CALDEIRÃO DE BOLSA

Pata-Hari Escreveu:Acerca das consequências possíveis:

BPI: Ajuda externa resolve "apenas uma parte do problema" de Portugal
07 Abril 2011 | 11:50
Paulo Moutinho - paulomoutinho@negocios.pt
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O apoio solicitado pelo Governo vai resolver o problema do financiamento das contas públicas, mas o BPI alerta que há outros "males" na economia do País. São estes que têm que ser tratados para evitar que Portugal siga o mesmo destino dos outros dois países já intervencionados.
“O que poderá evitar que a dívida nacional e as acções nacionais sigam o padrão estabelecido pela Grécia e pela Irlanda será a execução das medidas de contracção do défice e a implementação de reformas estruturais que libertem a economia nacional de alguns ‘males’ crónicos que a têm afectado na última década”, diz o BPI.

Neste sentido, o banco defende que “os apoios que Portugal irá receber solucionam apenas uma parte do problema: o financiamento das contas públicas”. O País enfrenta este mês e em Junho elevados reembolsos de dívida, sendo o custo de refinanciamento extremamente caro. Os juros estão em máximos desde a adesão ao Euro.

“A questão mais árdua continuará a ser a execução do plano de austeridade e a contenção dos seus efeitos negativo no crescimento económico”, acrescentam os especialistas do BPI, Ângelo Meã e Inês Souto de Moura, numa nota publicada hoje a que o Negócios teve acesso.

Financial Times: "Bancos 1, Portugal 0"
07 Abril 2011 | 10:15
Marlene Carriço - marlenecarrico@negocios.pt
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Britânicos fazem contas e espanhóis estão preocupados. Um pouco por todo o Mundo, o pedido de ajuda português está em destaque.
Os periódicos britânicos já vão fazendo contas à vida. O site do “The Telegraph” está a abrir com os possíveis custos do resgate luso para o Reino Unido. De acordo com este jornal, o resgate poderá custar ao país 4,4 mil milhões de libras, qualquer coisa como cinco mil milhões de euros.

Para o “Financial Times”, que também destaca os custos da ajuda externa para os britânicos, este resgate representa uma vitória do sector financeiro, depois dos banqueiros terem feito pressão para um pedido de ajuda imediato, dizendo que não vão comprar mais dívida pública nos próximos meses. Num editorial intitulado “Bancos 1, Portugal 0”, o FT diz que “não há como negar que Portugal enfrenta problemas profundos”, como o “fraco crescimento” e a “falta de competitividade” que um resgate do Fundo Europeu “não vai resolver”.O “The Guardian” dá também destaque ao pedido de ajuda português, fanzendo uma comparação com “a quarta-feira negra em 1992” para os britânicos. “Durante meses e meses os políticos insistiam que não se iriam render” mas, de repente, o governo perdeu o controlo dos acontecimentos.

Espanhóis preocupados com o perigo de contágio

Embora ainda ontem a ministra espanhola da Economia, Elena Salgado, tenha afastado qualquer perigo de contágio, o “El País” diz que os “interesses espanhóis estão em jogo”, uma vez que a Espanha concentra mais de um terço da dívida que Portugal tem contraído com a banca internacional. Já o “CincoDias” fala numa exposição espanhola ao país luso de cerca de 105 milhões de euros.

Os periódicos destacam ainda a situação delicada das empresas espanholas a operar em Portugal (1.400, segundo o “El País”, que cita dados da Câmara espanhola do Comércio em Lisboa), apesar dos especialistas diminuírem o impacto do pedido.

Os jornais norte-americanos e franceses estão a dar igualmente destaque ao pedido de ajuda externa por parte do governo demissionário português.