Caixa Geral de Depósitos apresenta prejuízos de 394,7 milhões de euros em 2012
08 Fevereiro 2013, 18:48 por Diogo Cavaleiro |
diogocavaleiro@negocios.ptO resultado líquido negativo da CGD ficou-se, no ano passado, nos 394,7 milhões de euros, o que representa uma descida quando se compara com o prejuízo de 488,4 milhões de euros de 2011. Mercado internacional aumentou peso nos resultados.
A Caixa Geral de Depósitos apresentou um resultado líquido negativo de 394,7 milhões de euros em 2012, o que representa um alívio face ao prejuízo de 488,4 milhões de euros registado um ano antes.
O produto da actividade bancária e seguradora da CGD fixou-se nos 2.930,2 milhões de euros no ano passado, o que representa uma subida de 0,6% face ao ano passado.
Essa subida do produto permitiu que o resultado bruto de exploração do banco estatal ascendesse 6,5% para os 1.212,1 milhões de euros. A redução homóloga de 3,2% dos custos operativos também está indicada no comunicado enviado pela CGD à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
No resultado bruto de exploração do banco liderado por José de Matos (na foto), o impulso percentual mais forte foi dado pela banca de investimento (50%), que é, contudo, a que menos representa para o valor global. A banca comercial nacional contribuiu com um avanço de 9,4% ao passo que os seguros decresceram 0,5%. A actividade internacional cresceu.
“O contributo das filiais em África, Ásia e Brasil para o resultado consolidado em 2012 atingiu 82,5 milhões de euros, o que representa um crescimento de 42,7% face a 2011”, de acordo com o documento emitido através da CMVM. Contudo, na Europa, nomeadamente Espanha, as dificuldades com a crise da dívida pesaram nos resultados.
Subida de 22% das imparidades
Em 2012, o banco teve de efectuar um agravamento de 22,1% da imparidade do crédito líquida de reversões, que atingiu os 1.008,6 milhões de euros, “reflectindo as persistentes dificuldades do quadro económico português”. Há ainda a dotação de 537,9 milhões de euros na rubrica de provisões e imparidade de outros activos, segundo o comunicado.
“A margem financeira alargada registou uma redução de 20,2% face ao ano anterior, traduzindo a persistente e acentuada descida das taxas Euribor bem como a evolução adversa dos Rendimentos de Instrumentos de Capital decorrentes dos efeitos do processo de desalavancagem”, anuncia a CGD. A margem financeira é a diferença entre os juros cobrados nos créditos que concede e a remuneração que oferece nos depósitos.
Quanto à solvabilidade do banco público, que recebeu uma injecção de dinheiro estatal para se poder capitalizar, o rácio de capital total estava, no final de 2012, nos 13,6%. Segundo os rácios do Banco de Portugal, o rácio core tier 1, um indicador que mede a solidez financeira a partir da definição de um nível mínimo de capital que os bancos devem ter em função dos seus fundos próprios e do risco associado, fixou-se nos 11,6% no final de 2012, acima dos 9,5% do ano anterior.
No comunicado, a CGD salienta ainda a queda de 4,5% do crédito a clientes em 2012 e o aumento de 2,4% dos depósitos.
(Notícia actualizada com mais informação às 19h15)