Todos falidos daqui a 10 anos?
Este o título do livro de Jacques Attali que saiu esta semana em Paris, e que passo a resumir:
1. Governos, BCE e UE atrasaram-se na necessidade de responder rapidamente ao problema da insolvabilidade da Grécia. E não há razão para tal pois a História da Dívida Pública ensina-nos que não há moeda única possível sem orçamentos e política económica coordenada. E sem emissão de Títulos do Tesouro europeus.
2. As medidas tomadas só fazem sentido se forem provisórias pois são insuficientes (25% da Dívida do Sul da Europa) e não são Títulos do Tesouro Europeu.
3. Por outro lado há que impor aos Estados membros que limitem a Dívida ao financiamento de investimentos, permitindo o crescimento económico futuro e não ao pagamento de despesas de funcionamento do Estado.
4. Attali sugere ainda que se meça a Dívida, não em função do PIB mas em percentagem das receitas anuais. Ora actualmente a Europa emite anualmente Dívida correspondente a 250% das suas receitas. Insuportável, sobretudo em caso de aumento das taxas de juro.
5. Como soluções para o problema da Dívida Pública e analisando profundamente a sua História desde a Antiguidade cita oito soluções:
A baixa das despesas sobretudo de funcionamento do Estado
O aumento das receitas ou seja dos impostos
A baixa das taxas de juro, quase impossível na actual conjuntura
A inflação que torna mais fácil o seu reembolso e prejudica quem tem rendimentos fixos garantidos
A moratória alongando o prazo de reembolso
O perdão da dívida consentido ou imposto aos credores
A guerra
E finalmente, a única que vale a pena, que é o crescimento económico
Ao ouvir a entrevista de José Sócrates pareceu-me que ele se inclinava nitidamente para esta última solução.
A qual exige uma adesão muito forte e determinada de toda a Sociedade Portuguesa.
Assim pareceu-me que seria útil que não só os políticos no activo, como os “reformados” que visitam o Presidente da República pudessem expor calmamente e sem a pressão, excessiva, dos entrevistadores quais os sacrifícios que esperam os portugueses e quais os meios de os minorar.
Fiquei com o sentimento que Sócrates aprendeu a lição em Bruxelas e está “no bom caminho”.
Falta-lhe, obviamente, alguma credibilidade que aqueles notáveis economistas lhe podem dar.
Não vale a pena insistir sobre o que disse há dois anos, ou dois meses. É evidente que o “Mundo mudou” e o futuro será a “Sociedade da Poupança”.
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