014 12:38
por Ulisses Pereira
Normalmente, os Bull Markets trazem mais empresas para o mercado (bom timing de quem quer vender). Este já trouxe os CTT, vamos ver quem mais é colocado no mercado.
Um abraço,
Ulisses
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
19/3/2014 12:34
por speculator
Trata-se efectivamente de uma questão cultural. Infelizmente, em Portugal, não existe um mindset de abertura do capital das empresas. No entanto, e apesar das limitações em termos de diversificação que o PSI-Geral apresenta (para não falar no PSI-20), não podemos descurar as excelentes oportunidades que existem na bolsa nacional.
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
18/3/2014 0:52
por Dr Tretas
Por acaso, a mim entristece-me mais não haver nenhuma seguradora cotada, por exemplo, quando já houve 3. É verdade que há pouca variedade na nossa bolsa, mas isso é porque os nossos empresários não gostam de abrir o capital das suas empresas, e porque de qualquer modo o país é pequeno. Será que na bolsa belga, austríaca, finlandesa ou irlandesa há mais variedade que em Lisboa?
Isso não significa que não existam excelentes oportunidades no PSI geral, empresas esquecidas com cotações extremamente deprimidas. E depois, há o factor casa, eu conheço bem as nossas empresas, enquanto as estrangeiras, sei lá... Por exemplo, empresas chinesas fraudulentas, que há muitas.
Não sinto necessidade de diversificar para fora da Euronext Lisbon.
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 23:46
por Paff1978
Caro Dr. Tretas,
Quando escrevi o artigo há algum tempo, para um outro espaço, na verdade nem a ESSaúde estava cotada. Ainda assim, o actual panorama não representa o sector, nem sequer as sub-indústrias (farmacêutica, no caso da Cipan, e de serviços de saúde no caso da ESS). O PSI Geral, sendo que é desse que falo, é o paradigma do quão incompleto o panorama é.
O problema é que ter acesso a uma empresa não é na realidade acesso nenhum, não é uma opção, apenas uma inevitabilidade.
Cps
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 23:06
por Dr Tretas
Paff1978 Escreveu:
Às vezes é frustrante, não é?
(...) Ao contrário de outros sectores, que embora de forma muito limitada, ainda assim têm alguma representação nos índices nacionais, existe um que não tem qualquer tipo de representação, nem mesmo ao nível de uma das suas indústrias ou sub-indústrias. Refiro-me ao sector dos cuidados de saúde. Tristemente nem uma só farmacêutica esta cotada em bolsa, nem mesmo um pequeno distribuidor de medicamentos ou equipamentos médicos, nem sequer um simples laboratório de análises. Nada!
Ai não? Então
esta, é o quê?

Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 22:59
por Cem pt
Para efeitos de investimento e de day trading, neste caso por falta de profundidade dos cofres, concordo que de facto as ações do PSI-20 não serão as escolhas mais acertadas.
No que respeita a estratégias de “position trading” aí já não estarei de acordo porque o comportamento da maioria das ações é muito “certinho”, os sentidos dos movimentos no médio e longo prazos são muito transparentes no PSI-20 e as correções são pouco pronunciadas em relação ao que em geral sucede aos grandes índices (ex: S&P 500, DAX 30, Nikkei 225), o que se torna compensador em termos de retornos porque não obriga a tanta rotação de posições do tipo tendencial.
Se me pedirem um conselho sobre onde aplicar dinheiro baseado em sistemas de trading, que incorporam exclusivamente indicadores do tipo “Trend Followers”, o PSI é um excelente veículo de aplicação desse capital.
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 22:42
por Paff1978
PairOfJacks Escreveu:Acho que temos perspetivas bastante diferentes... tu pretendes uma carteira diversificada e bem representada por todos os setores, e, parece-me, de muito longo prazo... para mim é suficiente (e oxalá acontecesse com mais frequência

) ter aquelas ações que estão a subir. E para cumprir esse objetivo parece-me que neste momento o PSI é uma excelente opção. Quando deixarem de subir ou começarem a descer vende-se... e depois logo se compram outras, no PSI ou noutro lado qualquer. De qualquer maneira fiquei agora com a impressão que estás a comentar a bolsa portuguesa num conceito muito "à la Buffet" (de value investing ou lá como se chama...), o que não tinha ficado claro para mim inicialmente.
Cumps
Não se trata de ter uma carteira com todos os sectores representados, mas sim de puder
aceder a todos os sectores, caso pretenda.
Embora valorize a perspectiva do Warren Buffett, a minha perspectiva de "longo-prazo" não é semelhante à que ele tem. Quando muito, as minhas carteiras são aversas ao day trading, sendo que os períodos de investimento se estendam de várias semanas até aos vários anos.
Case to say, let your profits run
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 19:07
por PairOfJacks
Acho que temos perspetivas bastante diferentes... tu pretendes uma carteira diversificada e bem representada por todos os setores, e, parece-me, de muito longo prazo... para mim é suficiente (e oxalá acontecesse com mais frequência

) ter aquelas ações que estão a subir. E para cumprir esse objetivo parece-me que neste momento o PSI é uma excelente opção. Quando deixarem de subir ou começarem a descer vende-se... e depois logo se compram outras, no PSI ou noutro lado qualquer. De qualquer maneira fiquei agora com a impressão que estás a comentar a bolsa portuguesa num conceito muito "à la Buffet" (de value investing ou lá como se chama...), o que não tinha ficado claro para mim inicialmente.
Cumps
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 18:59
por Paff1978
PairOfJacks Escreveu::shock: Paff... podes comparar por favor a performance do PSI20 com a dos congéneres europeus desde o início do ano? Eu não sou "acérrimo defensor" do investimento em Portugal (nem em outro sítio nenhum do mundo), mas nestes primeiros meses de 2014 (e arrisco-me a dizer, de cabeça, que nos últimos 6 de 2013) o PSI teve uma performance brilhante, pelo menos de entre as opções na europa (não acompanho o mercado americano).
Parece-me que todas as consequências nefastas que dizes virem do investimento em Portugal, vêm pelo contrário de uma má estratégia de trading, ou da ausência de uma.
Cumps
Caro PairOfJacks,
O último parágrafo do artigo de opinião refere precisamente que o ano de 2013 (e, já agora, o de 2014) foi um ano bastante interessante na bolsa nacional.
Contudo, e do ponto de vista de longo-prazo (algo que me é particularmente caro nos portfolios públicos que estou a gerir), considero que a bolsa portuguesa é deficitária, e continuará a ser.
Uma má estratégia de trading ou de investimento é, de facto, nefasta, ainda assim, com mercados bem mais completos onde investir, com perspectivas de crescimento globais ao nível do crescimento das receitas empresariais, continuo a ver o mercado nacional como uma péssima opção.
Cps.
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 18:52
por PairOfJacks

Paff... podes comparar por favor a performance do PSI20 com a dos congéneres europeus desde o início do ano? Eu não sou "acérrimo defensor" do investimento em Portugal (nem em outro sítio nenhum do mundo), mas nestes primeiros meses de 2014 (e arrisco-me a dizer, de cabeça, que nos últimos 6 de 2013) o PSI teve uma performance brilhante, pelo menos de entre as opções na europa (não acompanho o mercado americano).
Parece-me que todas as consequências nefastas que dizes virem do investimento em Portugal, vêm pelo contrário de uma má estratégia de trading, ou da ausência de uma.
Cumps
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 18:40
por mariajoao11
Bom, será verdade ?
Sim, para quem se entalou até 2008 no PSI deve estar a perder em TUDO.
Mas quem entrou entre 2009-2011, está a ganhar e muito, e bem mais do que noutros mercados.
Por isso, é uma questão de timmings.
conheço gente a ganhar mais de 300% no BCP, 100% na Sonae, 100% no BPI, 150% no BES, etc, etc.Exemplos não faltam.
Agora, é verdade a nossa bolsa não é para entrar hoje e sair amanhã, e também não é para entrar hoje e sair daqui a 10 anos.
A nossa bolsa é muito especial, quando afunda vai tudo, quando sobe sobe tudo.
É uma questão de visão e oportunidade
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 18:32
por Optimiza
Nem tanto ao mar nem tanto à Terra. Todas as Bolsas e Mercados (incluindo o Português), têm interesse!
O facto de ser a Bolsa Inglesa ou a Portuguesa, Wall street, Japão ou a Bolsa Indonésia não é decisivo (os Índices estão mais ou menos interligados e interdependentes).
Deve-se analisar tecnicamente os índices, comprar futuros sobre os mesmos, mas ter sempre em conta que as maiores oportunidades no mercado são singulares e não colectivas (ou indexadas).
O que interessa - São as acções, as commodities, os instrumentos financeiros que se vai selecionar em função de dados macro (de empresas, do FED e do BCE, dos mercados, geopolíticas, etc), da análise técnica, dos opinion makers e da conjuntura dos market makers mundiais.
O cherry picking - É melhor do que fazer index picking. De vez em quando é preferível ter BCP a ter Bank of America ou Credit Suisse (últimos 3 meses). Foi melhor ter Zon a ter Verizon no final de 2013. A Barrick perde dramaticamente para a Altri em 2013. Claro que uma subida como a da Fcel ou da Plug não se consegue localmente, mas por isso a regra é ver globalmente e escolher os melhores produtos.
Sectores de Actividade - Agrupo na E-trade por sectores, etfs e futuros, e não por países (Em 2013, mais de 25% dos meus trades foram em acções e warrants da Euronext Lisboa). Este ano tenho apenas 5% na Euronext Lisboa, ao ter vendido BCP, Zon, BPI e Altri, mantendo umas Cimpor em que não mexo. Penso entrar em Março ou Abril em Banif (apenas após a "entrada dos Guineeenses" ou após a passagem dos 0.0135). A PT poderá ser interessante para fazer um pair trade.
Conhecimento - Como o conhecimento sobre os produtos é relevante, por vezes o facto de escolher uma acção, futuro ou warrant Português acontece, mesmo sabendo que poderei não ter ganhos espetaculares (mas aumento a probabilidade de evitar perdas).
p.s. O Psi é incompleto sectorialmente, mas o Cac 40, o Bist100 Turco e o Dow Jones Industrial são índices técnicos (que não contemplam dois, quatro e três sectores respectivamente, dos 10 mais importantes das respectivas economias).
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 18:13
por ghorez
A razão não será porque em Portugal há pouco "culto" de as empresas se financiarem na bolsa ao invés de investidores privados e/ou crédito?
Aliás esse culto praticamente só existe nos US. Por isso é que no MSCI World Stocks tens 50% de empresas americanas.
E no MSCI World Small stocks esse valor sobe para 70% (?).
São mentalidades.
Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 18:01
por j0a0
A Razão é a coisa mais bem distribuída do mundo: todos pensamos tê-la em tal medida que até os mais difíceis de se contentar nas outras coisas não costumam desejar mais razão do que já têm.Paff1978, não interpretes mal, mas penso que onde muitos observam o inapreensível poucos vêm um mundo de oportunidades.
E não é por isso que esses poucos têm menos êxito que os muitos.
São mercados diferentes com investidores diferentes mas... que se regem pelas mesmas leis.

Re: 2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interes

Enviado:
17/3/2014 17:46
por 654235
Felizmente a mafia do BCP de há uns anos nunca me apanhou na rede e o BES tb não
Bom por acaso em 2006 comprei acções do BCP e vendi pouco depois com um ganho miserável. Nunca mais entrei nessa acção.
2 motivos pelos quais a bolsa portuguesa não tem interesse

Enviado:
17/3/2014 17:20
por Paff1978
Às vezes é frustrante, não é?
Pega-se naquelas poupanças que se conseguiram de forma trabalhosa e suada, entra-se em uma ou mais posições em títulos nacionais e, meses (anos) depois, parece que mais valia ter-mos partido uma perna no momento daquela infeliz decisão. A economia não arranca, a cotação parece estagnar, isto quando não cai, e lá ficamos nós à espera que a maré mude, enquanto que o instituto de meteorologia continua a prever a mesma nortada de sempre. Quantos de nós não nos sentimos assim nos últimos tempos em Portugal?
Contudo, e para nos deixar ainda mais em brasa, quase ao mesmo tempo, vemos uns quantos (poucos) 'iluminados' a conseguirem rentabilizar os seus investimentos quase que por magia. E o pior, é que o fazem constantemente ao passo que nós, enfim, marcamos... passo.
Informação privilegiada, inteligência superior à nossa ou acesso a excelente aconselhamento financeiro, um destes, ou mesmo todos, poderão ser a desculpa que encontramos para justificar tão boas performances relativas, face à nossa inerente frustração. Mas, e se de facto a raiz do sucesso fosse algo bem mais simples e que, na verdade, qualquer um de nós pudesse replicar?
A lista de soluções poderia ser complexa e exaustiva. Contudo, para o investidor mais desanimado que não sabe o que fazer com aquelas acções do BCP que comprou a um preço 10 vezes superior ao da actual cotação, essa lista poderá ser reduzida a dois itens: (1) não investir na bolsa portuguesa (eu sei, isto é bastante óbvio) e (2) apostar num sector de actividade que simplesmente não poderá ser encontrado na bolsa portuguesa (faz ideia de qual?)
Não ter investido na bolsa nacional teria por si só evitado boa parte das perdas que muitos investidores têm vindo a sofrer ultimamente. Sempre defendi, e continuarei a defender, que o nosso mercado é não só demasiado pequeno, não oferecendo dimensão suficiente para quem pretenda investir a sério; como é também incompleto. Miseravelmente incompleto!
Será que tem a noção que nem um, nem um só sector de actividade se encontra plenamente representado no índice nacional?
Então e os bancos, não representam eles o nosso sector financeiro?
Sim, mas apenas a indústria bancária, que é somente uma das componentes do mais vasto sector financeiro. Para que a representação fosse total teríamos que ter acesso à banca de investimento (e não só a de retalho), a seguradoras cotadas de forma independente (e não sob a alçada de bancos cotados), a re-seguradoras, a bancos regionais, a consultoras financeiras, entre outros, e, na verdade, não temos.
Refiro a industria bancária porque ainda assim é das poucas aceitavelmente representadas, pois ao olhar-se para o restante índice, e para as indústrias que o compõem, rapidamente se conclui a miséria franciscana com que o investidor nacional de depara.
É precisamente desta falta de representatividade que advém uma solução para ultrapassar os muito baixos níveis de rentabilidade que o mercado nacional apresenta. Ao contrário de outros sectores, que embora de forma muito limitada, ainda assim têm alguma representação nos índices nacionais, existe um que não tem qualquer tipo de representação, nem mesmo ao nível de uma das suas indústrias ou sub-indústrias. Refiro-me ao sector dos cuidados de saúde. Tristemente nem uma só farmacêutica esta cotada em bolsa, nem mesmo um pequeno distribuidor de medicamentos ou equipamentos médicos, nem sequer um simples laboratório de análises. Nada!
Ora, no século XXI ter-se uma carteira de investimentos não exposta a este sector, é, a meu ver, uma falha demasiado grande e que acaba por degenerar em retornos sub-par. Não quero com isto dizer só com exposição a este sector se conseguem rentabilidades acima da média, é evidente que não. A minha experiência mostra contudo que são empresas deste sector, nomeadamente as farmacêuticas e as biotecnologicas que não raramente proporcionam as valorizações mais espectaculares. Tal sucede mesmo à custa do sector tecnológico, que se viu ultrapassado pelos cuidados de saúde como alvo principal por parte dos chamados growth investors.
É certo que investir neste sector comporta riscos assinaláveis, até porque para se atingirem tão elevados retornos, acaba por se ficar exposto a perdas de igual magnitude. Além disso, trata-se talvez do sector mais complexo de se entender, com uma linguagem e factores de influencia muito próprios (algo que procurarei desmistificar no livro que me encontro a escrever).
Portanto, para concluir (e ficando desde já exposto às criticas acérrimas dos defensores do PSI), duas das principais razões pelas quais a bolsa nacional não interessa passam pela sua falta de dimensão, e com isso a falta de dimensão de perspectivas de grande parte das empresas que a compõem; e também pela sua própria estrutura interna que é absolutamente incompleta.
2013 foi um ano bastante interessante, em especial para a industria bancária nacional, com a estabilização do ambiente económico português, mas lembre-se, estamos a falar de uma época muito especial na nossa história económica. Quando se chega ao fundo do poço provavelmente o único caminho que resta seja para cima. No entanto, para as restantes épocas da nossa história colectiva, em que não estejamos num dos extremos do espectro, investir na bolsa nacional é um erro (comparativo), ainda para mais quando o acto de investir lá fora se tornou tão fácil e corriqueiro.
Cumprimentos,
Paff