Elias Escreveu:JMHP Escreveu:Se eu quero um musico então quero um profissional com formação nessa área, o mesmo com jardineiros, assim como não quero um físico nuclear com formação de cozinheiro...
Exacto. Agora vamos estender esse raciocínio.
Comecemos pelo ensino superior:
Se eu quero um professor universitário, então quero alguém que além de ter conhecimentos na área de ensino, tenha competências pedagógicas - infelizmente, a capacidade de comunicação entre os docentes universitários é muito variável e em muitos casos as competências pedagógicas situam-se a níveis muito baixos - será que se assume que só porque alguém tirou um curso numa dada área, tem competências para ensinar esse mesmo tema? Posso estar errado, mas tenho ideia que os docentes do ensino superior não passam por quaisquer acções de formação que visem melhorar as suas capacidades de comunicação e formação.
Também partilho da mesmo opinião e duvidas. Conheci imensos profissionais de ensino da mesma área de ensino e disciplinas com perfis e métodos de lecionar diferentes que me levou sempre a pensar que o padrão de ensino do nosso sistema é pouco estruturado e de qualidade duvidosa.
Elias Escreveu:Seguidamente passemos aos dirigentes da função pública.
Se eu quero uma pessoa para uma função dirigente, isto é para dirigir, então quero alguém que além de ter conhecimentos na área de actuação, tenha competências de gestão de equipas (recursos humanos) - infelizmente, a capacidade de gestão de pessoal entre os dirigentes (isto também no sector privado) é muito variável e em muitos casos as competências a nível de gestão de equipas situam-se a níveis muito baixos - será que se assume que só porque alguém tirou um curso superior, tem competências para dirigir pessoas?
Esta é a minha reflexão sobre este assunto...
A competencia para dirigir pessoas ou liderar equipas advém sobretudo da experiência profissional e de qualidades pessoais, embora não é nada fácil a identificação e selecção da pessoa certa, nomeadamente porque as profissões em regra geral exigem diversos tipos de liderança que em muitos casos nada são semelhantes.
Um bom gestor, dirigente ou líder descobrem-se com os resultados, são os resultados das suas praticas e políticas que ditam o sucesso ou não da escolha das pessoas para esses cargos.
Os resultados falam por si e devem ser analisados para corrigir caso necessário a decisão inicial da escolha para o cargo. Caso os resultados sejam bons, então deve-se reforçar e premiar as pessoas pelos seus méritos, uma pratica que em Portugal é pouco comum em geral, mas sobretudo na administração publica.
As empresas privadas tem os seus métodos particulares, mas o Estado não possui um sistema de avaliação e de selecção que seja simples, transparente e eficaz que possamos em regra geral confiar.
Por ultimo, um sistema eficaz e justo não pode deixar de ser acompanhado por uma lei de trabalho liberal e um mercado dinâmico que premeie os profissionais de mérito e elimine ou corrija os maus profissionais.... Quando digo maus profissionais refiro-me a TODOS, gestores e dirigentes incluídos.