Super Mário entra em ação.....
Amanhã, dia um de novembro, é o primeiro dia de trabalho de Mario Draghi na qualidade de chefe do Banco Central Europeu. As opiniões dos peritos russos a respeito da figura do novo banqueiro-chefe da Europa são diferentes. Receia-se, sobretudo, que o italiano faça a distribuição descontrolada de créditos aos países mais problemáticos. Mas, de acordo com outras estimativas, não se deve esperar uma mudança radical da política financeira.
Deve ser criado o mais breve possível um Ministério das Finanças Europeu único, o Banco Central Europeu deve exercer as funções de tesouro nacional dos países que se encontram em situação crítica, a taxa de juro continuará por enquanto inalterável, - foram estas as idéias que Jean - Claude Trichet sugeriu aos investidores na entrevista concedida poucos dias antes da sua demissão oficial do posto de chefe do Banco Central Europeu. O jornal alemão Bild am Sonntag cita a sua declaração: A crise ainda não foi superada, por isso, o cumprimento rápido das decisões da cúpula de Bruxelas tem uma importância decisiva”. “Neste contexto a figura do sucessor de Trichet suscita muitas dúvidas, - declarou à Voz da Rússia o presidente da companhia Arbat Capital Management, Alkssei Golubovich.
A julgar por tudo, Draghi será menos autônomo, vai tentar levar a cabo uma política coletiva. E os alemães e franceses irão exercer uma grande pressão sobre ele. Quanto a Trichet, este era mais resistente à pressão.
O analista financeiro Denis Barabanov afirma que a política de Trichet prosseguirá.
Creio que durante os primeiros seis meses não haverá mudanças bruscas na política do Banco Central Europeu. É que este banco não é um órgão dirigido por uma só pessoa, existe um número bastante grande de pessoas responsáveis que tomam decisões em conjunto. Hoje, este banco é uma das poucas instituições europeias que podem atuar de forma rápida e eficiente. As atuais tentativas dos dirigentes da União Européia de alterar a situação com a ajuda, - por exemplo, - de dinheiro virtual, que será depositado no fundo de estabilização, podem fracassar. Creio que no próximo ano veremos novamente o Banco Central Europeu a participar de forma mais ativa da salvação dos países europeus.
Mas aí impõe-se uma questão natural: o que fazer? – aponta o perito independente Dmitri Tratas. Na sua opinião, um dos maiores erros consiste no fato de as taxas de juro, elevadas anteriormente por Trichet, não serem, a julgar por tudo, reduzidas. Por outro lado, não pode deixar de causar um certo espanto o fato de, para o posto de principal responsável financeiro da Europa, ter sido nomeado um representante de um país que enfrenta os mais graves problemas orçamentários. Se levarmos em consideração a recomendação de despedida de Trichet de que as obrigações de tesouros nacionais serão adquiridas, este processo irá apenas incrementar-se ainda mais, - receia o perito.
Draghi é partidário de uma política ultra-suave. A julgar por tudo, a realização deste programa de ajuda monetária a todos será prosseguido e, inclusive, em maior envergadura do que Trichet admitia anteriormente. Neste caso, a situação econômica vai agravar-se. O valor do dinheiro pode cair para zero, o que poderá acarretar conseqüências imprevisíveis para a economia europeia.
Não é por acaso que a imprensa italiana chama Super Mário ao novo chefe do Banco Central Europeu. É que no seu curriculum constam cargos de responsabilidade no Conselho de Estabilidade Financeira do “G 20”, de dirigente do banco “Goldman Sachs” e de diretor executivo do Banco Mundial. A partir de 2006 ele dirigiu o Banco da Itália e, a propósito, ganhava em 2010 neste cargo o dobro do salário que aufere como chefe do Banco Central Europeu , - 800 mil euros. Os peritos constatam que depois de oito anos de gestão de Trichet, a herança que Draghi recebe é bastante difícil. A maior provação que o italiano vai enfrentar é preservar a principal obra do seu antecessor, o euro, na qualidade de moeda mundial em vigor.
http://portuguese.ruvr.ru/2011/10/31/59635316.html