BCE volta a manter taxa de juro inalterada em 1%

BCE volta a manter taxa de juro inalterada em 1%
09.02.2012 - 12:55 Por Ana Rita Faria
Com mais empréstimos extraordinários aos bancos na calha, o BCE decidiu hoje manter inalterada a sua taxa de juro de referência no mínimo histórico de 1%.
A decisão foi hoje tomada em Frankfurt, na sequência da habitual reunião mensal do conselho de governadores da autoridade monetária. Às 13h30, o presidente do BCE, Mario Draghi, irá explicar esta opção e, provavelmente, dar mais informação sobre as ajudas extraordinárias à banca e sobre a nova operação de cedência de liquidez, no final deste mês. A expectativa é que o BCE seja também questionado sobre a intenção de participar ou não no processo de reestruturação da dívida grega.
A manutenção da taxa de juro de referência em 1% era já antecipada pelos mercados. Os analistas estão, contudo, divididos quanto à possibilidade de o BCE vir a baixar o preço do dinheiro já no próximo mês, o que colocaria pela primeira vez os juros abaixo de 1%. Em Março, o banco central deverá também divulgar as mais recentes previsões económicas da sua equipa, que poderão rever em baixa as projecções para a inflação nos próximos dois anos e, assim sendo, abrir caminho a uma nova redução das taxas de juro.
Desde que Mario Draghi assumiu a liderança do BCE, baixou duas vezes a taxa de juro de referência, colocando-a em 1%, o mínimo histórico em que os juros do banco central estiveram entre 2009 e o início do ano passado. Com estas reduções, o novo presidente da autoridade monetária anulou os aumentos de juros realizados em Maio e Julho de 2011 pelo seu antecessor, Jean-Claude Trichet, em resposta à subida da inflação.
A taxa de refinanciamento do BCE fixa os custos a que o banco central concede dinheiro à banca europeia, influenciando, por isso, os próprios juros que os bancos pedem quando cobram dinheiro entre si e, consequentemente, o preço que estes cobram às famílias e às empresas. Desde que o banco central cortou a taxa de juro de referência para 1%, em Dezembro, as taxas Euribor, às quais estão indexados a maioria dos créditos à habitação, têm estado em forte queda.
Na conferência de imprensa habitual, por volta das 13h30, Mario Draghi deverá explicar as novas regras relativas aos colaterais (garantias) que os bancos entregam em troca do financiamento do BCE. Além disso, deverá falar sobre a nova operação de cedência de liquidez, que decorre no final deste mês. Em Dezembro, o banco central realizou a primeira operação extraordinária de concessão de empréstimos a três anos, emprestando 489 mil milhões de euros a quase 500 bancos da zona euro. Segundo Mario Draghi, esta injecção de liquidez terá permitido evitar uma “crise do crédito” e contribuiu para aliviar as taxas de juro da dívida dos países periféricos no mercado secundário.
Mario Draghi deverá também ser questionado sobre as notícias mais recentes, que dão conta de que o BCE estará disposto a aceitar participar no esforço de reestruturação da dívida grega. De acordo com as estimativas dos analistas, o banco central deterá, actualmente, cerca de 42 mil milhões de euros em títulos de divida helénica que foram adquiridos a desconto no mercado secundário, o que significa que, na realidade, estes títulos têm um valor nominal superior: mais 11 mil milhões. É deste valor que o BCE poderá estar disposto a abdicar – ou seja, dos lucros que faria se detivesse a dívida grega até à maturidade.
http://economia.publico.pt/Noticia/bce- ... -1-1532983
09.02.2012 - 12:55 Por Ana Rita Faria
Com mais empréstimos extraordinários aos bancos na calha, o BCE decidiu hoje manter inalterada a sua taxa de juro de referência no mínimo histórico de 1%.
A decisão foi hoje tomada em Frankfurt, na sequência da habitual reunião mensal do conselho de governadores da autoridade monetária. Às 13h30, o presidente do BCE, Mario Draghi, irá explicar esta opção e, provavelmente, dar mais informação sobre as ajudas extraordinárias à banca e sobre a nova operação de cedência de liquidez, no final deste mês. A expectativa é que o BCE seja também questionado sobre a intenção de participar ou não no processo de reestruturação da dívida grega.
A manutenção da taxa de juro de referência em 1% era já antecipada pelos mercados. Os analistas estão, contudo, divididos quanto à possibilidade de o BCE vir a baixar o preço do dinheiro já no próximo mês, o que colocaria pela primeira vez os juros abaixo de 1%. Em Março, o banco central deverá também divulgar as mais recentes previsões económicas da sua equipa, que poderão rever em baixa as projecções para a inflação nos próximos dois anos e, assim sendo, abrir caminho a uma nova redução das taxas de juro.
Desde que Mario Draghi assumiu a liderança do BCE, baixou duas vezes a taxa de juro de referência, colocando-a em 1%, o mínimo histórico em que os juros do banco central estiveram entre 2009 e o início do ano passado. Com estas reduções, o novo presidente da autoridade monetária anulou os aumentos de juros realizados em Maio e Julho de 2011 pelo seu antecessor, Jean-Claude Trichet, em resposta à subida da inflação.
A taxa de refinanciamento do BCE fixa os custos a que o banco central concede dinheiro à banca europeia, influenciando, por isso, os próprios juros que os bancos pedem quando cobram dinheiro entre si e, consequentemente, o preço que estes cobram às famílias e às empresas. Desde que o banco central cortou a taxa de juro de referência para 1%, em Dezembro, as taxas Euribor, às quais estão indexados a maioria dos créditos à habitação, têm estado em forte queda.
Na conferência de imprensa habitual, por volta das 13h30, Mario Draghi deverá explicar as novas regras relativas aos colaterais (garantias) que os bancos entregam em troca do financiamento do BCE. Além disso, deverá falar sobre a nova operação de cedência de liquidez, que decorre no final deste mês. Em Dezembro, o banco central realizou a primeira operação extraordinária de concessão de empréstimos a três anos, emprestando 489 mil milhões de euros a quase 500 bancos da zona euro. Segundo Mario Draghi, esta injecção de liquidez terá permitido evitar uma “crise do crédito” e contribuiu para aliviar as taxas de juro da dívida dos países periféricos no mercado secundário.
Mario Draghi deverá também ser questionado sobre as notícias mais recentes, que dão conta de que o BCE estará disposto a aceitar participar no esforço de reestruturação da dívida grega. De acordo com as estimativas dos analistas, o banco central deterá, actualmente, cerca de 42 mil milhões de euros em títulos de divida helénica que foram adquiridos a desconto no mercado secundário, o que significa que, na realidade, estes títulos têm um valor nominal superior: mais 11 mil milhões. É deste valor que o BCE poderá estar disposto a abdicar – ou seja, dos lucros que faria se detivesse a dívida grega até à maturidade.
http://economia.publico.pt/Noticia/bce- ... -1-1532983