
Ando fartinho de Malato, Fernando Mendes e touradas
Que a RTP é uma espécie de buraco sem fundo onde o dinheiro desaparece acho que é consensual. Um sorvedouro imparável. Uma catarata de desperdício. O serviço público que presta anda entre a inexistência (salvo raras - e honrosas - excepções) e a mediocridade. Saltita entre as tardes do Fernando Mendes com piadas de algibeira (açúcar, suspensórios, gordo para aqui e para ali...) e as noites intensas de felicidade histriónica de Malato, que ao que parece já foi feliz em quase todos os cantos do Planeta. O Google Earth até está a pensar marcar com bandeirinhas estes locais. O planeta vai parecer a zona de campos de golfe da Quinta da Marinha.
Que o canal que todos os portugueses, sem opção ou excepção, ajudam a pagar faz uma concorrência desleal aos privados é uma verdade indesmentível. Somos obrigados a ver publicidade como se de um canal privado se tratasse, são incontáveis as dezenas e dezenas de minutos de publicidade diária entre programas. E com isto a RTP actua como um privado com subsídio estatal. Um filão interminável de euros alimentado pelos portugueses e, mesmo assim, com acesso a todo este financiamento, ainda se dá este canal "estatal" ao luxo dar prejuízo todos os anos. Imaginem agora se não existisse a teta dourada, pendurada e disponível. Ou será essa a solução? Terminar com a mama? Quer-me parecer que sim. E alguns devem ter percebido isso, porque em boa hora (para as suas contas bancárias e talões de vencimento) deram o salto para outras paragens. Ou neste caso, estações.
Agora há coisinhas que começam a ser demais. Estou um bocadinho saturado de levar com cavalos e touros semana após semana. Farto de ver bancadas repletas de pseudo tios e tias de várias idades, dos 14 à idade de tocarem castanholas com a placa, fingindo que percebem "um boi" do espectáculo deprimente de tortura bovina que se desenrola à frente das pestanas carregadinhas de eyeliner Chanel da feira domingueira de Santarém. Um batido de vaidades para lá do suportável. Se entrasse um homem vestido de touro a cantar Sinatra metade da audiência não reparava. As camisas rosa abertas até ao umbigo Ralph Lauren dos Bernardos e dos Salvadores, as Matildes agarradas às SMS e ao Facebook, as avozinhas abanam vigorosamente os leques com trejeitos afectados, prestes a colapsarem porque os meninos correm o risco de levar com um cauda no recto como o Pedrito de Portugal. Um cheiro de bosta de cavalo, palha molhada, after-sun da Nívea e cachorros empesta o ar.
Está na altura de acabar com este tipo de serviço público. A tourada não é serviço público. Querem acabar com o futebol? FORÇA! Eu não quero pagar para assistir a este tipo de espectáculos. Quero ter acesso ao que um canal público deve dar aos cidadãos: Cultura, educação, informação e formação cívica. Do cinema ao teatro, literatura, humor, a história deste país e do mundo, as noticias. A RTP não deve servir para brincar às audiências. São outras guerras. Não é e nunca foi essa a função da RTP.
A RTP tem definitivamente de mudar de rumo, porque ao fim de contas (e já são tantas a fazer) o comportamento/funcionamento a que nos habituaram nos últimos tempos tem pouco de público e muito menos poderá ser considerado um serviço prestado a quem a paga.
http://aeiou.expresso.pt/ando-fartinho- ... as=f669811
Que a RTP é uma espécie de buraco sem fundo onde o dinheiro desaparece acho que é consensual. Um sorvedouro imparável. Uma catarata de desperdício. O serviço público que presta anda entre a inexistência (salvo raras - e honrosas - excepções) e a mediocridade. Saltita entre as tardes do Fernando Mendes com piadas de algibeira (açúcar, suspensórios, gordo para aqui e para ali...) e as noites intensas de felicidade histriónica de Malato, que ao que parece já foi feliz em quase todos os cantos do Planeta. O Google Earth até está a pensar marcar com bandeirinhas estes locais. O planeta vai parecer a zona de campos de golfe da Quinta da Marinha.
Que o canal que todos os portugueses, sem opção ou excepção, ajudam a pagar faz uma concorrência desleal aos privados é uma verdade indesmentível. Somos obrigados a ver publicidade como se de um canal privado se tratasse, são incontáveis as dezenas e dezenas de minutos de publicidade diária entre programas. E com isto a RTP actua como um privado com subsídio estatal. Um filão interminável de euros alimentado pelos portugueses e, mesmo assim, com acesso a todo este financiamento, ainda se dá este canal "estatal" ao luxo dar prejuízo todos os anos. Imaginem agora se não existisse a teta dourada, pendurada e disponível. Ou será essa a solução? Terminar com a mama? Quer-me parecer que sim. E alguns devem ter percebido isso, porque em boa hora (para as suas contas bancárias e talões de vencimento) deram o salto para outras paragens. Ou neste caso, estações.
Agora há coisinhas que começam a ser demais. Estou um bocadinho saturado de levar com cavalos e touros semana após semana. Farto de ver bancadas repletas de pseudo tios e tias de várias idades, dos 14 à idade de tocarem castanholas com a placa, fingindo que percebem "um boi" do espectáculo deprimente de tortura bovina que se desenrola à frente das pestanas carregadinhas de eyeliner Chanel da feira domingueira de Santarém. Um batido de vaidades para lá do suportável. Se entrasse um homem vestido de touro a cantar Sinatra metade da audiência não reparava. As camisas rosa abertas até ao umbigo Ralph Lauren dos Bernardos e dos Salvadores, as Matildes agarradas às SMS e ao Facebook, as avozinhas abanam vigorosamente os leques com trejeitos afectados, prestes a colapsarem porque os meninos correm o risco de levar com um cauda no recto como o Pedrito de Portugal. Um cheiro de bosta de cavalo, palha molhada, after-sun da Nívea e cachorros empesta o ar.
Está na altura de acabar com este tipo de serviço público. A tourada não é serviço público. Querem acabar com o futebol? FORÇA! Eu não quero pagar para assistir a este tipo de espectáculos. Quero ter acesso ao que um canal público deve dar aos cidadãos: Cultura, educação, informação e formação cívica. Do cinema ao teatro, literatura, humor, a história deste país e do mundo, as noticias. A RTP não deve servir para brincar às audiências. São outras guerras. Não é e nunca foi essa a função da RTP.
A RTP tem definitivamente de mudar de rumo, porque ao fim de contas (e já são tantas a fazer) o comportamento/funcionamento a que nos habituaram nos últimos tempos tem pouco de público e muito menos poderá ser considerado um serviço prestado a quem a paga.
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