Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?
Mares, a dívida é medida como uma % do PIB, e esta deixa de ser problema quando o PIB cresce.
Se um país ano após ano faz um P (plano) e apenas se preocupa com o E (estabilidade) e se esquece do C (crescimento) a diminuição da dívida só pode ser conseguida com base no corte das despesas ou com o aumento dos impostos.
Para se conseguir C é necessário, por exemplo (deixo 5 pontos que podem fazer a diferença no curto prazo):
1. racionalizar - Libertar do Estado o que não é produtivo num estado que estrangula o sector privado (e aqui incluo as influências políticas onde, por ex., me vem à memória um recente episódio de um PM a dizer no parlamento que não permitia parte da venda de uma empresa privada (PT) porque era contra o interesse nacional, para duas semanas depois nada dizer quando o preço subiu e as arcas do Estado nada benefeciaram - e este nem é um exemplo muito importante). Exceptuaria deste raciocínio as actividades que têm associado um bem público, pelo que se aplica a quase todas as actividades económicas.
2. Acabar com o supérfulo - Para começar, desactivem tudo o que o DN recentemente apontou num trabalho de investigação sobre as empresas e fundaçoes do Estado, mas mais haverá!
3. Aumentar a productividade - baixando o custo político nas decisões económicas e baixando alguns impostos, mlhorando a concorrência e o clima económico.
4. Promover a justiça - Com urgência em todas as áreas que possam promover e agilizar a concorrência e diminuir o risco empresarial. Já nem falo da civil que essa não tem grande impacto nem sobre o défice nem sobre o PIB.
5. Aligeirar a despesa do Estado em áreas que não são produtivas, estando à cabeça, naturalmente as Pensões e os subsídios (estes cortes podem inclusivamente ser temporários, ficando definidos a sua desactivação com o abaixamento da dívida ou dados de crescimento do PIB ou lá o que seja!).
O que este país não aguenta mais são PEC ad-hoc em que mentes iluminadas passam o lápiz vermelho sem ler o texto, nem ter noção do que fazer, numa visão puramente financeira e sem a mínima preocupação de justiça ou equidade. Quem assim faz, fá-lo uma, duas três e até PECa uma quarta.
Resumindo, e respondendo à tua pergunta, a Inversão dar-se-á quando o PIB voltar a crescer.