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Caldeirão da Bolsa

Belmiro de Azevedo: Empresas estão com dificuldades em conse

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pata-Hari » 21/1/2011 8:20

KPT, o que é que interessa o custo médio? porque haverias tu de fazer um negócio em que sabes que perder dinheiro só porque no passado ganhaste com outros custos? A questão aqui não é financiar agora uma coisa perdendo dinheiro sabendo que no futuro ganhas noutra. Não se sabe quando é que as coisas regularizam. Isso não faz qualquer sentido.

Automech, a banca tem rácios de capital a cumprir e esses são cada vez mais exigentes. Além do custo, via rácios mais exigentes, a banca ou aumenta o seu capital ou diminui crédito. Até por essa via não há modo de aumentar carteiras de crédito neste momento.
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por Automech » 21/1/2011 1:30

Pata-Hari Escreveu:Não, automech.


Pata-Hari Escreveu:O que as empresas precisam é financiamento a longo prazo.


Mas Pata, se os bancos andam a financiar a dívida publica, uma parte dela a longo prazo, têm de ter os fundos para isso.

E se o dinheiro vai para dívida publica, não vai para as empresas.

Eu pergunto-te isto porque não vi (nem sei onde encontrar) os números globais da subscrição de dívida publica por bancos portugueses. É apenas suposição minha (que admito poder estar errada).
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por kpt » 21/1/2011 0:37

Pata-Hari Escreveu:Não, automech. Kpt, esse financiamento é de curto prazo. E o problema não está no financiamento de curto prazo que continua a ser feito. O que as empresas precisam é financiamento a longo prazo. Aliás, e acrescentando, basta olharem para os balanços dos bancos !( eu olhei para o do BPI) a parte dos financiamento no BCE é uma parte muito pequena do pacote total.


Os do BCE são de curto prazo mas têm vindo sempre a ser renovados, senão estou em erro.

Além disso, a grande maioria dos financiamentos contraídos pelos bancos a médio e longo prazo foram contraídos já há uns anos, ou seja, só os financiamentos contraídos a partir de 2008 é que já têm um custo financeiro acrescido.

Ou seja, o peso de financiamentos contraídos com taxas elevadas (i.e. a partir de 2008/2009) ainda deve ser relativamente reduzido.

Desta forma, o custo médio de financiamento dos bancos ainda não disparou a sério.

Para disparar a sério era preciso grande parte dos financiamentos de médio e longo prazo estivessem acabado agora no período 2008-2010, o que me parece pouco provável.
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por Pata-Hari » 20/1/2011 18:25

Não, automech. Kpt, esse financiamento é de curto prazo. E o problema não está no financiamento de curto prazo que continua a ser feito. O que as empresas precisam é financiamento a longo prazo. Aliás, e acrescentando, basta olharem para os balanços dos bancos !( eu olhei para o do BPI) a parte dos financiamento no BCE é uma parte muito pequena do pacote total.
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por Pastel » 20/1/2011 18:02

AutoMech Escreveu:Com ou sem garantias do património pessoal dos sócios Pastel ?


Tanto pode ser com ou sem.

Para a instituição onde trabalho, o preço é sempre o mesmo, o risco é que decide se é feito ou não e em que termos. São 2 questões distintas.

Se for uma empresa que esteja a funcionar bem, garanto que não se pede essas garantias patrimoniais
 
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por kpt » 20/1/2011 17:51

Pata-Hari Escreveu:KPT, não estás a entender. Os bancos não estão a aumentar spreads "porque sim". Os bancos estão a aumentar spreads porque o dinheiro lhes custa muito mais via diminuição de ratings e via dificuldade (apesar do preço) em financiar-se para poder fazer crédito!

E quando essa falta de liquidez e esse problema de custo afecta as grandes empresas que têm facilidade (ou melhor, mais facilidade) em financiar-se lá fora (e poder negocial, claro) imagina o quanto não afecta as pequenas.

A banca está também numa situação tramada: quer fazer as operações onde tem margem mas não tem a matéria prima para o poder fazer: não tem acesso a dinheiro.


Isso poderia ser 100% verdade se o BCE não estivesse a emprestar todos os meses milhares de milhões a 1%!

O custo de financiamento médio dos bancos nem é 1% nem é de 6% (como alguns financiamentos contraídos lhes custam).

O médio rondará os 3%/4% talvez.

O que quer dizer que com euribor na casa dos 1,3% para que o banco metesse ao bolso uma margem de 1,5% no crédito concedido, bastava que o spread do financiamento fosse de 3% a 4% e não de 10% a 11%.

Pata, esta situação é visível em alguns bancos. Repara que muitos, nesta crise financeira, têm visto a sua margem financeira aumentar!

O que lhes tem estragado os resultados são as provisões obrigatórias e não obrigatórias do mal parado! :)
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por Automech » 20/1/2011 17:39

Com ou sem garantias do património pessoal dos sócios Pastel ?
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por Pastel » 20/1/2011 17:32

kpt Escreveu:
artista Escreveu:Isto é que é mau... muito mau!


Agora que o problema do crédito também está a tocar às grandes empresas é que ele fala.

É mau, pois é! Mas não é pelas grandes empresas.

É pelas pequenas e médias empresas que já desde 2008 estão com enormes dificuldades em obter crédito.

Para além disso, aquelas que continuam com crédito viram os seus spreads aumentar de forma brutal, chegando a haver neste momento empresas que dantes tinham spreads de cerca de 3%/4% e que agora estão na casa dos 10%/11%!!!

Completamente insuportável e irrealista.

É que se essas empresas já tinham dificuldades em pagar as suas dívidas, então este aumento de spreads é um convite descarado para o incumprimento e falência definitiva das mesmas! E não me parece que os bancos ganhem com isso.

Os bancos têm tomado atitudes relativamente ao crédito que a curto/médio prazo demonstrar-se-ão contraproducentes para elas próprias!

Os próprios bancos estão a contribuir para o crédito mal parado e para as suas próprias perdas!

É ridículo mas é a realidade.


Será mesmo a realidade????

Venha cá uma empresa (credível obviamente), faço-lhe já uma Conta Empréstimo com Eur + 3,5%

E posso acrescentar que o critério de risco este ano vai alargar alguma coisa, ie, vamos conceder crédito a muito mais empresas do que no ano passado.

Por isso, só paga spreads de 10 ou 11% quem quer, ou quem não procura no mercado as melhores condições.
 
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por greeneon » 20/1/2011 16:33

Boas,

O engº Belmiro de Azevedo é um empresário e não um aprendiz de negócios.
As suas empresas são geridas por uma modalidade de gestão interessante:
Na qual a qualquer altura se realiza um encerramento virtual..e dai se determina o grau de "stress" da empresa.
Se analisarmos todo o grupo veremos que os investimentos são sustentados...e que o grau de liquidez e redução de divida é deveras interessante de analisar.

Em relação a forma como fala de certos assuntos ai....será discutível, mas como gere..ai não há discussão.

P.S-Quando uma empresa dele não é rentável ele fecha e paga a todos os fornecedores.
 
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por Automech » 20/1/2011 8:53

Pata, será (parcialmente) porque andam a comprar divida publica que é melhor negócio (do ponto de vista de risco) ?
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por Pata-Hari » 20/1/2011 8:21

KPT, não estás a entender. Os bancos não estão a aumentar spreads "porque sim". Os bancos estão a aumentar spreads porque o dinheiro lhes custa muito mais via diminuição de ratings e via dificuldade (apesar do preço) em financiar-se para poder fazer crédito!

E quando essa falta de liquidez e esse problema de custo afecta as grandes empresas que têm facilidade (ou melhor, mais facilidade) em financiar-se lá fora (e poder negocial, claro) imagina o quanto não afecta as pequenas.

A banca está também numa situação tramada: quer fazer as operações onde tem margem mas não tem a matéria prima para o poder fazer: não tem acesso a dinheiro.
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por Lion_Heart » 20/1/2011 3:28

Atomez Escreveu:É um facto que neste país, actualmente, é bem mais fácil obter-se crédito para o consumo que para o investimento...

Porquê, não sei, mas que é assim, é.


Eu penso que sempre foi assim, agora ainda é mais dificil devido a falta de liquidez.

Mass a banca sempre foi contra o investimento dos privados em especial dos pequenos.

A Banca sempre incentivou e fez com que o Estado fosse o principal investidor do País (sempre é mais facil ter o aval de 10.000.000 do que de um pobre coitado e dos seus pais, gato e cao)

Sendo um País pequeno esta cheio de monopolios, oligopolios, carteis, mafias e etc e todos se dedicam a bens não transaccionaveis e ai a banca também investiu forte (até porque a maior parte dessas empresas são deles :mrgreen: )

Isto não teria mal nenhum se existissem outras alternativas a quem quer avançar com ideias inovadoras.


Agora num País onde a bolsa é uma anedota , os business angels e o capital de risco quase não existe é muito dificil criar riqueza com o que realmente nos pode tirar do buraco.
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por atomez » 20/1/2011 2:54

É um facto que neste país, actualmente, é bem mais fácil obter-se crédito para o consumo que para o investimento...

Porquê, não sei, mas que é assim, é.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por artista_ » 19/1/2011 23:45

Tomara que Portugal tivesse mais gente empreendedora como ele... O mais importante é o conteúdo das suas declarações e não se o disse por interesse próprio ou não, isso pouco importa, até acho normal que defenda as suas empresas!

abraços

artista
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por Bakano » 19/1/2011 23:35

Nunca ouvi este senhor falar bem da conjuntura económica em Portugal.

Sempre considera que as empresas em Portugal não são bem apoiadas.

É sempre muito difícil ser empresário em Portugal.

Sempre me vem à memória uma reportagem acerca de um dos seus netos, em que este dizia que tinha aprendido com o avó que ao negociar até o que não custa dinheiro é caro.

Demonstra bem o pensamento deste senhor.

Ele é um dos que bem beneficia da crise do País.

Aproveita a crise para poder beneficiar da dificuldade económica do pessoal de modo a praticar salários baixos, sem qualquer regalias, desrespeitando as leis do trabalho, obrigando o pessoal a fazer horas não remuneradas, etc,etc, etc....
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por latrinaxxl » 19/1/2011 23:23

Desculpem lá, desde quando este tipo fala no interesse nacional?? É puro interesse pessoal, quer mais milhões! Tanta ganância, até parece que não vai morrer como todo o resto dos mortais... coitado!
No jogo da bolsa, as mãos fracas e fortes estão sempre a perder, quem ganha sempre é a "casa" (corretoras e bancos).
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por kpt » 19/1/2011 23:22

artista Escreveu:Isto é que é mau... muito mau!


Agora que o problema do crédito também está a tocar às grandes empresas é que ele fala.

É mau, pois é! Mas não é pelas grandes empresas.

É pelas pequenas e médias empresas que já desde 2008 estão com enormes dificuldades em obter crédito.

Para além disso, aquelas que continuam com crédito viram os seus spreads aumentar de forma brutal, chegando a haver neste momento empresas que dantes tinham spreads de cerca de 3%/4% e que agora estão na casa dos 10%/11%!!!

Completamente insuportável e irrealista.

É que se essas empresas já tinham dificuldades em pagar as suas dívidas, então este aumento de spreads é um convite descarado para o incumprimento e falência definitiva das mesmas! E não me parece que os bancos ganhem com isso.

Os bancos têm tomado atitudes relativamente ao crédito que a curto/médio prazo demonstrar-se-ão contraproducentes para elas próprias!

Os próprios bancos estão a contribuir para o crédito mal parado e para as suas próprias perdas!

É ridículo mas é a realidade.
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por artista_ » 19/1/2011 22:47

Isto é que é mau... muito mau!
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Belmiro de Azevedo: Empresas estão com dificuldades em conse

por Pata-Hari » 19/1/2011 22:38

Isto é extremamente importante porque vai determinar o futuro de centenas de empresas e da nossa economia nos próximos anos.

Belmiro de Azevedo: Empresas estão com dificuldades em conseguir crédito
18.01.2011 - 13:04 Por Ana Rita Faria

16 de 35 notícias em Economia
« anteriorseguinte »O presidente do grupo Sonae, Belmiro de Azevedo, disse hoje que as empresas nacionais, inclusive as de grande dimensão, estão com dificuldades em conseguir crédito.
O empresário aproveitou para criticar novamente os investimentos em grandes obras públicas

(Foto: Rui Gaudêncio)

“Não há financiamento disponível para a economia real”, alertou hoje Belmiro de Azevedo, durante a apresentação de um estudo da consultora Gfk sobre as escolhas dos Portugueses, no âmbito do Projecto Farol. Esta iniciativa reúne os nomes de Belmiro de Azevedo, Daniel Proença de Carvalho, António Pinho Cardão, Jorge Marrão, José Maria Brandão Brito e Manuel Alves Monteiro e pretende criar uma visão e um guia para o desenvolvimento futuro do país até 2020.

O presidente da Sonae, dono dos hipermercados Continente e proprietário do PÚBLICO, diz que nem mesmo as grandes empresas estão com a vida facilitada em termos de obtenção de crédito e aproveitou para criticar novamente os investimentos em grandes obras públicas.

“Continuamos a insistir no novo aeroporto de Lisboa, mas não temos dinheiro para isso”, defendeu Belmiro de Azevedo, pedindo a todos os partidos para que acabem “imediatamente” com este discurso a favor das grandes obras.

“Tem de haver uma mudança total face ao que foram os últimos anos em Portugal, em que dizíamos que éramos capazes de continuar a fazer os projectos que queríamos e éramos capazes de arranjar sempre dinheiro”, salienta. E deixa o alerta: “Neste momento Portugal já não tem só um desequilíbrio da balança comercial, tem um deslizamento de terras como o que aconteceu no Brasil”.


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