CALDEIRÃO DE BOLSA

Boa tarde.
E qual é o valor da comissão neste tipo de operações?

Não só conheço a empresa como estou prestes a vender o meu imóvel através deste processo.
Encontrei a Buy4Rent numa notícia do Dinheiro Vivo e achei o negócio interessante, até porque já conhecia empresas em Espanha que fazem uma mediação muito parecida com esta. Neste processo não há uma “venda final”, pelo que a operação não tem nenhuma relação com as vendas ou arrendamentos a que estamos habituados. E quem tem grandes ónus ou encargos também não consegue entrar na venda e arrendamento imediato.
No meu caso, o meu imóvel tinha apenas uma pequena dívida do crédito à habitação que será liquidada no dia da venda. O remanescente servirá para liquidar outros assuntos e só assim vou conseguir regularizar essa situação, pois neste momento não consigo crédito no banco. A venda e arrendamento imediato quer dizer que estou a vender o meu imóvel por cerca de metade do seu atual valor de mercado e em simultâneo vou tornar-me inquilino da minha casa. Vender a metade do preço pode parecer mau negócio, mas não é. Como a venda é por um preço baixo, também vou pagar pouco para voltar a comprá-lo, e facilita a futura concessão de crédito por parte da banca. No meu caso, o contrato de arrendamento será por 3 anos e depois disso vou voltar a readquirir o meu imóvel. Mas o arrendamento pode durar até 5 anos. Para mim foi a melhor solução que encontrei, pois não ia conseguir crédito para o que preciso, mas não quero ter que vender o imóvel definitivamente e sair dele. Assim sei que daqui a 3 anos volta a ser meu.
Por isso, para quem viu o site e não percebeu o conceito, é muito simples: este processo só avança quando temos um imóvel com hipotecas ou outros ónus ou encargos de baixo valor e permite libertar liquidez até metade do valor atual do imóvel (a empresa faz a avaliação e não tem custos). Estes promovem a venda a um investidor (que garantidamente quer apenas rentabilizar o seu capital com uma remuneração superior ao que a banca paga atualmente e assinamos um contrato de arrendamento com opção de compra. (direito de preferência)

Se no seu caso é para investir ainda é melhor, pois o único risco que corria era o inquilino não conseguir comprar a casa no fim do contrato e ter que ficar com esta. Mas como comprou abaixo do valor de mercado, esta não vai desvalorizar. Mesmo assim é difícil que tal aconteça, porque há cedência da posição do contrato, ou seja, ele só fica com a casa se quisermos.
Espero ter ajudado a compreender o conceito!

mpp21 Escreveu:
- a renda parece-me demasiado elevada (450€/mês) para uma casa de 60 e tal mil euros;

(...)

De qualquer forma a viabilidade do negocio passa por averiguar qual o valor de mercado da casa. Se a casa valer significativamente mais do que o preço que estão a pedir, pode ser um bom negocio. Mas tenho duvidas que isso aconteça.

Bom, o que define a renda é o imóvel, e não aquilo que estão a pedir por ele. "60 e tal mil euros" não diz nada sobre o imóvel. Como dizes, o que interessa é averiguar o valor de mercado.

Não sei porquê, mas desconfio sempre deste género de negócios.

Em relação à casa em si, eles não deram mais informações, para isso é preciso assinar um "Acordo de Confidencialidade e de Não Prejudicialidade". De qualquer forma saltaram-me à vista dois factores (um deles já aqui referido):

- a renda parece-me demasiado elevada (450€/mês) para uma casa de 60 e tal mil euros;
- se a pessoa quer vender a casa assim nestes moldes é porque está com dificuldades em pagar a prestação ao banco (eventualmente já tendo entrado em incumprimento). Se assim for, apesar do aumento de liquidez, daqui a uns anos pode estar na mesma situação (por vezes é um problema de má gestão das finanças pessoais) e eu depois não a conseguir tirar de lá... Não estou a par das leis de arrendamento, mas depois se há uma pessoa muito idosa, ou um filho pequeno, etc. julgo que pode haver grandes entraves a tirar as pessoas de lá... Neste aspecto é pior, na minha opinião, do que comprar uma casa e alugar tradicionalmente. Porque nesse caso podemos "escolher" minimamente as pessoas e pedir referencias. Enquanto neste negocio não sabemos quem é, e temos de nos sujeitar.

Imaginem:
- um casal com 5 filhos pequenos, atolado em créditos, actualmente desempregado e a viver de subsídios. Isto é o negocio perfeito. Vendem a casa a um maçarico, recebem uma batelada de € e continuam a viver nela. Pagam as primeiras rendas e depois deixam de pagar. Depois para os tirar de lá se calhar são meses/anos em tribunais e no fim ainda rebentam a casa toda ao sair...

De qualquer forma a viabilidade do negocio passa por averiguar qual o valor de mercado da casa. Se a casa valer significativamente mais do que o preço que estão a pedir, pode ser um bom negocio. Mas tenho duvidas que isso aconteça.

mpp21 Escreveu:Alguém tem conhecimento deste novo conceito que surgiu em Portugal?

http://buy4rent.pt/

A ideia é uma pessoa vender um imóvel e continuar a viver lá, pagando uma renda à pessoa que o adquiriu.

Apresentaram-me uma proposta em concreto, na qual eu investiria um determinado montante para adquirir a casa e a pessoa que lá vive ficaria a pagar-me uma renda fixada antecipadamente durante 36 meses (que corresponderia a um retorno anual de 8.9%).

Gostaria de obter feedback vosso.

E no final dos 36 meses fica com a casa ou eles recompram devolvendo o dinheiro que investiu é isso?
Pode ser interessante.

O valor que deu é inferior ao valor do mercado da habitação?
Acho que este é um ponto chave: o valor da habitação com que poderá ficar.

Não abri o site, mas assim à primeira vista parece-me mau negócio para todas as partes exceto para o mediador:

Do ponto de vista do "inquilino":
1. Se quer mesmo comprar e não tem liquidez suficiente, porque não "pedir" ao banco que compre a casa (contrair um empréstimo) e pagar a prestação respetiva (não me parece que spreads + taxa de referência cheguem à taxa apontada de 8,9%, mesmo considerando despesas iniciais com IMT's, escrituras, etc...);
2. Se só quer arrendar por 36 meses ou um período do género, também não me parece que as taxas de rentabilidade exigidas no mercado de arrendamento na maior parte do país cheguem aos valores apontados... porque não fazer um aluguer tradicional?

Do ponto de vista do comprador/"senhorio":
1. E ao fim de 36 meses? Fica com um ativo (que também desvaloriza), e com despesas de manutenção (obras, IMI's, condomínio, etc...). Será que o risco compensa os 8,9%? E esta rendibilidade já é líquida de impostos e outras despesas no período? Se não for não me parece que compense em relação a algumas (muitas) obrigações que andam por aí, e mesmo que sejam líquidos...

São os meus 2 cêntimos. Cumps

mpp21 Escreveu:Alguém tem conhecimento deste novo conceito que surgiu em Portugal?

http://buy4rent.pt/

A ideia é uma pessoa vender um imóvel e continuar a viver lá, pagando uma renda à pessoa que o adquiriu.

Apresentaram-me uma proposta em concreto, na qual eu investiria um determinado montante para adquirir a casa e a pessoa que lá vive ficaria a pagar-me uma renda fixada antecipadamente durante 36 meses (que corresponderia a um retorno anual de 8.9%).

Gostaria de obter feedback vosso.

Boas,

Não conhecia esse conceito.

Todavia, analisando-o, não é muito diferente do conceito tradicional de compra de uma vivenda/apartamento, dando-o de arrendamento a quem possa estar interessado no mesmo.
A diferença neste conceito são duas:

1 - O arrendamento é feito a quem era o anterior proprietário o que, porventura, dará maior segurança ao senhorio. Por duas ordens de razões:
Por um lado, se a casa estava em condições e era "estimada" pressupõe-se que sendo a mesma pessoa que irá lá continuar a viver (anterior proprietário, agora arrendatário) continuará a estimar a habitação. Ou seja, não seremos surpreendidos com um arrendamento a um terceiro que não conhecemos de lado algum, situação que muitas vezes nos trazem grandes dissabores.

2 - Considerando que o arrendatário foi a pessoa que vendeu o imóvel e, por essa venda, recebeu o respectivo preço, é de pressupor que, pelo menos durante algum tempo, poderá dispor de alguma liquidez para pagar a renda;

Vislumbra-se ainda, porventura, uma terceira vantagem para o adquirente do imóvel:

O anterior proprietário do imóvel, agora arrendatário, tem o direito de recompra do imóvel, eventualmente, se um dia tiver novamente condições financeiras para o efeito.

Destarte, o adquirente do imóvel poderá beneficiar dos seguintes lucros:

1) renda anual (retorno anual de 8,9%);
2) Mais valia resultante da venda do imóvel ao anterior proprietário, caso o mercado habitacional se valorize, o que é expetável face às últimas notícias que têm vindo a público.

Tennis

Alguém tem conhecimento deste novo conceito que surgiu em Portugal?

http://buy4rent.pt/

A ideia é uma pessoa vender um imóvel e continuar a viver lá, pagando uma renda à pessoa que o adquiriu.

Apresentaram-me uma proposta em concreto, na qual eu investiria um determinado montante para adquirir a casa e a pessoa que lá vive ficaria a pagar-me uma renda fixada antecipadamente durante 36 meses (que corresponderia a um retorno anual de 8.9%).

Gostaria de obter feedback vosso.