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Caldeirão da Bolsa

OCDE melhora previsões para a Zona Euro

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OCDE melhora previsões para a Zona Euro

por Pata-Hari » 3/9/2013 14:58

03 Setembro 2013, 10:17 por Eva Gaspar | egaspar@negocios.pt

As economias avançadas estão a recuperar mas, em contrapartida, as emergentes estão a perder velocidade. Na Zona Euro, a conjuntura está mais estabilizada, tendo a OCDE revisto em alta as suas previsões de crescimento para Alemanha e França. Contudo, o risco de novas crises bancárias persiste, podendo agravar as tensões sobre as dívidas soberanas.
A Zona Euro permanece “vulnerável” a novas crises bancárias e financeiras, alerta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), ao frisar que “muitos bancos da área do euro não estão suficientemente capitalizados”, designadamente para enfrentar o peso do crédito mal parado, relativamente elevado no caso de Portugal, que surge como o quarto país onde o problema tem maior expressão (12% do crédito concedido estará malparado, segundo dados relativos ao final de 2012), depois de Grécia (cerca de 28%), Irlanda e Itália, mas à frente de Espanha e França.



O alerta é feito no quadro da avaliação económica intercalar da organização para as sete maiores economias mundiais, divulgada nesta terça-feira, no qual a OCDE constata que o ritmo de recuperação nas economias avançadas melhorou no segundo trimestre, devendo ser mantido a uma taxa semelhante na segunda metade do ano. No caso de Alemanha e França, as duas maiores economias do euro, a OCDE reviu em forte alta as suas previsões de crescimento, de 0,4% para 0,7% e de -0,3% para 0,3%, respectivamente. Já para Itália, refere a agência Bloomberg que a organização manteve inalterada em -1,8% a sua previsão de Maio para a evolução do PIB no conjunto de 2013. No caso dos Estados Unidos, a previsão de progressão da actividade é agora ligeiramente mais baixa (passou de 1,9% para 1,7%), mas são as economias emergentes as que estão a perder mais velocidade.



“A actividade está a expandir-se a taxas encorajadoras na América do Norte, no Japão e no Reino Unido, ao passo que a Zona Euro, como um todo, não está mais em recessão. Em várias das principais economias emergentes, no entanto, o crescimento abrandou”, escreve a OCDE, ao recomendar aos bancos centrais que mantenham políticas de baixas taxas de juro e de estímulo que suportem o crescimento, incluindo nos Estados Unidos onde a redução da dimensão do programa de compra de activos pela Reserva Federal deve ser “gradual” e acompanhada da manutenção de baixas taxas de juro “por algum tempo”. “Uma recuperação sustentável ainda não está firmemente estabelecida e riscos importantes permanecem. É necessário continuar a apoiar a procura, designadamente através de políticas monetárias não convencionais , a fim de minimizar o risco de a recuperação descarrilar”, argumenta a organização presidida por Angél Gurría (na foto).



Em relação à Zona Euro, a OCDE refere que os recentes progressos no sentido de montar uma supervisão bancária comum centrada no BCE, assim como a decisão de impor novas disposições para a resolução de bancos, são elementos positivos mas insuficientes para evitar novas crises no sector. “São necessárias medidas para garantir a credibilidade da avaliação da qualidade dos activos e os testes de ‘stress’ dos bancos”, sendo igualmente necessário “proporcionar mecanismos adequados de apoio financeiro para atender às deficiências de capital nos bancos”, considera.



Em relação ao combate ao endividamento público, a OCDE escreve que situação orçamental melhorou nos principais países desenvolvidos, à excepção do Japão, renovando o apelo ao estabelecimento de um plano de consolidação de médio prazo para os Estados Unidos, assim como à manutenção dos planos em curso nos países do euro, frisando, porém, que deve ser dado espaço para que os "estabilizadores automáticos sejam autorizados a operar plenamente" - ou seja, caso as economias europeias desapontem, as metas do défice devem ser proporcionalmente suavizadas.


A OCDE pede ainda redobrados cuidados no desenho dos pacotes de consolidação para que se protejam os grupos mais vulneráveis, aconselhando a que se dê prioridade aos gastos públicos destinados ao combate ao desemprego e reinserção no mercado de trabalho, e à redução das desigualdades.

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