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Re: Produto de investimento CLN ?

MensagemEnviado: 14/7/2013 23:03
por Elias
Ao consultar o site da CMVM encontrei o seguinte produto CLN sobre a PT:
http://web3.cmvm.pt/sdi2004/pfc/docs/fsd27999.pdf

Na página 5 são apresentados dois cenários distintos ("central" e "optimista"), aos quais são atribuídas probabilidades diferentes, mas depois de ler e reler, não encontro nada que os distinga.

Alguém consegue perceber o que justifica a diferença de probabilidades?

MensagemEnviado: 23/5/2013 23:40
por VirtuaGod
Não estás longe da verdade ferreira10. Acrescento a isso apenas a construção de CLNs com base em CDSs (daí a ISDA fazer parte do prospecto do produto). Mas são produtos mundiais. É fácil encontrar info sobre eles. Basta uma pesquisa google...

http://en.wikipedia.org/wiki/Credit-linked_note

P.S. Já percebi a confusão quando disse "A PT não pode entrar em incumprimenito". O que eu queria dizer era que "a PT não pode entrar em incumprimento para o produto ter sucesso". Ou seja o produto é uma "aposta" que a PT não entra em incumprimento.

Não queria com isso dizer que a PT vai ou não entrar em incumprimento, peço desculpa por ter sido pouco claro inicialmente.

MensagemEnviado: 23/5/2013 23:37
por ferreira10
Os CNLs foram-me sempre propostos ao longo dos anos.Eu tenho o entendimento que é uma forma de piramidar o risco; dado que ao risco da entidade emitente, acresce o risco da entidade creditícia, tal como o VirtuaGod referiu.


A ideia que tenho é que os CNLs são maneiras do banco transferir o risco para o cliente.Alguns leilões são somente acessíveis a institucionais; os bancos marcam presença nesses leilões; tratam de comprar obrigações a taxas simpáticas, e comercializam-nas a taxas mais baixas, junto dos clientes de retalho.Uma forma de garantirem uns 3% a 2% garantidos sem riscos nenhuns para o banco.Dado que os riscos são transferidos para o cliente.

Quem tenha o conhecimento da negociação de obrigações, ou no mercado secundário, ou no primário se este for acessível ao investidor,deve naturalmente optar por esta estratégia.É o meu entendimento.

MensagemEnviado: 23/5/2013 23:18
por VirtuaGod
Drecksack Escreveu:Porque dizes que a PT não pode entrar em incuprimento?


Pode claro. Não disse que não. Como disse depois, o risco reputacional é enorme. Tens de pensar qual é que achas que é a probabilidade de a PT não pagar o que deve. O que eu disse é que não pagar o que deve é diferente de ir à falência. Ou seja, há maior probabilidade de "não pagar o que deve" do que ir "à falência". Basta não pagar um cupão que dispara o produto que é feito com base em CDSs.

Estou longe de achar que é impossível, no máximo poderia achar improvável.

Drecksack Escreveu:Na tua opinião, esta CLN tem o mesmo risco que uma obrigação ?


Não é uma opinião. Um CLN tem mais risco que uma obrigação da PT pois envolve duas entidades. A PT e o BESI. Entidade sobre quem é feito o CLN (PT) e quem emite (BESI).

MensagemEnviado: 23/5/2013 23:12
por VirtuaGod
Sr_SNiper Escreveu:
VirtuaGod Escreveu:O produto é simplissimo. São produtos feitos com base na qualidade creditícia de uma empresa e por isso tem risco da empresa, PT neste caso, mais o risco da entidade emissora, o BESI neste caso.

A PT não pode entrar em incumprimento (não confundir com a falência pois a PT não precisa de ir à falência para disparar um evento de crédito).

Como o documento muito bem diz:

Evento de Crédito: Entende-se como evento de crédito as situações contempladas pela ISDA (International Swaps and Derivatives Association, Inc.), conforme determinado pelo Agente de Cálculo, tendo em consideração as determinações da ISDA (informação disponível em http://www.isda.org/credit/), cabendo ao mesmo a notificação da sua ocorrência e o cálculo do valor de reembolso antecipado: Falha no Pagamento (Failure to pay), Reestruturação dos termos originais contratualizados de obrigações, créditos ou empréstimos (Restructuring), Insolvência (Bankruptcy).

Ou seja a falência é um dos 3 casos que pode levar ao default. Um default, ou não pagamento de juros, restruturação da dívida é uma coisa séria, e não é levada de ânimo leve por qualquer empresa a nível mundial.

Tem tb risco BESI que deve andar +/- como risco BES.

Para a PT não pagar os cupões e dizer que não devolve o guito, primeiro a PT não tem que vender tudo o que tem para distribuir aos credores, entrando em falência?
PS: Dá uma vista no teu 93 :)


São questões legais que desconheço. Nos EUA existe um chapter 11 que faz com que uma empresa possa não pagar as dividas não vendendo tudo (A GM fez isso em 2008). Não sei quando a facilidade de a PT dizer "não pagamos" cá em Portugal mas assumo que mais que o risco legal existe um risco reputacional que uma empresa como a PT não estará disposta a correr com certeza. Ainda por cima já tem o mercado internacional aberto... e as Obrigações da PT (então as da OPS no verão passado nem digo nada) têm vindo a subir bem, mostrando um acreditar do mercado na qualidade creditícia da empresa.

MensagemEnviado: 23/5/2013 23:11
por Sr_SNiper
Drecksack Escreveu:
VirtuaGod Escreveu:O produto é simplissimo. São produtos feitos com base na qualidade creditícia de uma empresa e por isso tem risco da empresa, PT neste caso, mais o risco da entidade emissora, o BESI neste caso.

A PT não pode entrar em incumprimento (não confundir com a falência pois a PT não precisa de ir à falência para disparar um evento de crédito).

Como o documento muito bem diz:

Evento de Crédito: Entende-se como evento de crédito as situações contempladas pela ISDA (International Swaps and Derivatives Association, Inc.), conforme determinado pelo Agente de Cálculo, tendo em consideração as determinações da ISDA (informação disponível em http://www.isda.org/credit/), cabendo ao mesmo a notificação da sua ocorrência e o cálculo do valor de reembolso antecipado: Falha no Pagamento (Failure to pay), Reestruturação dos termos originais contratualizados de obrigações, créditos ou empréstimos (Restructuring), Insolvência (Bankruptcy).

Ou seja a falência é um dos 3 casos que pode levar ao default. Um default, ou não pagamento de juros, restruturação da dívida é uma coisa séria, e não é levada de ânimo leve por qualquer empresa a nível mundial.

Tem tb risco BESI que deve andar +/- como risco BES.


Li 2 vezes a tua mensagem, mas não entendo bem.

Porque dizes que a PT não pode entrar em incuprimento?

Na tua opinião, esta CLN tem o mesmo risco que uma obrigação ?

Não de uma obrigação, mas de duas. Mas para venderes não consegues, a liquidez dos CLN são zero. As obrigaçoes sempre consegues vender

MensagemEnviado: 23/5/2013 23:08
por MatildeSerrano
VirtuaGod Escreveu:O produto é simplissimo. São produtos feitos com base na qualidade creditícia de uma empresa e por isso tem risco da empresa, PT neste caso, mais o risco da entidade emissora, o BESI neste caso.

A PT não pode entrar em incumprimento (não confundir com a falência pois a PT não precisa de ir à falência para disparar um evento de crédito).

Como o documento muito bem diz:

Evento de Crédito: Entende-se como evento de crédito as situações contempladas pela ISDA (International Swaps and Derivatives Association, Inc.), conforme determinado pelo Agente de Cálculo, tendo em consideração as determinações da ISDA (informação disponível em http://www.isda.org/credit/), cabendo ao mesmo a notificação da sua ocorrência e o cálculo do valor de reembolso antecipado: Falha no Pagamento (Failure to pay), Reestruturação dos termos originais contratualizados de obrigações, créditos ou empréstimos (Restructuring), Insolvência (Bankruptcy).

Ou seja a falência é um dos 3 casos que pode levar ao default. Um default, ou não pagamento de juros, restruturação da dívida é uma coisa séria, e não é levada de ânimo leve por qualquer empresa a nível mundial.

Tem tb risco BESI que deve andar +/- como risco BES.


Li 2 vezes a tua mensagem, mas não entendo bem.

Porque dizes que a PT não pode entrar em incuprimento?

Na tua opinião, esta CLN tem o mesmo risco que uma obrigação ?

MensagemEnviado: 23/5/2013 23:04
por Sr_SNiper
VirtuaGod Escreveu:O produto é simplissimo. São produtos feitos com base na qualidade creditícia de uma empresa e por isso tem risco da empresa, PT neste caso, mais o risco da entidade emissora, o BESI neste caso.

A PT não pode entrar em incumprimento (não confundir com a falência pois a PT não precisa de ir à falência para disparar um evento de crédito).

Como o documento muito bem diz:

Evento de Crédito: Entende-se como evento de crédito as situações contempladas pela ISDA (International Swaps and Derivatives Association, Inc.), conforme determinado pelo Agente de Cálculo, tendo em consideração as determinações da ISDA (informação disponível em http://www.isda.org/credit/), cabendo ao mesmo a notificação da sua ocorrência e o cálculo do valor de reembolso antecipado: Falha no Pagamento (Failure to pay), Reestruturação dos termos originais contratualizados de obrigações, créditos ou empréstimos (Restructuring), Insolvência (Bankruptcy).

Ou seja a falência é um dos 3 casos que pode levar ao default. Um default, ou não pagamento de juros, restruturação da dívida é uma coisa séria, e não é levada de ânimo leve por qualquer empresa a nível mundial.

Tem tb risco BESI que deve andar +/- como risco BES.

Para a PT não pagar os cupões e dizer que não devolve o guito, primeiro a PT não tem que vender tudo o que tem para distribuir aos credores, entrando em falência?
PS: Dá uma vista no teu 93 :)

MensagemEnviado: 23/5/2013 23:01
por VirtuaGod
O produto é simplissimo. São produtos feitos com base na qualidade creditícia de uma empresa e por isso tem risco da empresa, PT neste caso, mais o risco da entidade emissora, o BESI neste caso.

A PT não pode entrar em incumprimento (não confundir com a falência pois a PT não precisa de ir à falência para disparar um evento de crédito).

Como o documento muito bem diz:

Evento de Crédito: Entende-se como evento de crédito as situações contempladas pela ISDA (International Swaps and Derivatives Association, Inc.), conforme determinado pelo Agente de Cálculo, tendo em consideração as determinações da ISDA (informação disponível em http://www.isda.org/credit/), cabendo ao mesmo a notificação da sua ocorrência e o cálculo do valor de reembolso antecipado: Falha no Pagamento (Failure to pay), Reestruturação dos termos originais contratualizados de obrigações, créditos ou empréstimos (Restructuring), Insolvência (Bankruptcy).

Ou seja a falência é um dos 3 casos que pode levar ao default. Um default, ou não pagamento de juros, restruturação da dívida é uma coisa séria, e não é levada de ânimo leve por qualquer empresa a nível mundial.

Tem tb risco BESI que deve andar +/- como risco BES.

Produto de investimento CLN ?

MensagemEnviado: 23/5/2013 22:49
por MatildeSerrano
Boas,

O meu Banco sugeriu-me a seguinte CLN: http://www.2shared.com/document/qxPG2b4 ... nce_3.html

Em termos de risco, isto é considerado um produto de alto risco ?

"4. Cenários e Probabilidades" na página 4 mete medo na minha perspectiva.

Estou bastante interessado, mas o facto de mencionarem tantos alertas na primeira página, deixa-me de pé atrás.