CALDEIRÃO DE BOLSA

MarcoAntonio Escreveu:

TelmoCrisostomo Escreveu:Boas,

No caso da Zon, o gap que ainda está por fechar em Maio do ano passado foi devido à distribuição de dividendos?

Sim, 3 de Maio é a data de ex-dividend (é este o dia em que o mercado corrige o valor do dividendo uma vez que a partir desse dia a acção já não dá direito ao dividendo).

TelmoCrisostomo Escreveu:Se o dividendo se mantiver, prevê-se um gap idêntico?

Cumptos.

Sim, prevê-se.

Já agora, para quando se espera saber informações sobre os dividendos da zon? Eu acho que tinha lido qualquer coisa para o dia de amanhã

TelmoCrisostomo Escreveu:Boas,

No caso da Zon, o gap que ainda está por fechar em Maio do ano passado foi devido à distribuição de dividendos?

Sim, 3 de Maio é a data de ex-dividend (é este o dia em que o mercado corrige o valor do dividendo uma vez que a partir desse dia a acção já não dá direito ao dividendo).

TelmoCrisostomo Escreveu:Se o dividendo se mantiver, prevê-se um gap idêntico?

Cumptos.

Sim, prevê-se.

Boas,

No caso da Zon, o gap que ainda está por fechar em Maio do ano passado foi devido à distribuição de dividendos?

Se o dividendo se mantiver, prevê-se um gap idêntico?

Cumptos.

BlitzFerr Escreveu:Então os dividendos só compensam para quem tem as acções aí há uns 15 anos, a partir daí estes terão pago o investimento inicial. Abaixo desse tempo só vale a pena as mais valias?

Os dividendos em si não "compensam" para ninguém. Se não fosse retirado à acção, o valor estaria na acção. Seria indiferente se detém a acção há 2 ou há 15 anos. Pode-se porém discutir ou argumentar que se as empresas não distribuíssem (nunca) os dividendos, em média não seriam capazes de rentabilizar tão bem esse capital (ou eventualmente até acabariam a fazer maus investimentos com o excesso de capital).

Os dividendos podem ser ainda importantes a outros níveis para os investidores de longo-prazo, especialmente aqueles com posições estratégicas nas quais podem querer não mexer: a distribuição do dividendo permite-lhes obter um retorno do investimento em "cash" sem perder posição/representação (a posição mantém-se a mesma pois o dividendo é distribuído a todos os accionistas), por exemplo.


Portanto, pelo facto de quando a empresa distribui o dividendo, não estar nesse momento a dar nada realmente ao investidor - o que dá em cash sai da acção - não significa necessariamente que não deveriam ser distribuidos dividendos.




Como imagino que a tua situação seja a de um investidor de curto-prazo ou de um investidor de longo-prazo mas sem posições estratégicas (e que se por exemplo uma empresa cotada valoriza mas não distribui dividendos, não tens qualquer problema em vender as acções todas ou parte delas) os dividendos possivelmente não são algo com que te devas preocupar muito (a forma como a acção vai evoluir no mercado vai ser determinantemente mais importante para ti).

MarcoAntonio Escreveu:não recebes 8% nenhuns uma vez que o que recebes em dividendos sai do valor da acção (na verdade, ainda tendes a perder algum dado que vais pagar impostos sobre os dividendos tb como já foi referido).

Então a distribuição de dividendos para um pequeno accionista a curto prazo é de ignorar, sendo mesmo prejuízo. Não vai ganhar nem perder nenhuma % mas vai pagar impostos.

Então os dividendos só compensam para quem tem as acções aí há uns 15 anos, a partir daí estes terão pago o investimento inicial. Abaixo desse tempo só vale a pena as mais valias?

-O que aconselha a teoria e a experiência a fazer?
-Será melhor esperar pela boa rentabilidade dos dividendos face ao contexto de crise?
-Qual vai ser a vossa estratégia?

correia1978 Escreveu:Marco António, esclarece-me por favor uma dúvida: as ordens efectuadas após o fecho da sessão da véspera da data ex-dividendo são limpas e não são consideradas na data ex-dividendo?
Obrigado.

As ordens são canceladas no fim da última sessão com direito a dividendos. Não te sei dizer se há algum lapso breve após o fecho em que as ordens ainda podem ser canceladas mas é no final da sessão e é assim que a Euronext comunica o cancelamento das ordens...

Se deixares passar algum tempo após o fecho, à partida a ordem já não será limpa e estará lá activa na abertura.

Marco António, esclarece-me por favor uma dúvida: as ordens efectuadas após o fecho da sessão da véspera da data ex-dividendo são limpas e não são consideradas na data ex-dividendo?
Obrigado.

BlitzFerr Escreveu:Para um investidor de curto prazo o ideal então é rentabilizar com as mais valias já que os impostos irão cortar a rentabilidade?

No caso da EDP iria receber uns 8% de dividendo, é um valor tentador, estou a pensar receber o dividendo e manter-me mais uns meses a ver que dá. Acham bom negócio?

BlitzFerr, como eu tinha referido antes, o dividendo é imediatamente descontado à cotação. Se adquirires acções com vista a receber o dividendo, no dia de ex-dividendos a açcão "cai" o valor dividendo aproximadamente: não recebes 8% nenhuns uma vez que o que recebes em dividendos sai do valor da acção (na verdade, ainda tendes a perder algum dado que vais pagar impostos sobre os dividendos tb como já foi referido).

Exemplo: supõe que a EDP fecha a 2.20 euros na véspera de ex-dividendos (é no fim desta sessão que é necessário deter a acção para receber os dividendos); na abertura da sessão seguinte (dia de ex-dividendos) a acção da EDP já vai abrir a cerca de 2.02 euros mais coisa menos coisa (o valor exacto vai depender do mercado, como em qualquer abertura, mas é em torno desse valor que vai abrir e não em torno dos "antigos" 2.20 euros). Agora, quem detém EDP já pode vender a acção que continuará a receber os dividendos (e quem comprar já não os receberá) mas a acção também já descontou essa informação e portanto já está a valer menos. Resultado, quem "recebe" os dividendos na verdade "não recebe" nada (o que entra em "cash" na conta sai da acção).

Caso contrário seria um "almoço grátis": para ganhar 8% bastava comprar num dia e vender no dia seguinte.

Ora, obviamente o mercado sabe perfeitamente que a acção dá direito a dividendo num dia e no dia seguinte já não dá direito. Como não dá direito vale menos e o mercado faz automaticamente a respectiva correcção uma vez que essa informação é perfeitamente conhecida (inclusivamente as ordens são limpas do sistema no dia de ex-dividendos).

Outra razão para a acção cair é o facto tb perfeitamente conhecido de que a empresa pagou esse montante por cada acção a cada investidor logo, deixou de ter esse cash e terá de desvalorizar em conformidade. Se saiem 500 milhões de euros (neste exemplo) dos cofres da empresa, ela não poderá continuar a valer o mesmo que na véspera, não é?



Nota: algo semelhante ocorre com stock splits ou na distribuição de direitos (dia de ex-direitos) aquando de aumentos de capital.

BlitzFerr Escreveu:Para um investidor de curto prazo o ideal então é rentabilizar com as mais valias já que os impostos irão cortar a rentabilidade?

No caso da EDP iria receber uns 8%, é um valor tentador, estou a pensar receber o dividendo e manter-me mais uns meses a ver que dá. Acham bom negócio?

Por favor corrijam-me se dizer algo de menos correto.

Eu não tenho muita experiencia, e apesar de não saber muito sobre definição de estrategia o que é fato é que o investimento depende dela mesmo.

Eu penso que é tudo uma questão de contas:
O dividendo é distribuido e o valor da ação é corrigido pelo mesmo valor. Depois pode subir como pode descer. Obviamente que será para estrategia de longo prazo.

Também acho que o dividendo´quando é pago é feita uma retenção (acho que 25%) no entanto não é obrigado a declarar no IRS, o que da a ideia que é tributado 2 vezes. Mas fazendo uma simulação de IRS verificar que a taxa aplicar a todos os rendimentos, incluindo os dividendos é inferior à taxa que foi retida então poderá optar pelo englobamento de tais rendimentos pois pode ainda recuperar algum do que a empresa reteve.

Quanto à venda das acções antes ou depois do dividendo, a mais ou menos valia que gerar, independentemente do tempo em carteira, é sempre obrigado a declarar no IRS.

Para um investidor de curto prazo o ideal então é rentabilizar com as mais valias já que os impostos irão cortar a rentabilidade?

No caso da EDP iria receber uns 8% de dividendo, é um valor tentador, estou a pensar receber o dividendo e manter-me mais uns meses a ver que dá. Acham bom negócio?

Eu concordo com o sniper no sentido em que a fiscalidade penaliza muito quem os recebe. No entanto, neste momento, as empresas que os podem distribuir dão sinais de à-vontade financeiro que é muito positivo. Poucas são as empresas com reservas de cash e lucros que lhes permitam distribuir dividendos nesta altura e os dividendos são um sinal tranquilizador e ajudam a identificar boas condições financeiras.

Num contexto normal, a distribuição de dividendos elevados pode também ser vista como indicando empresas que não sabem o que fazer ao cash e optam por o distribuir (eu diria que isto não se aplica ao contexto actual).

MarcoAntonio Escreveu:Os dividendos interessam essencialmente aos investidores de longo-prazo.

Os dividendos não são realmente distribuidos uma vez que eles são descontados (imediatamente) à cotação portanto para um investidor de curto-prazo eles são irrelevantes.

Diria que são maus... pagas imposto quando saem da empresa e quando entram no teu bolso...

Os dividendos interessam essencialmente aos investidores de longo-prazo.

Os dividendos não são realmente distribuidos uma vez que eles são descontados (imediatamente) à cotação portanto para um investidor de curto-prazo eles são irrelevantes.

Após as apresentações de resultados das cotadas no PSI-20 vêm aí a distribuição de dividendos.

No meu caso vai ser a primeira vez que atravesso esta etapa e gostava de saber um pouco mais sobre as estratégias de rentabilidade nesta fase.

-O que aconselha a teoria e a experiência a fazer?
-Será melhor esperar pela boa rentabilidade dos dividendos face ao contexto de crise?
-Serão os dividendos mais para quem tem estratégias de longo prazo definidas?
-Qual vai ser a vossa estratégia?

Tenho em carteira Zon e EDP, como cotadas que distribuem dividendos este ano.