Alexandre Soares dos Santos:«Considero que fui roubado»
Resta saber quantos são no total, sem serem sindicalistas:
O universo JM penso que tem uns 20.000 trabalhadores, a grande maioria deles a trabalhar nas lojas.
Os trabalhadores do Pingo Doce estão hoje concentrados em algumas lojas do país, exigindo aumentos salariais, cumprimento dos horários definidos semestralmente, melhores condições de higiene e a atribuição de um cartão de descontos para funcionários.
A loja de Algés, em Oeiras, foi uma das escolhidas para estas concentrações. No local, estiveram dez trabalhadores a distribuir panfletos informativos aos clientes, envergando também com bandeiras do CESP (Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal).
O universo JM penso que tem uns 20.000 trabalhadores, a grande maioria deles a trabalhar nas lojas.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Olha..
PArece que os empregados tb dizem o mesmo:
http://www.ionline.pt/portugal/trabalha ... s-protesto
PArece que os empregados tb dizem o mesmo:
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Re: Alexandre Soares dos Santos:«Considero que fui roubado»
rmachado Escreveu:Elias Escreveu:AutoMech Escreveu:1. De um lado +5 horas de trabalho pelo mesmo salário, que aumenta (ou permite aumentar) a produção sem aumentar os custos. Atrasa, no entanto, a redução futura do desemprego.
Este raciocínio assenta numa falácia: a de que mais horas de trabalho conduzem a mais produtividade.
Acontece que uma coisa é o número de horas que se passa no local de trabalho e a outra é o trabalho efectivamente produzido. A correlação entre as duas nem sempre existe.
Infelizmente, neste país tende a valorizar-se de mais a presença (física) no local de trabalho e a valorizar-se de menos a prestação efectiva (mérito), muitas pessoas não trabalham mas fingem que estão a trabalhar - bastando para isso estarem sentadas no respectivo posto de trabalho; nestas circunstâncias, um simples aumento do número de horas de presença física no local de trablaho pode não ter um reflexo positivo relevante na produtividade global.
Ená... lá vou eu ter de concordar com o Elias. O mito de que trabalhar mais horas é mais produtivo têm de ser combatido.
Um exemplo privado:
Antes de aparecerem as fiscalizações nos horários dos bancos foi-me contado por pessoas que trabalhavam em balcões que durante o horário de trabalho enchiam alguns chouriços para depois da hora terem trabalho pq se não eram "mal vistos".
Um exemplo público:
Parece que se trabalha melhor em horas extrordinárias do que em "normais" em certos hospitais. (noticia da comunicação social)
Note-se que as primeiras eram de graça... mas o principio inerente não deixa de ser curioso.
O exemplo que deixei atrás é muito simples, a meu ver, se o meu patrão (empresa alemã) precisar de contratar dois funcionários 8h +8h / dia, contudo se conseguir que o 1º funcionário faça o trabalho dos dois em 12 horas sempre a correr, sem cafézinho, ou pausas para cigarro ou o que o valha, perfeito (para ele pois claro!) porque na realidade acaba só por pagar 8 h ao primeiro e depois dá-lhe uma isenção de horário para "alemão" ver... Está resolvido. Reparem, na minha empresa 1 € que se ganhe de produtividade (vendas/horas trabalho) num mês no país inteiro representa 100 000 € mensais em poupança de vencimentos, nesse mesmo mês... agora imaginem 10 € de acréscimo...
Infelizmente a ajuda que estamos a receber do exterior vai-se pagar bem caro, uns porque já não podem comprar um Lexus, têm de ir para a Audi, outros como "nós" que para conseguir o emprego têm mesmo de fazer as 12h/dia para o patrão não dar um chuto no c..
Cumprimentos
Elias Escreveu:SMALL1969 Escreveu:Mas o olival velho continuará a ser diferente, com maior valor acrescentado para o país e muito melhor.
Melhor e com valor acrescentado? Como é que medes isso?SMALL1969 Escreveu:Só que vai desaparecer todo, porque a malta mais pequena mesmo que se junte, irá à falência e tem que continuar a vender terrenos a esses selvagens
Portanto tu achas que não devem vender?
Se eu tiver um olival velho e resolver vendê-lo achas que eu faço mal?
Elias, também tens razão. Isto não são temas fáceis, nem sequer "um dos lados" terá toda a razão.
Quando refiro mais valor acrescentado, também estou a a incluir valores não quantificáveis monetariamente no curto prazo. Ambiente, futuro, etc. Eu não como ambiente nem futuro? Certo. Mas também não vou comer nem esse azeite, nem os lucros dele!
Vejo que muitos ainda não aprenderam com as lições. Lembram-se do mega investimento do Thiery Russel, lembram-se do Cavaco e de quando "ele" lhe ofereceu com a ajuda da CGD? E quantos venderam os terrenos? Às tantas o Estado até lhe ofereceu os terrenos, sei lá. O que lá há agora deve ser poluição e exploração intensiva, ao pé da praia.
Por alguma razão a Luis Vitton de luxo vende botas de luxo e não fecha, mas as fábricas do Norte de Portugal iam indo todas à falência porque apostaram na produção elevada, comprando maquinaria provavelmente na alemanha, claro.
O que defendo é, que quando um país é relativamente pequeno, ou aposta na super qualidade, e existem milhares e milhares de possibilidades, ou é uma questão de tempo até ter 100 ricos e 10 milhões de pobres. Depois esses 100 ricos fazem 100 instituições de encher o olho e poupar impostos a eles próprios e pronto.
Tu devias vender o teu terreno? Nestas condições claro que sim. Se o Estado (nós) proibissemos a cultura intensiva em mais do que x hectares, então não vendias, pelo menos a esses investidores pseudoagricultores e o olival velho não seria arrancado, porque não havia comprador.
Mais tarde ou mais cedo, aparecia um comprador para investir no olival velho.
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SMALL1969 Escreveu:Mas o olival velho continuará a ser diferente, com maior valor acrescentado para o país e muito melhor.
Melhor e com valor acrescentado? Como é que medes isso?
SMALL1969 Escreveu:Só que vai desaparecer todo, porque a malta mais pequena mesmo que se junte, irá à falência e tem que continuar a vender terrenos a esses selvagens
Portanto tu achas que não devem vender?
Se eu tiver um olival velho e resolver vendê-lo achas que eu faço mal?
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Assim ganham, claro. Serão sempre mais eficientes. Não se pode "lutar" contra o que é melhor.
A questão que se deveria ter colocado aqui há uns anos era: Vamos OFERECER as armas para eles ganharem?
O olival de esploração intensiva que está a rebentar com o
Alentejo ganha ao olival centenário que algumas bestas andam a arrancar em vez de plantar mais? Óbvio que sim.
E esse azeite novo tem alguma diferença com o que se pode fazer na tunísia ou em marrocos ou no sul de espanha? Óbvio que não
Portanto tanto pode ser feito aqui agora, como daqui a 10 anos não haver cá nada novamente. Mas o olival velho continuará a ser diferente, com maior valor acrescentado para o país e muito melhor. Só que vai desaparecer todo, porque a malta mais pequena mesmo que se junte, irá à falência e tem que continuar a vender terrenos a esses selvagens
A questão que se deveria ter colocado aqui há uns anos era: Vamos OFERECER as armas para eles ganharem?
O olival de esploração intensiva que está a rebentar com o
Alentejo ganha ao olival centenário que algumas bestas andam a arrancar em vez de plantar mais? Óbvio que sim.
E esse azeite novo tem alguma diferença com o que se pode fazer na tunísia ou em marrocos ou no sul de espanha? Óbvio que não
Portanto tanto pode ser feito aqui agora, como daqui a 10 anos não haver cá nada novamente. Mas o olival velho continuará a ser diferente, com maior valor acrescentado para o país e muito melhor. Só que vai desaparecer todo, porque a malta mais pequena mesmo que se junte, irá à falência e tem que continuar a vender terrenos a esses selvagens
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SMALL
Eu concordo contigo...
Só estava a tentar perceber pq razão as "grandes superficies" ganham a guerra.
O grande problema é que na guerra que travam têm meios extremamente desiguais e sem vontade politica para os alterar... nada feito.
Agora que muito comerciante ainda pensa com a realidade de a 30 anos... pensa.
Virão a reportagem da SIC aqui a dias? Se continuarmos a ter uma lógica de desenvolvimento urbano como até agora... esqueçam qq tipo de comércio local..
Eu concordo contigo...
Só estava a tentar perceber pq razão as "grandes superficies" ganham a guerra.
O grande problema é que na guerra que travam têm meios extremamente desiguais e sem vontade politica para os alterar... nada feito.
Agora que muito comerciante ainda pensa com a realidade de a 30 anos... pensa.
Virão a reportagem da SIC aqui a dias? Se continuarmos a ter uma lógica de desenvolvimento urbano como até agora... esqueçam qq tipo de comércio local..
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Isso são argumentos um pouco falaciosos, desculpa.
Obviamente que não defendo o atraso com que muitas merceeirias e outros negócios em Portugal ainda apresentam e continuariam a apresentar se não existisse concorrência com esta eficácia. Os piores têm sempre que fechar. Claro que sem concorrência, ainda estávamos mais atrasados e muitos sectores.
Não é esse o meu ponto. O meu ponto é político.
Quando vais passear ao estrangeiro, dá-te mais prazer andar a ver lojas de bairro, de roupa, de comida, cafés, etc, ou entrares num centro comercial? Em Portugal isso está tudo a fechar, e só estava a dizer que alguma da culpa é exactamente destes grandes visionários que continuamos a ouvir, e dos políticos que os deixam fazer o que querem.
Em quantas capitais europeus vocês vêem lojas de produtos chineses a ocupar áreas e lojas centrais e muitas vezes centenárias? Eu conheço algumas cidades em que nem uma se vê, e imagino que a pressão para as abrir seja semelhante.
Se permitires que coloquem mega centros comerciais no centro da uma cidade, não há volta a dar. E assim têm , digamos, mais sucesso do que o justo e que sempre teriam. Claro que o skip é skip em todo o lado.
Mas se pensares que tens a possibilidade de politicamente não permitir instalar mega supermercados DENTRO das cidades, então as pessoas têm que pensar: - Vou andar 20 Km para comprar Skip e tudo o resto de uma vez, mais barato, ou vou à merceeiria. Muitos vão continuar a ir aos mega-supermercados. Mas serão concerteza um pouco menos.
Com isto, estás a definir o teu modelo de sociedade e de cidade. Como é óbvio, fica mais caro ao cliente existirem merceeirias, e a camara municipal ganha menos impostos no curto prazo. Mas o futuro ficaria mais barato a todos. As merceeirias podem escoar pequena PRODUÇÃO LOCAL.
Obviamente que não defendo o atraso com que muitas merceeirias e outros negócios em Portugal ainda apresentam e continuariam a apresentar se não existisse concorrência com esta eficácia. Os piores têm sempre que fechar. Claro que sem concorrência, ainda estávamos mais atrasados e muitos sectores.
Não é esse o meu ponto. O meu ponto é político.
Quando vais passear ao estrangeiro, dá-te mais prazer andar a ver lojas de bairro, de roupa, de comida, cafés, etc, ou entrares num centro comercial? Em Portugal isso está tudo a fechar, e só estava a dizer que alguma da culpa é exactamente destes grandes visionários que continuamos a ouvir, e dos políticos que os deixam fazer o que querem.
Em quantas capitais europeus vocês vêem lojas de produtos chineses a ocupar áreas e lojas centrais e muitas vezes centenárias? Eu conheço algumas cidades em que nem uma se vê, e imagino que a pressão para as abrir seja semelhante.
Se permitires que coloquem mega centros comerciais no centro da uma cidade, não há volta a dar. E assim têm , digamos, mais sucesso do que o justo e que sempre teriam. Claro que o skip é skip em todo o lado.
Mas se pensares que tens a possibilidade de politicamente não permitir instalar mega supermercados DENTRO das cidades, então as pessoas têm que pensar: - Vou andar 20 Km para comprar Skip e tudo o resto de uma vez, mais barato, ou vou à merceeiria. Muitos vão continuar a ir aos mega-supermercados. Mas serão concerteza um pouco menos.
Com isto, estás a definir o teu modelo de sociedade e de cidade. Como é óbvio, fica mais caro ao cliente existirem merceeirias, e a camara municipal ganha menos impostos no curto prazo. Mas o futuro ficaria mais barato a todos. As merceeirias podem escoar pequena PRODUÇÃO LOCAL.
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SMALL
Pq razão vão as pessoas aos "grandes supermercados"?
É na resposta a esta pergunta que está muito da razão da existência dos mesmos..
Não é pela qualidade de muitos dos produtos... mas em muitos deles tanto faz lá ir como a qq mercearia de bairro.
Skip é skip em qq lado
Fiambre Nobre é Fiambre Nobre em qq lado...
e etc...
Logo vão pelo preço e pela facilidade de comprar tudo num só sitio...
Claro que depois levam com o que não é "tão" bom... mas é "barato"..
O grande problema é que os comerciantes ditos tradicionais ainda estão a espera do cliente... e não procuram o cliente.
Pq razão não se congregam um talho, uma peixaria, uma mercearia e levam as compras a casa das pessoas?
Pq razão vão as pessoas aos "grandes supermercados"?
É na resposta a esta pergunta que está muito da razão da existência dos mesmos..
Não é pela qualidade de muitos dos produtos... mas em muitos deles tanto faz lá ir como a qq mercearia de bairro.
Skip é skip em qq lado
Fiambre Nobre é Fiambre Nobre em qq lado...
e etc...
Logo vão pelo preço e pela facilidade de comprar tudo num só sitio...
Claro que depois levam com o que não é "tão" bom... mas é "barato"..
O grande problema é que os comerciantes ditos tradicionais ainda estão a espera do cliente... e não procuram o cliente.
Pq razão não se congregam um talho, uma peixaria, uma mercearia e levam as compras a casa das pessoas?
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JMHP Escreveu:Elias Escreveu:Assim a minha pergunta é: o aumento do número de horas de trabalho, feita numa lógica "industrial" (i.e. de sector secundário) será benéfica para o sector terciário e consequentemente para a economia como um todo?
Creio que essa tua duvida parte do principio de que existe um limite da procura na produção e nos serviços, quando na realidade tal não é possível de quantificar nem é um cenário realista, caso contrario então poderíamos questionar porque razão trabalhamos 8 horas diárias.
JMHP,
Esse limite não tem de existir, mas se o mercado for flexível, mais facilmente se adapta a flutuações na procura.
Estar a impor um maior número de horas de trabalho quando não exista a correspondente procura (nomeadamente nos serviços), pode conduzir a reduções de produtividade, devido a "excesso de oferta".
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Elias Escreveu:Assim a minha pergunta é: o aumento do número de horas de trabalho, feita numa lógica "industrial" (i.e. de sector secundário) será benéfica para o sector terciário e consequentemente para a economia como um todo?
Creio que essa tua duvida parte do principio de que existe um limite da procura na produção e nos serviços, quando na realidade tal não é possível de quantificar nem é um cenário realista, caso contrario então poderíamos questionar porque razão trabalhamos 8 horas diárias.
SMALL1969 Escreveu:Gostava de perceber como é que pessoas como esta têm a lata de vir mandar postas de pescada acerca do que os outros trabalham ou não, ou mesmo se querem trabalhar e serem empreendedores, quando é dos principais responsáveis por rebentar com alguns produtores portugueses que gostavem de continuar a ser empreeendedores e não conseguem por causa da concorrência, que não sendo desleal, podia ter evitada por estes grandes líderes.
Este senhor fomenta demasiado a venda dos maus produtos espanhóis ou da américa do sul ou até camarões produzidos com quase veneno em antigos arrozais da tailândia, que são vendidos a metade do preço de um camarão do Algarve. Tudo isto acabou com a nossa produção durante os últimos 20 anos.
É absoluta mentira a publicidade do pingo doce que afirma que a maioria da fruta e legumes é nacional. Só se para a contagem, as folhas de alface ou as ervilhas contem uma a uma!
E se estes produtos são maus porque raio os portugueses os compram? Isso é outra história. Se eu trabalhasse na JM e ganhasse até 1000€, também os tinha que comprar.
Para juntar a isto, ainda quer que as pessoas trabalhem mais horas, ou que recém licenciados trabalhem quase de graça, por exemplo a regar o peixe durante a noite para parecer fresco no dia seguinte (quem se lembra dos estágios "anos 90"?).
As únicas pessoas que vejo em casa cedo demais, trabalham para instituição públicas ou de capitais públicos. Porque é que ele não contribuiu para resolver essa questão política?
Não há dúvida que nunca ouvi dizer que se trabalha pouco na JM. Mas também em milhares e milhares de outras empresas se trabalha muito e até demasiadas horas. Somos ineficientes?
E a dimensão e atraso estrutural do país, não conta? E esta suposta elite de dirigentes, fez o quê durante estes anos todos para melhorar o país para lá das suas próprias empresas?
Agora depois de milionários criam fundações para partlhar um pouco de conhecimento e dinheiro? Os meus sinceros agradecimentos. Mas preferia que tivessem ajudado a melhorar realmente o país produtivo enquanto lá chegavam, e não o contrário. Por mim, dispensava ter mega lojas dentro das cidades. Isso sim, não se vê no estrangeiro, excepto em países menos desenvolvidos.
Porque é que ainda continuamos a ouvir merceeiros milionários que quase nada realmente produzem, como se fossem lideres da nação?
Subscrevo inteiramente SMALL1969.
Um abraço,
MozHawk
Elias Escreveu:Já agora mais uma coisa: o turismo também conta para as exportações (quando se trata de visitantes estrangeiros), pelo que não é apenas o sector secundário que tem potencial de melhorar a balança comercial.
Sim. E a agricultura e as pescas também contam.
Mais do que o peso do sector e a sua capacidade de produzir bens que substituam as importações, é o potencial de valor acrescentado que o sector secundário oferece.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Elias Escreveu:Estás a misturar coisas diferentes. O sector secundário até podia representar 50% do PIB e a balança comercial continuar desequilibrada.
O que interessa mesmo são as exportações e não o peso do sector secundário.
O que interessa é o saldo da balança comercial.
Presumo que exista uma correlação positiva entre os dois.
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migluso Escreveu:Para níveis que equilibrem a balança comercial.
Estás a misturar coisas diferentes. O sector secundário até podia representar 50% do PIB e a balança comercial continuar desequilibrada.
O que interessa mesmo são as exportações e não o peso do sector secundário.
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migluso Escreveu:Para níveis que equilibrem a balança comercial.
Dada a nossa dimensão e fazendo maioritariamente transações intra comunitárias, o saldo comercial português tem impacto nulo na evolução do EURUSD. Não vejo, por isso, nenhum ponto negativo se formos ainda mais ambiciosos e chegarmos ao superavit permanente. Claro que se equilibrássemos já seria extraordinário.

No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Elias Escreveu:
Isto é uma suposição, certo?
O que não é suposição em economia quando nos referimos ao futuro?
EDIT: Mas, ceteris paribus, não tenho dúvidas.


Elias Escreveu:A Grécia é o segundo país da OCDE em número de horas trabalhadas e não foi isso que os livrou da quase bancarrota.
Eu referi a média dos países da OCDE, mas tu pegaste no caso específico que te convém.

Os gregos "trabalham muito" até aos 50 anos e depois reformam-se.

Elias Escreveu:Para quanto, já agora?
Para níveis que equilibrem a balança comercial.
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migluso Escreveu:O efeito no sector terciário não será o mesmo, mas não tenho dúvidas que para a economia como um todo seria uma medida positiva.
Isto é uma suposição, certo?
migluso Escreveu:O que me custa a entrar na cabeça é: como é que um país em quase bancarrota continua a trabalhar um número de horas/ano inferior à média dos países da OCDE?
A Grécia é o segundo país da OCDE em número de horas trabalhadas e não foi isso que os livrou da quase bancarrota.
migluso Escreveu:EDIT - Precisamos, igualmente, de aumentar a peso do sector secundário no PIB.
Para quanto, já agora?
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Elias Escreveu:Assim a minha pergunta é: o aumento do número de horas de trabalho, feita numa lógica "industrial" (i.e. de sector secundário) será benéfica para o sector terciário e consequentemente para a economia como um todo?
O efeito no sector terciário não será o mesmo, mas não tenho dúvidas que para a economia como um todo seria uma medida positiva.
O que me custa a entrar na cabeça é: como é que um país em quase bancarrota continua a trabalhar um número de horas/ano inferior à média dos países da OCDE?
EDIT - Precisamos, igualmente, de aumentar a peso do sector secundário no PIB.
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migluso, entendo a lógica subjacente ao exemplo que apresentas.
Há apenas um pormenor que me "atormenta", e que é o seguinte: de acordo com o CIA World Factbook, em Portugal o sector secundário representa apenas 22% ao passo que o sector terciário representa 74% ou seja três quartos do PIB provêm do comércio e dos serviços.
O exemplo que dás - custo unitário por peça produzida - aplicável essencialmente ao sector industrial, mas é essa lógica é muito menos linear (se é que o é de todo) no sector dos serviços. Estou a pensar em hotelaria, restauração, comércio grande e pequeno, serviços de entregas, oficinas, etc. - nestes casos, o facto de o período de trabalho ser prolongado não se traduz necessariamente num maior número de "peças"; até pode acontecer o contrário: a procura pelos serviços mantém-se e os custos fixos aumentam devido a um maior horário de funcionamento das instalações, por exemplo, podendo isso dificultar a situação de muitos pequenos negócios. Acresce a isto que a produtividade no sector terciário não se mede em termos do número de "peças", mas sim em termos da qualidade do serviço, que por sua vez vai estar relacionada com a satisfação / motivação com que o serviço é prestado.
Assim a minha pergunta é: o aumento do número de horas de trabalho, feita numa lógica "industrial" (i.e. de sector secundário) será benéfica para o sector terciário e consequentemente para a economia como um todo?
Há apenas um pormenor que me "atormenta", e que é o seguinte: de acordo com o CIA World Factbook, em Portugal o sector secundário representa apenas 22% ao passo que o sector terciário representa 74% ou seja três quartos do PIB provêm do comércio e dos serviços.
O exemplo que dás - custo unitário por peça produzida - aplicável essencialmente ao sector industrial, mas é essa lógica é muito menos linear (se é que o é de todo) no sector dos serviços. Estou a pensar em hotelaria, restauração, comércio grande e pequeno, serviços de entregas, oficinas, etc. - nestes casos, o facto de o período de trabalho ser prolongado não se traduz necessariamente num maior número de "peças"; até pode acontecer o contrário: a procura pelos serviços mantém-se e os custos fixos aumentam devido a um maior horário de funcionamento das instalações, por exemplo, podendo isso dificultar a situação de muitos pequenos negócios. Acresce a isto que a produtividade no sector terciário não se mede em termos do número de "peças", mas sim em termos da qualidade do serviço, que por sua vez vai estar relacionada com a satisfação / motivação com que o serviço é prestado.
Assim a minha pergunta é: o aumento do número de horas de trabalho, feita numa lógica "industrial" (i.e. de sector secundário) será benéfica para o sector terciário e consequentemente para a economia como um todo?
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rmachado Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:É impressão minha ou está-se um bocado a confundir productividade com o total do que é produzido e, acima de tudo, com competitividade?
Diria que é impressão tua e tb não é..
Mas tb como ainda o proprio conceito de produtividade anda tão mal tratado é natural que se confundam as coisas...
Dito isto, um operário fabril na China é mais produtivo que o mesmo em Portugal pq?
Saem mais produtos na linha de montagem? (asssumindo 24h de producção)
É mais mal pago?
O valor do bem por fatores financeiros fica muito mais barato?
O custo unitário do trabalho é menor, pelo menos em áreas como a textil.
Imagina o seguinte:
Produção de 2000 peças, a trabalhar 8 horas dia, corresponde uma facturação de 100.000€ (PV)
Custos variáveis = 0,6PV
Custos fixos (inclui salários) = 25.000€. Por peça dá 12,50€
Agora imagina que se aumenta o horário para 9 horas/dia e a produção aumenta na mesma proporção.
2250 peças, 9 horas dias, facturação de 112.500€.
Custos fixos por peça = 11,11€
A ideia é esta. Reduzir o custo do factor trabalho por unidade produzida.
Agora imagina que, reduzindo o preço por peça de 50€ para 49€ a empresa consegue aumentar as vendas em 20%. É provável que tenha que meter mais pessoal.
Agora imagina que o aumento da produção confere à empresa mais poder de negociação nos inputs, e esta consegue baixar o peso dos custos variáveis de 0,6PV para 0,55PV.
É provável que volte a aumentar as vendas, admitindo mais pessoal.
Por fim, é possível que finalmente consiga aumentar o salário dos colaboradores.
Eu sou a favor da redução da TSU e do aumento do horário de trabalho para todos as áreas. As industrias exportadores também recorrem a serviços e produtos de empresas locais, logo, as empresas exportadoras ganham a montante se os seus fornecedores locais também beneficiarem das medidas mencionados.
Cumps
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MarcoAntonio Escreveu:É impressão minha ou está-se um bocado a confundir productividade com o total do que é produzido e, acima de tudo, com competitividade?
Diria que é impressão tua e tb não é..
Mas tb como ainda o proprio conceito de produtividade anda tão mal tratado é natural que se confundam as coisas...

Dito isto, um operário fabril na China é mais produtivo que o mesmo em Portugal pq?
Saem mais produtos na linha de montagem? (asssumindo 24h de producção)
É mais mal pago?
O valor do bem por fatores financeiros fica muito mais barato?
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É impressão minha ou está-se um bocado a confundir productividade com o total do que é produzido e, acima de tudo, com competitividade?
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Quem está ligado:
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