CALDEIRÃO DE BOLSA

Essas listas das "grandes fortunas" são uma treta. Os valores que indicam são meramente simbólicos... Totalmente virtuais!

Aparte aquilo que tenham em cash, tudo o resto é avaliado a preços de mercado (mark to market), sejam ações, participações, imobiliário, arte, e sobe ou desce com o dia a dia dos mercados.

Ainda por cima, se de repente quisessem transformar esse património em cash de um dia para o outro o seu valor caía por aí abaixo...

E ainda... só têm em conta o património contabilizável e que é público, as dívidas que têm essas são guardadas no segredos dos deuses. Há por aí muito ricaço que se calhar tem um valor líquido... negativo. Berardos?

O Soares dos Santos ganhou mais que as perdas dos outros todos juntos (quase parece que andaram todos a juntar para lho dar)

Queda da bolsa emagrece fortunas
25 Agosto 2011 | 17:41
Paulo Moutinho - paulomoutinho@negocios.pt

Sem a família Soares dos Santos, os grandes investidores da bolsa perdem 1,5 mil milhões em apenas um ano.

(Artigo publicado na edição em papel do Negócios no dia 24 de Agosto)

As fortunas portuguesas estão a encolher. A maioria dos grandes investidores da praça portuguesa tem sentido na carteira as fortes quedas das cotações, em resultado da crise da dívida na Europa. Só Soares dos Santos, Américo Amorim e Manuel Fino viram o seu património crescer.

Entre os 15 investidores mais "endinheirados" da bolsa de Lisboa, e tendo em conta as últimas participações divulgadas na CMVM, 12 acumulam perdas desde Junho de 2010, período a partir do qual a crise da dívida começou a ganhar maior dimensão, pressionando as bolsas.

Estes 12 investidores perderam, em conjunto, 1,5 mil milhões de euros. Isto em pouco mais de um ano. O grupo Mello, detentor da Brisa, tem sido o mais castigado, acumulando um "prejuízo" de 475 milhões de euros. Belmiro de Azevedo perde 388 milhões.

Joe Berardo, que detém posições na empresa liderada por Paulo Azevedo, na Zon Multimédia, mas também no BCP, que tem renovado mínimos históricos consecutivos, completa o "pódio" dos ricos que ficaram menos abastados. Apresenta um saldo negativo de 130 milhões de euros.

A família Mota, a empresária angolana Isabel dos Santos, Pedro Queiroz Pereira, Pinto Balsemão, João Pereira Coutinho, além de Joaquim Oliveira, registam todos perdas potenciais com os seus investimentos na bolsa. A estes somam-se ainda os irmãos Martins, que controlam a Martifer, Paulo Fernandes, da Cofina, e Nuno Vasconcellos, da Ongoing.

As perdas dos mais ricos na bolsa têm-se avolumado nas últimas semanas. Além da crise da dívida, os crescentes receios de abrandamento das maiores economias, como a dos EUA e também da Europa, têm levado à saída dos investidores dos mercados. Só em Agosto, a capitalização bolsista das empresas do PSI-20 reduziu-se em 6,7 mil milhões.

Soares dos Santos anula perdas

O "patrão" da Jerónimo Martins não tem sido poupado. O valor da Jerónimo Martins reduziu-se em 350 milhões em Agosto, castigando a fortuna da família Soares dos Santos que, ao contrário da maioria, consegue um saldo bem positivo no último. A aposta na Polónia levou a retalhista a máximos históricos na bolsa.

A forte subida das acções da dona do Pingo Doce fizeram aumentar em 73% o valor da fortuna do empresário. O valor da posição na empresa passou de 2,6 para 4,6 mil milhões de euros, havendo um ganho de 1,95 mil milhões, o suficiente para anular as perdas dos restantes investidores da praça portuguesa. Além de Soares dos Santos, só Américo Amorim, que tem uma posição na Galp Energia, e Manuel Fino, da Cimpor, conseguiram ver as suas fortunas aumentar.