
Tridion Escreveu:
Neste caso, pessoas com muito objectivos estabelecidos ou impossíveis de os atingir estão mais susceptíveis ao fracassso, depressão e autocomiseração.
Enquanto que aqueles que têm poucos objectivos e realizáveis são pessoas mais felizes, porque normalmente consenguem os atingir...
Sem sombra de dúvida que me parece que a questão começa e acaba aí.
Mas por onde é que isso passa? a questão: "mas que objectivos estabelecer?" leva -nos a "qual a nossa condição?" e o problema normalmente reside aí.
Não considerando a grande mas triste frase, que não deve nunca ser considerada por quem não se sinta bem com ela, "a nossa maior ilusão é acreditarmos que somos quem julgamos ser" e partindo da ideia que temos sobre o que nos rodeia, a maior dificuldade em estabelecer objectivos é perceber as condições inerentes a essa ideia.
Se uma eventual tentativa sobre essa percepção tiver sucesso, o que já é um extraordinário feito, deparamo-nos, mais tarde ou mais cedo, com a inevitável percepção que esse trabalho tem que ser actualizada e refeito.
Aquilo que percebemos da nossa condição depende também do tempo horizonte temporal que consideramos e da nossa capacidade para idealizar essa condição. Essa capacidade está por sua vez inevitavelmente associada à experiência.
Resumindo, o melhor que nos pode acontecer é termos a felicidade de não estarmos de costas, de lado ou de pernas para o ar em relação ao que, ao longo da nossa vida, nos vai fazer sentir bem.
É uma coisa que tem início no dia em que nascemos e que, quer queiramos quer não, vai ser posta à prova constantemente. Já é bom quando não nos saem jokers, é verdade, mas julgo que é insuficiente consideramos apenas isso como motivo de realização.
Outra dificuldade associada à nossa forma de estar é que mudar de direcção, mesmo quando percebemos que o que temos defendido tem algo de direccionalmente errado, é um movimento que, para ter o mínimo resultado, é normalmente e tecnicamente muito exigente, sob pena de ser demasiado doloroso, falhado ou de danificar as raízes mais importantes.
> ?que objectivos > ?que condição > definição objectivos > produção de resultados > avaliação de resultados > percepção do erro > ganho de experiência > reconstrução da ideia de condição > actualização de ?que objectivos...(ciclo)
resumindo, para a Felicidade julgo que os passos mais importantes são:
percepção do erro
reconstrução da ideia de condição
actualização de objectivos
quanto mais cedo e mais vezes fizermos isto, talvez melhor.
quanto ao filme "segredo", que fui ver, tem o problema da pop. Muitos gostam, outros incluindo eu não. A musica é boa mas os princípios muitas vezes ficam muito por baixo, demasiado.
No "segrego", embora a ideia esteja correcta os princípios ou valores não. E julgo não ser errado dizer que isso não é por lapso ou inocência, mas sim para seduzir o maior número de pessoas, da maneira mais fácil e ardilosa, se considerarmos a intenção ou a decisão de pôr de lado parte crucial da história, baixando dramaticamente a fasquia.
É como ter uma poderosa arma na mão e demonstrá-la disparando em toda e qualquer direcção com uma tremenda e convicta cara-de-pau com todos a admirar como funciona e a desejar pegar-lhe em regime de disparo automático. Entre o dramático, pela difusão que tem, e o hilariante, pela cara-de-pau.
Este senhor do "segredo" andou em digressão a professar o dito, literalmente. Cá entre nós foi em eventos em grandes recintos, como pavilhões e estádios de futebol. Não me perguntei em que moldes ou quantos foram ver. Mas pelo menos estiveram agendados.
Segredos à parte, em comentário a outros comentários que por aqui se fazem, declaro a minha dificuldade e mesmo atrapalhação em compreender uma ideia, ou forma de expressão, que se usa a rodo em todo o lado, e que nunca percebi, pelo menos da forma e por quem é dita. Admito que algumas vezes possa ter fundamento quando enquadrada, mas que outras vezes é um conclusão horrível.
a pérola é: "os portugueses..." [bota a baixo porque me sinto mal comigo].
os portugueses isto... os portugueses aquilo...
Das duas uma: ou salvamos o resto do mundo por concentrarmos cá o lixo, ou então já que percebemos isso e somos grandes vamos emigrar com a esperança que todos deixem de ser portugueses e façam o mesmo. Pode ser que 10, 20 anos de pousio restitua a este canto da Europa alguma humanidade e racionalidade.
O resto do mundo é perfeitinho. Digo eu que já lá estive. Estou a falar da frança e da finlândia: perfeitos.
Quem não perceber do assunto, poderá perguntar: bastar-vos-á serem iguais a eles ou já agora gostavam de ser um pouco melhores?
África?, Ásia?, Américas? Europa?
Queríamos ser os melhores?
Os perfeitinhos?
Os melhores dos melhores?
Não gostamos do que somos?!!!
O sentimento de inadaptação pode ser um sintoma de verdadeira inadaptação! O que a ser verdade... ainda piora mais as coisas.