Bem, já não actualizava aqui faz algum tempo a carteira baseada nos princípios do Portfolio Permanente do Harry Browne, mas centrada na Europa.
O racional dessa carteira já o expus no passado no seguinte post:
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/viewtopic.php?f=3&t=76243&start=1575#p1165471Desde o meu último post, tive de fazer umas "alterações" mínimas, uma vez que a Lyxor andou a transformar alguns dos seus ETFs de obrigações em meados de 2017, que fez com perdesse parte do histórico.
Para todos os efeitos, continua a ser possível testar esta carteira desde 02/07/2007 (faz esta 2.ª Feira 11 anos!) no site justetf.com :
25% Acções mundiais - LU0274208692 (uso este ETF pelo seu historial, mas para a minha carteira real prefiro o iShares Core MSCI World)
25% Ouro - DE000A0N62G0
25% Obrigações soberanas europeias de longo-prazo - LU0290357507
25% Obrigações de curto-prazo - LU0290356871 (a componente cash)
O racional deste teste (irei adicionar uns testes adicionais proximamente) é a seguinte:
- investimento inicial de 10.000 euros em Julho 2007 (sensivelmente no topo anterior ao grande crash de 2008-2009)
- investimentos adicionais de 2.000 euros nos meses de Julho subsequentes
- custo de transaccionar os ETFs de 15 euros
Desde 2 Julho 2007, uma carteira que começou com 10.000 euros, e teve investimentos adicionais de 20.000 euros, apresenta hoje um valor de 46.701 euros.
Ganhos/Perdas (%)
2007 (Jul-Dec)
2,862008
-3,012009
12,282010
15,532011
4,652012
9,092013
-2,812014
16,182015
3,002016
8,032017
1,272018 (Jan-Jun) 1,15

Transacções desde Julho 2007:

Risco vs retorno:

Retorno anualizado: 5,74
Volatilidade anualizada: 7,29
Umas notas adicionais, que gostaria de referir.
1.
Esta carteira pressupõe um valor em cash relativamente elevado (25%), que tem um impacto no retorno, mas também no risco. Ora, numa comparação justa com outras carteiras, deveríamos deixar de fora essa componente (ou, considerar uma alocação semelhante noutras carteiras).
Porquê?
Há alguém que investe apenas e só em ETF's ou Fundos de Investimento? Nem um fundozito de emergência, para 6 a 12 meses? Sinceramente, duvido...
Ora, no Portfolio Permanente, não precisamos de pensar nisso. Os 25% de cash estão lá para isso
2.
Passados 11 anos, uma carteira que não chega a 50.000 euros parece pouco. Pelo menos a mim parece.
Mesmo com o fenómeno da capitalização, a 30 anos, deverá chegar a 200.000 euros, talvez. Hoje em dia, isto não paga uma casa recente nos arredores (mas não nos arrabaldes) de Lisboa.
Isto tudo para dizer que 2.000 euros de poupança anual é, francamente, muito pouco. E, na minha opinião, com esse pouco de poupança, dificilmente se cria uma carteira suficiente para ter uma vida descansada na reforma.