O foco da origem da crise do Euro!!
Germany offers vision of federalism for the European Union
http://www.washingtonpost.com/world/eur ... ml?hpid=z1
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Não deixe que a verdade estrague uma boa história.
gorgol Escreveu: Estuda o ajustamento rápido dos países balticos em 2008 e 2009 (quedas do PIB de 11%) e verificas que somos latinos, muito lentos, pouco pragmáticos e muito queixinhas.
Somos nós individualmente e coletivamente que temos de assumir resolver os nossos problemas e não estar à espera da Mãe Europa.
Não deixe que a verdade estrague uma boa história.

No orçamento da União Europeia para o período 2007-2013, os Estados bálticos negociaram os subsídios europeus mais importantes em termos de percentagem do seu PIB. Por sorte, o início dos pagamentos coincidiu com o momento em que a crise económica mundial começava a assumir proporções preocupantes, em 2008.
Nenhum dos outros Estados-Membros da UE tinha tanta ajuda financeira para gastar, nem nessa época, nem mesmo hoje. Durante esse período, a Estónia beneficiou de um montante de ajuda de mais de 4500 milhões de euros, do qual um pouco mais de metade já foi utilizado.
Sem o estímulo da economia, graças aos subsídios europeus, é pouco provável que a recessão na Estónia se tivesse limitado aos 18% do PIB [entre 2007 e 2009] e que a recuperação tivesse sido tão rápida.

Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
JMHP Escreveu:bar38 Escreveu:E' essa falta de confiança que faz falta ao mercado que só poderá ser dada por quem tem capacidade para isso.
Dar confiança só pode ser através de um fiador... É isso que muitas pessoas inocentemente ou de forma ingénua pedem que a Alemanha assuma.
É precisamente esse o desejo da Grécia, que a Europa seja fiadora enquanto eles prometem (mas não cumprem) realizar reformas estruturais que se vão arrastando no tempo.
Por cá também existe essa tentação, mas felizmente ainda não somos gregos e ainda é possível evitar a tragédia grega.
Sim, neste momento só haverá confiança com o fiador alemão, esta visto que por mais reformas que se façam ou que se diga que se iram fazer , só por si não chega.
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migluso Escreveu:Banesco,
É verdade o que escreveste referente ao Uruguai.
A Rússia ou os países do sudeste asiático são outros exemplos. Os mercados não se fecharam para esses países de forma permanente.
Uma coisa é certa, as reestruturações feitas de mútuo acordo com a maioria dos credores e com as instituições internacionais são aqueles que dão melhor resultado, pois não afectam tanto a confiança dos investidores.
Deixo aqui o "draft" para a reforma da arquitectura da zona euro (ainda não o li).
http://www.ilsole24ore.com/pdf2010/Sole ... 54ee99e8b5
Olá migluso, concordo com o que dizes que a confiança dos investidores é fulcral para a resolução desta crise.
Aparte e para aqueles que só culpam a moeda "Euro" por todos os males desta crise, deixo este gráfico que mostra que bem antes do Euro começar a circular, os países periféricos já eram deficitários em relação às economias da Europa central.


http://www.tnr.com/article/economy/9598 ... ame-greece
O problema é que existe um problema estrutural do euro, enquanto moeda. E enquanto não for revolvido, o problema irá continuar a alastrar-se.
A crise vem demonstrando que países muito diferentes e com problemas muito diferentes, estão a ser afectados.
O problema do euro - uma moeda única para países de realidades muito diferentes - foi estruturado em moldes que não são suficientes para gerir as diferentes realidades dos países que aderiram á moeda.
E as lacunas em que o euro está assente estão a potenciar os problemas dos diferentes países. Os países têm obviamente problemas, que têm que resolver, mas o probelam do euro tornou-se numa bola de neve que impede a sua resolução.
Foi a Grécia, depois a Irlanda, Portugal, Espanha e a seguir se tudo continuar na mesma teremos a Itália? ou França?
Ao fim de 3/ 4 anos as forças politicas europeias continuam a julgar que o problema é o problemas individuais dos pa+ises e infelizmente o problema mais grave é mesmo o problema do euro.
Como se resolve? Não faço ideia, mas com as politicas que têm vindo a ser seguidas, não tenho dúvidas que a única dúvida é: quem é o próximo??
A crise vem demonstrando que países muito diferentes e com problemas muito diferentes, estão a ser afectados.
O problema do euro - uma moeda única para países de realidades muito diferentes - foi estruturado em moldes que não são suficientes para gerir as diferentes realidades dos países que aderiram á moeda.
E as lacunas em que o euro está assente estão a potenciar os problemas dos diferentes países. Os países têm obviamente problemas, que têm que resolver, mas o probelam do euro tornou-se numa bola de neve que impede a sua resolução.
Foi a Grécia, depois a Irlanda, Portugal, Espanha e a seguir se tudo continuar na mesma teremos a Itália? ou França?
Ao fim de 3/ 4 anos as forças politicas europeias continuam a julgar que o problema é o problemas individuais dos pa+ises e infelizmente o problema mais grave é mesmo o problema do euro.
Como se resolve? Não faço ideia, mas com as politicas que têm vindo a ser seguidas, não tenho dúvidas que a única dúvida é: quem é o próximo??
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bar38 Escreveu:E' essa falta de confiança que faz falta ao mercado que só poderá ser dada por quem tem capacidade para isso.
Dar confiança só pode ser através de um fiador... É isso que muitas pessoas inocentemente ou de forma ingénua pedem que a Alemanha assuma.
É precisamente esse o desejo da Grécia, que a Europa seja fiadora enquanto eles prometem (mas não cumprem) realizar reformas estruturais que se vão arrastando no tempo.
Por cá também existe essa tentação, mas felizmente ainda não somos gregos e ainda é possível evitar a tragédia grega.
Esses receios não são apenas em relação a divida grega mas também portuguesa ,espanhola,italiana e mais viram.migluso Escreveu:bar38 Escreveu:A reestruturação grega também foi feita “de mútuo acordo”mesmo assim os novos títulos das obrigações gregas10anos seguem com desconto de 25% porque será?
Porque os gregos ainda não demonstraram capacidade para honrar os compromissos futuros.
Provavelmente nunca o farão, o que levará a uma de duas hipóteses: ou eles abandonam o euro ou começamos todos a pagar do nosso bolso para os gregos manterem o seu nível de vida.
Tens dívida grega? Comprarias a este preço? Em caso de resposta negativa, as razões e receios que poderás ter para não comprar dívida grega são os mesmos do mercado.
Quanto a sermos nos a pagar, como se não temos capacidade de pagar a nossa.
E' essa falta de confiança que faz falta ao mercado que só poderá ser dada por quem tem capacidade para isso.
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bar38 Escreveu:A reestruturação grega também foi feita “de mútuo acordo”mesmo assim os novos títulos das obrigações gregas10anos seguem com desconto de 25% porque será?
Porque os gregos ainda não demonstraram capacidade para honrar os compromissos futuros.
Provavelmente nunca o farão, o que levará a uma de duas hipóteses: ou eles abandonam o euro ou começamos todos a pagar do nosso bolso para os gregos manterem o seu nível de vida.
Tens dívida grega? Comprarias a este preço? Em caso de resposta negativa, as razões e receios que poderás ter para não comprar dívida grega são os mesmos do mercado.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
A reestruturação grega também foi feita “de mútuo acordo”mesmo assim os novos títulos das obrigações gregas10anos seguem com desconto de 25% porque será?migluso Escreveu:Banesco,
É verdade o que escreveste referente ao Uruguai.
A Rússia ou os países do sudeste asiático são outros exemplos. Os mercados não se fecharam para esses países de forma permanente.
Uma coisa é certa, as reestruturações feitas de mútuo acordo com a maioria dos credores e com as instituições internacionais são aqueles que dão melhor resultado, pois não afectam tanto a confiança dos investidores.
Deixo aqui o "draft" para a reforma da arquitectura da zona euro (ainda não o li).
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Banesco,
É verdade o que escreveste referente ao Uruguai.
A Rússia ou os países do sudeste asiático são outros exemplos. Os mercados não se fecharam para esses países de forma permanente.
Uma coisa é certa, as reestruturações feitas de mútuo acordo com a maioria dos credores e com as instituições internacionais são aqueles que dão melhor resultado, pois não afectam tanto a confiança dos investidores.
Deixo aqui o "draft" para a reforma da arquitectura da zona euro (ainda não o li).
http://www.ilsole24ore.com/pdf2010/Sole ... 54ee99e8b5
É verdade o que escreveste referente ao Uruguai.
A Rússia ou os países do sudeste asiático são outros exemplos. Os mercados não se fecharam para esses países de forma permanente.
Uma coisa é certa, as reestruturações feitas de mútuo acordo com a maioria dos credores e com as instituições internacionais são aqueles que dão melhor resultado, pois não afectam tanto a confiança dos investidores.
Deixo aqui o "draft" para a reforma da arquitectura da zona euro (ainda não o li).
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Re: Origem da crise
gorgol Escreveu:MPC_finance Escreveu:Portanto para mim, o olho do furacão está na “falta de competitividade da nossa economia
E como aumentamos a competitividade?
Despedimos e substituimos pessoas por máquinas.
Inovamos com novos produtos e seviços exportáveis.
Baixamos os ordenados? Despesas com as pessoas?
Estudamos mais, para haver criatividade e inovação.
Transformamos os tempos de lazer em tempos de trabalho.
Cada um escolha a que lhe der mais jeito ou indique outras.
Acho que essas perguntas merecem um novo tópico.
Do tipo: resolução da crise na zona euro
Se a moderação achar pertinente, claro.
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Re: Origem da crise
MPC_finance Escreveu:Portanto para mim, o olho do furacão está na “falta de competitividade da nossa economia
E como aumentamos a competitividade?
Despedimos e substituimos pessoas por máquinas.
Inovamos com novos produtos e seviços exportáveis.
Baixamos os ordenados? Despesas com as pessoas?
Estudamos mais, para haver criatividade e inovação.
Transformamos os tempos de lazer em tempos de trabalho.
Cada um escolha a que lhe der mais jeito ou indique outras.
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Origem da crise
Identificação do problema
A crise do Euro tem o seu foco na falta de competitividade das suas economias em comparação com algumas economias emergentes como a China, India e outras.
Este facto potencia todos os outros problemas e acima de tudo põe a descoberto quase todas as nossas fragilidades.
Essas fragilidades são aproveitadas por terceiros para tentarem lucrar com isso (como por exemplo os chamados especuladores).
Estas fragilidades são a causa do crédito difícil, da desconfiança, da “armadilha da liquidez”, etc.
Depois, a somar a isto temos o sobre endividamento das famílias e do estado e as suas ineficiências.
Todos os dias compramos coisas “made in china” e nem por um segundo paramos para pensar, “para onde vai o meu dinheiro”!
Rios e rios de dinheiro são todos os dias transferidos do ocidente para o oriente. Tornando o défice comercial cada vez maior.
Fragilidades como o envelhecimento da população portuguesa têm origem também na débil economia de Portugal, (enquanto antigamente ter um filho era uma fonte de trabalho, agora é uma despesa brutal).
Quando falamos no envelhecimento da população vem-nos rapidamente à memória a (in) sustentabilidade da segurança social.
Portanto para mim, o olho do furacão está na “falta de competitividade da nossa economia
A crise do Euro tem o seu foco na falta de competitividade das suas economias em comparação com algumas economias emergentes como a China, India e outras.
Este facto potencia todos os outros problemas e acima de tudo põe a descoberto quase todas as nossas fragilidades.
Essas fragilidades são aproveitadas por terceiros para tentarem lucrar com isso (como por exemplo os chamados especuladores).
Estas fragilidades são a causa do crédito difícil, da desconfiança, da “armadilha da liquidez”, etc.
Depois, a somar a isto temos o sobre endividamento das famílias e do estado e as suas ineficiências.
Todos os dias compramos coisas “made in china” e nem por um segundo paramos para pensar, “para onde vai o meu dinheiro”!
Rios e rios de dinheiro são todos os dias transferidos do ocidente para o oriente. Tornando o défice comercial cada vez maior.
Fragilidades como o envelhecimento da população portuguesa têm origem também na débil economia de Portugal, (enquanto antigamente ter um filho era uma fonte de trabalho, agora é uma despesa brutal).
Quando falamos no envelhecimento da população vem-nos rapidamente à memória a (in) sustentabilidade da segurança social.
Portanto para mim, o olho do furacão está na “falta de competitividade da nossa economia
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"As autoridades europeias, a lidar com a actual crise financeira, fazem, por vezes, lembrar a medicina de barbearia, que durou até adentro do século XIX, e o frequente uso das sangrias. Mesmo quando isso enfraquecia o doente, o remédio era... mais sangria."
De quem são estas palavras?? De que homem de esquerda??
Do economista Vítor Bento..
De quem são estas palavras?? De que homem de esquerda??
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migluso Escreveu:Em relação à segunda parte não é verdade, como o Uruguai em 2003 demonstrou. Uns meses depois de reestruturar a dívida estava novamente no mercado.
O Uruguai em 2003 foi afectado pela crise que corria na Argentina e que originou uma corrida aos bancos uruguaios pelos vizinhos depositantes argentinos. Na altura o Estado Uruguaio estendeu o prazo de pagamento das suas obrigações e mantendo o pagamento do cupão, por mais uns anos. Aconteceu que a esmagadora maioria dos credores aceitou pois sabiam que o país conseguia pagar a dívida e ainda achavam o valor do cupão interessante.
Na Grécia, esta solução foi pensada mas chegou-se à conclusão que mesmo que adiassem a maturidade da dívida era bem provável que o país mesmo assim não conseguisse pagar na totalidade.
PS: No caso da Argentina, que entrou em default em 2002 (há 10 anos!), ainda hoje têm dificuldade em ir ao mercado financiar-se.
Achei este artigo interessante: http://www.creditwritedowns.com/2011/05 ... ntina.html
Então mas quem achas que vai acabar por pagar?migluso Escreveu:bar38 Escreveu:A reestruturação da divida grega quanto a mim nunca deveria ter incluído os privados.
Não há nenhum investidor que tenha fica a arder com a reestruturação divida grega que volte a colocar um cêntimo em divida de países chamados periféricos.
Defendes que os custos de insolvência da Grécia recaiam sobre os contribuintes europeus em vez de recaírem sobre os credores.
Ok, discordo.
Em relação à segunda parte não é verdade, como o Uruguai em 2003 demonstrou. Uns meses depois de reestruturar a dívida estava novamente no mercado.
Directa ou indirectamente acaba por ser assim,agora uma questão de quem pode pagar o que, e de uma maneira realista
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bar38 Escreveu:A reestruturação da divida grega quanto a mim nunca deveria ter incluído os privados.
Não há nenhum investidor que tenha fica a arder com a reestruturação divida grega que volte a colocar um cêntimo em divida de países chamados periféricos.
Defendes que os custos de insolvência da Grécia recaiam sobre os contribuintes europeus em vez de recaírem sobre os credores.
Ok, discordo.
Em relação à segunda parte não é verdade, como o Uruguai em 2003 demonstrou. Uns meses depois de reestruturar a dívida estava novamente no mercado.
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A reestruturação da divida grega quanto a mim nunca deveria ter incluído os privados.migluso Escreveu:bar38 Escreveu:migluso Escreveu:
Estás a ser injusto. Foi graças à Alemanha que o segundo pacote de ajuda à Grécia envolveu a reestruturação da dívida.
Desculpa estar me a intrometer, mas não consigo perceber o que há de positivo nisso?
Quem teve que se chegar a frente foram os privados, sendo que o bce não entrou directamente com um único cêntimo, o que provocou uma aversão ainda maior a divida dos países periféricos.
Ora essa bar38, sê bem vindo ao debate.
Provavelmente tens razão, os termos do default poderão ter tido um efeito negativo na evolução das yields da dívida de outros países.
A ser assim, é o chamado custo de oportunidade (EDIT-custo de oportunidade não é de todo o termo adequado.) que deriva da decisão do BCE e dos governantes europeus sobre os termos do default grego.
Incluir o BCE no default teria, pelo menos, uma consequência certa e outra incerta.
A primeira, é que o custo dessa decisão recairia sobre todos os contribuintes da zona euro, que teriam que contribuir para a recapitalização do banco central.
A segunda, incerta, é o impacto que uma decisão de incluir o BCE na reestruturação teria sobre as expectativas de solvência do próprio banco central (que está cheio de dívida de outros países) e, consequentemente, da própria moeda.
Não há soluções fáceis.
Já agora, para os críticos de Merkel, eu pergunto: por acaso a senhora é alguma ditadora? Acham que as decisões dependem apenas dela? A Alemanha tem um parlamento, tem um tribunal constitucional, tem uma sociedade civil a quem ela tem que prestar contas.
Pelo que vou lendo sobre a situação política e da opinião pública na Alemanha, acho que ela está a tomar decisões equilibradas, sob pena dos alemães virem a a escolher um líder euro céptico num futuro próximo e, aí sim, o projecto europeu acabar enquanto tal.
Não há nenhum investidor que tenha fica a arder com a reestruturação divida grega que volte a colocar um cêntimo em divida de países chamados periféricos.
E o resultado esta ai com as bonds alemãs a 10 anos a serem negociadas a pouco mais de 1%, o que e' ridículo.
Quanto aos custos que traria para o BCE, eles estão ai, duas LTROs e quantas mais viram o FEEF, em que os montantes mais tarde ou mais cedo teram de ser revistos em alta e mais países a serem resgatados.
Não estamos a falar de deixar cair um banco ,estamos a falar de deixar cair um estado.
A opinião publica alemã ainda não percebeu bem a gravidade da situação mas se nada for feito depressa percebera.
Os mercados precisam de confiança sem ela não a nada a fazer.
As LTROs acabam por ser um quantitative easing a europeia.
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Para quem como eu não tem tempo para ler um relatório com mais de 200 páginas, estes 3 artigos fazem um bom resumo do último relatório anual do BIS.
À atenção do sr. Mário Soares, da Sra. Helena Garrido e outros que dizem que o BCE deveria fabricar mais notas, como se isso não tivesse qualquer consequência ou fosse uma solução milagrosa.
Recomendo:
http://www.centralbanknews.info/2012/06 ... ility.html
http://www.centralbanknews.info/2012/06 ... ntral.html
http://www.centralbanknews.info/2012/06 ... nomic.html
À atenção do sr. Mário Soares, da Sra. Helena Garrido e outros que dizem que o BCE deveria fabricar mais notas, como se isso não tivesse qualquer consequência ou fosse uma solução milagrosa.
Recomendo:
http://www.centralbanknews.info/2012/06 ... ility.html
http://www.centralbanknews.info/2012/06 ... ntral.html
http://www.centralbanknews.info/2012/06 ... nomic.html
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bar38 Escreveu:migluso Escreveu:
Estás a ser injusto. Foi graças à Alemanha que o segundo pacote de ajuda à Grécia envolveu a reestruturação da dívida.
Desculpa estar me a intrometer, mas não consigo perceber o que há de positivo nisso?
Quem teve que se chegar a frente foram os privados, sendo que o bce não entrou directamente com um único cêntimo, o que provocou uma aversão ainda maior a divida dos países periféricos.
Ora essa bar38, sê bem vindo ao debate.
Provavelmente tens razão, os termos do default poderão ter tido um efeito negativo na evolução das yields da dívida de outros países.
A ser assim, é o chamado custo de oportunidade (EDIT-custo de oportunidade não é de todo o termo adequado.) que deriva da decisão do BCE e dos governantes europeus sobre os termos do default grego.
Incluir o BCE no default teria, pelo menos, uma consequência certa e outra incerta.
A primeira, é que o custo dessa decisão recairia sobre todos os contribuintes da zona euro, que teriam que contribuir para a recapitalização do banco central.
A segunda, incerta, é o impacto que uma decisão de incluir o BCE na reestruturação teria sobre as expectativas de solvência do próprio banco central (que está cheio de dívida de outros países) e, consequentemente, da própria moeda.
Não há soluções fáceis.
Já agora, para os críticos de Merkel, eu pergunto: por acaso a senhora é alguma ditadora? Acham que as decisões dependem apenas dela? A Alemanha tem um parlamento, tem um tribunal constitucional, tem uma sociedade civil a quem ela tem que prestar contas.
Pelo que vou lendo sobre a situação política e da opinião pública na Alemanha, acho que ela está a tomar decisões equilibradas, sob pena dos alemães virem a a escolher um líder euro céptico num futuro próximo e, aí sim, o projecto europeu acabar enquanto tal.
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migluso Escreveu:
Estás a ser injusto. Foi graças à Alemanha que o segundo pacote de ajuda à Grécia envolveu a reestruturação da dívida.
Desculpa estar me a intrometer, mas não consigo perceber o que há de positivo nisso?
Quem teve que se chegar a frente foram os privados, sendo que o bce não entrou directamente com um único cêntimo, o que provocou uma aversão ainda maior a divida dos países periféricos.
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PT_Trader Escreveu:Não percebes?! Mas tu vês o estado em que está a UE?
Com o exterior está "em equilíbrio" e é o único grande espaço que está a implementar reformas estruturais para corrigir os desequilíbrios internos.
PT_Trader Escreveu:Ela pressionou para o default grego, quando lhe pressionaram a ela tb. Ela vê as coisas acontecerem depois delas acontecerem![]()
Estás a ser injusto. Foi graças à Alemanha que o segundo pacote de ajuda à Grécia envolveu a reestruturação da dívida.
PT_Trader Escreveu:Só estou a dizer que quem está com problemas de excesso de crédito, que os corrija. Não sou eu que tenho de estar a pagar as dívidas do Estado. E, para além disso, já deu para ver que esta política de austeridade baseada no saque às famílias e empresas não está a dar resultado. O que já era demais evidente, pelo que bastaria ler alguns capítulos de um qualquer livro de economia.
Depreendo que defendes um ajustamento total das contas do Estado feito pelo lado da despesa. Depreendo, também, que defendes a falência dos bancos insolventes.
Respeito a opinião, mas não posso concordar. Seria trocar este regime por um despótico.
PT_Trader Escreveu:Que ao contrário de nós têm uma moeda única a sério. O Japão pode endividar-se à bruta porque tem taxas elevadíssimas de poupança.
Temos noções diferentes do que significa uma moeda. Para mim, uma moeda a sério é aquela que impossibilita a sua manipulação pelos governos, que tentam assim encobrir dos cidadãos os seus erros e gastos excessivos.
Antes de entrarmos no euro, qualquer trolha ou picheleiro que trabalhasse na Alemanha ou na Suiça chegava a Portugal e construía uma casa digna de uma estrela de televisão ou um grande empresário.
Até já nem contávamos em escudos, mas em contos.
Para mim, o euro é muito mais moeda que o escudo.
Por várias razões, mas entre outras, porque é aceite em várias zonas do planeta e tem mantido o seu valor ao longo da sua existência.
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AutoMech Escreveu:Não me tinha apercebido que o objectivo eram 4.5%. Salvo erro é uma taxa de crescimento semelhante ao crescimento anual do stock mundial de ouro.
Tinha a ideia que a taxa de crescimento do stock mundial do ouro não era superior a 3%.
Mas sinceramente não sei...
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migluso Escreveu:Não percebo porque és tão contra a senhora... Ela e outros estão a avalizar os nossos empréstimos, inclusive foi quem mais pressionou para o default grego, penalizando bancos, credores e contribuintes alemães em vez dos contribuintes gregos.
Não percebes?! Mas tu vês o estado em que está a UE?
Ela pressionou para o default grego, quando lhe pressionaram a ela tb. Ela vê as coisas acontecerem depois delas acontecerem

Os alarmes só vão soar em Berlim quando for a França a fazer knock-knock. Mas, aí já não haverá muito a fazer, porque um tirano já se apoderou de Paris, e está pronto para dar o check-mate final e rebentar com a aquela nação.
migluso Escreveu:, é necessário corrigir os problemas, o que significa sermos menos dependentes de crédito, sendo que o excesso deste no passado está na ORIGEM DA CRISE.
E eu disse o contrário?
Só estou a dizer que quem está com problemas de excesso de crédito, que os corrija. Não sou eu que tenho de estar a pagar as dívidas do Estado. E, para além disso, já deu para ver que esta política de austeridade baseada no saque às famílias e empresas não está a dar resultado. O que já era demais evidente, pelo que bastaria ler alguns capítulos de um qualquer livro de economia.
migluso Escreveu: ainda bem que a Alemanha não está para entrar na loucura dos americanos, britânicos e japoneses...
Que ao contrário de nós têm uma moeda única a sério. O Japão pode endividar-se à bruta porque tem taxas elevadíssimas de poupança.
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