CALDEIRÃO DE BOLSA

Ultimamente temos descoberto a pólvora ou melhor várias pólvoras:

Descobriram que a Madeira tinha mais um buraco nas contas;

Que não havia dinheiro para o novo aeroporto, nem para os lunáticos projectos do TGV;

Que o estado é um bicho incontrolável esofágico com vida própria, etc……

Cuidado!

Qualquer dia ainda descobrem que as grandes superfícies em excesso e implantadas desordenadamente e sem critério geram desemprego.

Pickbull Escreveu:As grandes superfícies deram cabo de muita coisa.

As grandes superfícies só deram cabo do terreno em que foram construídas. De resto não dão cabo de mais nada.

As pessoas, o povo, é livre de comprar onde quiser. Nunca vi nenhuma "SWAT team" de nenhuma grande superfície a ir buscar pessoas a casa para lá irem fazer compras.
Se antes iam comprar à loja da esquina, e agora passaram a comprar no hipermercado fazendo com que a loja da esquina feche por falência, a culpa é das pessoas que tomaram essa decisão. Cabe-nos a nós decidir onde fazemos as nossas compras. Mudamos de hábitos, e depois a culpa é sempre dos outros, do chulo capitalista que é dono do shopping. Nunca é nossa que passamos a fazer lá as compras por comodismo.

Cabe-nos a nós decidirmos que negócios queremos que fechem ou não. Até agora vamos com umas duas décadas de decidirmos fechar o pequeno comércio e valorizarmos as grandes superfícies. Nós, o povo.

Oiço muita gente dizer que é impossível atacar as grandes superfícies, e que os grandes têm todo o poder, que rebentam com o comércio tradicional, etc, etc. Em Faro houve um bom exemplo. A Sonae abriu há uns anos atrás um shopping logo à entrada, foi um sucesso até as pessoas decidirem deixar de lá ir. Ficou às moscas, e fechou tudo. As pessoas tomaram a decisão de passar a ir ao novo Jumbo em frente.
Se as pessoas, o povo, tiveram o poder de fechar um modelo porque deixaram de lá ir, também têm capacidade de fechar qualquer grande superfície se realmente elas lhes tiverem a fazer comichão.
No comércio, só funciona o que nós quisermos. A decisão de deixar de ir ao comércio tradicional é nossa, não é imposição nenhuma de nenhum bicho papão de nenhuma grande superfície. Somos comodistas, e a culpa, é dos outros...

Tal como o banco não nos apontou nenhuma pistola à cabeça pra comprarmos a crédito o LCD LED novo prá sala e a PS3 porque o vizinho também tem. Nós é que decidimos enterrarmo-nos em dívidas. Sem ser para a casa, não há necessidade de mais nenhum crédito.

Enquanto não começarmos a ver que temos muita culpa no cartório, não vamos a lado nenhum.

Por falar em lápis!Ando farto de comprar lápis ultimamente.Lápis de qualidade duvidosa!LOL
Quando os tento afiar, partem-se sistematicamente.Não aguentam a afia.LOL
Há algumas marcas que são impossíveis de afiar com uma qualquer afia. As marcas alemãs não fogem à regra.O material com que é feito o «carvão», muitas das vezes parece que se desboroa.

Se forem porta minas, o mesmo se passa.A mesma falta de qualidade.E também nesta categoria, as marcas alemãs não fogem à regra.Falo na perspectiva de uma utilização intensiva.


Quanto ao assunto em epigrafe;

Ferradura; vou responder à tua preocupação de forma indirecta.

Estou numa região com muitos restaurantes. Muito bons restaurantes.Mas gosto de um em particular.Quando entras no restaurante, tens uma lareira na sala do restaurante com umas cadeiras à volta da lareira.Junto à lareira, tens aquelas antigas panelas de ferro que eu lhes chamo carinhosamente «panelas de três patas». Durante o inverno, a lareira é acesa.Qualquer cliente pode tirar partido do conforto da lareira.Mais ao menos no centro da sala, tens uma mesa com uma toalha bordada que lhe cobre o tampo e descai até ao chão.Em cima da mesa tens objectos que te fazem lembrar os objectos da avozinha.Tal e qual uma antiga casa de família.Não faltando os tradicionais retratos dos familiares.E por ai a fora....

Sobretudo, sentes que entraste em casa para tomar uma refeição.Conclusão; o restaurante está sempre cheio e é difícil arranjar lugar.Pergunto; a cadeia de restaurantes de nome McDonald's é uma ameaça para este tipo de restaurantes?

Pela mesma ordem de ideias, poderia falar de algumas drogarias de Lisboa cuja inovação e criatividade os levou a criar um nicho de mercado.E nem é preciso ir tão longe.Olha por exemplo; o Pingo Doce (Jerónimo Martins) que de forma intencional, como o seu CEO disse em entrevista, vai de encontro aos desejos e preferências dos seus clientes na selecção de produtos que escolhe.E é precisamente nessa criatividade que reside o sucesso da Jerónimo Martins.

Há produtos que estão a ser esmagados pelos hipermercados?E porque não criar uma loja que comercialize esses produtos mal amados.De certo que seria considerada exótica?Algo a ser visitado?

Sobretudo, quero com isto dizer; deixemos o mercado funcionar.

ferradura Escreveu:Vou iniciar um tema polemico:
Serão as grandes superficies em Portugal, um bom motor para as nossas empresas (PME) ?
Eu tenho uma opinião, mas vou deixar aqui um exemplo:

LÁPIS DE CARVÃO

Numa determinada grande superficie temos lápis mina H2 101 unidades a 5 euros (marca alemã).
Mas temos a nossa velhinha VIARCO a vender online 12 lápis a 2,6€.

Porque motivo o fazem ?

http://lojaonline.viarco.pt/product_inf ... cts_id=162

Nem é bom nem é mau, é apenas um sinal dos tempos.

As ofertas do mercado surgem conforme exista quem consuma essa oferta.

Em relação aos produtos nacionais não serem preteridos nas grandes superfícies pode estar relacionado com o fraco nível de visão de mercado que as nossas pequenas empresas possuem e a falta de união estratégica.

Muitas vezes existem duas empresas com o mesmo produto, mas se uma não tem capacidade para produzir o suficiente para um grande consumidor, prefere perder o negócio do que aliar-se à outra empresa para conseguir responder ao consumidor.

Estive em Itália a pouco tempo e fiquei num hotel pequeno que fez parceria com dois outros negócios para poder responder aos consumidores e aos custos do negócio. Por exemplo:
- o pequeno almoço é numa pastelaria ao lado do hotel
- o check-in só acontece até às 24h00 e a partir dessa hora tem de ser feito se o transporte para o hotel for no táxi associado ao hotel (que tem acesso a abrir a porta e dá ao hóspede as chaves e informações necessárias)

E porque é que cá em Portugal este associativismo não existe? É simples... porque esta cultura tem de ser incentivada e isso começa na escola primária com trabalhos em grupo, com respeito pelos outros e com uma mentalidade diferente onde o ganho será do grupo e não apenas individual.

As grandes superfícies deram cabo de muita coisa.

E em muitos casos sem sequer haver benefício para o consumidor.

Eu usava viarco quando era puto, era o que os meus pais me compravam e devo dizer que os detestava. Actualmente não compro lápis, mas se comprasse não ia ser da viarco.

ferradura, faz lá um favor à malta e escreve off-topic no título, sim?

Obrigadão

Vou iniciar um tema polemico:
Serão as grandes superficies em Portugal, um bom motor para as nossas empresas (PME) ?
Eu tenho uma opinião, mas vou deixar aqui um exemplo:

LÁPIS DE CARVÃO

Numa determinada grande superficie temos lápis mina H2 101 unidades a 5 euros (marca alemã).
Mas temos a nossa velhinha VIARCO a vender online 12 lápis a 2,6€.

Porque motivo o fazem ?

http://lojaonline.viarco.pt/product_inf ... cts_id=162