Se queremos prosperar temos de voltar a ser navegadores!
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Re: Se queremos prosperar temos de voltar a ser navegadores!
Até podemos ser desenrascados ,mas é o desenrascado saloio.Somos desenrascados para o esquema, para dar a volta ao sistema , etc.. Não para o que interessa.Para isso não temos esperteza nenhuma.
Prova disso é que os "enrascados" é que inventam tudo neste mundo,tem economias estáveis , são primeiro mundo.Americanos , japoneses , alemães , e por aí vai que a fila é longa.
E nós, os desenrascados, estamos no TOP 10 do clube da bancarrota.
Até aquilo que já fazemos bem , vendemos mal. Prova disso é o vinho e o azeite.
Quanto aos navegadores:
Os que foram navegadores já morreram há muito , e a sua genética está espalhada por outros lugares. Um ou outro descendente fruto de um espermatozóide estragado mas com infeliz capacidade de reprodução ficou por aqui , como é o caso do Paulo Portas de Submarinos Irrevogáveis , descendente deficiente de Sacadura Cabral.
A330
Prova disso é que os "enrascados" é que inventam tudo neste mundo,tem economias estáveis , são primeiro mundo.Americanos , japoneses , alemães , e por aí vai que a fila é longa.
E nós, os desenrascados, estamos no TOP 10 do clube da bancarrota.
Até aquilo que já fazemos bem , vendemos mal. Prova disso é o vinho e o azeite.
Quanto aos navegadores:
Os que foram navegadores já morreram há muito , e a sua genética está espalhada por outros lugares. Um ou outro descendente fruto de um espermatozóide estragado mas com infeliz capacidade de reprodução ficou por aqui , como é o caso do Paulo Portas de Submarinos Irrevogáveis , descendente deficiente de Sacadura Cabral.
A330
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Re: Se queremos prosperar temos de voltar a ser navegadores!
fernmato Escreveu:Atomez Escreveu:tiagopt Escreveu:Uma das mais importantes características do povo português é a capacidade de improviso. É inegável, quase consensual! Experimentem perguntar a quem passa na rua o que acham dos portugueses.... ouvir-se-à vezes sem conta que somos "desenrascados". É uma palavra tão típica que não tem tradução directa para nenhuma das línguas que eu conheço. Se há um problema, nós improvisamos uma solução. Se há regras para cumprir, isso é que já é mais complicado...
É bem verdade. Só que isso não é uma virtude, é um defeito.
Não concordo. Na minha opinião, trata-se de uma das características fundamentais necessárias à inovação. Encontrar soluções "out of the box".
Só temos de arranjar um compromisso entre a capacidade de inovação e improviso, extremamente valorizada nas culturas adocráticas, e a capacidade de cumprir regras e protocolos, fundamental nas culturas hierárquicas (que, por sinal, é a cultura dominante na maioria das nossas organizações).
Infelizmente o nosso sistema empresarial e o nosso tecido produtivo baseiam-se no que temos de pior e ignoram a nossa principal mais-valia
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Re: Se queremos prosperar temos de voltar a ser navegadores!
Atomez Escreveu:tiagopt Escreveu:Uma das mais importantes características do povo português é a capacidade de improviso. É inegável, quase consensual! Experimentem perguntar a quem passa na rua o que acham dos portugueses.... ouvir-se-à vezes sem conta que somos "desenrascados". É uma palavra tão típica que não tem tradução directa para nenhuma das línguas que eu conheço. Se há um problema, nós improvisamos uma solução. Se há regras para cumprir, isso é que já é mais complicado...
É bem verdade. Só que isso não é uma virtude, é um defeito.
Não concordo. Na minha opinião, trata-se de uma das características fundamentais necessárias à inovação. Encontrar soluções "out of the box".
Linha de Tendência Análise da evolução dos principais indicadores macroeconómicos que afetam a economia portuguesa e europeia.
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Re: Se queremos prosperar temos de voltar a ser navegadores!
tiagopt Escreveu:Uma das mais importantes características do povo português é a capacidade de improviso. É inegável, quase consensual! Experimentem perguntar a quem passa na rua o que acham dos portugueses.... ouvir-se-à vezes sem conta que somos "desenrascados". É uma palavra tão típica que não tem tradução directa para nenhuma das línguas que eu conheço. Se há um problema, nós improvisamos uma solução. Se há regras para cumprir, isso é que já é mais complicado...
É bem verdade. Só que isso não é uma virtude, é um defeito.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Re: Se queremos prosperar temos de voltar a ser navegadores!
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ps. Já não é preciso terra para a agricultura!!!
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Carteira 69
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Se queremos prosperar temos de voltar a ser navegadores!
Uma das mais importantes características do povo português é a capacidade de improviso. É inegável, quase consensual! Experimentem perguntar a quem passa na rua o que acham dos portugueses.... ouvir-se-à vezes sem conta que somos "desenrascados". É uma palavra tão típica que não tem tradução directa para nenhuma das línguas que eu conheço. Se há um problema, nós improvisamos uma solução. Se há regras para cumprir, isso é que já é mais complicado...
Somos um povo marcadamente voltado para o improviso e para a criação, desde há séculos! A nossa história está repleta de exemplos, e não me refiro apenas aos Descobrimentos!
Então, pergunto eu, por que motivo passamos os últimos dois séculos a desvirtuar a maior benesse do nosso povo e adoptamos um sistema económico baseado na prestação de serviços e replicação? Por que motivo somos um dos países da UE a 27 que mais gasta em educação (6,35% do PIB, Fonte: Eurostat) e um dos que menos gasta em educação para a investigação e desenvolvimento (0,1% do PIB, Fonte: Eurostat)?
A resposta parece-me óbvia, andamos à deriva... Não fazemos ideia do que queremos, de onde estamos, onde queremos chegar. Culpar um governo, ou vários, pode ajudar a identificar uma das causas do problema mas não é sequer o primeiro passo para a sua resolução. Se hoje estamos mal, e estamos, a culpa é de todos nós. E da mesma forma caberá a cada um de nós fazer algo para alterar o sentido do nosso futuro.
Insisto, a resposta é simples, temos de voltar a ser navegadores! Não no sentido textual, ou pelo menos não totalmente (se bem que começarmos a aproveitar melhor a nossa orla costeira também não seria descabido). No sentido figurado, representativo da revolução que impusemos ao mundo com base no nosso espírito aventureiro e destemido! Não vamos conseguir produzir têxteis a um preço mais baixo que a China, eles usam mão de obra infantil! Não vamos conseguir produzir fruta mais barata que a Espanha, os nossos montes e vales levam-nos ao jogo da agricultura de escala com 5 pontos de desvantagem logo na casa partida! Não vamos conseguir produzir electrodomésticos de forma mais eficiente que os Alemães, eles são robôs de carne e osso! Então vamos aproveitar o único factor que nos diferencia do resto do mundo, a nossa criatividade produtiva... Vamos produzir com diferenciação, vamos subir preços e dar razões a quem compra para seleccionar o que é nosso!
A Siemens foi uma das primeiras empresas a descobrir o potencial de que eu falo. Há uns anos foi feito um concurso entre todas as sedes da Siemens espalhadas pelo mundo para a instalação de um centro de investigação e desenvolvimento. Após uma luta muito renhida com a Índia, Portugal foi escolhido para a instalação do centro de investigação para o futuro de uma das maiores multinacionais do mundo! E fomos escolhidos principalmente por nos ter sido reconhecido este extraordinário potencial de inovação.
Recentemente a empresa investiu milhões no nosso país num projecto, o hospital do futuro. Este hospital está a testar e a desenvolver tecnologia que será utilizada nos hospitais de todo o mundo daqui a 30 anos!
Porque é que esta empresa viu algo no nosso país que nós próprios temos ignorado? Provavelmente porque a nossa baixa auto-estima não nos permite valorizar o que de melhor temos. E a rede de informação que nos rodeia também não ajuda no processo. Quantas pessoas estão informadas acerca destes importantes projectos que a Siemens está a desenvolver no nosso país? Certamente menos do que as que sabem que o nosso ex primeiro-ministro andou a estudar Filosofia em França.
Ao não valorizarmos as nossas melhores características somos incapazes de transmitir a sua importância a todas as outras multinacionais que vêm a Portugal apenas em busca de mão de obra barata. E o ciclo repete-se.
Voltemos à investigação aplicada, aquela que para mim é a chave deste enigma. O que é fazer investigação em Portugal? Resposta simples: é escrever artigos para completar um grau académico. Para que servem esses artigos? Para nada, geralmente acabam no fundo de uma gaveta, cheios de pó. Qual é o papel estratégico do estado neste processo? Apoia este desperdício, pega nos investigadores de teoria e coloca-os nas universidades a transmitirem investigação de teoria às gerações vindouras.
Hmm... qual seria então a solução para este problema? Quem sabem apoiar apenas a investigação produtiva e dar seguimento somente aos projectos viáveis... E, mais importante que tudo, estimular a interacção entre os investigadores e as empresas, em vez de se bloquearem competências com cláusulas de exclusividade!! Repare-se no gráfico abaixo, da Eurostat. Somos um dos países da Europa com menor número de investigadores nas empresas, lado a lado com países como a Grécia, a Lituânia e a Estónia... Notar-se-à aqui um padrão?
Para terminar, que a reflexão já vai longa, permitam-me que deite para o ar uma ideia... Já que os serviços estatais terão de ser desalavancados e os seus trabalhadores reabilitados, por que não reabilitá-los para o desenvolvimento sustentado? A investigação e o desenvolvimento não têm de ser obrigatoriamente desenvolvidos por doutorados e académicos, pelo menos não de forma exclusiva. Canalizem-se os poucos recursos que ainda nos restam para o desenvolvimento e protecção de novas ideias. Criem-se grupos de trabalho (trabalho como sinónimo de acção, não apenas de troca de ideias) para descobrir e aplicar factores de diferenciação em todas as áreas do nosso tecido empresarial. Se temos de mudar, vamos aproveitar e mudar para melhor. Se ninguém tivesse construído o primeiro barco, ainda hoje a América estaria por descobrir...
Somos um povo marcadamente voltado para o improviso e para a criação, desde há séculos! A nossa história está repleta de exemplos, e não me refiro apenas aos Descobrimentos!
Então, pergunto eu, por que motivo passamos os últimos dois séculos a desvirtuar a maior benesse do nosso povo e adoptamos um sistema económico baseado na prestação de serviços e replicação? Por que motivo somos um dos países da UE a 27 que mais gasta em educação (6,35% do PIB, Fonte: Eurostat) e um dos que menos gasta em educação para a investigação e desenvolvimento (0,1% do PIB, Fonte: Eurostat)?
A resposta parece-me óbvia, andamos à deriva... Não fazemos ideia do que queremos, de onde estamos, onde queremos chegar. Culpar um governo, ou vários, pode ajudar a identificar uma das causas do problema mas não é sequer o primeiro passo para a sua resolução. Se hoje estamos mal, e estamos, a culpa é de todos nós. E da mesma forma caberá a cada um de nós fazer algo para alterar o sentido do nosso futuro.
Insisto, a resposta é simples, temos de voltar a ser navegadores! Não no sentido textual, ou pelo menos não totalmente (se bem que começarmos a aproveitar melhor a nossa orla costeira também não seria descabido). No sentido figurado, representativo da revolução que impusemos ao mundo com base no nosso espírito aventureiro e destemido! Não vamos conseguir produzir têxteis a um preço mais baixo que a China, eles usam mão de obra infantil! Não vamos conseguir produzir fruta mais barata que a Espanha, os nossos montes e vales levam-nos ao jogo da agricultura de escala com 5 pontos de desvantagem logo na casa partida! Não vamos conseguir produzir electrodomésticos de forma mais eficiente que os Alemães, eles são robôs de carne e osso! Então vamos aproveitar o único factor que nos diferencia do resto do mundo, a nossa criatividade produtiva... Vamos produzir com diferenciação, vamos subir preços e dar razões a quem compra para seleccionar o que é nosso!
A Siemens foi uma das primeiras empresas a descobrir o potencial de que eu falo. Há uns anos foi feito um concurso entre todas as sedes da Siemens espalhadas pelo mundo para a instalação de um centro de investigação e desenvolvimento. Após uma luta muito renhida com a Índia, Portugal foi escolhido para a instalação do centro de investigação para o futuro de uma das maiores multinacionais do mundo! E fomos escolhidos principalmente por nos ter sido reconhecido este extraordinário potencial de inovação.
Recentemente a empresa investiu milhões no nosso país num projecto, o hospital do futuro. Este hospital está a testar e a desenvolver tecnologia que será utilizada nos hospitais de todo o mundo daqui a 30 anos!
Porque é que esta empresa viu algo no nosso país que nós próprios temos ignorado? Provavelmente porque a nossa baixa auto-estima não nos permite valorizar o que de melhor temos. E a rede de informação que nos rodeia também não ajuda no processo. Quantas pessoas estão informadas acerca destes importantes projectos que a Siemens está a desenvolver no nosso país? Certamente menos do que as que sabem que o nosso ex primeiro-ministro andou a estudar Filosofia em França.
Ao não valorizarmos as nossas melhores características somos incapazes de transmitir a sua importância a todas as outras multinacionais que vêm a Portugal apenas em busca de mão de obra barata. E o ciclo repete-se.
Voltemos à investigação aplicada, aquela que para mim é a chave deste enigma. O que é fazer investigação em Portugal? Resposta simples: é escrever artigos para completar um grau académico. Para que servem esses artigos? Para nada, geralmente acabam no fundo de uma gaveta, cheios de pó. Qual é o papel estratégico do estado neste processo? Apoia este desperdício, pega nos investigadores de teoria e coloca-os nas universidades a transmitirem investigação de teoria às gerações vindouras.
Hmm... qual seria então a solução para este problema? Quem sabem apoiar apenas a investigação produtiva e dar seguimento somente aos projectos viáveis... E, mais importante que tudo, estimular a interacção entre os investigadores e as empresas, em vez de se bloquearem competências com cláusulas de exclusividade!! Repare-se no gráfico abaixo, da Eurostat. Somos um dos países da Europa com menor número de investigadores nas empresas, lado a lado com países como a Grécia, a Lituânia e a Estónia... Notar-se-à aqui um padrão?
Para terminar, que a reflexão já vai longa, permitam-me que deite para o ar uma ideia... Já que os serviços estatais terão de ser desalavancados e os seus trabalhadores reabilitados, por que não reabilitá-los para o desenvolvimento sustentado? A investigação e o desenvolvimento não têm de ser obrigatoriamente desenvolvidos por doutorados e académicos, pelo menos não de forma exclusiva. Canalizem-se os poucos recursos que ainda nos restam para o desenvolvimento e protecção de novas ideias. Criem-se grupos de trabalho (trabalho como sinónimo de acção, não apenas de troca de ideias) para descobrir e aplicar factores de diferenciação em todas as áreas do nosso tecido empresarial. Se temos de mudar, vamos aproveitar e mudar para melhor. Se ninguém tivesse construído o primeiro barco, ainda hoje a América estaria por descobrir...
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