Caro Visitante57,
Já tinha dado a minha missiva por encerrada neste tópico , mas vou responder ao seu post.
Carissimo, desculpe a minha intromissão e a forma rude como eu vou escrever.
Isto é um fórum.O debate é livre.E apesar de algumas incorreções e diferentes pontos de vista não achei o seu post rude.
A sua oportunidade foi essa que está transcrita nesse parágrafo, especialmente a parte sublinhada. Esse jeito (que em Portugal se chama "cunha" mas que existe no mundo inteiro ainda que de forma menos descarada que no nosso pais) foi o momento decisivo.
Como sabe isto é um fórum.O que escrevi foi apenas um post e não uma auto biografia.As pessoas quando aqui vem e eventualmente falam sobre assuntos de fórum privado, falam apenas sobre o que interessa para o assunto em discussão.Não entram em detalhes desnecessários.Por uma questão de bom senso.
Assim como certamente não detalhou minuciosamente o caminho que percorreu profissionalmente , também eu não o fiz.Com certeza que a sua vida profissional não se resume a estas suas linhas , mesmo tendo aquilo que eu considero uma verdadeira cunha.
Passo a explicar-me melhor:
1.No meu ponto de vista cunha é toda a ajuda que se recebe para conseguir um emprego ou uma posição privilegiada.
Mas há dois tipos: Uma é a cunha familiar, que se consegue independente do valor que se tem.Um sujeito até pode nem prestar para nada , mas vai sempre ter a cunha por causa do laço familiar.
E a outra é a cunha que um colega de trabalho mete por si.Neste caso já é preciso ter conquistado algum respeito pessoal e profissional.Eu por exemplo, já ajudei e já fui ajudado.Mas só ajudei aqueles em quem acreditava saber não serem problemáticos , e nunca causei constrangimentos aos que me ajudaram.
2. Nunca aqui afirmei que era contra as cunhas.Antes pelo contrário.Algumas vezes até perguntei a outros foristas quais deles é que não metiam a cunha por um filho.Eu poria. Até por um genro como foi o seu caso.
3.No meu caso ,ainda que com pouca experiência já trabalhava , e estando já no mercado de trabalho , com 1500 horitas de voo já era uma mais valia para a empresa bem maior do que os filhos de Comandantes que saíram direto da escola para lá.
4.Achando você que aquele post era uma auto biografia, enganou-se quando disse que a cunha no meu caso foi decisiva.
Quando entrei na empresa que entrei , na verdade já tinha sido aprovado em uma outra empresa , a TAM ,de igual dimensão naquela época, em um concurso de aproximadamente 3000 candidatos , onde me classifiquei entre os 30 primeiros. Apenas optei pela primeira porque tinha uma base e rotas que me interessavam mais por estar mais próximo de casa.
A sua descrição de todos os esforços e privações que passou, é um bocado de romantismo que as pessoas gostam muito de adicionar quando falam do seu passado. Sem uma "mãozinha", essas privações teriam continuado sem qualquer retorno.
Não adicionei nada.Mas estamos em um fórum e as pessoas acreditam no que quiserem e se quiserem.
Quanto à "mãozinha" como já lhe expliquei não foi uma.Foram duas mãozinhas.Uma com aspas e outra sem.
De igual forma teria chegado onde estou hoje.
Tenho pouca simpatia com os que começam logo por dizer que "passaram por muito" para subir na vida.
Quando não concordo com o ponto de vista de alguém , procuro ler todos os posts daquele forista no tópico para não meter o pé na poça.
Afirma que comecei por dizer que tinha passado por muito.Para lhe poupar tempo transcrevo abaixo o meu primeiro post.Por onde eu realmente comecei , e não por onde você começou a acompanhar este tópico.
Eu também continuaria com a mesma...
Importante não é fazer o que está a dar.Importante é fazer o que se gosta.
Só conseguimos ser bons e bem sucedidos quando fazemos o que gostamos. Se não seremos medíocres mesmo que o mercado esteja a dar. E se o mercado virar nem temos mercado e nem temos uma profissão de que gostamos.
O que falta às pessoas é empreendedorismo.E isso não passa só por abrir um negócio próprio.
Empreendedorismo é também buscar oportunidades fora do nosso país.
Costumo dizer duas coisas:
- Empregos fora há muitos.Coragem para ir há pouca.
-As melhores decisões nunca são as mais fáceis e ou confortáveis.
A330
Como vê , mais valia ter lido o tópico desde a primeira página.
Só comecei a entrar em mais detalhes sobre a minha carreira por causa de respostas impertinentes de um outro forista.
Eu conheço quem também tenha passado por muito e não subiu, e no meu caso não passei por muito e subi na vida. O passar "por muito" ou "por pouco" nas maior parte das vezes é irrelevante.
"Passar por muito" é uma expressão sua não quantificável.O que pode ser muito para uns pode ser pouco para outros.
Nunca na vida me esqueci que há vidas piores que a minha.Lembro-me disso todos os dias.
Acredito que seja necessário sorte na vida , mas também acredito que a sorte não vem só. Ela é a consequência e o resultado da soma do trabalho com a oportunidade aproveitada.
Se passei por muito?? Sinceramente não sei.
Esta foi a minha realidade e é nela que eu acredito.E sei que funciona.
Tive momentos que foram penosos no seu tempo , mas que hoje recordo com carinho.Se não tivesse tido a recompensa de ter atingido os meus objetivos , talvez pensasse que tinha "passado por muito".
Concordo consigo que há gente que passou por muito e não subiu ,mas acredito que esses não são a maioria.A maioria das pessoas trabalha muito mas deixa passar oportunidades por medo de arriscar.
Com relação ao resto do seu post , apenas tenho a dizer que teve uma grande cunha ao receber uma empresa de mão beijada, mas tem tido o mérito de a manter e fazer crescer. Muitos são os que estouram o que recebem.
A330