CALDEIRÃO DE BOLSA

lembras-te deste teu indicador, semStops?

Obrigado desde já a quem já apareceu por este tópico com as suas ideias próprias e muito pessoais, casos dos amigos FDPC e do Mquinaz .

De facto, mesmo quando aparentemente pensamos estar a interpretar os passos de um determinado sistema aparecem outras "nuances" mais subtis que nos permitem concluir que a forma como vemos certos detalhes podem ser decisivos para anular ou variar um pouco as decisões de entrar ou sair.

Dito isto, gostava de relembrar algumas ideias que em tempos fui lançando aqui no site, relacionados com este tema.

Para provar que nem todas as minhas sugestões estavam relacionadas com programação de indicadores, aqui fica uma ideia antiga de 2003 (curiosamente o Caldeirão diz que só me registei depois desta data, oh Marco Antonio vê lá este bug!) que na altura foi bastante popular pela participação que teve, seguindo um pouco a sugestão em parte lançada pelo velho amigo Rodrigo Sacramento: viewtopic.php?t=9295 .

Houve até quem se tenha dado ao trabalho de testar o sistema num tópico um pouco mais elaborado pelo trabalho que deve ter dado ao seu autor, o Red, que por acaso penso ter desaparecido destas lides, com muita pena minha: viewtopic.php?t=10251

Cem, Desculpa a minha ignorância acerca de programação, sistemas automáticos e metastock, mas tirando a golden cross não estou a ver como é que vais programar por exemplo "a excelente base" de que falo, uma vez que a mesma pode ser formada de variadissimas maneiras. Relativamente ao volume, vejo a coisa um bocado a olho comparando com os volumes anteriores, e dada a subjetividade também será dificil de programar.

Dás a ideia de aplicar o sistema por exemplo ao psi e ao eurusd. Mas geralmente se as condições que refiro não estiverem lá, parto para outra e a minha análise do gráfico nesses casos, demora 5 segundos. Numa ronda por cerca de 500 gráficos dependendo dos tempos de mercado que se vivam, posso contar pelo numero dos dedos as cotadas que estão com o aspeto que pretendo para entrar, e seria muita coincidência que fosse logo o psi ou o eurusd. Estive por exemplo a ver o histórico do psi e apenas vejo um buy point ideal em outubro de 2003 e mesmo assim no PRT não tenho dados do volume para essa altura. Não sei se me estou a fazer entender? O trabalho de picking aqui é muito importante e onde se perde mais tempo a seleccionar aquilo que realmente queremos, a metodologia não a conseguimos aplicar em todo lado.

Nada como um exemplo:

Deixo um gráfico de um dos meus melhores negócios entre 2009 e 2011, A Deere (DE) depois do bear que viveu, criou boas bases, formando uma excelente resistência com cerca de 6 toques, que depois foi quebrada, seguiu-se a golden cross, O tal bom volume de que falo estava lá, os preços estavam acima das mm's e entrei, mantendo a posição até 2011 quando o trailing stop foi ativado. A seta verde foi o momento da compra, a seta vermelha foi o momento da venda. As linhas vermelhas carregadas são as zonas possiveis onde colocaria os trailing stop's até disparar a venda.

Há aspetos subjetivos como a "formação das bases", "bons volumes", "excelentes resistências" a análise do passado (o modo como a ação se comportou a nivel tendencial no que diz respeito às mm's) etc, que apenas com o tempo e depois de muitos gráficos analisados se vai ganhando olho para escolher os melhores... bem sei que não sou nenhum expert... bem longe de moços como tu e o Ulisses por exemplo, mas com o tempo a gente vai evoluindo e fazendo melhores opções.

Cem, não sei como explicar melhor... peço desculpa pela seca. esquecendo a parte mais subjetiva da coisa, e com o exemplo da Deere, vê lá a melhor maneira de colocar isso em programação.

Caros amigos:

Excelente, terem começado a vossa participação com as vossas ideias próprias.

Cada ideia poderá resultar melhor ou pior consoante os padrões que o mercado seguir, nunca se sabe à partida o que poderá ser melhor ou pior em cada papel.

Para já pode-se aqui tentar fazer um exercício engraçado: porque não ir buscar o PSI-20 e o EuroDollar, que não têm nada a ver um com o outro, e ver no final do ano que resultados teria a ideia de cada um ao longo deste ano de 2014?

Vou então aqui tentar traduzir para linguagem de Metastock os métodos de cada um:


A - Sistema “Turtle Trader” (Nota: num gráfico semanal cada período corresponde sensivelmente a 5 sessões num gráfico diário, pelo que nesse caso usaremos uma média móvel de 250 períodos)

turtletradertrend:=
If(
Mov(Close,250,S) > Ref(Mov(Close,250,S),-1) ,
1 ,
If(
Mov(Close,250,S) < Ref(Mov(Close,250,S),-1) ,
-1 ,
PREV )) ;
turtletradertrend ;

Para quem não está habituado a programar estas coisas as linhas acima significam o seguinte: definir uma variável que nos vai retornar o valor da tendência; se a média móvel simples de 250 períodos está virada para cima (valor da média maior que o da sessão anterior) a tendência é ascendente e toma o valor de +1; se a média móvel simples de 250 períodos está virada para baixo (valor da média menor que o da sessão anterior) a tendência é descendente e toma o valor de -1; se nenhuma das anteriores condições se manifestar, nesse caso manter a posição da sessão anterior; finalmente o programa chama a variável para aparecer no gráfico.


B – Sistema “Eurouro” (confesso que não consigo através dos conceitos gerais que referiu transformar isso em linguagem programável. Como definir suportes e resistências?  )


C – Sistema “Mquinaz” (aqui tenho uma pequena dúvida por uma definição um tanto genérica: como definir um bom volume de quebra? Bem, como provavelmente será uma condição de uma possibilidade de atribuição de maior sucesso futuro, através do que deduzi da palavra “convém”, irei por enquanto ignorá-la; para venda ou “short” segui regras tipo “espelho”, creio que faz algum sentido mas não sei se interpretei bem se é esta a ideia ou é sair através de um stop mais apertado do qual não conheço as regras):

mquinaztrend:=
If(
Close > Mov(Close,200,S)
And
Mov(Close,50,S) > Mov(Close,200,S)
And
Mov(Close,50,S) > Ref(Mov(Close,50,S),-1)
And
Mov(Close,200,S) > Ref(Mov(Close,200,S),-1) ,
1 ,
If(
Close < Mov(Close,200,S)
And
Mov(Close,50,S) < Mov(Close,200,S)
And
Mov(Close,50,S) < Ref(Mov(Close,50,S),-1)
And
Mov(Close,200,S) < Ref(Mov(Close,200,S),-1) ,
-1 ,
PREV )) ;
mquinaztrend ;


Bem, por hoje chega de “secas” de programações.

Hasta luego!

Reler um excelente artigo no Stock Charts levou-me a destacar a sua conclusão, cujos 2 últimos parágrafos serão muito úteis sobretudo para os recém chegados à AT:

The goal of Dow and Hamilton was to identify the primary trend and catch the big moves. They understood that the market was influenced by emotion and prone to over-reaction both up and down. With this in mind, they concentrated on identification and following: identify the trend and then follow the trend. The trend is in place until proved otherwise. That is when the trend will end, when it is proved otherwise.

Dow theory helps investors identify facts, not make assumptions or forecast. It can be dangerous when investors and traders begin to assume. Predicting the market is a difficult, if not impossible, game. Hamilton readily admitted that the Dow theory was not infallible. While Dow theory may be able to form the foundation for analysis, it is meant as a starting point for investors and traders to develop analysis guidelines that they are comfortable with and understand.

Reading the markets is an empirical science. As such there will be exceptions to the theorems put forth by Hamilton and Dow. They believed that success in the markets required serious study and analysis that would be fraught with successes and failures. Success is a great thing, but don't get too smug about it. Failures, while painful, should be looked upon as learning experiences. Technical analysis is an art form and the eye grows keener with practice. Study both successes and failures with an eye to the future.

Voltando então à questão central de como identificar a tendência, já deixei uma pista: posso socorrer-me das ideias fundadoras da AT: deixo todos os indicadores de fora, e guio-me pela sequência de altos e baixos relativos: se estes subirem, temos estabelecida uma tendência ascendente; se, caso contrário, forem sucessivamente mais baixos, estamos na presença de uma tendência descendente.

Antecipando agora uma questão: como determinar o termo da tendência? No já citado artigo diz-se que:

an uptrend is considered in place until a lower low forms and the ensuing decline exceeds the previous low

mas para mim, para que possa declarar uma tendência terminada - isto sem recorrer a uma análise de suportes e resistências - tem de haver um lower low seguido de um lower high, sendo que se este não se realizar estamos perante uma situação de ausência de tendência.

fico-me por aqui para não maçar o pessoal em demasia

Olá, boas Cem, mais uma vez preciso e objetivo. Pessoalmente tenho sido um especulativo sem os devidos critérios, algumas vezes bem composto outras nem tanto. Estava agora mesmo a pensar que é chegada a hora de limitar minhas atitudes a especulação pela especulação e tratar com mais cuidado o verdadeiro objetivo que é investir em consciência no ponto de vista de longo. Neste ponto de vista, de longo prazo, aplico em ETFs concretamente VCR, VIS , VAW e o PJP. Os três primeiros me dão uma visão das tendências generalizadas do mercado, como o que dizer, se eles comportam-se bem o mercado está bem se comportam-se mal o mercado está mal. Na análise técnica estou a utilizar o MACD com 3,8,20 que são os períodos do DIDI INDEX e para finalidades especulativas de curtos em 5 minutos vou identificando a tendência de alta ou de baixa. Mas para quem não conhece o DIDI INDEX funciona basicamente assim: - a linha de 3 quando superior a de 8 no meio e a de 20 em baixo quando de colocam dentro de uma mesma vela (sempre as três linhas dentro da mesma vela, verde ou vermelha) assim nessa configuração é uma tendência de alta, porém se as três linhas se encontram dentro da mesma vela e a linha de 3 for no meio a de 8 em cima e a de 20 mais acima é uma tendência de baixa, e se as três linhas se encontram na mesma vela mas em qualquer outra posição continua sendo uma tendência de baixa. Portanto para ser uma tendência de alta, somente na configuração das três linhas dentro de uma vela e a de 3 superior, a de 8 no meio e a de 20 em baixo é uma tendência de alta, mesmo havendo a de 3 em cima mas a de 20 no meio e a de 8 em baixo a tendência é de baixa. Para apoiar uso o RSI e o OBV. Para posições curtas e especulativas e que o sistema deixar de funcionar qualquer que seja, tem sido os resultados de biotecnológicas em lançamentos de PHASE III/FDA, é apenas o fundamental da notícia que me dá a entrada e o stop fica-me na ponta dos dedos, mas tem sido demasiado esgotante e de um empenho de pesquisa e investigação e um excesso de leitura. Tenho estudado o teu outro tópico "o emocional" o tópico do Pair of Jacks que me agrada sobremaneira dado a simplicidade e objetividade do Pair of Jacks. Agora pretendo mudar de atitude em todos os sentidos e esse tópico sobre identificação de tendências vai ajudar-me bastante.

Obrigado Cem.

Eurouro Escreveu:Para mim há que ter em conta a volatidade relativa média do activo e verificar se essa mesma volatidade aumenta com a quebra de algum suporte/resistência anterior.
Contudo uma tendência primária é sempre melhor vista no gráfico semanal.
Não me venham é falar da quebra de Médias Moveis e coisas do género para identificar tendências.

Nem a proposito acabei de falar nisso

Boa cem...

Falando de médio/longo prazo, conforme viste no topico da minha carteira, a minha forma preferida para embarcar numa tendência de alta, é entrar após a quebra de uma resistência num titulo que tenha feito uma excelente base e quanto menos próximas as resistências do passado melhor. Essa quebra convém que tenha bom volume. Só entrar se os preços estiverem acima da mm200, com a golden cross 50/200 já formada e com as médias a apontarem para cima. Se o indice de onde a cotada faz parte também estiver com bom comportamento melhor ainda... Toda a outra bateria de indicadores técnicos, noticias, jornalistas, price targets etc e tal, é só prolópopó , o gráfico diz tudo...

Depois é deixar ficar a amadurecer. Não vender se os preços se mantiverem acima da mm200 e não tenham sido quebrados suportes significativos, nem que ocorram pelo caminho drawdowns de 20-30%. Trailing stops debaixo da mm200 e ao mesmo tempo na zona abaixo do suporte.

Para a malta dos shorts o raciocinio é o inverso...

Para mim há que ter em conta a volatidade relativa média do activo e verificar se essa mesma volatidade aumenta com a quebra de algum suporte/resistência anterior.
Contudo uma tendência primária é sempre melhor vista no gráfico semanal.
Não me venham é falar da quebra de Médias Moveis e coisas do género para identificar tendências.

Oi Cem

Interessante e didáctico tópico.

Tudo depende do time, mas diria que uma média móvel de 50 aplicada a um gráfico semanal, talvez seja uma boa base de trabalho. No caso do SPY, diria que o fim e o inicio da nova tendência se verifica, aquando da mudança da inclinação da M50.

Abraço

Quem anda nos mercados há muitos anos sabe que a regra número um para ganhar dinheiro nos mercados é seguir a tendência dominante.

O problema está em identificar ou saber como se define uma tendência: quando começa e quando acaba numa determinada escala temporal? Aqui começam os problemas e as opiniões diferentes, cada cabeça sua sentença!

Para isso criei este tópico para um debate de propostas sobre como aplicar ou imaginar regras sobre detecção de tendências para aplicar nos mercados.

Da minha parte procurarei dar também várias soluções.

Têm a palavra os "traders" do Caldeirão, aceitam-se ideias e sugestões.