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Portugal deverá ter passado com sucesso a segunda avaliação

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Portugal deverá ter passado com sucesso a segunda avaliação

por mcarvalho » 16/11/2011 15:02

NOVA1-Portugal visto passar com sucesso 2da avaliação 'bailout'-Analistas

16/11/2011

Por Sergio Goncalves e Andrei Khalip

LISBOA, 16 Nov (Reuters) - Portugal deverá ter passado com sucesso a segunda avaliação trimestral ao cumprimento das medidas e metas do 'bailout' de 78.000 milhões de euros (ME), prevendo-se que a 'troika' dê o seu 'aval' para a UE e o FMI desembolsarem a terceira tranche financeira, segundo analistas.

O ministro das Finanças Vitor Gaspar marcou uma conferência de Imprensa para hoje a partir das 15 horas locais que incidirá sobre esta avaliação, e duas horas depois a 'troika' -- Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) -- fará a apresentação pública dos resultados deste seu segundo 'exame' ao 'bailout' do país.

Esta segunda avaliação da 'troika' está a decorrer desde 7 de Novembro.

"Eu diria que Portugal deverá ter passado esta avaliação com sucesso. Espero que, no geral, a 'troika' faça uma avaliação positiva", disse Paula Carvalho, economista do BPI, em Lisboa.

Portugal está sob um 'bailout' de 78.000 ME que tem como contrapartida a imposição de uma agenda de austeridade para o país cortar o défice público para 5,9 pct em 2011 contra 9,8 pct em 2010, tendo de descê-lo para 4,5 pct em 2012.

"Penso que a próxima tranche será aprovada, eu ficaria surpreendido se houvesse algum problema. Até agora, Portugal tem sido visto como estando no 'trilho' certo, e o Governo realmente precisa de mais tempo para ver as suas medidas terem efeito", disse Diego Iscaro, economista da Global Insight, em Londres.

Esta avaliação trimestral do 'bailout' é decisiva para a União Europeia (UE) e o FMI enviarem para Lisboa o terceira tranche no montante de global 8.000 milhões de euros (ME) -- 5.300 ME da UE e 2.700 ME do FMI.

O Governo de centro-direita, que tomou posse há cinco meses, tem tomado duras medidas de austeridade, como aumentos de impostos, cortes de despesa, redução de benefícios sociais e fiscais, e está a empreender várias reformas, nomeadamente para flexibilizar o mercado de trabalho, visando cumprir as metas impostas neste 'bailout' firmado em Maio último.

"Parece-me que, de uma forma geral, Portugal tem feito progressos em várias frentes e a 'troika' deverá levar isso em conta", disse Paula Caravalho.

Explicou que nesta avaliação da 'troika', "o que está em causa é o alcance de valores do défice e as medidas que o Governo tomou para colmatar o desvio identificado serão suficientes para tal".

Ontem, a secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, salientou, como um elemento distintivo e muito positivo para Portugal, no contexto da crise da dívida soberana, "o facto de, nas eleições legislativas passadas, cerca de 80 pct dos eleitores terem votado nos três partidos que subscreveram o programa de assistência financeira".

Realçou ainda que o Orçamento de Estado (OE) para 2012, que reforça as medidas de austeridade, passou no Parlamento com os votos favoráveis do Partido Social Democrata (PSD) e do CDS-PP, mas contou com a abstenção do Partido Socialista (PS).

"Ainda há muitas questões sobre como a economia será afectada pela austeridade e o agravar da situação europeia", lembrou Diego Iscaro.

Paula Carvalho lembrou, contudo, que, relativamente a 2011, a economia até se está a contrair menos do que o previsto anteriormente por aquelas instituições internacionais.

Ontem, o Instituto Nacional de Estatística (INE) anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal, no terceiro trimestre de 2011, se contraiu 0,4 pct face ao segundo trimestre deste ano, quando teve uma contracção em cadeia de 0,1 pct, agravando a recessão económica, que se iniciou no primeiro trimestre do corrente ano. ID:nS8E7KK030

Contudo, entre Julho e Setembro de 2011, o PIB português teve uma contracção de 1,7 pct, comparando com o mesmo período de 2010, prevendo os economistas que este ano a economia não tenha uma queda tão pronunciada como a contracção de 1,9 pct estimada pelo Executivo.

O Governo aponta para uma contracção da economia portuguesa até 2,8 pct em 2012, que será a pior recessão em três décadas, devido ao agravar da austeridade imposta no 'bailout', prevendo que a economia volte a crescer em 2013.

As 'yields' da dívida soberana de Itália a 10 anos têm subido acima dos 7 pct e até países considerados 'core' da moeda única, como França e Bélgica, têm visto os prémios de 'yields' versus o Bund alemão aumentar para novos máximos da era do euro, pois a mudança do Governo italiano não conseguiu conter a crise das dívidas soberanas na Europa.

(Por Sérgio Gonçalves e Andrei Khalip; Editado por Elisabete Tavares)

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