Perdas perpétuas
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otangas Escreveu:MKlop Escreveu:...mas documentação não a tinha no momento....
Isso é que eu não consigo aceitar/compreender. Se não tem a documentação na altura em que propõe o produto ao cliente, como é que este pode tomar uma decisão sustentada? Para mim é inaceitável que este tipo de situações ocorra nos dias de hoje!
Sempre que me vêm com propostas dete tipo, normalmente pelo telefone, peço sempre o envio de toda a documentação por e-mail. Só assim se pode tomar uma decisão racional...
Viva,
já o informei que não estava interessado...eram demasiadas incógnitas.
Curiosamente a um amigo meu proposeram-lhe quase as mesmas condições mas com valores mais baixos, e também não tinham uma documentação tangível na altura....
Agora é fácil...
mandar postas de pescada porque o rei vai nu, mas há uns tempos, com sofás de couro, cafés, tratamento vip e muita psicologia (atenção,a este facto)qualquer ser humano deslizava... mas como está tudo doido, a culpa agora é dos gananciosos.
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34% dizem ler com muito detalhe
Eu acho que aqui estão incluídos aqueles que não leem ou que apenas dão uma vista de olhos, mas que têm vergonha de o admitir. Ou seja, o número dos que realmente fazem uma leitura detalhada do produto provavelmente está nos 20% ou menos. E mesmo assim já é mais do que eu pensava.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Grande parte dos portugueses não compara preços e condições antes de escolher o banco onde vai contratar créditos ou produtos de poupança/investimento. Muitos seguem conselhos de familiares e amigos, optam pelo banco cujo balcão está mais perto de casa ou trabalho e, na hora de aplicar o dinheiro, ouve os conselhos dos gestores de conta sem questionar.
Mesmo quando os bancos entregam informação escrita para que o cliente a analise, poucos o fazem. 34% dizem ler com muito detalhe, 40% com algum detalhe e 9% com pouco detalhe. 13% não lêem porque confiam nos funcionários dos bancos e 2% não lêem porque acham que essa informação não é importante.
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/fin ... -3222.html
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O artigo só peca por defeito. Esqueceram, por exemplo, o BPI que está a recomprar a sua dívida perpéctua pagando 50% (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) e o Santander que propôs trocar dívida subordinada por sénior, mas com 10% de desconto!
Definitivamente, não são gente séria! Não pagam o que devem!
Merecem que quem lá contraiu créditos se apresente dizendo que, dadas as dificuldades, só pagam 30%!
Definitivamente, não são gente séria! Não pagam o que devem!
Merecem que quem lá contraiu créditos se apresente dizendo que, dadas as dificuldades, só pagam 30%!
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Re: E o pior
ebalves Escreveu: gestores de conta que normalmente confiamos!
Ora aqui esta a tactica do vendedor , apelar ao sentimento de confiança e a "amizade".
Para mim o gestor de conta é mais um cargo para se cobrar uns euros.
O meu gestor de conta até material de escritorio queria vender.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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ninja1200 Escreveu:Lion_Heart Escreveu:Lol. A ganancia é uma coisa chata. Pior que isso é dar ouvidos a um vendedor bancario (que em 90% das vezes nem sabe do que fala). Bem feito.
É ganância confiar no seu gestor de conta e querer ao mesmo tempo investir o dinheiro que se tem??
Essa palavra foi muito mal utilizada dentro deste contexto...
Uma coisa é confiar mas estudar os produtos propostos. É revelador de inteligência, estar informado de novos produtos e tal, receber sugestões mas investigar esses produtos.
Outra é 'confiar cegamente' e aplicar dinheiro sem se informar sobre as condições onde investe dinheiro.
Para quem tem muito dinheiro e não lhe custou a ganhar até compreendo que possa cair com alguma facilidade neste erro. Mas de quem 'lhe saiu do corpo' o dinheiro que tem, acho que devia ter preocupação em informar-se onde aplica o seu dinheiro.
É que desde pequenos que todos nós, julgo eu, somos ensinados para não acreditar em facilitismos e promessas de lucro fácil sem nada fazer.
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E o pior
E o pior destas operações (intenções de venda) é que normalmente são propostas pelos gestores de conta que normalmente confiamos!
Deve haver muitos gestores bancários vendedores a mudar de local de trabalho.
Também me foi proposto obrigações perpétuas a 6% do BPN antes de ser nacionalizado. Graças a uma estrelinha não fui ganancioso.
Deve haver muitos gestores bancários vendedores a mudar de local de trabalho.
Também me foi proposto obrigações perpétuas a 6% do BPN antes de ser nacionalizado. Graças a uma estrelinha não fui ganancioso.
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Lion_Heart Escreveu:Lol. A ganancia é uma coisa chata. Pior que isso é dar ouvidos a um vendedor bancario (que em 90% das vezes nem sabe do que fala). Bem feito.
É ganância confiar no seu gestor de conta e querer ao mesmo tempo investir o dinheiro que se tem??
Essa palavra foi muito mal utilizada dentro deste contexto...
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Quando a esmola é muita, o pobre desconfia, diz a 'sabedoria popular'.
Eu sou pobre...
Cegados pelo 'lucro fácil', arriscam-se a percas destas e até maiores. É mau acontecerem destas coisas, mas se não têm iniciativa própria para se informarem onde colocam o dinheiro...
Eu sou pobre...
Cegados pelo 'lucro fácil', arriscam-se a percas destas e até maiores. É mau acontecerem destas coisas, mas se não têm iniciativa própria para se informarem onde colocam o dinheiro...
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MKlop Escreveu:...mas documentação não a tinha no momento....
Isso é que eu não consigo aceitar/compreender. Se não tem a documentação na altura em que propõe o produto ao cliente, como é que este pode tomar uma decisão sustentada? Para mim é inaceitável que este tipo de situações ocorra nos dias de hoje!
Sempre que me vêm com propostas dete tipo, normalmente pelo telefone, peço sempre o envio de toda a documentação por e-mail. Só assim se pode tomar uma decisão racional...
No outro dia o meu gestor no BES propôs-me um produto estruturado BES Finance: mínimo 35000€ (se bem me lembro) a 6 meses com taxa 5,80.
Disse-me que era composto de obrigações nacionais e estrangeiras e outros títulos, mas documentação não a tinha no momento....
Capital e juros garantidos, sem renovação automática, segundo ele.....
alguém está familiarizado com este produto?
Disse-me que era composto de obrigações nacionais e estrangeiras e outros títulos, mas documentação não a tinha no momento....
Capital e juros garantidos, sem renovação automática, segundo ele.....
alguém está familiarizado com este produto?
Sr_SNiper Escreveu:Lion_Heart Escreveu:Lol. A ganancia é uma coisa chata. Pior que isso é dar ouvidos a um vendedor bancario (que em 90% das vezes nem sabe do que fala). Bem feito.
Vejo muita tristeza nos teus comentários... tens que ultrapassar isso e procurar a felicidade...
Eu fico feliz por não enganar os outros. Posso ser duro nas palavras mas pelo menos sou honesto.
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Lembro-me disto. Fui aqui vasculhar nos emails e ass obrigações do BES, vendidas via BEST, tinham esta descrição:
O do BCP também me lembro, mas não me recordo da taxa e não encontro o email. Ligou-me o gestor do Millennium todo entusiasmado com um produto que era excepcionalmente bom, com taxas muito acima do mercado. Salvo erro eram obrigações que tinham prioridade sobre os dividendos ou seja antes de distribuir dividendos, pagavam os juros e "como o BCP sempre pagou juros, isto praticamente não tem risco".
Como não comprei nada disto não acompanhei o resto. Soube que tinha havido a conversão em acções, mas nem me apercebi que os do BCP pelo menos ficaram com o mesmo valor (se eu tivesse disto tinha vendido as acções na hora ou, na melhor das hipóteses, metia-lhe um stop loss apertado, tipo 1 ATR ou assim - não tem lógica começar a investir em obrigações e acabar a deter acções).
Aquilo que me recordo, tanto num caso, como noutro, foi do produto ser apresentado como uma pechincha, com um prémio de taxa de juro excelente e quase sem risco.
Tenho pena é pelas pessoas que levam o barrete sem saberem. Como no final é tudo assinado, dificilmente se prova que houve má fé ou desinformação.
Uma tia minha, reformada, uma vez comprou um PPR em que a gestora de conta lhe disse que era um depósito a prazo. Assine aqui, ali e ali e passados 3 meses viu que tinha perdido uns 3%. Disseram-lhe que ela é que entendeu mal.
Taxa fixa de 8,5% TANB (Taxa Nominal Bruta)*, sendo o pagamento de juros, em dois cupões semestrais em 15 de Março e 15 de Setembro, condicionado e discricionário por iniciativa do Emitente.
Pagamento de juros semestral, condicionado à deliberação da Comissão Executiva do BES e às limitações ao pagamento de juros.
Havendo condições para o pagamento de juros conforme referido nas Condições Finais, a Comissão Executiva do BES só após ter assegurado o pagamento de juros aos subscritores dos Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados BES 2010 poderá propor em Assembleia Geral o pagamento de dividendos aos accionistas.
Ocorrendo o pagamento de dividendos aos accionistas, será reservado o montante de juros a pagar na data subsequente, que será pago se não existirem limitações ao pagamento de juros designadamente decorrentes da necessidade de cobrir perdas.
Estes Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados BES 2010, por serem perpétuos, não têm data de vencimento nem são reembolsáveis salvo por decisão discricionária do Emitente. Poderão no entanto ser reembolsados semestralmente a partir do 5º ano (em ou após 15 de Março de 2016) desde que o BES (Emitente) tome essa iniciativa e o Banco de Portugal o autorize. Caso haja lugar ao reembolso, será efectuado ao Valor Nominal.
Os Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados BES 2010 poderão ser usados para absorver prejuízos do Emitente, se tal for necessário para que este possa prosseguir a sua actividade, não estando garantida a recuperação do capital investido. Se assim acontecer, voltando o BES a cumprir os rácios de capital regulamentares a que está obrigado, o capital investido será recuperado na proporção em que os fundos próprios o permitirem.
O do BCP também me lembro, mas não me recordo da taxa e não encontro o email. Ligou-me o gestor do Millennium todo entusiasmado com um produto que era excepcionalmente bom, com taxas muito acima do mercado. Salvo erro eram obrigações que tinham prioridade sobre os dividendos ou seja antes de distribuir dividendos, pagavam os juros e "como o BCP sempre pagou juros, isto praticamente não tem risco".
Como não comprei nada disto não acompanhei o resto. Soube que tinha havido a conversão em acções, mas nem me apercebi que os do BCP pelo menos ficaram com o mesmo valor (se eu tivesse disto tinha vendido as acções na hora ou, na melhor das hipóteses, metia-lhe um stop loss apertado, tipo 1 ATR ou assim - não tem lógica começar a investir em obrigações e acabar a deter acções).
Aquilo que me recordo, tanto num caso, como noutro, foi do produto ser apresentado como uma pechincha, com um prémio de taxa de juro excelente e quase sem risco.
Tenho pena é pelas pessoas que levam o barrete sem saberem. Como no final é tudo assinado, dificilmente se prova que houve má fé ou desinformação.
Uma tia minha, reformada, uma vez comprou um PPR em que a gestora de conta lhe disse que era um depósito a prazo. Assine aqui, ali e ali e passados 3 meses viu que tinha perdido uns 3%. Disseram-lhe que ela é que entendeu mal.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Quando fôr ao Banco..
Aplicar as suas poupanças deve levar já a sua decisão tomada, pois como o relato confirma os balcões vendem aquilo que o BANCO manda vender.
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Perdas perpétuas
Perdas perpétuas
03 Janeiro 2012 | 23:30
André Veríssimo - averissimo@negocios.pt
Os investidores portugueses foram vítimas de vários logros nos últimos anos. O BPP e o BPN foram amplamente falados. Mas pouca gente, além dos prejudicados, prestou atenção ao prejuízo que BCP e BES provocaram aos aforradores.
Os investidores portugueses foram vítimas de vários logros nos últimos anos. O BPP e o BPN foram amplamente falados. Mas pouca gente, além dos prejudicados, prestou atenção ao prejuízo que BCP e BES provocaram aos aforradores.
Entre 2009 e 2010 os dois bancos venderam na sua rede comercial valores mobiliários perpétuos subordinados: títulos de dívida, que para as instituições tinham a vantagem de fortalecer os rácios de capital. Convencidos de que estavam a fazer uma aplicação com capital garantido, os incautos investidores foram seduzidos pelos juros elevados que eram pagos no primeiro ano (bem mais altos que nos depósitos) e a expectativa de serem reembolsados ao fim de cinco. Expectativa, porque, como o nome indica, a devolução do dinheiro poderia ser adiada "ad eternum", enquanto o banco dele necessitasse.
No ano passado, pressionados por diferentes exigências de capital, os bancos propuseram aos clientes que trocassem as obrigações perpétuas por acções. Por cada mil euros investidos, o BCP entregou em Junho 1600 acções, com um preço de emissão equivalente a mil euros. Quase todos os aforradores aceitaram, até porque, caso quisessem levantar o investimento antes do reembolso, também perderiam dinheiro: os títulos perpétuos valiam menos 20% no mercado. Mas talvez não imaginassem que a emenda seria pior do que o soneto. A queda da cotação do BCP transformou os mil euros em 228. Uma perda superior a 75%.
O BES fez o mesmo em Novembro, numa operação mais sofisticada. Em troca de mil euros em valores perpétuos oferecia 800 em acções e 200 em obrigações de caixa. Também aqui a queda das cotações penaliza os investidores. A componente accionista vale agora cerca de 600 euros. O que dá uma perda total de 20%.
Para recuperarem as poupanças, os clientes do BES têm de esperar que as acções subam 33%. Os do BCP 337%. Muitos, perante a queda do preço das acções, já as terão vendido, tornando perpétuas perdas que nunca imaginaram, quando o gestor de conta lhes propôs a aplicação.
Cegos pela necessidade de reforçar o capital, os bancos sacrificaram a confiança dos clientes. Não dos clientes institucionais, que sabiam ao que iam, nem dos pequenos investidores temerários. Mas daqueles que, vítimas da sua iliteracia financeira, seguiram o conselho que lhes foi dado ao balcão. A estes, nem os supervisores, CMVM e Banco de Portugal, lhes valeram. O caso merece que se reflicta sobre a real eficácia da legislação na protecção dos consumidores de produtos financeiros.
*Editor de Mercados
Visto por dentro é um espaço de opinião de jornalistas do Negócios
03 Janeiro 2012 | 23:30
André Veríssimo - averissimo@negocios.pt
Os investidores portugueses foram vítimas de vários logros nos últimos anos. O BPP e o BPN foram amplamente falados. Mas pouca gente, além dos prejudicados, prestou atenção ao prejuízo que BCP e BES provocaram aos aforradores.
Os investidores portugueses foram vítimas de vários logros nos últimos anos. O BPP e o BPN foram amplamente falados. Mas pouca gente, além dos prejudicados, prestou atenção ao prejuízo que BCP e BES provocaram aos aforradores.
Entre 2009 e 2010 os dois bancos venderam na sua rede comercial valores mobiliários perpétuos subordinados: títulos de dívida, que para as instituições tinham a vantagem de fortalecer os rácios de capital. Convencidos de que estavam a fazer uma aplicação com capital garantido, os incautos investidores foram seduzidos pelos juros elevados que eram pagos no primeiro ano (bem mais altos que nos depósitos) e a expectativa de serem reembolsados ao fim de cinco. Expectativa, porque, como o nome indica, a devolução do dinheiro poderia ser adiada "ad eternum", enquanto o banco dele necessitasse.
No ano passado, pressionados por diferentes exigências de capital, os bancos propuseram aos clientes que trocassem as obrigações perpétuas por acções. Por cada mil euros investidos, o BCP entregou em Junho 1600 acções, com um preço de emissão equivalente a mil euros. Quase todos os aforradores aceitaram, até porque, caso quisessem levantar o investimento antes do reembolso, também perderiam dinheiro: os títulos perpétuos valiam menos 20% no mercado. Mas talvez não imaginassem que a emenda seria pior do que o soneto. A queda da cotação do BCP transformou os mil euros em 228. Uma perda superior a 75%.
O BES fez o mesmo em Novembro, numa operação mais sofisticada. Em troca de mil euros em valores perpétuos oferecia 800 em acções e 200 em obrigações de caixa. Também aqui a queda das cotações penaliza os investidores. A componente accionista vale agora cerca de 600 euros. O que dá uma perda total de 20%.
Para recuperarem as poupanças, os clientes do BES têm de esperar que as acções subam 33%. Os do BCP 337%. Muitos, perante a queda do preço das acções, já as terão vendido, tornando perpétuas perdas que nunca imaginaram, quando o gestor de conta lhes propôs a aplicação.
Cegos pela necessidade de reforçar o capital, os bancos sacrificaram a confiança dos clientes. Não dos clientes institucionais, que sabiam ao que iam, nem dos pequenos investidores temerários. Mas daqueles que, vítimas da sua iliteracia financeira, seguiram o conselho que lhes foi dado ao balcão. A estes, nem os supervisores, CMVM e Banco de Portugal, lhes valeram. O caso merece que se reflicta sobre a real eficácia da legislação na protecção dos consumidores de produtos financeiros.
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