A CMVM à cerca de uns meses atrás, tratou de dizer que iria exigir aos tais “fazedores de fundos” que colocassem nos prospectos a probabilidade de aquele fundo atingir o objectivo previamente estabelecido. Objectivo que se encontra num intervalo de rentabilidades pré estabelecido. O qual é regra geral, “cabeça de cartaz” do fundo. Não sei como é que isso ficou, e se a ideia já foi ou não implementada. Essa discussão surgiu porque se concluiu que os tais produtos estruturados, acabavam por dar rentabilidades inferiores aos tradicionais depósitos a prazo. Embora não fossem apresentados como tal.
A diferença entre a minha e a tua argumentação, é a de que eu argumento dizendo; com base nas rendibilidade histórias é possível concluir que “aquele” produto, montado daquela maneira, e naquele espaço temporal, muito dificilmente, atingirá as rentabilidades anunciadas. Ou seja, faço uso da tal probabilidade a que a CMVM faz apelo. E afinal, se queremos inferir acerca do comportamento futuro de um determinado produto, que outras seguranças temos às quais nos poderemos apegar, senão as rendibilidade históricas?Ou melhor, admito que hoje é possível ir mais longe, e simular, cruzando as variáveis implicadas no cabaz, com previsões referentes a outras variáveis externas.
Tu, argumentas, fazendo uso de um “lugar comum”.Dizendo que quem está na banca não consegue prever o desempenho daquele produto. Mas “Pata” isso é algo que todos nós sabemos. Se isso fosse possível, todos nós seriamos ricos. Certo?
Tenho pena que não consiga encontrar um “programita” para ilustrar a minha opinião. De qualquer forma, vou me esforçar para explicar a ideia. Vamos ver se sou bem sucedido . Numa vez, vi num fórum, um “programita” que funciona suponho com linguagem java. Era possível, numa alça, seleccionar vários activos. O programa tratava de fazer um gráfico que resultava da SOMA das rentabilidades dos diferentes activos. Ou seja, pegava nos diferentes gráficos de cada activo e somava-os. Apresentando um gráfico único; soma dos gráficos de todos os activos previamente adicionados. Depois, havia uma régua MÓVEL; um segmento de recta. Que tinha um comprimento que era possível definir. Representava o prazo da aplicação. Podíamos definir o segmento como se fosse a 12 meses, 6 meses, 18, e por ai a fora. Obtendo, um segmento maior ou menor. Consoante o espaço temporal definido. Numa outra janela, introduzíamos uma formula(a formula de calculo contida no prospecto).Essa formula ficava agregada ao tal segmento. Sempre que deslocávamos o segmento em cima do tal gráfico soma, aparecia um valor da rentabilidade obtida, no canto da janela. Se deslocássemos o tal segmento, suponhamos com comprimento de 12 meses, alterávamos a data de começo e de fecho da tal aplicação. Tais datas, apanhavam os activos em fases diferentes, pelo que o output da formula era diferente. Desta forma, poderíamos andar ali a brincar com o dito segmento vendo as rentabilidades da aplicação para diferentes começos e fechos. Lembro-me na altura, à cerca de 5 anos,este programa foi usado por um frequentador do dito fórum, para contra argumentar dizendo que por mais que nos esforçássemos, recuando 2, 3, 4 anos nunca conseguiriam obter a rentabilidade anunciada no fundo. Alegando que o fundo era uma burla.
Há fundos como o gold BPI que têm rentabilidades simpáticas, não obstante as rendibilidade histórias não preverem tal desempenho?É verdade!Mesmo calculando a probabilidade, uma boa pratica sugerida pela CMVM, o tiro pode sair pela culatra, e na volta, a rentabilidade sair completamente desfasada do valor para o qual a probabilidade apontava. Agora, na fase inicial de criação destes produtos, não se pode, na minha perspectiva, e é isso aquilo que tem estado em causa nesta troca de opiniões, fazer produtos, que apontem para intervalos de rentabilidades que não tem nada a haver com as rendibilidade do passado. Penso que é uma questão de coerência e ética profissional.
Finalmente, só uma pequena correcção:
Pata-Hari Escreveu:Quem és tu ou eu para dizer que uma dada ideia não vai resultar?
Somos seres pensantes, que podemos e devemos questionar as decisões de outros. Para isso mesmo, existem fóruns.
Já se percebeu qual a minha opinião acerca do assunto. Assim como a tua. Pelo que caso não surja nada de novo deixarei cair o tópico. Já que este tópico, à muito que não tem nada a ver com o banco BIG.