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Desculpem-me lá intrometer nisto.
Importa esclarecer que fui militar dos 19 aos 38 anos. Vim embora quando já estava numa situação muito boa e por razões que até me orgulham. Vim, como é óbvio, para uma situação pior que aquela em que estava.
jotabilo Escreveu:
As FA estão num nivel organizacional mínimo para cumprirem as missões atribuídas.
A questão é esta mesmo.
As FA's estão num nível organizacional mínimo para cumprirem as missões atribuidas. É verdade, sem dúvida.
Agora, as missões atribuidas é que, sem qualquer dúvida, estão desfasadas da realidade do país que paga essas FA's.
Este país, hoje, não tem condições - financeiras, sobretudo - para determinar essas missões. Logo, há missões atribuidas a mais para tão pouco dinheiro. E como o dinheiro ainda terá que minguar ( e muito ) o que é que tem ser eliminado?
Não aceito, como cidadão pagante de impostos, que haja,
neste contexto financeiro, militares, PSP ou GNR's portugueses no Líbano, na Bósnia, no Afganistão, blá, blá, blá.. Aliás não aceito que neste contexto haja um único militar
pago pelo orçamento do estado português em qualquer lado, independentemente das vantagens políticas e estratégicas que daí possam advir.
Estamos tesos, não temos dinheiro para mandar cantar um cego, quanto mais para isto. Não é curial obrigar velhotes portugueses a pagar medicamentos para os quais sabemos que não tem dinheiro e, depois, ir fazer vida de ricos para estes areópagos.
Bem sei e no meu tempo já em parte assim era, que são os militares que pressionam porque estas missões são ouro para o orçamento familiar, apesar do risco, que não é alto, de um ou outro vir " encaixotado ". A massa que se ganha numa missão quase que dá para limpar o empréstimo feito para a compra da casinha. Enfim...
O desperdício nas FA's é brutal.
Por exemplo: Portugal têm 38 caças F16 ( já nenhum é OCU, embora alguns ainda estejam em transformção para MLU ) e tem apenas 26 pilotos. A resistência para a venda de 10 ou 12 aviões excedentários, a cerca de 10 milhões de euros/cada, é enorme por parte dos militares.
Em minha opinião, face às dificuldades do país, tudo o que é estritamente " guerreiro " deveria ser eliminado. Para quê carros de combate Leopard2A6, rolls-Royce dos carros de combate? São para vender, sem dúvida e valem alguns milhões.
Tudo o que pode ter utilidade " civil ", de serviço direto à comunidade, é para manter e, vai daí, há que dotar isso do respetivo orçamento e meios humanos.
O excedente, despede com indeminização e vende o material.
Cumprimentos,