Morgan Stanley acredita que Portugal vai pedir nova ajuda até Setembro
20 Abril 2012 | 11:23
Nuno Carregueiro -
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Banco de investimento cita a fraca evolução da economia e os elevados juros no mercado secundário para justificar previsão de novo resgate a Portugal.
Portugal vai solicitar nova assistência financeira externa até Setembro deste ano, uma vez que a economia portuguesa vai passar por uma forte recessão e o País não vai conseguir obter financiamento nos mercados a taxas de juro acessíveis.
A conclusão é da Morgan Stanley. Num estudo citado pela Bloomberg, o banco de investimento assinala que espera "uma recessão mais forte do que as previsões oficiais e o consenso do mercado", acrescentando que o seu cenário base "aponta para um segundo resgate até Setembro de 2012".
O Banco de Portugal aponta para uma contracção do PIB de 3,4% este ano e estagnação em 2013. Outros institutos internacionais, como a OCDE, também apontam para uma evolução da economia neste sentido, sendo que ontem o Citigroup estimou ontem que a quebra do PIB em 2012 será superior a 5%. Este banco de investimento também apontava para um segundo resgate a Portugal este ano e uma reestruturação da dívida em 2013.
O ministro das Finanças português repetiu hoje, em entrevista à Bloomberg, que Portugal não prevê pedir um segundo resgate, nem irá solicitar alterações aos termos do programa actual.
"A actual determinação da Europa para evitar uma nova reestruturação de dívida [como ocorreu na Grécia] pode vir a ser desafiada, se os fundamentais se deteriorarem", afirmam os analistas do Morgan Stanley.
Este banco de investimento está a recomendar aos seus clientes, que troquem obrigações portuguesas de prazos mais curtos (maturidade em 2017) por dívida com maturidade mais longa (2037).
A Morgan Stanley assinala que os juros das obrigações portuguesas a 10 anos estão num nível insustentável de 11,85%, enquanto os Credit Default swaps apontam para uma probabilidade de 61% do país entrar em incumprimento.
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