Enviado: 3/10/2011 20:0303 Outubro 2011 | 15:39
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
Agência diz que crescimento será menor, que Governo falhará meta do défice, que dívida pública vai subir e que a privada está acima de 200% do PIB. Ainda assim, o "rating" mantém-se em AAA.
A Standard&Poor´s confirmou hoje o "rating" máximo, AAA, para a dívida soberana emitida pelo Reino Unido, apesar de prever que a economia vai continuar a evoluir a um ritmo "travado" e que o défice orçamental vai ser superior ao previsto pelo Governo.
"Não obstante a economia ter saído de recessão, a recuperação tem sido frágil" e "os esforços do Governo para proceder a uma profunda correcção das contas públicas nos próximos anos vão provavelmente pesar sobre a actividade económica", escreve a S&P, que antecipa um crescimento médio de 1,8% entre 2011 e 2014, aquém da previsão de 2,5% da entidade que apoia o governo em matéria orçamental, o "Office for Budget Responsability".
A agência de notação de risco diz ainda prever que o défice orçamental fique acima do previsto: 3,3% no final de 2014, quando a previsão governamental é de 2,6% do PIB.
Simultaneamente, a S&P chama a atenção para o facto de os níveis de endividamento das empresas e das famílias permaneceram "relativamente elevados, acima de 200% do PIB", podendo estes ser agravados na eventualidade de subida das taxas de juro.
Não obstante a severidade dos reparos, a S&P diz que mantém o seu "rating" para o Reino Unido porque tem a "expectativa de que o Governo irá implementar o essencial do seu programa de consolidação orçamental assente na despesas", e porque "acredita que esse programa levará a dívida pública a atingir o pico de 87% do PIB em 2013, declinando depois".
Se o Governo puser travões na política de austeridade, o "rating" será reavaliado, adverte a S&P.