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Re: Dívida portuguesa

MensagemEnviado: 7/4/2011 0:19
por Pantone
Mares Escreveu:Mufin,

nas medidas que tu apontas, vejo-as mais para cortar no gastos (e que poderão tornar o ambiente económico mais desafiante), do que em promovêr propriamente o Investimento (e Crescimento).

Existe apenas os pontos 3 e 4 que possam indirectamente criar melhores condições para o Investimento. Mas, mesmo assim, não é propriamente um incentivo ao Investimento e ao Crescimento.


Mares, desculpa o atraso na resposta :P

A situação a que chegámos é realmente de tentar estabilizar antes de crescer. Só se poderão promover a curto prazo medidas de crescimento que não comportem custos.

No entanto, mesmo nestes casos, é possível promover algum crescimento, nem que seja de uma forma limitada.

Re: Dívida portuguesa

MensagemEnviado: 31/3/2011 9:33
por Mares
Muffin Escreveu:
Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?


Mares, a dívida é medida como uma % do PIB, e esta deixa de ser problema quando o PIB cresce.

Se um país ano após ano faz um P (plano) e apenas se preocupa com o E (estabilidade) e se esquece do C (crescimento) a diminuição da dívida só pode ser conseguida com base no corte das despesas ou com o aumento dos impostos.

Para se conseguir C é necessário, por exemplo (deixo 5 pontos que podem fazer a diferença no curto prazo):

1. racionalizar - Libertar do Estado o que não é produtivo num estado que estrangula o sector privado (e aqui incluo as influências políticas onde, por ex., me vem à memória um recente episódio de um PM a dizer no parlamento que não permitia parte da venda de uma empresa privada (PT) porque era contra o interesse nacional, para duas semanas depois nada dizer quando o preço subiu e as arcas do Estado nada benefeciaram - e este nem é um exemplo muito importante). Exceptuaria deste raciocínio as actividades que têm associado um bem público, pelo que se aplica a quase todas as actividades económicas.

2. Acabar com o supérfulo - Para começar, desactivem tudo o que o DN recentemente apontou num trabalho de investigação sobre as empresas e fundaçoes do Estado, mas mais haverá!

3. Aumentar a productividade - baixando o custo político nas decisões económicas e baixando alguns impostos, mlhorando a concorrência e o clima económico.

4. Promover a justiça - Com urgência em todas as áreas que possam promover e agilizar a concorrência e diminuir o risco empresarial. Já nem falo da civil que essa não tem grande impacto nem sobre o défice nem sobre o PIB.

5. Aligeirar a despesa do Estado em áreas que não são produtivas, estando à cabeça, naturalmente as Pensões e os subsídios (estes cortes podem inclusivamente ser temporários, ficando definidos a sua desactivação com o abaixamento da dívida ou dados de crescimento do PIB ou lá o que seja!).

O que este país não aguenta mais são PEC ad-hoc em que mentes iluminadas passam o lápiz vermelho sem ler o texto, nem ter noção do que fazer, numa visão puramente financeira e sem a mínima preocupação de justiça ou equidade. Quem assim faz, fá-lo uma, duas três e até PECa uma quarta.

Resumindo, e respondendo à tua pergunta, a Inversão dar-se-á quando o PIB voltar a crescer.


Mufin,

nas medidas que tu apontas, vejo-as mais para cortar no gastos (e que poderão tornar o ambiente económico mais desafiante), do que em promovêr propriamente o Investimento (e Crescimento).

Existe apenas os pontos 3 e 4 que possam indirectamente criar melhores condições para o Investimento. Mas, mesmo assim, não é propriamente um incentivo ao Investimento e ao Crescimento.

MensagemEnviado: 31/3/2011 0:39
por Automech
Muito bom Muffin. Só acrescentar que o crescimento tem de compensar o deficit.

O Sri Lanka, por exemplo, cresceu 6% no ano passado, mas com um défice de 10% a dívida publica continuou a crescer.

Embora o crescimento ajude a que o défice e a dívida publica (em % do PIB) sejam inferiores, é preciso forçar a que a % de défice esteja abaixo da % de crescimento (não são contas tão directas assim, mas é só para ilustrar).

Mas tudo o que referiste ajuda aos dois lados ao mesmo tempo (crescimento e défice) e é esse mesmo o caminho !

MensagemEnviado: 30/3/2011 21:22
por artista_
Pata-Hari Escreveu:Muffin, fantástico post o teu. Muito bom mesmo.


Subscrevo! :wink:

MensagemEnviado: 30/3/2011 21:07
por Pata-Hari
Muffin, fantástico post o teu. Muito bom mesmo.

MensagemEnviado: 30/3/2011 20:39
por Pantone
E respondendo ao tópico, o Estado não precisa para praticamente nada de deter um Banco.

Aliás a influência política sobre o BCP e o BES servem como prova.

Do mesmo modo me parece que privatizar a CGD AGORA não faz muito sentido.

Re: Dívida portuguesa

MensagemEnviado: 30/3/2011 20:35
por Pantone
Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?


Mares, a dívida é medida como uma % do PIB, e esta deixa de ser problema quando o PIB cresce.

Se um país ano após ano faz um P (plano) e apenas se preocupa com o E (estabilidade) e se esquece do C (crescimento) a diminuição da dívida só pode ser conseguida com base no corte das despesas ou com o aumento dos impostos.

Para se conseguir C é necessário, por exemplo (deixo 5 pontos que podem fazer a diferença no curto prazo):

1. racionalizar - Libertar do Estado o que não é produtivo num estado que estrangula o sector privado (e aqui incluo as influências políticas onde, por ex., me vem à memória um recente episódio de um PM a dizer no parlamento que não permitia parte da venda de uma empresa privada (PT) porque era contra o interesse nacional, para duas semanas depois nada dizer quando o preço subiu e as arcas do Estado nada benefeciaram - e este nem é um exemplo muito importante). Exceptuaria deste raciocínio as actividades que têm associado um bem público, pelo que se aplica a quase todas as actividades económicas.

2. Acabar com o supérfulo - Para começar, desactivem tudo o que o DN recentemente apontou num trabalho de investigação sobre as empresas e fundaçoes do Estado, mas mais haverá!

3. Aumentar a productividade - baixando o custo político nas decisões económicas e baixando alguns impostos, mlhorando a concorrência e o clima económico.

4. Promover a justiça - Com urgência em todas as áreas que possam promover e agilizar a concorrência e diminuir o risco empresarial. Já nem falo da civil que essa não tem grande impacto nem sobre o défice nem sobre o PIB.

5. Aligeirar a despesa do Estado em áreas que não são produtivas, estando à cabeça, naturalmente as Pensões e os subsídios (estes cortes podem inclusivamente ser temporários, ficando definidos a sua desactivação com o abaixamento da dívida ou dados de crescimento do PIB ou lá o que seja!).

O que este país não aguenta mais são PEC ad-hoc em que mentes iluminadas passam o lápiz vermelho sem ler o texto, nem ter noção do que fazer, numa visão puramente financeira e sem a mínima preocupação de justiça ou equidade. Quem assim faz, fá-lo uma, duas três e até PECa uma quarta.

Resumindo, e respondendo à tua pergunta, a Inversão dar-se-á quando o PIB voltar a crescer.

Dívida portuguesa

MensagemEnviado: 30/3/2011 18:22
por Figueiraa1
Boa tarde,

Obrigado a todos pelas respostas.


O Mares definiu muito bem ( Inversão(da dívida e do empobrecimento), para quando?

Estamos então a anos luz da solução.

Cumprmts.

Figueiraa1

Re: Dívida portuguesa

MensagemEnviado: 30/3/2011 17:29
por nelsonfilipe
AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?


Em relação à inversão da dívida a resposta é simples: Quando houver um excedente no saldo primário+juros.

Ou seja, quando as receitas de funcionamento do estado (impostos, taxas, etc) derem para pagar as despesas de funcionamento (salarios, pensões, subsidios, etc.), ainda sobrar dinheiro para os juros e ainda sobrar mais qualquer coisa. Com essa qualquer coisa começa-se a abater a dívida.

Estamos a anos luz disso acontecer...


Eu acrescentava também quando o estado poder baixar os impostos e mesmo assim sobrar dinheiro. Aí sim a coisa começava a mudar.

Re: Dívida portuguesa

MensagemEnviado: 30/3/2011 17:26
por Automech
Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?


Em relação à inversão da dívida a resposta é simples: Quando houver um excedente no saldo primário+juros.

Ou seja, quando as receitas de funcionamento do estado (impostos, taxas, etc) derem para pagar as despesas de funcionamento (salarios, pensões, subsidios, etc.), ainda sobrar dinheiro para os juros e ainda sobrar mais qualquer coisa. Com essa qualquer coisa começa-se a abater a dívida.

Estamos a anos luz disso acontecer...

Re: Dívida portuguesa

MensagemEnviado: 30/3/2011 17:17
por Mares
Figueiraa1 Escreveu:Boa tarde,

Quantos anos serão necessários para que Portugal saia da bancarrota?

Cump. - Figueiraa1


Parece-me que ainda não estamos em bancarrota...

Mas as medidas até agora tomadas são unicamente para que a dívida não continue crescendo de forma descontrolável (mas continua crescendo)...

O empobrecimento parece-me que será uma tendência de longo prazo...

Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?

Boa pergunta...

Dívida portuguesa

MensagemEnviado: 30/3/2011 17:09
por Figueiraa1
Boa tarde,

Quantos anos serão necessários para que Portugal saia da bancarrota?

Cump. - Figueiraa1

MensagemEnviado: 30/3/2011 16:59
por Trisquel
CerealKiler Escreveu::evil: quase um BCP, cum caneco...


Pior, é uma estratégia politica privatizar parte do capital, ou seja vamos vender lixo! 8-)

Estamos entregues á "bicharada", sem soluções e as poucas ideias que tem é cada tiro nos pés! :cry:

MensagemEnviado: 30/3/2011 16:46
por mfsr1980
É triste mas...
Até Junho vai tudo, por atacado e barato como eles querem!

MensagemEnviado: 30/3/2011 16:44
por nelsonfilipe
Elias Escreveu:
e-finance Escreveu:Acredito q.b.(dou o beneficio da dúvida) mas não arriscava o meu.


Ou seja, em teoria acreditas, mas na prática não 8-)


Mas axas que o estado não deveria vender empresas publicas como estes exemplos que foram dados que só dão prejuizo ano após ano?

MensagemEnviado: 30/3/2011 16:31
por CerealKiler
:evil: quase um BCP, cum caneco...

MensagemEnviado: 30/3/2011 16:25
por Trisquel
Fitch corta "rating" da CGD para um nível acima de "lixo"
30 Março 2011 | 16:13
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt

A agência de notação Fitch cortou hoje o "rating" do banco público de A para BBB-, e pôs os demais bancos nacionais em "perspectiva negativa", o que sugere a iminência de cortes.
A decisão da Fitch compromete ainda mais a situação difícil da banca portuguesa que tem vindo a conseguir financiar-se quase em exclusivo através dos fundos disponibilizados pelo Banco Central Europeu (BCE).

A decisão de descer dois níveis à “qualidade” da dívida emitida pela Caixa Geral de Depósitos estende-se também ao banco de investimento da CGD, o Caixa BI, e é justificada pelo corte, em igual amplitude, aplicado ao “rating” da dívida pública portuguesa.

MensagemEnviado: 30/3/2011 16:17
por Mares

15:16
Acções: A Fitch reviu em baixa o "rating" da CGD para BBB+, colocando os restantes bancos em "outlook" negativo.

gobulling


MensagemEnviado: 30/3/2011 16:03
por Trisquel
30 Mar 2011 at 15:02:22 (GMT)
*FITCH DOWNGRADES CGD TO 'BBB+'; PLACES PORTUGUESE BANKS ON RWN

MensagemEnviado: 30/3/2011 10:25
por pocoyo
Lion_Heart Escreveu:Quando se esta "entalado" e-se obrigado a vender tudo.

Ou acham que essas lojas de compra de ouro são o que?

Para o Estado é exactamente igual.


Eu sou a favor de que se venda tudo o que se puder para pagar a divida, desde que se altere a constituição e se imponha limites de divida com implicações serias para quem as criou.

MensagemEnviado: 30/3/2011 10:13
por Lion_Heart
Quando se esta "entalado" e-se obrigado a vender tudo.

Ou acham que essas lojas de compra de ouro são o que?

Para o Estado é exactamente igual.

MensagemEnviado: 30/3/2011 9:51
por pocoyo
BullRider Escreveu:
Elias Escreveu:
e-finance Escreveu:Acredito q.b.(dou o beneficio da dúvida) mas não arriscava o meu.


Ou seja, em teoria acreditas, mas na prática não 8-)


Acho que não eram necessárias tantas perguntas. Deu para perceber claramente qual foi o pensamento do e-finance.


O Elias gosta de fazer o "túnel". (gíria futebolística). :mrgreen:

MensagemEnviado: 30/3/2011 9:47
por pocoyo
Elias Escreveu:
e-finance Escreveu:Há sempre quem compre


Isto NÃO é verdade.

Ainda recentemente o Estado tentou vender o BPN e não houve comprador.


Houve interessados, mas não naquelas condições. A CP seria igual dependeria das condições.

Se obrigassem a manter comboios vazios, claro que os investidores não estariam interessados, agora se permitissem gerir como quisessem não tenho duvidas que haveria compradores.

MensagemEnviado: 30/3/2011 9:33
por BullRider
Elias Escreveu:
e-finance Escreveu:Acredito q.b.(dou o beneficio da dúvida) mas não arriscava o meu.


Ou seja, em teoria acreditas, mas na prática não 8-)


Acho que não eram necessárias tantas perguntas. Deu para perceber claramente qual foi o pensamento do e-finance.

MensagemEnviado: 29/3/2011 22:05
por Pantone
Elias Escreveu:Ou seja, em teoria acreditas, mas na prática não 8-)


lol