Novabase regressa ao PSI-20 em Março e tira lugar do ESFG
22 Fevereiro 2013, 19:43 por Diogo Cavaleiro |
diogocavaleiro@negocios.pt
Quase seis anos depois, a tecnológica volta a integrar o principal índice de referência de Lisboa na sessão de 18 de Março. Pelo contrário, nesse dia, a “holding” que detém o BES já não negoceia no PSI-20.
A Novabase vai voltar a integrar o índice de referência da praça nacional a partir de Março. A tecnológica vai tirar o lugar ao Espírito Santo Financial Group (ESFG) na revisão anual do PSI-20, anunciou hoje a Euronext Lisbon.
A empresa liderada por Luís Paulo Salvado (na foto) regressa ao índice, depois de o ter abandonado em Julho de 2007 – quando foi substituída pela Soares da Costa, que já não se encontra no PSI-20. A revisão anual tem em conta a liquidez das constituintes da Bolsa de Lisboa.
Já no ano passado, quando houve uma revisão intercalar do índice em Setembro, onde as empresas alvo de ofertas públicas de aquisição Cimpor e Brisa foram substituídas, a Novabase era apontada como uma forte candidata a integrar o índice – a tecnológica chegou a valorizar-se em bolsa devido a essa expectativa. Tal não aconteceu, já que a Cofina e o Banif ocuparam o seu lugar mas, meses depois, o regresso ao PSI-20 torna-se uma realidade.
A Novabase terminou hoje a negociar nos 2,91 euros, acumulando uma valorização de 26,5% desde o início do ano. Com uma capitalização bolsista de 91,4 milhões de euros, a empresa chegou a tocar nos 3,08 euros por acção no início de Fevereiro, renovando aí um máximo de Maio de 2011.
Este mês, a tecnológica apresentou uma triplicação dos lucros em 2012 para os 7,9 milhões de euros.
ESFG sai do PSI-20 um ano depois
O ESFG, dono do BES, vai deixar o índice um ano depois de ter entrado, altura em que ocupou o lugar do Banif (que regressou, depois, ao PSI-20 em Setembro, onde se vai manter).
A entrada da “holding” financeira, que além do BES tem negócios na saúde (Espírito Santo Saúde) e nos seguros (Tranquilidade), ocorreu a 19 de Março de 2012 quando se estreou a cotar nos 5,60 euros.
Hoje, a empresa fechou a valer 5,20 euros por acção, o que representa uma desvalorização de 7% neste período. O ESFG tem negociado sempre, ao longo destes 11 meses, entre os 5 e os 5,80 euros. A empresa apresenta um valor de mercado de 1,08 mil milhões de euros, bastante superior ao da Novabase.
JM, PT e EDP perdem peso no PSI-20
“Depois do fecho da negociação na sexta-feira, 15 de Março de 2013, será publicado o novo divisor do índice”, indica, no comunicado, a Euronext. O novo divisor vai indicar o peso que cada cotada terá no novo PSI-20 sendo que, na revisão anual, é definido o limite máximo de 15% para o peso de cada empresa no desempenho do índice.
A Jerónimo Martins, que conta com um peso actual de 17,9% no comportamento do PSI-20, a Portugal Telecom, com 15,5%, e a EDP, com 15,4%, vão sentir uma descida do seu peso para, no máximo, 15%. A percentagem sobrante é, depois, distribuída pelas restantes cotadas.
Neste momento, cinco das 20 empresas contribuem, cada uma, para menos de 1% da evolução do PSI-20. São elas a Sonaecom, Mota-Engil, Sonae Indústria, Banif e Cofina.
Banca perde representatividade no PSI-20
A Novasebase junta-se às restantes 19 empresas e o PSI-20 volta a ter uma empresa de tecnologias, ao passo que a banca perde uma cotada. Do sector financeiro, encontra-se na principal “montra” do mercado nacional o BCP, BPI, BES e Banif. Nas telecomunicações, a Portugal Telecom está acompanhada pelas Zon Multimédia e Sonaecom.
A EDP, da energia, está ao lado da EDP Renováveis e da REN, sendo que a petrolífera Galp também integra este sector. No lado industrial, a Sonae Indústria, Altri, Semapa, Portucel e Mota-Engil são os elementos do PSI-20. A Jerónimo Martins e a Sonae são os membros do retalho. A terminar, encontra-se a Cofina (dona do Negócios), da área dos media.
Para que serve estar no PSI-20?
O PSI-20 é o índice de referência da Bolsa de Lisboa, sendo aquele que é seguido para acompanhar a evolução do mercado nacional. A chegada ao PSI-20 é, assim, a entrada naquela que é a principal “montra” da praça portuguesa, o que dá uma maior visibilidade à empresa junto dos investidores.
Muitos fundos de investimentos replicam as cotadas que constituem o índice pelo que a entrada de uma empresa no PSI-20 pode significar que esses fundos possam passar a seguir a referida empresa.
(Notícia actualizada às 20h23 com mais informações)