Precisamos converter dinheiro estúpido->dinheiro intelige
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"para se conseguir um empréstimo bancário, primeiro tem que se provar que não se necessita dele"
This is so true....
E mais acrescento, o maior intentivo do estado que é o QREN segue e mesma linha uma vez que a empresa tem que ter resultados positivos nos ultimos 2 anos
This is so true....
E mais acrescento, o maior intentivo do estado que é o QREN segue e mesma linha uma vez que a empresa tem que ter resultados positivos nos ultimos 2 anos
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Precisamos converter dinheiro estúpido->dinheiro intelige
O sublinhado é meu:
É necessário converter dinheiro estúpido em dinheiro inteligente
Eurico Neves, Presidente da Inovamais
31/03/11, 01:30
Toda a estrutura de apoios em Portugal está orientada para o subsídio ou para o empréstimo contra garantias sólidas, e não para o partilhar do risco e dos ganhos, única forma de fomentar o empreendedorismo, diz o presidente da Inovamais, representante de Portugal na Câmara de Comércio do Grupo de Política Empresarial da Comissão Europeia, Eurico Neves
O empreendedorismo é a via para combater o desemprego?
É claramente uma delas. Para combater o desemprego são precisas mais empresas, e para isso são precisos também mais empreendedores. Temos um défice de cultura empreendedora em Portugal, e na Europa em geral, sobretudo porque lidamos mal com o risco e com o falhanço, contudo em situações de elevado desemprego, como aquela em que nos encontramos actualmente, é mais fácil arriscar.
Mas não podemos pensar que em épocas de desemprego o empreendedorismo acontecerá automaticamente, simplesmente porque os desempregados vão começar a criar empresas. Em alguns casos isso até poderá acontecer, contudo é preciso fomentar as condições necessárias que facilitem a criação, e principalmente o desenvolvimento de novas empresas.
A construção de uma cultura empreendedora forte em Portugal depende de quê? Quais são os principais entraves?
Temos dois tipos de entraves principais, um de ordem cultural e outro de ordem estrutural.
A nível cultural, é claro que a nossa sociedade e o nosso modelo de ensino não prepara os jovens para serem empreendedores e correrem riscos, mas antes para levarem uma vida estável.
Para isso, contribui também o sistema financeiro que se rege pela velha máxima que diz que "para se conseguir um empréstimo bancário, primeiro tem que se provar que não se necessita dele" - consegue-se empréstimos a 50 anos para comprar uma casa, mas mais dificilmente para arrancar com uma empresa, mesmo que de potencial imediato.
Aliás, o facto de em Portugal se privilegiar a compra de casa em detrimento do arrendamento, o que leva os jovens a assumirem desde cedo empréstimos bancários de longo prazo, é um dos principais factores condicionantes da capacidade de risco e, portanto, também do empreendedorismo.
Finalmente, a nível cultural, não apenas em Portugal mas em toda a Europa, a figura do empresário e empreendedor não é suficientemente valorizada. Faltam nomeadamente modelos de referência - nos Estados Unidos temos o Bill Gates, mas quem é que na Europa sabe quem é Henning Kagermann? E portanto a história de sucesso da SAP não fica muito atrás da Microsoft.
E a nível estrutural?
A nível estrutural, precisamos de financiamentos mais adequados e principalmente de mais apoios de mentoring - como aqueles que estamos a desenvolver na Inovamais, de forma a pôr a experiência de quem já empreendeu e conhece o mercado ao serviço do crescimento das novas empresas, durante os primeiros anos, que são sempre os mais difíceis.
Os apoios estatais, municipais, bancários existentes em Portugal são suficientes para apoiar as PME?
Não. Toda a nossa estrutura de apoios está orientada para o subsídio ou para o empréstimo contra garantias sólidas, e não para o partilhar do risco (e dos ganhos) que é o modelo que efectivamente fomenta o empreendedorismo.
Prova disso é o facto de Portugal ter sido o país que mais beneficiou dos apoios dos fundos comunitários desde 2000 e, apesar disso, ter crescido menos e criado menos riqueza do que os seus congéneres Europeus.
Temos um sistema baseado no "dinheiro estúpido", que é aquele que está agarrado a um projecto específico, normalmente a longo prazo, e que tem que ser cumprido, mesmo que tudo no resto do mundo mude - e do qual se espera que, na melhor das hipóteses, seja devolvido com juros, mas nunca que se multiplique, o que desresponsabiliza quem o dá.
E falta-nos o chamado "dinheiro inteligente", que é aquele que vem com conhecimento, com partilha de risco e que, para além de financiar projectos, ajuda a encontrar mercados e aplicações para os seus resultados, de forma a multiplicar-se e gerar riqueza, não só para quem o recebe mas também para quem o dá - o que cria responsabilidade partilhada, multiplica a riqueza e portanto acelera o crescimento.
http://www.oje.pt/pme-news/e-necessario ... nteligente
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