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MensagemEnviado: 26/11/2012 23:36
por mcarvalho
Texano Bill Escreveu:Afinal, quem foram os principais instigadores da tomada do poder em 1975? Parte do PCP, os maoistas, os trotskistas?
Sou demasiado novo para ter vivido essa altura, e parece tudo tão obscuro à volta do que se passou no verão quente e levou ao 25 de novembro.



estive ausente e não pude abompanhar..

eu vivi estes momentos confusos e já escrevi aqui no caldeirao sobre isso..

Disseram a um povo que era livre mas não lhe disseram o que era a liberdade... e então foi o vale tudo e imperou a lei do mais forte em termos de organização, de falta de escrupulos e as vinganças pessoais..

...

mais uma vez foi o Norte a tomar a iniciativa e a defender o país e os seus valores...

não me posso alongar mas a unica emissora que transmitia musica "normal" e não revolucionária era a Rádio Renascensa.. que tentaram calar ... mas não conseguiram .. porque tiveram quem a defendesse..

É curioso verificar o percurso da grande maioria desses revolucionários que só se preocupavam com o "bem estar do povo" ... onde está hoje o seu bem estar (deles ) e o do povo..

recordo só um

http://www.youtube.com/watch?v=uPlNy70e96o

....

Gostava só de referir que no dia 24 de Abril 90% dos Portugueses não sabiam nem queriam saber ... no dia 26 quasi 100% doe Portugueses eram antifascistas.. operários e camponeses, conheciam o Alvaro Cunhal e o Mario Soares e até tinham posto bombas com Palma Inácio.... apesar de terem todos estado presos .. e aproveitaram para sanear o chefe e o patrão .. para ocupar o lugar deles..

Enfim .. desculpem é muito a correr..

Adorei a revolução... tive o prazer de conhecer e lidar com alguns homens honestos e corajosos..( Salgueiro Maia foi um deles)mas .. tal como ele a desilusão veio muito cedo

abraço

mcarvalho

ps fico por aqui

mas , para mim ,Almirante Pinheiro de Azevedo, o Gen Pires Veloso, Jaime Neves, Santos e Castro, Alpoim Galvão e tantos outros anónimos.. foram heróis.. pois não era fácil ir contra a corrente . naquela altura..

MensagemEnviado: 26/11/2012 17:41
por Texano Bill
ul Escreveu:Podes saber mais lendo este livro:

25 de Novembro de 1975: os comandos e o combate pela liberdade, foi escrito em co-autoria com Francisco Proença Garcia e Rui Domingues da Fonseca.


Obrigado pela sugestão, nas férias irei dar com certeza uma vista de olhos :)

MensagemEnviado: 26/11/2012 16:57
por Opcard
Richardj, sempre gostei de resposta curtas e objectivas e esta tem esse mérito .

Para agravar , quem acumule dinheiro pelo seu trabalho, é mal visto em muitos dos países ocidentais e depois, quem arrisca sabe que, se perder, a perda será só sua, mas se ganhar tem de dividir e ainda lhe chamam nomes , em França o único rico bem visto é o que ganhou recentemente 68 000 000 e euros no euromilhoes .

Penso que a escassez de inovação e espírito empreendedor tem a ver com esta mentalidade , ao contrario dos países asiáticos .

Nos pensamos que temos mais liberdade , mas no fim votamos quem nos restringe a liberdade ou melhor votamos num partido que nos vai gerir os nossos bens em nosso nome.



richardj Escreveu:
alexandre7ias Escreveu:E hoje estamos a um passo de que? Alguém sabe?


a um passo de perceber que 1000 milhões de ocidentais não vão ganhar 4 5 vezes mais que os restantes 6000 milhões de habitantes deste planeta e que o crescimento desses "restantes" países para um nível de vida que no ocidente é garantido à mais de 50 anos, vai implicar um empobrecimento relativo a esses países nos próximos 20 30 anos.

MensagemEnviado: 26/11/2012 16:12
por JMHP
richardj Escreveu:
alexandre7ias Escreveu:E hoje estamos a um passo de que? Alguém sabe?


a um passo de perceber que 1000 milhões de ocidentais não vão ganhar 4 5 vezes mais que os restantes 6000 milhões de habitantes deste planeta e que o crescimento desses "restantes" países para um nível de vida que no ocidente é garantido à mais de 50 anos, vai implicar um empobrecimento relativo a esses países nos próximos 20 30 anos.


Não foi há muito tempo distante que fazíamos concertos de solidariedade para esses países... Hoje andamos por alguns desses países de mão estendida a pedir investimento.

As voltas que o mundo dá.... :roll:

MensagemEnviado: 26/11/2012 15:27
por richardj
alexandre7ias Escreveu:E hoje estamos a um passo de que? Alguém sabe?


a um passo de perceber que 1000 milhões de ocidentais não vão ganhar 4 5 vezes mais que os restantes 6000 milhões de habitantes deste planeta e que o crescimento desses "restantes" países para um nível de vida que no ocidente é garantido à mais de 50 anos, vai implicar um empobrecimento relativo a esses países nos próximos 20 30 anos.

MensagemEnviado: 26/11/2012 14:29
por rollingsnowball
elreidom Escreveu:
sky_above_you Escreveu:acho que ninguém pode negar que estivemos a um passo de uma guerra civil e não faz sentido dizerem que o PC não estava envolvido porque para estarmos a um passo da guerra é preciso que hajam dois lados e um deles era sem dúvida o sul de esquerda e o outro o tal norte conservador(ainda saíram uns aviões com militares do norte para Lisboa que felizmente quando chegaram a Lisboa voltaram para trás por o problema estar resolvido)... Quanto ao PC é bastante óbvio que viram que se tentassem tomar o poder à força ia haver guerra (e que o outro lado era bem capaz de estar melhor preparado) e que não lhes tiravam a hipotese de tentar chegar ao poder por eleições (já que ao contrário do que acontece em muitos outros países o comunismo cá não é proibido, só o extremismo direita) eles cederam...

a opção era entre guerra e um provável nada e alguma coisa..é fácil decidir..


Essa visão parece-me muito redutora.

1º - A extrema esquerda no Verão Quente ia muito além do PCP, e aliás confrontava-se com frequência. Foi de outros movimentos extremistas que surgiram os principais grupos terroristas (como as FP-25). O PCP teve o seu braço armado, a ARA, entre 70 e 73, mas curiosamente tinha a peculiaridade de evitar ao máximo os danos pessoais nas suas acções, preferindo os actos de sabotagem (houve apenas uma morte acidental). Portanto, não havia apenas "dois lados".

2º - A Extrema Direita não é proibida em Portugal. Apenas são proibidos os partidos que defendam ideologia racista ou fascista. Aliás, o PNR é um partido de extrema direita e vai existindo. Essa é uma ideia vai sendo repetida mas não se torna verdade por isso.

O PNR existe porque foi comprado... entretanto já tentaram criar um partido mais moderado que o actual PNR que foi proibido... certamente que se tentassem criar o PNR de novo não conseguiriam

ps: não estou contra o serem proibidos.. acho é que devia ser idêntico para os dois lados ou ambos autorizados ou ambos proibidos

MensagemEnviado: 26/11/2012 14:05
por Heisenberg
Nahoot Escreveu:
elreidom Escreveu:[...]

2º - A Extrema Direita não é proibida em Portugal. Apenas são proibidos os partidos que defendam ideologia racista ou fascista. Aliás, o PNR é um partido de extrema direita e vai existindo. Essa é uma ideia vai sendo repetida mas não se torna verdade por isso.


Não estou dentro da lei portanto se alguém sabe mais que eu que se acuse.
Penso que o PNR aproveitou uma lacuna na lei. Aquilo que é proibido é a criação de partidos de ideologia racista/fascista.
Aquilo que os membros do PNR fizeram foi, segundo sei, entrar num partido que já existia e "toma-lo". Este partido era o Partido Renovador Democrático, que estava em decadência e cheio de dividas. Os membros do PNR pegaram nele, pagaram as dividas e mudaram o nome e a ideologia. Sendo assim não tiveram de criar um partido novo.


O Artigo 42º da Constituição diz, a respeito da Liberdade de Associação, o seguinte:

4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista.

Portanto, não são consentidas associações (onde se enquadram os partidos) racistas ou com ideologia fascista. Daqui se depreende que não é consentida a criação ou existência. Talvez haja depois legislação específica mais confusa, mas a Constituição é clara.

MensagemEnviado: 26/11/2012 12:57
por nahoot
elreidom Escreveu:[...]

2º - A Extrema Direita não é proibida em Portugal. Apenas são proibidos os partidos que defendam ideologia racista ou fascista. Aliás, o PNR é um partido de extrema direita e vai existindo. Essa é uma ideia vai sendo repetida mas não se torna verdade por isso.


Não estou dentro da lei portanto se alguém sabe mais que eu que se acuse.
Penso que o PNR aproveitou uma lacuna na lei. Aquilo que é proibido é a criação de partidos de ideologia racista/fascista.
Aquilo que os membros do PNR fizeram foi, segundo sei, entrar num partido que já existia e "toma-lo". Este partido era o Partido Renovador Democrático, que estava em decadência e cheio de dividas. Os membros do PNR pegaram nele, pagaram as dividas e mudaram o nome e a ideologia. Sendo assim não tiveram de criar um partido novo.

MensagemEnviado: 26/11/2012 11:48
por Opcard
Este sim mereciam uma homenagem , era a época a única unidade onde a disciplina imperava e sem isso teria sido o caos.

Podes saber mais lendo este livro:

25 de Novembro de 1975: os comandos e o combate pela liberdade, foi escrito em co-autoria com Francisco Proença Garcia e Rui Domingues da Fonseca.


Texano Bill Escreveu:Afinal, quem foram os principais instigadores da tomada do poder em 1975? Parte do PCP, os maoistas, os trotskistas?
Sou demasiado novo para ter vivido essa altura, e parece tudo tão obscuro à volta do que se passou no verão quente e levou ao 25 de novembro.

MensagemEnviado: 26/11/2012 3:05
por Texano Bill
Afinal, quem foram os principais instigadores da tomada do poder em 1975? Parte do PCP, os maoistas, os trotskistas?
Sou demasiado novo para ter vivido essa altura, e parece tudo tão obscuro à volta do que se passou no verão quente e levou ao 25 de novembro.

MensagemEnviado: 26/11/2012 2:53
por Heisenberg
ul Escreveu:Mas ao logo deste anos sempre tive curiosidade para saber o que verdadeiramente se passou falei com muita gente até antigos responsáveis do PC também aproveitei os meus 3 anos de serviço militar

É minha convicção que uma parte do PC estava preparado para uma tomada do poder.


Só que essa convicção, que é de muitos, não chega para escrever a história. De que forma estavam preparados? Que parte do PCP era essa? Atenção que eu não estou preocupado em defender ninguém, apenas gostaria de saber a história com dados mais concretos, e não apenas as opiniões que nunca vêm de quem estava lá dentro. A história é escrita pelos vencedores, mas é mais fiável se for escrita um pouco por todas as partes.

MensagemEnviado: 26/11/2012 2:44
por Heisenberg
sky_above_you Escreveu:acho que ninguém pode negar que estivemos a um passo de uma guerra civil e não faz sentido dizerem que o PC não estava envolvido porque para estarmos a um passo da guerra é preciso que hajam dois lados e um deles era sem dúvida o sul de esquerda e o outro o tal norte conservador(ainda saíram uns aviões com militares do norte para Lisboa que felizmente quando chegaram a Lisboa voltaram para trás por o problema estar resolvido)... Quanto ao PC é bastante óbvio que viram que se tentassem tomar o poder à força ia haver guerra (e que o outro lado era bem capaz de estar melhor preparado) e que não lhes tiravam a hipotese de tentar chegar ao poder por eleições (já que ao contrário do que acontece em muitos outros países o comunismo cá não é proibido, só o extremismo direita) eles cederam...

a opção era entre guerra e um provável nada e alguma coisa..é fácil decidir..


Essa visão parece-me muito redutora.

1º - A extrema esquerda no Verão Quente ia muito além do PCP, e aliás confrontava-se com frequência. Foi de outros movimentos extremistas que surgiram os principais grupos terroristas (como as FP-25). O PCP teve o seu braço armado, a ARA, entre 70 e 73, mas curiosamente tinha a peculiaridade de evitar ao máximo os danos pessoais nas suas acções, preferindo os actos de sabotagem (houve apenas uma morte acidental). Portanto, não havia apenas "dois lados".

2º - A Extrema Direita não é proibida em Portugal. Apenas são proibidos os partidos que defendam ideologia racista ou fascista. Aliás, o PNR é um partido de extrema direita e vai existindo. Essa é uma ideia vai sendo repetida mas não se torna verdade por isso.

MensagemEnviado: 25/11/2012 21:12
por alexandre7ias
E hoje estamos a um passo de que? Alguém sabe?

MensagemEnviado: 25/11/2012 15:13
por rollingsnowball
acho que ninguém pode negar que estivemos a um passo de uma guerra civil e não faz sentido dizerem que o PC não estava envolvido porque para estarmos a um passo da guerra é preciso que hajam dois lados e um deles era sem dúvida o sul de esquerda e o outro o tal norte conservador(ainda saíram uns aviões com militares do norte para Lisboa que felizmente quando chegaram a Lisboa voltaram para trás por o problema estar resolvido)... Quanto ao PC é bastante óbvio que viram que se tentassem tomar o poder à força ia haver guerra (e que o outro lado era bem capaz de estar melhor preparado) e que não lhes tiravam a hipotese de tentar chegar ao poder por eleições (já que ao contrário do que acontece em muitos outros países o comunismo cá não é proibido, só o extremismo direita) eles cederam...

a opção era entre guerra e um provável nada e alguma coisa..é fácil decidir..

MensagemEnviado: 25/11/2012 14:43
por Opcard
Pires Veloso não lhe quero tirar valor mas esta a exagerar a sua importância .quando os documentos forem desclassificados , um dia os nossos filhos irão ter a verdade .

Mas ao logo deste anos sempre tive curiosidade para saber o que verdadeiramente se passou falei com muita gente até antigos responsáveis do PC também aproveitei os meus 3 anos de serviço militar

É minha convicção que uma parte do PC estava preparado para uma tomada do poder. Mas aqui o KGB jogou a nosso favor e como o Cunhal era obediente aos mandamentos de Moscovo .

A guerra fria estava no auge e aos Russos interessava muito mais Angola que Portugal pais da Nato , mais eles sabiam que haveria reacção ocidental , foi isso que impediu o a tomada do poder e não o nosso General Veloso

MensagemEnviado: 25/11/2012 0:55
por Heisenberg
Como fascinado que sou por este período da história, apetece-me comentar algo que se toma por certo há muito, mas que não bate certo. O PCP estaria a postos para pegar nas armas e tentar tomar o poder. Mas só quem nunca ouviu ou leu Cunhal é que aceita facilmente que o homem enterrasse de um minuto para o outro aquilo que seria, supostamente, um ideal inato aos comunistas, a tomada do poder e a instituição a qualquer preço de uma "ditadura do proletariado" (ou "democracia popular", que parece ir dar ao mesmo ou talvez não...). E que sentido faz o Cunhal ter passado os 20 anos seguintes, como continua o PCP, a jogar com as "armas" de todos os outros partidos democráticos, sem a mínima tentativa de subverter o sistema? Naturalmente que o desejam alterar (não o desejamos muitos de nós, uns num sentido outros noutro?), mas procuram-no fazer apenas no cumprimento da Constituição. Será que alteraram assim tão radicalmente o seu código genético, apenas por aconselhamento do General Costa Gomes? Não se colocou este General sempre um bocado acima do que ele realmente foi? Porque se esquece o que ele tolerou candidamente ao longo do Verão Quente? Não estávamos no tempo das Presidências Inócuas das últimas décadas...

Por tudo isto, não engoli ainda a história da Zita Seabra (e gostei muito do livro dela), tese já antes defendida pelo Freitas do Amaral (também gostei das memórias deste, embora mais presunçosas). O PCP largou num minuto as armas para se integrar a partir daí plenamente no sistema democrático durante 35 anos?...

Nem sequer sou apoiante do PCP, embora veja o que todos podem ver, o comportamento exemplar que têm a nível parlamentar (o trabalho destes parlamentares em leis aparentemente menores já me tem melhorado a vida, e quando o cidadão anónimo procura contactar os deputados com ideias ou protestos, este é o único partido que responde e actua - já o fiz e vi resultados, dos outros nem resposta).

Voltando ao início, o PCP teve de facto um papel muito forte no condicionamento da escrita da Constituição, mas sempre que perdeu, como foi perdendo ao longo dos anos, limitou-se a uma luta entre a legalidade e algum desvario revolucionário (apetece-me apelidá-lo de desvario moderado, se isso existe, porque não foi dali que saíram as FP-25, os SUV e outros que tais). E estes desvarios revolucionários foram sempre inscritos na lei - basta ver a legislação revolucionária pós-11 de Março -, tal como o fim da Revolução, também inscrito na lei e nas revisões constitucionais, foi sempre respeitado (embora contestado por todos os meios legais e legislativos) pelo PCP.

O papel da CIA fez a diferença para os demover da luta armada? O Franco aqui ao lado? Há quem diga que sim. E conhecendo o que se conhece da ideologia do Cunhal, talvez fosse mesmo político para se remeter a um papel menor na democracia de modo a evitar a perda de soberania do país. E isso não é um defeito (tinha outros).

Acredito que houve gente a considerar e preparar-se para a luta armada. As minhas dúvidas são sobre o papel do PCP nisto, quando se sabe que havia muitos outros grupos radicais sem ligação ao PCP e muito mais vontade de avançar irreflectidamente.

Não tenho nenhum conhecimento de causa a não ser a leitura. Nasci depois disto. Mas como disse, sou fascinado por este período histórico, e gosto de o pensar sem maniqueísmos. Quero lá saber se os comunistas são os mauzões. Quem são os bons?

MensagemEnviado: 24/11/2012 19:19
por alexandre7ias
"Tal como naquele período , a situação atual é de anarquia, aparentemente menos violenta, mas mais insidiosa", afirma o militar.

Para Pires Veloso - que comandava a Região Militar Norte quando o país esteve às portas de uma guerra civil em 1975 -, vive-se atualmente "uma pseudo-democracia, onde as leis se eliminam ou se fabricam consoante os interesses de A, B ou C, contrariando as regras mais elementares que uma verdadeira democracia exige".

"Há um certo paralelismo entre a situação socioeconómica de agora e os dias tormentosos de 1975. Agora, desenrola-se uma luta, que envolve de um lado um povo trabalhador, sacrificado, paciente, orgulhoso de ser português, e do outro um conjunto de governantes rodeados de pessoas dos partidos políticos e outras cujo comportamento nos leva a admitir que existe um conluio nebuloso entre eles, esquecendo por completo os ideais de Abril", disse.

O general considerou que "os cidadãos, quando elegeram estes governantes, pensaram certamente que escolhiam entre os mais competentes, os mais honestos, os que não regateiam esforço e sacrifício para cumprirem a sua missão com nobreza e os que consideram a verdade uma coisa sagrada".

"Estarão hoje os portugueses convictos de que teriam feito uma escolha acertada? Tudo leva a crer que não", acrescentou.

O militar lamentou que, "num momento em que a ganância dos mercados põe à prova os alicerces de todas as democracias ocidentais, Portugal se veja mergulhado numa crise económico-financeira sem precedentes, que ameaça a própria coesão social do regime".

"É neste momento que o povo precisa de uma luz de esperança, de um ideal motivador, de uma razão para acreditar. Por isso, nunca como hoje convém respeitar a memória de todo um povo que, em novembro de 1975, se mobilizou em torno da ideia de liberdade e democracia, tal como o fizera, aliás, um ano antes, no 25 de Abril", acrescentou.

Para Pires Veloso, os ideais do 25 de Abril "foram deturpados pelas elites totalitárias da extrema-esquerda, gerando um clima de pré-guerra civil e um caminho altamente perigoso que seria corrigido no 25 de Novembro, com a união de esforços de militares e da esmagadora maioria da população, enquadrada pelos partidos democráticos".

"A partir de 2008, na voragem do descontrolo dos mercados que varreu toda a primeira década do século XXI, a sociedade portuguesa deixou-se aprisionar pelo laxismo económico e social. Com a crise internacional, eis que Portugal se vê, de novo, com uma terrível ameaça à estabilidade enquanto nação soberana. Ontem, o inimigo era a ideologia comunista, hoje, passou a ser a ganância dos mercados não regulamentados, que afoga vários países em austeridade e desemprego", frisou.

"É tempo de aclarar caminhos para bem do povo, evocando a memória do 25 de novembro de 1975", sublinhou o general.
.

http://m.dn.pt/m/newsArticle?contentId= ... related=no

de 25 abr .. a 25 Nov

MensagemEnviado: 24/11/2012 17:37
por mcarvalho
vários videos .. este é o primeiro

http://www.youtube.com/watch?v=YJQZNM56oHI


.............

COPCON, FP- 25 e outros dos Loucos de Abril.


http://www.youtube.com/watch?v=CA2C78v8 ... re=related


disclaimer

NADA DO QUE AQUI COLOQUEI REFLETE A MINHA OPINIÃO ..

aliás .. eu já não tenho qualquer opinião...

.. SÓ A MORTE ME PODE LIBERTAR DESTES MONSTOS .. E

DESTE PESADELO :mrgreen:

MensagemEnviado: 24/11/2012 17:15
por mcarvalho

25 de Novembro... Homenagem à coragem dos desconhecidos

MensagemEnviado: 24/11/2012 16:57
por mcarvalho
http://www.ionline.pt/portugal/25-novem ... to-militar

O general Pires Veloso, um dos protagonistas do 25 de Novembro de 1975, sublinhou hoje a importância do Norte no desfecho daquele sobressalto militar que pôs fim ao chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC) pós 25 de Abril.

Nesse dia, o país esteve a um fio da guerra civil, com as forças ditas "revolucionárias", a Sul, e as "moderadas", a Norte, preparadas para o pior.

A data culminava o chamado “Verão Quente” de 1975, marcado por confrontos, destruição de sedes partidárias e manifestações civis e militares que criavam uma sensação generalizada de anarquia.

A 11 de março daquele ano, uma tentativa falhada de golpe de Estado agravou o estado das coisas, aumentando as divergências no seio das próprias Forças Armadas.

A 25 de novembro de 1975, a divisão nacional atingira o seu auge, não só em termos ideológicos mas também geográficos, com uma fronteira algures em Rio Maior entre o Norte “conservador” e “moderado” e o Sul “revolucionário”.

Pires Veloso, na altura comandante da Região Militar Norte, mobilizou as suas tropas no apoio aos “moderados”, disponibilizando-se mesmo a acolher no Porto um governo provisório.

Em entrevista à Lusa, este general, atualmente com 86 anos, acusa o PCP, “ligado à União Soviética”, de “desenvolver um sentimento de medo na sociedade portuguesa”.

“Por todo o país, os acontecimentos mais estranhos tinham lugar diariamente: Militantes fardados desfilavam nas manifestações dos Soldados Unidos Vencerão [SUV], as forças policiais e militarizadas viviam no limite da inoperância, os professores universitários e empresários fugiam para o estrangeiro, sucediam-se ocupações de casas, montavam-se barricadas nas estradas…”, recordou.

O ano foi correndo até se chegar ao 25 de novembro, dia em que “talvez milhares de comunistas aguardavam armas que lhes haviam de ser entregues para começarem uma guerra que tinham a certeza de que ganhariam, como me disse Zita Seabra”.

Mas, recordou, no último momento, o líder comunista, Álvaro Cunhal, mandou-os desmobilizar, “talvez porque o general Costa Gomes [Presidente da República] o advertiu de que se tratava de uma guerra perdida, porque no Norte havia uma força militar disciplinada” que se oporia a qualquer investida.

Essa força estava sob as ordens de Pires Veloso, que, para as disciplinar, havia tomado um conjunto de medidas como a recolha dos oficiais aos quartéis, obrigando-os a abandonar os cargos em empresas públicas, na televisão e na rádio.

Pires Veloso garante que “naquele dia, o comando da Região Militar do Norte tinha a situação totalmente sob controlo”.

Ao Norte chegam, ao longo do dia e da noite, notícias dos acontecimentos em Lisboa: Palácio de S. Bento e Assembleia da República cercados, Governo em greve, barricadas nos acessos à capital e ocupação de várias bases militares.

Face a uma Lisboa em caos, Pires Veloso sublinhou o papel do Norte coeso em torno de uma estrutura militar disciplinada que deixou claro não aceitar um alastrar do conflito.

A dada altura, Pires Veloso recorda ter recebido a informação de que os fuzileiros de Vale de Zebro foram aliciados para atacarem para a base de Cortegaça.

“Liguei ao comandante marítimo do Norte e avisei-o de que vários aviões se encontravam já carregados de bombas para afundarem qualquer navio que passasse o paralelo de Peniche. E proibi que qualquer navio de guerra do Norte saísse do porto de Leixões”, garantiu.

O general reafirmou as críticas que no passado dirigiu a Ramalho Eanes, considerando que este militar, mais tarde Presidente da República, não teve no 25 de Novembro o papel que mais tarde lhe foi atribuído.

Pires Veloso recorda que o peso político da Região Militar Norte se devia também ao papel cívico que desenvolveu naquele período, apoiando as forças policiais na manutenção da ordem pública – nomeadamente distribuindo armas aos agentes – e oferecendo terrenos e edifícios para instituições culturais e universitárias – as instalações da Universidade do Minho foram oferecidas por aquela estrutura militar.

O general lamenta que o papel do Norte no processo não seja devidamente valorizado na memória histórica do 25 de Novembro, mas diz acreditar que os historiadores ainda o virão a fazer.