Fundo de investimento vê valor "tremendo" na dívida de curto prazo do BES
04 Fevereiro 2011 | 10:15
Hugo Paula -
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O fundo Fairholme Capital Management investiu no ano passado em dívida de curto prazo de bancos da Península Ibérica para a aproveitar a saída de investidores de dívida, que sofreu com a crise orçamental europeia.
O fundo norte-americano gerido pelo seu fundador, Bruce Berkowitz, tinha 834 milhões de dólares (606,6 milhões de euros) em dívida de curto prazo do Banco Espírito Santo, em Outubro, segundo um comunicado enviado ao regulador norte-americano, citado pela Bloomberg.
O gestor de activos, responsável pelo fundo de 18,8 mil milhões de dólares, tinha até uma posição maior em dívida do banco com sede na Av. da Liberdade do que em dívida do Grupo Santander, do qual tinha títulos no valor de 770 milhões de dólares.
O objectivo passa por aproveitar uma “anomalia” no mercado provocada pela fuga de capitais dos países periféricos da Zona Euro, que levou os custos de financiamento dos bancos ibéricos a dispararem. O fundo comprou dívida com juros que lhe conferiam um prémio de rendibilidade que podia chegar a ser o dobro da taxa de referência para o mercado, segundo a agência noticiosa norte-americana.
“Às vezes existe uma anomalia e temos de a aproveitar”, disse o gestor de fundos à Bloomberg. “Achámos que era um investimento tremendo”, acrescentou.
As obrigações detidas pela Fairholme têm maturidades de um a seis meses, tendo-as adquirido em mercado aberto ou directamente aos dois bancos ibéricos, segundo disse Berkowitz. Papel comercial é um termo que se refere a títulos de dívida de curto prazo, que normalmente tem maturidade inferior a 270 dias, esclarece ainda a notícia avançada pela Bloomberg.