CALDEIRÃO DE BOLSA

Se houver a perpectiva de eventualmente virem a ser cotadas em bolsa, é uma questão de analisar com calma. Eu pessoalmente não sei nada sobre a empresa. Se nunca vierem a ser cotadas, eu só entraria a um preço muito, muito convidativo.

Como dizia o outro...

Nunca desperdice uma boa crise! Pode ser a única que vai ter oportunidade de assistir...

Isto falando de produtos de maior risco é uma oportunidade excelente.
Mas claro cada um sabe do seu... E acredito que cada um deve ter uma percentagem, confortável, em ações.

Essa percentagem investida, é aquela percentagem de dinheiro que não lhe faz falta...
Caso não tenha a sorte de ter essa percentagem... Mais vale não investir nestes produtos! Ou melhor, até valeria se as coisa fosse pelo "bom caminho"...

Não posso nem quero responder a tudo, por isso dou só uma pista relativamente a um único parâmetro, a indisponibilidade por 4 anos.
Um activo que não se pode vender vale menos, mesmo que não se o quisesse vender se se pudesse.

Sou colaborador da Caixa Seguros.
Não sei ainda em que moldes é que vai acontecer mas, como colaboradores, iremos ter direito a comprar 5% do capital com 5% de desconto.
Se o estado vendeu as acções à Fosun por 1.000.000.000€, o valor atribuído a cada uma será qualquer coisa como 11,36€ (são 96 800 000 acções da Fidelidade + Cares + Multicare mas, para o cálculo fazemos de conta que é paga 1 leva 3).
Com 5% de desconto, isto dá 10,79€.

Tenho alguma disponibilidade financeira e pretendo efectuar um investimento a longo prazo.
A minha filha (menor) "tem" algum dinheiro no banco e gostava de ter um retorno superior ao que tenho no banco.
A ideia seria que daqui a 10 anos, quando for maior, ficasse com algum dinheiro para poder gastar naquilo que fosse necessário (escola, carro, por aí).

Conheço razoavelmente a empresa por dentro, e por esta razão penso em investir mas, desconheço completamente o contexto económico e financeiro destas manobras/aquisições e a Fosun e as suas intenções.
Sei que a indisponibilidade das acções é de 4 anos. Mas, 4 anos é muito tempo e 10 ainda mais.
Por outro lado, a Apollo ofereceu menos 385 milhões. Do que me apercebo, os chineses querem diversificar fora do país natal porque aquilo, mais dia, menos dia, deve rebentar, daí que estejam dispostos a pagar um prémio por essa diversificação e "relativa" segurança.
Ora, em mil milhões, 385 milhões são menos 38,5% e nós como trabalhadores só temos 5% de desconto.
Aplicando alguma lógica, se fosse efectivamente um bom negócio a mil milhões, mais alguém tinha concorrido. Mas, o concorrente mais próximo fica a 38,5% e só dois foram "aprovados"...
Contudo, desconheço se a inexistência de concorrentes se deveu às condições rígidas da venda, se à falta de liquidez, se à falta de interesse, se às condições do mercado...
Está a Caixa Seguros sobrevalorizada pelos chineses?

A questão que vos quero colocar: com base numa perspectiva a 10 anos, compravam? Se sim, quantas acções?
Seria pedir demasiado uma análise SWOT simples?

Percebo que é impossível darem-me uma certeza mas, gostava de ter umas pistas para poder tomar uma decisão.

Obrigado pela vossa atenção e por quaisquer respostas que me possam dar.