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MensagemEnviado: 22/7/2012 20:04
por gorgo
Não tem sentido o zero como padrão:

Se tiver uma casa e o imobiliário cair - perco.
Se tiver ações e o mercado cair - perco
Se aplicar dinheiro a uma taxa de 1% e a inflação de 4 % - perco.

Se emprestar dinheiro a uma taxa negativa noutra moeda, mas esta valorizar-se em relação à anterior - posso ganhar.

Por natureza os ativos são volateis e os passivos nem tanto.

Re: Políticas monetárias e seus efeitos - Bancos Centrais

MensagemEnviado: 22/7/2012 15:32
por Sr_SNiper
fooman Escreveu:
Sr_SNiper Escreveu:
E porque é que alguem paga para lhe guardarem o seu dinheiro? Só podem ser institucionais gigantescos,porque aqui anda tudo a ver DP com taxas atrativas, se me dissessem, olha não remunero o seu dinheiro, mas se me der eu cobro-lhe pouco para o guardar, eu começava a rir


Não são gigantescos... há de tudo, até Portugueses...


Podes explicar melhor?
Relativamente ao outro post, hoje em dia só paga comissões bancárias quem quer

Re: Políticas monetárias e seus efeitos - Bancos Centrais

MensagemEnviado: 22/7/2012 12:00
por fooman
Sr_SNiper Escreveu:
E porque é que alguem paga para lhe guardarem o seu dinheiro? Só podem ser institucionais gigantescos,porque aqui anda tudo a ver DP com taxas atrativas, se me dissessem, olha não remunero o seu dinheiro, mas se me der eu cobro-lhe pouco para o guardar, eu começava a rir


Não são gigantescos... há de tudo, até Portugueses...

Re: Políticas monetárias e seus efeitos - Bancos Centrais

MensagemEnviado: 22/7/2012 11:54
por Dialmedia
Sr_SNiper Escreveu:(...) se me dissessem, olha não remunero o seu dinheiro, mas se me der eu cobro-lhe pouco para o guardar, eu começava a rir


Já há empresas que fazem isso... os bancos!

Milhões de pessoas tem contas à ordem num banco que no fundo é dar-mos o nosso dinheiro para ser guardado e em resposta somos agradecidos com comissões de conta, manutenção, anuidades, etc...

Não deveria ser o banco a pagar-nos dado que este por sua vez vai estar a aplicá-lo em créditos com taxas elevadas e outras aplicações financeiras, com o nosso dinheiro? Eu acho que sim, mas só uma pequena parcela da população com bons patrimónios é que tem esse privilégio.

Cumps.

Re: Políticas monetárias e seus efeitos - Bancos Centrais

MensagemEnviado: 22/7/2012 11:39
por Sr_SNiper
fooman Escreveu:
EuroVerde Escreveu:Mas os bancos centrais só poderão diminuir juros até 0%, sendo esse o limite. Pois quando as taxas de juros são 0%, os investidores dificilmente vão comprar obrigações, ou querer um rendimento negativo nas suas carteiras e quando assim é, mesmo com as taxas a 0% o juros real neste exemplo continua a ser 3%. Os bancos centrais ficam sem controlo da situação. Com os preços a cair os investidores dificilmente conseguem num deposito a prazo com rendibilidade positiva. No Japão os juros dos depositos a prazo chegavam a ser de 0,03% e o banco central nada podia fazer.


Euroverde não sei se foste o autor desta peça, mas aviso-te já que ando a vender obrigações com taxas negativas já há uns meses. As obrigações dos estados fortes da zona euro já estão negativas há algum tempo e é só uma questão de tempo até o BCE começar a cobrar taxas negativas. Este parágrafo deve ser retirado porque é mentira.

E porque é que alguem paga para lhe guardarem o seu dinheiro? Só podem ser institucionais gigantescos,porque aqui anda tudo a ver DP com taxas atrativas, se me dissessem, olha não remunero o seu dinheiro, mas se me der eu cobro-lhe pouco para o guardar, eu começava a rir

Re: Políticas monetárias e seus efeitos - Bancos Centrais

MensagemEnviado: 22/7/2012 11:10
por fooman
EuroVerde Escreveu:Mas os bancos centrais só poderão diminuir juros até 0%, sendo esse o limite. Pois quando as taxas de juros são 0%, os investidores dificilmente vão comprar obrigações, ou querer um rendimento negativo nas suas carteiras e quando assim é, mesmo com as taxas a 0% o juros real neste exemplo continua a ser 3%. Os bancos centrais ficam sem controlo da situação. Com os preços a cair os investidores dificilmente conseguem num deposito a prazo com rendibilidade positiva. No Japão os juros dos depositos a prazo chegavam a ser de 0,03% e o banco central nada podia fazer.


Euroverde não sei se foste o autor desta peça, mas aviso-te já que ando a vender obrigações com taxas negativas já há uns meses. As obrigações dos estados fortes da zona euro já estão negativas há algum tempo e é só uma questão de tempo até o BCE começar a cobrar taxas negativas. Este parágrafo deve ser retirado porque é mentira.

Negative interest rates in Switzerland, 1970's

MensagemEnviado: 22/7/2012 0:30
por C.N.
"Mas os bancos centrais só poderão diminuir juros até 0%, sendo esse o limite."

Ola EuroVerde,

Nao existe limite. Os bancos centrais pode decidir cobrar uma taxa negativa, como fez o banco central suico nos anos 70:

:arrow: June 1972, penalty charge of 2% per quarter was levied on the increase in CHF deposits from non-residents;
:arrow: November 1973, 3% per quarter;
:arrow: February 1978, 10% per quarter.

Ler mais aqui: https://mm.jpmorgan.com/stp/t/c.do?i=E0 ... h_-1vgm7fk e aqui http://www.snb.ch/en/mmr/speeches/id/re ... _ri.en.pdf

Abraco
CN

Políticas monetárias e seus efeitos - Bancos Centrais

MensagemEnviado: 21/7/2012 21:55
por EuroVerde
"Diz-se que o Lenine terá declarado que a melhor forma de destruir o sistema capitalista era pela perversão da moeda. Através dum processo inflacionário contínuo, os governos podem confiscar, de forma secreta e não visível, uma parte importante da riqueza dos seus próprios cidadãos." - J.M. Keynes.

À medida que a inflação e o valor real dos salários varia selvaticamente de mês para mês, todas as relações permanentes entre devedores e credores que constituem o fundamento último do capitalismo, ficam de tal modo desordenadas que perdem quase o significado, e o processo de procura da riqueza torna-se num jogo e numa lotaria sem fim.
Enfim, será este o nosso tempo e aquele periodo onde os bancos centrais devem até certo ponto manter a ordem controlada.

Mas a partir de que momento é que os bancos centrais perdem realmente o controlo da situação?

Dizem os entendidos que uma taxa de inflação a partir de dois digitos torna a economia recessiva e obsolenta dificultando o crescimento economico, e que uma deflação é severamente castigadora no crescimento do PIB também. O ideal será uma inflação baixa entre 0% e 4%.

Se a inflação quando descontrolada é tão ruim e provoca danos economicos drásticos que levaram os Alemães a jurarem por deus que nunca mais na vida iriam desleixar na intervenção da estabilidade dos preços, a deflação então, essa, implica queda em geral dos preços como um factor destrutivo de todas as variantes economicas, e sob uma análises macroeconómica sugerem que ela mesma combinada com taxas reduzidas pode gerar sérias dificuldades de longo prazo (caso do Japão no colapso de 90).

Uma :oops: suave e curta e controlada deflação, em si, não é especialmente prejudicial. Mas as deflações em geral têm uma grande probabilidade de levar ao ponto em que mesmo que passageira os bancos centrais e a política monetária se tornem impotentes.

Aquando de uma recessão ou falência da uma entidade bancária importante (caso do Lehman Brothers), o banco central pode sempre estimular a economia e a circulação da moeda aumentando as reservas bancárias e descendo as taxas de juros de referência. Mas se os preços descem, nesse processo, rápidamente então as taxas juros reais podem ainda assim ser elevadas.
A Fed baixou juros em 2008 para 0,25% e os preços a cair 3% ano por exemplo. Então a taxa juro real é 3,25% e não 3%, e isso de uma forma ou de outra influência sempre mais os movimentos bolsistas por forma de auto-reforço até à exaustão.

Mas os bancos centrais só poderão diminuir juros até 0%, sendo esse o limite. Pois quando as taxas de juros são 0%, os investidores dificilmente vão comprar obrigações, ou querer um rendimento negativo nas suas carteiras e quando assim é, mesmo com as taxas a 0% o juros real neste exemplo continua a ser 3%. Os bancos centrais ficam sem controlo da situação. Com os preços a cair os investidores dificilmente conseguem num deposito a prazo com rendibilidade positiva. No Japão os juros dos depositos a prazo chegavam a ser de 0,03% e o banco central nada podia fazer.

Em 2002/2003 a Fed também teve uma pequena batalha com efeitos deflacionários em que os críticos mandaram bocas a Alen Greenspan por manter demasiado tempo juros baixos. Para solução de impedir deflação pode-se criar um estímulo orçamental à economia e isso fará aumentar a procura agregada do comércio e relançar o PIB a curto prazo. Alguns especialistas argumentam mesmo que os bancos centrais podiam comprar obrigações de longo prazo, ou mesmo dar direito aos Estados de comprarem acções a curto prazo de certas empresas importantes para estancaram a volatidade dos activos e manter liquidez assegurada a longo prazo à economia.
Esta última operação da Fed é precisamente isso, compra de obrigações a longo prazo para assegurar a estabilidade a longo prazo.

Com o desemprego a aumentar de 15% para 16% em 2013, é um contributo de impedir inflação para já. Tudo para assegurar a ideia alemã e a estabilidade a longo prazo. Preferem sacrificar agora sabendo que teremos melhoras, do que deixar correr e seja o que Deus quiser. O corte nos salários dos FP e a retirada do 13º e 14ºmês.. é outro efeito deflacionário que impede no geral o aumento de preços. O principal impacto redistributivo da inflação ocorre através do seu efeito sobre o valor real da riqueza e rendimentos das pessoas.
Se o 13º e 14ºmês fossem repostos e a TROIKA permitisse alivio da austeridade, agora iria haver uma inflação não prevista redistribuindo o dinheiro e colocá-lo de novo em circulação. Os devedores mais fácilmente iriam saldar suas dividas ao credores com esta mexida de se repôr o dinheiro. O caso contrário foi quando se anunciou e pôs em prática o corte nos salários onde existiu o efeito imprevisto de não inflação. Mas a inflação afecta principalmente o rendimento e os activos, redistribuindo aleatoriamente a riqueza pela população com um impacto reduzido sobre qualquer grupo. O facto é que num determinado periodo, a economia tem uma taxa de inflação permanente à qual se adaptaram as expectativas das pessoas. Essa taxa de inflação incorporada tende a persistir até que um choque cause a sua subida. A variação do tira e dá do 13º e 14º mês podia ser exemplo disso.


Em 1979 a inflação era de 9% e durante os 5 anos seguintes até 1984 a inflação foi reduzida para 4%. A variação foi de -5 pontos percentuais o que levou a tal ajustamento fora a consciência da insustentabilidade das politicas anteriores inflacionista ante1979, que levaram naquele periodo aos custo e sacrificio da redução de inflação.

Na actual crise os preços estão a ser reduzidos de 4% de 2007 para 2% em 2013 (estima-se), então um custo de redução de inflação que sacrifica o presente mas que relança o futuro. Com a agravante de que os défices dos países também têm metas a ser atingidas, o que torna o momento mais complexo em termos de disponibilidades a nivel dos bancos centrais.
Pode-se chegar, se se não começa a aliviar na austeridade, ao momento em que os 2% serão já fácilmente atingidos e daí à deflação abrupta é um passo. Espero que os bancos centrais tenham isso em consciência em particular o BCE e a TROIKA.