Creio que Portugal está mais próximo da reestruturação
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Muffin Escreveu:JMHP Escreveu:...isso significará a implosão do pais e da sociedade tal como a conhecemos hoje.
O "day after" será seguramente algo que ainda hoje as nossas mentes não ousam a imaginar e descobrir...
O JMHP é que é o cavaleiro do apocalipse! O Medina ao seu lado é um potro!![]()
Não sou bruxo... Mas em 2008, 2009 ou 2010 quem imaginava o cenário que vivemos hoje?!... Muitos poucos.
Em 2 anos apenas já vimos e vivemos acontecimentos que na altura poderiam ser apelidados de apocalipse... No entanto hoje vive-se com o sentimento permanente que o dia seguinte será pior que o dia anterior.
Isto é ser pessimista?!... Em tempos foi, hoje infelizmente é a realidade nua e crua.
Risco de bancarrota dos principais bancos dispara
O final do mês de outubro foi marcado no mercado da dívida por um disparo no preço dos seguros contra o risco de incumprimento por parte dos principais bancos do mundo. O maior stresse atingiu o Deutsche Bank alemão, o Wells Fargo norte-americano e o Standard Chartered asiático.
O final do mês de outubro não podia ter sido pior para o sistema bancário dos países desenvolvidos.
O índice bolsista do sector financeiro à escala mundial quebrou na segunda-feira (31 de outubro) quase 3,5%, mais do que o índice bolsista global (que caiu ontem cerca de 2,8%, sobretudo pressionado pelas quedas na Europa e em Wall Street). A tendência de abertura hoje, 1º de novembro, vai no mesmo sentido na Ásia e na Europa, cujas bolsas estão a negociar no vermelho.
Mais resguardado da curiosidade dos principais media esteve o mercado dos credit default swaps (cds, seguros contra o risco de incumprimento) ligados à dívida dos bancos.
Quinze dos principais bancos do mundo desenvolvido viram o custo dos cds ligados à sua dívida agravar-se mais de 5% ao longo do dia de ontem e 7 deles tiveram um encarecimento da proteção contra o risco de entrarem em bancarrota de mais de 9%.
Os bancos em maior stresse neste mercado da dívida foram, por ordem decrescente de disparo do custo dos cds, os seguintes: Deutsche Bank alemão (agravou o prémio de risco em cerca de 13%), Wells Fargo norte-americano (agravou-se em 12,9%) e Standard Chartered asiático (agravou-se em 10,8%).
Na lista dos restantes com variações superiores a 9% estiveram ontem: Goldman Sachs americano (+9,62%); Crédit Agricole francês (+9,5%); J.P.Morgan americano (+9,37%); e ING holandês (+9,2%).
http://aeiou.expresso.pt/risco-de-banca ... ra=f684652
JMHP Escreveu:...isso significará a implosão do pais e da sociedade tal como a conhecemos hoje.
O "day after" será seguramente algo que ainda hoje as nossas mentes não ousam a imaginar e descobrir...
O JMHP é que é o cavaleiro do apocalipse! O Medina ao seu lado é um potro!


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A-330 Escreveu:Eu acho que o apocalipse está a nossa espera.
Agora o meio de transporte que usaremos para lá chegar..cada um usará o que quiser e o que puder. Ele se calhar optou pelo cavalo..mas de certeza que muita vai chegar lá a arrastar-se.
A verdade é que ninguém lhe dá ouvidos , mas ele desde há muito que tem vindo a prever a situação a que chegamos.
E se continuarmos a não ouvi-lo , talvez o nosso destino seja mesmo o apocalipse.
Sempre achei quem defendia a não entrada ou a saída do euro uma loucura , mas o que disse o Ferreira do Amaral... , a coisa não é assim tão descabida..
A330
Fazem sentido muitos dos argumentos da opinião do João Ferreira do Amaral sobre a saída de Portugal do Euro... Em teoria, mas na pratica as coisas podem sair bem diferente porque nem ele nem ninguém conhece as consequências de um pais abandonar ou ser expulso de um moeda forte e rígida como o Euro.
Ele defende que devíamos anteciparmos uma saída do euro de forma ordenada, o problema é quase ninguém acredita nem vé como é possível sair do Euro e evitar consequências que podem ser extremamente dolorosas em caso do pais ou mesmo a Europa mergulhar num caos.
Eu pessoalmente penso que se a Europa entrar num caos politico e financeiro como está na iminência de acontecer e resultar no fim do Euro, isso significará a implosão do pais e da sociedade tal como a conhecemos hoje.
O "day after" será seguramente algo que ainda hoje as nossas mentes não ousam a imaginar e descobrir...

Eu acho que o apocalipse está a nossa espera.
Agora o meio de transporte que usaremos para lá chegar..cada um usará o que quiser e o que puder. Ele se calhar optou pelo cavalo..mas de certeza que muita vai chegar lá a arrastar-se.
A verdade é que ninguém lhe dá ouvidos , mas ele desde há muito que tem vindo a prever a situação a que chegamos.
E se continuarmos a não ouvi-lo , talvez o nosso destino seja mesmo o apocalipse.
Sempre achei quem defendia a não entrada ou a saída do euro uma loucura , mas o que disse o Ferreira do Amaral... , a coisa não é assim tão descabida..
A330
Agora o meio de transporte que usaremos para lá chegar..cada um usará o que quiser e o que puder. Ele se calhar optou pelo cavalo..mas de certeza que muita vai chegar lá a arrastar-se.
A verdade é que ninguém lhe dá ouvidos , mas ele desde há muito que tem vindo a prever a situação a que chegamos.
E se continuarmos a não ouvi-lo , talvez o nosso destino seja mesmo o apocalipse.
Sempre achei quem defendia a não entrada ou a saída do euro uma loucura , mas o que disse o Ferreira do Amaral... , a coisa não é assim tão descabida..
A330
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Pata, obrigado pelo cumprimento. Devo dizer também que os oportunos tópicos que tens iniciado têm sido uma ajuda na organização de ideias.
Eu penso que neste momento deve ser promovida uma generalizada "procura pela lucidez" no sentido do bem comum. Para que se tomem as decisões certas, a todos os níveis.
Há que lembrar que a expansão de Portugal que levou aos descobrimentos, foi iniciada por D. João I para evitar a quase certa bancarrota do país...
Eu penso que neste momento deve ser promovida uma generalizada "procura pela lucidez" no sentido do bem comum. Para que se tomem as decisões certas, a todos os níveis.
Há que lembrar que a expansão de Portugal que levou aos descobrimentos, foi iniciada por D. João I para evitar a quase certa bancarrota do país...
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Visto que a Pata citou Paul De Grauwe aqui vai um artigo sobre o que deveria o BCE fazer, e sobre o que a Alemanha não deixa que se faça.
Como disse o Ulisses Pereira noutro tópico:
E se eles não querem saber...
http://www.voxeu.org/index.php?q=node/7158
Como disse o Ulisses Pereira noutro tópico:
Ulisses Pereira Escreveu:A Alemanha não está com nenhum problema de liquidez nem problema económico. É uma das economias mais robustas do mundo.
E se eles não querem saber...
http://www.voxeu.org/index.php?q=node/7158
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BULIM123 Escreveu:Nunca pensei que Portugal chegasse a este ponto, creio que será inevitável o perdão da dívida a Portugal, os Políticos já o sabem, só tenho pena de fazerem uma sangria as pessoas como estão a fazer.
Atenção que perdão da divida significa ainda mais austeridade... para além de que atira o país para décadas sem acesso ao crédito.
Se a isto já apelidam de "sangria"... Então um perdão/reestruturação de divida é a "matança".
Cuidado com o que desejam....

K. Escreveu:Obrigado pela sugestão. Vou seguir o mesmo esquema que segui em Abril, quando surgiu a discussão sobre a reestruturação da dívida pública.
Numa primeira fase tenho de certificar-me que as pessoas entendem o que estou a dizer, e por isso as discussões no Fórum ajudam imenso a organizar as ideias.
Ok, se um dia optares por uma campanha viral, estou disposto a ajudar...
A cereja no topo do bolo é fazer um vídeo deste género http://www.youtube.com/watch?v=XszUO6YO5Do , que seja de fácil compreensão, permitindo passar a mensagem muito mais facilmente.
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Obrigado pela sugestão. Vou seguir o mesmo esquema que segui em Abril, quando surgiu a discussão sobre a reestruturação da dívida pública.
Numa primeira fase tenho de certificar-me que as pessoas entendem o que estou a dizer, e por isso as discussões no Fórum ajudam imenso a organizar as ideias.
Numa primeira fase tenho de certificar-me que as pessoas entendem o que estou a dizer, e por isso as discussões no Fórum ajudam imenso a organizar as ideias.
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K.,
E porque não fazeres uma campanha viral, criando uma página no Facebook e afins? Adaptavas os teus textos de modo a uma criança perceber, e depois a mensagem é facilmente divulgada para milhares de pessoas na internet, porque isto é um tema quente...
Se o objectivo é passar a mensagem, pensa nisto.
Abraço
E porque não fazeres uma campanha viral, criando uma página no Facebook e afins? Adaptavas os teus textos de modo a uma criança perceber, e depois a mensagem é facilmente divulgada para milhares de pessoas na internet, porque isto é um tema quente...
Se o objectivo é passar a mensagem, pensa nisto.
Abraço
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Ainda bem que começam a aparecer pessoas com credibilidade a chamar a atenção para isto. Como ele diz:
"Pois agora, que estamos a entrar numa recessão, a primeira coisa que fazemos é exigir aos bancos que reforcem o capital. É certo que no longo prazo é isso que tem de acontecer, mas agora não é momento para acelerar esse movimento."
É evidente que isto é um golpe. Conseguiram colocar uma pessoa incompetente à frente do FMI (quem duvidar diso, peço que vejam o currículo da senhora e que me digam se é apropriado para o cargo) e o FMI começou com estas exigências, sem sentido nenhum, mas que já entraram no discurso oficial da UE. O governo tem de se opor a isto de forma absoluta. As cotações dos bancos não param de cair, indicando que o mercado acredita mesmo que a recapitalização vai avançar.
O problema é muito maior do que parece: o estado entra nos bancos para reforçar o capital. Cerca de 10 mil milhões a preços actuais de mercado e com 50% de perdão na Grécia. Depois é que vem o diabo: a Grécia vai precisar de mais 50% de perdão de dívida, e esse já vai ser assumido pelo estado. Pior ainda: a dívida Portuguesa levará um haircut de, pelo menos, 50%, tudo já no balanço dos bancos nacionalizados. É um mecanismo de Feedback, "à la Soros": a realidade não existe, mas os acontecimentos futuros apresentam-se como inevitáveis e a sua antecipação dita, em conjunto, a necessidade da reestruturação da dívida.
"Pois agora, que estamos a entrar numa recessão, a primeira coisa que fazemos é exigir aos bancos que reforcem o capital. É certo que no longo prazo é isso que tem de acontecer, mas agora não é momento para acelerar esse movimento."
É evidente que isto é um golpe. Conseguiram colocar uma pessoa incompetente à frente do FMI (quem duvidar diso, peço que vejam o currículo da senhora e que me digam se é apropriado para o cargo) e o FMI começou com estas exigências, sem sentido nenhum, mas que já entraram no discurso oficial da UE. O governo tem de se opor a isto de forma absoluta. As cotações dos bancos não param de cair, indicando que o mercado acredita mesmo que a recapitalização vai avançar.
O problema é muito maior do que parece: o estado entra nos bancos para reforçar o capital. Cerca de 10 mil milhões a preços actuais de mercado e com 50% de perdão na Grécia. Depois é que vem o diabo: a Grécia vai precisar de mais 50% de perdão de dívida, e esse já vai ser assumido pelo estado. Pior ainda: a dívida Portuguesa levará um haircut de, pelo menos, 50%, tudo já no balanço dos bancos nacionalizados. É um mecanismo de Feedback, "à la Soros": a realidade não existe, mas os acontecimentos futuros apresentam-se como inevitáveis e a sua antecipação dita, em conjunto, a necessidade da reestruturação da dívida.
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É no que tenho insistido desde Abril. Se insistirem naqueles racios de capital e forçarem o estado a injectar o dinheiro nos bancos, a dívida vai ser reestruturada:
"......Se agora virmos, dizemos que os bancos precisam de se recapitalizar, e dada a situação dos mercados, é muito possível que tenham de ser os governos a entrar no capital. Isso significará um aumento da dívida pública, que piorará as respectivas avaliações de crédito, e penalizará as obrigações que estão no balanço dos bancos."
"......Se agora virmos, dizemos que os bancos precisam de se recapitalizar, e dada a situação dos mercados, é muito possível que tenham de ser os governos a entrar no capital. Isso significará um aumento da dívida pública, que piorará as respectivas avaliações de crédito, e penalizará as obrigações que estão no balanço dos bancos."
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Creio que Portugal está mais próximo da reestruturação
Duas ideias principais que parecem fazer confusão:
Até agora dizíamos que o sistema financeiro estava demasiado fraco, e que os bancos precisavam de se recapitalizar para funcionarem correctamente...
Sim, mas o sistema financeiro na Europa é fraco porque temos uma crise de dívida soberana. O que temos de conseguir é que o preço das obrigações pare de cair, pois é isso que está a criar os problemas aos bancos. Se agora virmos, dizemos que os bancos precisam de se recapitalizar, e dada a situação dos mercados, é muito possível que tenham de ser os governos a entrar no capital. Isso significará um aumento da dívida pública, que piorará as respectivas avaliações de crédito, e penalizará as obrigações que estão no balanço dos bancos.
Por uma vez, tendo a ter simpatia pela posição dos bancos. Uma das coisas que tínhamos decido fazer no âmbito da reforma do sistema financeiro e da regulação, e também no contexto de Basileia III, era impor rácios de capital dinâmicos e contracíclicos. Ou seja, em altura de "booms", com os preços dos activos a subir, os bancos deveriam reforçar os balanços, o que era relativamente fácil, e permita que os bancos funcionassem como um travão à bolha. Pelo contrário, em recessão, deveriam fazer o contrário, pois é difícil reforçar capital com as economias em contracção, e se se pressionar de mais nesse sentido, corre-se o risco de os bancos cortarem o crédito à economia. Pois agora, que estamos a entrar numa recessão, a primeira coisa que fazemos é exigir aos bancos que reforcem o capital. É certo que no longo prazo é isso que tem de acontecer, mas agora não é momento para acelerar esse movimento.
Paul De Grauwe
"Infelizmente, creio que Portugal está mais próximo da reestruturação"
31 Outubro 2011 | 00:01
Rui Peres Jorge - rpjorge@negocios.pt
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Paul De Grauwe é um dos maiores especialistas sobre o funcionamento da Zona Euro. O professor e conselheiro da Comissão Europeia não tem dúvidas de que as decisões da semana passada serão insuficientes. Leia aqui a entrevista.
O que destaca como melhor e pior da cimeira europeia?
As decisões relativas ao Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) são claramente insuficientes, pois não terá capacidade credível de estabilizar o mercado. O perdão de dívida à Grécia é um passo na direcção certa, embora talvez pudesse ser um pouco maior, pois é apenas de 50% sobre a dívida detida por privados, o que significa que o rácio de dívida sobre PIB se manterá relativamente elevado - alimentando dúvidas sobre se a Grécia será capaz de servir a sua dívida no futuro. Ainda assim, a decisão vai mais longe do que achava possível há apenas poucas semanas. Também é preciso esperar pelos detalhes de tudo isto: no passado, quando chegámos a perceber tudo o que estava no "haircut" de 21% decidido em Julho, vimos que o impacto era relativamente pequeno.
Algumas pessoas vêem nas alterações do FEEF mais uma forma de garantir uma "cobertura política" para o BCE, que assim poderá continuar a actuar, mas com menos pressão e holofotes...
Se assim for, não tenho nada contra. Ainda assim, creio que teremos de fazer qualquer coisa quanto à "governance" do FEEF: é péssima. Por exemplo, com poder de veto para todos os países, é muito difícil que o FEEF tenha um processo de decisão ágil, rápido e suave. Além disso, a estrutura de alavancagem que foi criada, com possibilidade de garantir parte das emissões de dívida pública, é instável...
Porquê?
Esta estrutura pode funcionar se a procura de fundos do FEEF for pequena. Mas se houver uma grande procura, então colapsará, pois o FEEF não aguentará um grande choque, já que nessa situação a tranche de activos do FEEF desaparecerá como neve ao sol, prejudicando os "ratings" dos países que o financiam.
Mas acha que os mercados vão já começar a pressionar? Há o risco de começarem a testar a nova capacidade europeia?
É impossível prever quando e como essa pressão se sentirá, mas é muito provável que testem.
Teme que se tenha ido demasiado longe nas exigências de recapitalização que se colocam aos bancos?
Por uma vez, tendo a ter simpatia pela posição dos bancos. Uma das coisas que tínhamos decido fazer no âmbito da reforma do sistema financeiro e da regulação, e também no contexto de Basileia III, era impor rácios de capital dinâmicos e contracíclicos. Ou seja, em altura de "booms", com os preços dos activos a subir, os bancos deveriam reforçar os balanços, o que era relativamente fácil, e permita que os bancos funcionassem como um travão à bolha. Pelo contrário, em recessão, deveriam fazer o contrário, pois é difícil reforçar capital com as economias em contracção, e se se pressionar de mais nesse sentido, corre-se o risco de os bancos cortarem o crédito à economia. Pois agora, que estamos a entrar numa recessão, a primeira coisa que fazemos é exigir aos bancos que reforcem o capital. É certo que no longo prazo é isso que tem de acontecer, mas agora não é momento para acelerar esse movimento.
Até agora dizíamos que o sistema financeiro estava demasiado fraco, e que os bancos precisavam de se recapitalizar para funcionarem correctamente...
Sim, mas o sistema financeiro na Europa é fraco porque temos uma crise de dívida soberana. O que temos de conseguir é que o preço das obrigações pare de cair, pois é isso que está a criar os problemas aos bancos. Se agora virmos, dizemos que os bancos precisam de se recapitalizar, e dada a situação dos mercados, é muito possível que tenham de ser os governos a entrar no capital. Isso significará um aumento da dívida pública, que piorará as respectivas avaliações de crédito, e penalizará as obrigações que estão no balanço dos bancos.
Uma recessão é mais provável depois da cimeira...
Não sei se está mais provável, mas não fizemos nada para evitar uma recessão. Continuamos a caminhar pela mesma estrada, com programas de austeridade excessivos, aplicados por toda a gente ao mesmo tempo, e isso levar-nos-á a uma recessão, que tornará tudo mais difícil.
Portugal está mais próximo de uma reestruturação da sua dívida?
Infelizmente, creio que está mais próximo, devido à recessão, a qual implicará rácios de défice e dívida superiores, forçando o Governo a adoptar ainda mais austeridade.
Como avalia a desvalorização interna que o Governo português está a pôr em curso?
É uma estratégia de alto risco. É verdade que Portugal tem de conseguir uma desvalorização interna, mas vocês terão de aplicar medidas tão duras, que conduzirão a uma recessão profunda. Os mercados podem não vos dar o tempo de que precisam. Estão muito nervosos, e poderão colocar-vos mais e mais pressão. Pode acontecer que as coisas ainda piorem, como aconteceu na Grécia, exigindo mais e mais austeridade que torne uma crise gerível numa crise insolúvel.
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