
artista Escreveu:
Quanto às chamadas de valor acrescentado penso que foi brincadeira tua!?![]()
Sim.
Repara que dou 33% de hipótese para eliminar uma má aula.
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http://teste.caldeiraodebolsa.jornaldenegocios.pt/
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artista Escreveu:
Quanto às chamadas de valor acrescentado penso que foi brincadeira tua!?![]()
pocoyo Escreveu:Todas as aulas deviam ser filmadas, depois eram sorteadas três aulas para serem assistidas dessas 3 o professor podia eliminar 1. As outras duas seriam assistidas por quem quisesse, desde que pertencesse à escola (encarregados de educação incluídos), no final faziam uma votação, para saber quem tirava o muito bom (penso que existem cotas). Por fim todas as gravações eram destruídas.
No meu entender este era o sistema perfeito.
PS. Claro que podiam dizer que o processo era caro. Nesse caso introduzia-se o voto através de uma chamada de valor acrescentado. 0,60€ + IVA
A-330 Escreveu:As aulas deviam ser assistidas de surpresa.Apareciam e faziam a avaliação.
A330
rmachado Escreveu:artista Escreveu:Já o referi aqui várias vezes mas vou repetir. No modelo actual um professor pode ser excelente (organiza várias actividades na escola, excelente relação com os alunos e colegas, cumpre com rigor o serviço que lhe é distribuído, etc) mas nunca terá essa nota se não pedir as duas famigeradas aulas assistidas. Por sua vez um professor que é fraquito, pede aulas assistidas, prepara-as muito bem... te tem excelente!
Uhm..
Então é demasiado arbitrário e demasiado fácil de "tornear".
artista Escreveu:Já o referi aqui várias vezes mas vou repetir. No modelo actual um professor pode ser excelente (organiza várias actividades na escola, excelente relação com os alunos e colegas, cumpre com rigor o serviço que lhe é distribuído, etc) mas nunca terá essa nota se não pedir as duas famigeradas aulas assistidas. Por sua vez um professor que é fraquito, pede aulas assistidas, prepara-as muito bem... te tem excelente!
rmachado Escreveu:AutoMech Escreveu:Eu só me questiono se não haverá nada já inventado e minimamente aceitável, num qualquer país Europeu que possa servir de base para nós, fazendo apenas um ou outro ajustamento.
Esse é o 'segredo' das multinacionais. A base é a mesma e depois adaptam ao mercado local. Seremos assim tão diferentes dos outros todos ?
Eles (ouvi o Secretário da Educação ou algo assim ) dizer que sim, que o nosso decalca uma série de boas práticas no estrangeiro do melhor que lá fora se faz..
Depois ouves os interessados e dizem:
- É só jogadas de bastidores;
- É burocrática;
- Anda toda mal com os colegas;
...
AutoMech Escreveu:Eu só me questiono se não haverá nada já inventado e minimamente aceitável, num qualquer país Europeu que possa servir de base para nós, fazendo apenas um ou outro ajustamento.
Esse é o 'segredo' das multinacionais. A base é a mesma e depois adaptam ao mercado local. Seremos assim tão diferentes dos outros todos ?
canguru Escreveu:FilRib Escreveu:A melhor ministra da educação de sempre....!?
Podes sempre referênciar o teu melhor Min. Educação ou o mais reformista...
A culpa
28/03/11 00:03 | António Bagão Félix
A culpa de não haver PEC 4 é do PSD e do CDS. A culpa de haver portagens nas Scuts é do PSD que viabilizou o PEC 3. A culpa do PEC 3 é do PEC 2. Que, por sua vez, tem culpa do PEC 1.
Chegados a este, a culpa é da situação internacional. E da Grécia e da Irlanda. E antes destas culpas todas, a culpa continua a ser dos Governos PSD/CDS. Aliás, nos últimos 16 anos, a culpa é apenas dos 3 anos de governação não socialista.
A culpa é do Presidente da República. A culpa é da Chanceler. A culpa é de Trichet. A culpa é da Madeira. A culpa é do FMI. A culpa é do euro.
A culpa é dos mercados. Excepto do "mercado" Magalhães. A culpa é do ‘rating'. A culpa é dos especuladores que nos emprestam dinheiro. A culpa até chegou a ser das receitas extraordinárias. À falta de outra culpa, a culpa é de os Orçamentos e PEC serem obrigatórios.
A culpa é da agricultura. A culpa é do nemátodo do pinho. A culpa é dos professores. A culpa é dos pais. A culpa é dos exames. A culpa é dos submarinos. A culpa é do TGV espanhol. A culpa é da conjuntura. A culpa é da estrutura.
A culpa é do computador que entupiu. A culpa é da ‘pen'. A culpa é do funcionário do Powerpoint. A culpa é do Director-Geral. A culpa é da errata, porque nunca há errata na culpa. A culpa é das estatísticas. Umas vezes, a culpa é do INE, outras do Eurostat, outras ainda do FMI. A culpa é de uma qualquer independente universidade. E, agora em versão pós Constâncio, a culpa também já é do Banco de Portugal. A culpa é dos jornalistas que fazem perguntas. A culpa é dos deputados que questionam. A culpa é das Comissões parlamentares que investigam. A culpa é dos que estudam os assuntos.
A culpa é do excesso de pensionistas. A culpa é dos desempregados. A culpa é dos doentes. A culpa é dos contribuintes. A culpa é dos pobres.
A culpa é das empresas, excepto as ungidas pelo regime. A culpa é da meteorologia. A culpa é do petróleo que sobe. A culpa é do petróleo que desce.
A culpa é da insensibilidade. Dos outros. A culpa é da arrogância. Dos outros. A culpa é da incompreensão. Dos outros. A culpa é da vertigem do poder. Dos outros. A culpa é da demagogia. Dos outros. A culpa é do pessimismo. Dos outros.
A culpa é do passado. A culpa é do futuro. A culpa é da verdade. A culpa é da realidade. A culpa é das notícias. A culpa é da esquerda. A culpa é da direita. A culpa é da rua. A culpa é do complexo de culpa. A culpa é da ética.
Há sempre "novas oportunidades" para as culpas (dos outros). Imagine-se, até que, há tempos, o atraso para assistir a uma ópera, foi culpa do PM de Cabo-Verde.
No fim, a culpa é dos eleitores, que não deram a maioria absoluta ao imaculado. A culpa é da democracia. A culpa é de Portugal. De todos. Só ele (e seus pajens) não têm culpa. Povo ingrato! Basta! Na passada quarta-feira, a culpa... já foi.
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António Bagão Félix, Economista
FilRib Escreveu:A melhor ministra da educação de sempre....!?
canguru Escreveu:Irresponsabilidade, incompetência, partidarismo carreirista e mediocridade.
São estas a características do que se pode dizer, de forma minimamente educada, sobre aquilo a que temos assistido durante os últimos quinze dias em Portugal.
Irresponsabilidade, incompetência, partidarismo carreirista e mediocridade.
São estas a características do que se pode dizer, de forma minimamente educada, sobre aquilo a que temos assistido durante os últimos quinze dias em Portugal.
A última cena deste filme de terror de baixa qualidade - já não tem a dignidade de uma peça de teatro - é a eliminação da avaliação dos professores aprovada em tempo recorde pelos partidos da oposição, sexta-feira, na Assembleia da República. Deitou-se para o lixo mais de quatro anos de trabalho e persistência de uma das melhores e mais corajosa ministra da Educação que o país teve, Maria de Lurdes Rodrigues. Tudo porque os partidos de poder que estão na oposição, o PSD e de alguma forma o CDS, caíram na tentação bacoca de conquistar os eleitores que são professores. Devem pensar que não só o país mas também os professores são parvos.
O acto da eliminação da avaliação dos professores é não só grave como tem um enorme valor simbólico. Vale mais do que milhares de análises sobre pelo menos duas décadas perdidas de tentativas de reformas estruturais. Os grupos de pressão em Portugal, principais responsáveis pelo estado em que o país se encontra, têm nos partidos os seus grandes aliados. Da construção que conseguiu que se fizessem estradas desnecessárias até à banca, justiça, saúde e educação, todos os protagonistas destes sectores manipulam com grande sucesso partidos políticos recheados de militantes anónimos que, na sua maioria, vivem à mesa do Orçamento do Estado e fazem tudo menos pensar nos interesses do país.
Todo o processo que levou ao irresponsável "não" do dito PEC IV é mais um exemplo da irresponsabilidade e falta de sentido de Estado que enxameia nestes tempos as lideranças políticas. Os analistas dos bancos internacionais com quem o Negócios foi falando desde a Cimeira de 11 de Março tiveram grande dificuldade em compreender como foi possível Portugal deitar pela janela fora um apoio europeu que nem a Grécia nem a Irlanda tiveram. Os gregos imploraram ajuda, os irlandeses foram empurrados para a ajuda e os portugueses, dizia um dos analistas, atiraram-se para a ajuda. Imaginem como já está a imagem de Portugal.
O que torna o "não" ao PEC IV e a precipitação para eleições antecipadas ainda mais incompreensíveis é tudo o que aconteceu a seguir, tendo como personalidade central o líder do PSD. As declarações de Pedro Passos Coelho durante os últimos quatro dias revelam uma desorientação e até um desconhecimento sobre a dimensão do problema financeiro português e europeu que são assustadoras. Não queremos acreditar que Passos Coelho desconhecia que o PEC IV era uma peça integrada na nova estratégia europeia de combate à crise do euro. Nem é possível acreditar que Passos Coelho não tinha uma estratégia já definida para o dia seguinte ao chumbo do PEC IV que não fosse contradizer o que tinha dito antes ou permitir que pessoas da sua equipa fizessem declarações sobre as taxas de juro e o risco da República que se aproximam de manifestações de fé.
No processo de apresentação do PEC IV José Sócrates cometeu um erro, como uns acreditam, ou premeditou esta crise para ganhar com ela, como é convicção de outros. Seja qual for a realidade - que só Sócrates saberá - erros e premeditações não se combatem com mais erros e desorientações que lançam o país para situações ainda mais graves, como tem andado a fazer o PSD.
Depois da manifestação da "Geração à Rasca", que em Lisboa juntou grupos com convicções diametralmente opostas sem que se partisse um vidro ou incendiasse um carro, o mínimo que se pode exigir aos líderes políticos é que façam aquilo que é sua obrigação, entendam-se para resolver os problemas.
Os portugueses já perceberam há algum tempo que têm de mudar de vida. Os eleitores não são parvos. Mário Soares é ainda hoje a grande figura da democracia apesar das medidas impopulares que tomou no seu tempo. Este tempo não é de politiqueiros que só se sabem mover pela carreira ou pela raiva. Todos queremos sair deste filme de quarta categoria mas precisamos de políticos com visão e dimensão.