Página 1 de 2

MensagemEnviado: 21/1/2011 13:09
por pdcarrico
Pata-Hari Escreveu:Pdcarriço, é exactamente isso, explicaste perfeitamente. Acabei de escrever algo de parecido, deveria ter-te copiado. Proponho colocar-te em inamovível, heheh.


Significa que não vou poder me mexer? :|

Oxe!!*

*Oxe é uma abreviação de Oxente, é uma expressão muito comum no Nordeste Brasileiro

MensagemEnviado: 21/1/2011 8:25
por Pata-Hari
Pdcarriço, é exactamente isso, explicaste perfeitamente. Acabei de escrever algo de parecido, deveria ter-te copiado. Proponho colocar-te em inamovível, heheh.

MensagemEnviado: 21/1/2011 2:30
por JCS
pdcarrico Escreveu:
Neste momento, perder quota de mercado é uma solução ideal para os bancos Portugueses. Em primeiro lugar porque o volume de crédito precisa de baixar para ficar mais próximo do volume de recursos captados. E em segundo lugar, com um volume de crédito menor, as exigências de Tier 1 e 2 também diminuem, ou seja diminui-se a pressão de aumento de capital num futuro próximo.


Eu diria a solução possível e inevitável. Penso que estão reféns dos excessos cometidos durante muitos anos e que apesar de não quererem perder quota, não terão outra alternativa que não seja "encostarem ás boxes" e deixarem jogar os grandes. Os spreads são consequência da falta de estaleca da nossa banca actualmente. E depois ainda temos o Basileia III vai obrigar a grandes reforços de capital. Vamos ver onde o vão arranjar...

Cumprimentos

JCS

MensagemEnviado: 21/1/2011 2:23
por MarcoAntonio
Já agora, o colega de Forum Nahoot estava à procura de uma forma "simples" de explicar os preços e eu coloquei-lhe isto:

MarcoAntonio Escreveu:Não há propriamente uma forma simples de explicar os preços.

Mas deixa tentar resumir o mais possível...


Tens o preço à saída da refinaria (que segue de forma bastante próxima o petróleo), soma-lhe uma margem que é mais ou menos fixa e que abrange os custos de armazenagem, distribuição e retalho e que ainda terá de acumular um lucro líquido (neste ponto tens o preço base antes de impostos), soma-lhe o ISP (imposto fixo com aumentos de onde a onde, há alguns anos que não é mexido porém) e por fim o IVA.

As actualizações são feitas numa base semanal (normalmente uma vez, por vezes duas ou nenhuma até se não se justificar) com base na média semanal da semana anterior na respectiva matéria-prima.

Voilá, é este essencialmente o processo de formação do preço. E se fizermos esta decomposição do preço, não resta muito por explicar (considerar ainda que ao longo do tempo o preço de tabela não segue exactamente o preço médio de venda dado que vão existindo diferentes promoções/descontos ao longo do tempo [os descontos hoje são mais significativos do que eram em 2008, o que faz parecer o preço de venda mais caro do que realmente é]).

E pronto, isto é um resumo sintético que se quiseres podes indicar a alguém que não queira ler 100 páginas....



Isto é um texto muito resumido que descreve como é que se chega "do petróleo" ao "preço na bomba" de uma forma extremamente sintética.

Qualquer análise numérica ao preço terá de ter em conta todo este processo e as "camadas" que vão sendo introduzidas no preço - que fazem com que a relação não seja linear - bem como outras coisas que nem chego a referir aí (como por exemplo, não misturar preços em euros com preços em dolars).

MensagemEnviado: 21/1/2011 2:15
por JCS
MarcoAntonio Escreveu:
JCS Escreveu:Já vem tarde porque já o colega automech tinha chamado a atenção para o cambio da altura que não pensei ser tão díspar quando escrevi o comentário. De qualquer forma fica registada a sua intolerância.

Os melhores cumprimentos

JCS


O quadro de cima tem imprecisões nos valores (porque alguns estão incorrectos) e na metodologia (porque não é assim que se comparam os preços e a sua evolução).

Nos meus tópicos e posts, não só aquele que o Automech indicou e se me é permitido dizê-lo, tens o tema bem melhor tratado e a evolução do preço de 2008 para agora bem melhor explicada...


Ok, hei-de lá dar uma olhada. Obrigado.

JCS

MensagemEnviado: 21/1/2011 2:12
por MarcoAntonio
JCS Escreveu:Já vem tarde porque já o colega automech tinha chamado a atenção para o cambio da altura que não pensei ser tão díspar quando escrevi o comentário. De qualquer forma fica registada a sua intolerância.

Os melhores cumprimentos

JCS


O quadro de cima, colocado pelo ASD, tem imprecisões nos valores (porque alguns estão incorrectos) e na metodologia (porque não é assim que se comparam os preços e a sua evolução).

Nos meus tópicos e posts, não só aquele que o Automech indicou e se me é permitido dizê-lo, tens o tema bem melhor tratado e a evolução do preço de 2008 para agora bem melhor explicada...

MensagemEnviado: 21/1/2011 2:05
por JCS
asd Escreveu:
Antes de se dizer parvoíces é melhor informar-se primeiro :

Imagem

Quanto a fonte pode consulta-la aqui

Depois venha falar-me em cartéis :P


Já vem tarde porque já o colega automech tinha chamado a atenção para o cambio da altura que não pensei ser tão díspar quando escrevi o comentário. De qualquer forma fica registada a sua intolerância.

Os melhores cumprimentos

JCS

MensagemEnviado: 21/1/2011 1:36
por Um curioso...
AutoMech Escreveu:Quem está investido em imobiliário tem razões fortes para se preocupar.

Nos fundos imobiliários como é que é feito o cálculo das UPs ? Nos fundos mobiliários temos os preços de mercado mas no imobiliário, se for por avaliações, a coisa pode estar muito distante da realidade.


Talvez isto possa ajudar. Vê a página 15
http://www.joinricsineurope.eu/uploads/ ... sdeFII.pdf

MensagemEnviado: 20/1/2011 16:39
por Automech
Ahh, isso sim, claro.

É basicamente forçar a redução via preço, o que faz todo o sentido nesta altura. Há já muitas empresas a queixarem-se de não conseguirem renovar as linhas de crédito ou a fazerem-no a taxas muito superiores. Mais ou menos o mesmo fenómeno do crédito à habitação.

MensagemEnviado: 20/1/2011 16:27
por pdcarrico
AutoMech Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Neste momento, perder quota de mercado é uma solução ideal para os bancos Portugueses. Em primeiro lugar porque o volume de crédito precisa de baixar para ficar mais próximo do volume de recursos captados. E em segundo lugar, com um volume de crédito menor, as exigências de Tier 1 e 2 também diminuem, ou seja diminui-se a pressão de aumento de capital num futuro próximo.


Pedro, isso equivaleria a dizer que um banco que deixasse de dar crédito rapidamente resolvia a sua possivel má situação.


... mais ou menos .... não foi bem isso que eu quis dizer. O que quis dizer é que se os bancos pudessem cortar parte do seu crédito crédito e levar com este uma parte (proporcional) do mal parado, provavelmente aceitariam.

Se um banco tem 40 mil milhões de recursos captados, dos quais 5 mil são referentes a capital próprio, e emprestou 50 mil, porque na altura dos empréstimos tinha o interbancário para cobrir a diferença, está esse banco agora numa situação mais difícil que antes.

Supondo que os 50 mil são todos bons créditos (o que na verdade não ocorre), o maior problema que terá é de liquidez, caso o BCE não financie mais o diferencial (o interbancário ainda estará ausente). Terá também um problema de reforço do capital próprio porque os rácios de capital próprio em relação ao crédito total serão mais exigentes - os tais critérios de Basileia. Ou seja é mais prudente diminuir o crédito, e não podendo ir buscar o dinheiro a quem já se emprestou, pode ser interessante não fazer novos empréstimos.

Para além desse problema há uma questão da qualidade do crédito. O banco ganha em comissões e na margem financeira. A MF é igual a um spread x 50 mil milhões. O spread entre juro cobrado e custo de captação. Ora se a imparidade sobe (% desses 50 mil), esse spread tem que ser maior. Para além disso, se eu for mais exigente e criterioso na concessão do crédito, eu diminuo o meu mercado mas posso diminuir a % da imparidade sobre crédito total.

Não digo deixar de dar crédito, mas limitá-lo e diminuir o seu volume, concerteza.

MensagemEnviado: 20/1/2011 16:21
por asd
JCS Escreveu:Neste país abusa-se em tudo. Veja-se o caso do preço da gasolina: quando o barril esteve a 150$ a gasolina chegou a custar 1,52€ nas bombas, agora está a 100$ e custa 1,53€ nas bombas... Coitadinhos dizem que náo podem baixar por causa da subida do preço do petróleo.

Cartéis.

JCS


Antes de se dizer parvoíces é melhor informar-se primeiro :

Imagem

Quanto a fonte pode consulta-la aqui

Depois venha falar-me em cartéis :P

MensagemEnviado: 20/1/2011 16:18
por sargotrons
pdcarrico Escreveu:
JCS Escreveu:Penso que com o rumo que estão a tomar irão perder muita quota de mercado para a banca estrangeira. O meu sobrinho acabou de ver um empréstimo aprovado no BBVA com spread de 0,90%... rendimentos normais. aos balcões do BCP e do BPI era 3,2% e se subscrevesse tudo e mais alguma coisa. São largos milhares de contos de diferença no final do contrato.

Cumprimentos

JCS


Neste momento, perder quota de mercado é uma solução ideal para os bancos Portugueses. Em primeiro lugar porque o volume de crédito precisa de baixar para ficar mais próximo do volume de recursos captados. E em segundo lugar, com um volume de crédito menor, as exigências de Tier 1 e 2 também diminuem, ou seja diminui-se a pressão de aumento de capital num futuro próximo.


Concordo plenamente, aliás diria que o crédito imobiliário não é a principal fonte de lucro de um banco em comparação com os outros produtos bancários. Os créditos de habitação servem principalmente para fidelizar clientes a longo prazo que por sua vez vão usar os outros produtos. Com empréstimos a 40 ou mais anos, há mais que tempo para aliciar os clientes que agora vão para outras praças, quando os tempos de confiança voltarem.

MensagemEnviado: 20/1/2011 16:11
por Automech
pdcarrico Escreveu:Neste momento, perder quota de mercado é uma solução ideal para os bancos Portugueses. Em primeiro lugar porque o volume de crédito precisa de baixar para ficar mais próximo do volume de recursos captados. E em segundo lugar, com um volume de crédito menor, as exigências de Tier 1 e 2 também diminuem, ou seja diminui-se a pressão de aumento de capital num futuro próximo.


Pedro, isso equivaleria a dizer que um banco que deixasse de dar crédito rapidamente resolvia a sua possivel má situação.

MensagemEnviado: 20/1/2011 16:09
por Automech
Não admira. Ao contrário da comparação de dois automóveis em que há factores subjectivos como a fiabilidade da marca, estetica, um extra aqui que não há ali, etc. os empréstimos à habitação são algo relativamente fácil de comparar.

Indexante, spread, despesas e comissões, seguros, penalização por amortização e está feito.

E apesar de ser por um período de muito anos o serviço bancário é basicamente irrelevante (a não ser o inicial ou se for necessário renegociar).

Informalmente soube que o deutsche está a ter um aumento brutal no crédito à habitação.

MensagemEnviado: 20/1/2011 16:07
por pdcarrico
JCS Escreveu:Penso que com o rumo que estão a tomar irão perder muita quota de mercado para a banca estrangeira. O meu sobrinho acabou de ver um empréstimo aprovado no BBVA com spread de 0,90%... rendimentos normais. aos balcões do BCP e do BPI era 3,2% e se subscrevesse tudo e mais alguma coisa. São largos milhares de contos de diferença no final do contrato.

Cumprimentos

JCS


Neste momento, perder quota de mercado é uma solução ideal para os bancos Portugueses. Em primeiro lugar porque o volume de crédito precisa de baixar para ficar mais próximo do volume de recursos captados. E em segundo lugar, com um volume de crédito menor, as exigências de Tier 1 e 2 também diminuem, ou seja diminui-se a pressão de aumento de capital num futuro próximo.

MensagemEnviado: 20/1/2011 15:55
por JCS
Penso que com o rumo que estão a tomar irão perder muita quota de mercado para a banca estrangeira. O meu sobrinho acabou de ver um empréstimo aprovado no BBVA com spread de 0,90%... rendimentos normais. aos balcões do BCP e do BPI era 3,2% e se subscrevesse tudo e mais alguma coisa. São largos milhares de contos de diferença no final do contrato.

Cumprimentos

JCS

MensagemEnviado: 20/1/2011 15:39
por pdcarrico
Não há milagres.

Num negócio normal existem proveitos de um lado e custos e despesas do outro. Dos custos e despesas temos os fixos e os variáveis.

Um princípio de gestão é manter os proveitos acima do custos variáveis de forma a pelo menos pagarem os custos fixos.

O único custo que pode ser entendido como variável para a banca são as provisões para incumprimentos, porque são uma percentagem do volume de crédito concedido, ou seja podem ser equiparados a uma percentagem do volume de negócios.

Subindo os incumprimentos cria-se uma expectativa de aumento de provisão, porque parte desses incumprimentos se tornarão custo. Se essa percentagem antes era 1%, poderia a margem financeira (spread*) ficar em 2%, que ainda assim o banco tem margem de contribuição que permitirá pagar custos fixos e dar lucro ao banco. Se as provisões subirem para 2 ou 3%, não há forma de o banco sobreviver que não seja a de aumentar o custo do crédito que concedem.

*o spread que aqui falo é o spread entre o juro captado e o juro pago e não necessariamente o spread face a uma euribor, ie, se o banco obtiver recursos de depósitos não remunerados, qualquer taxa que peça dará uma margem de contribuição positiva.

MensagemEnviado: 19/1/2011 9:52
por Automech
É sobretudo por causa do dólar.

Vê o segundo posto (do Marco) aqui:
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... sc&start=0

MensagemEnviado: 19/1/2011 9:44
por JCS
Neste país abusa-se em tudo. Veja-se o caso do preço da gasolina: quando o barril esteve a 150$ a gasolina chegou a custar 1,52€ nas bombas, agora está a 100$ e custa 1,53€ nas bombas... Coitadinhos dizem que náo podem baixar por causa da subida do preço do petróleo.

Cartéis.

JCS

MensagemEnviado: 19/1/2011 3:40
por Automech
Quem está investido em imobiliário tem razões fortes para se preocupar.

Nos fundos imobiliários como é que é feito o cálculo das UPs ? Nos fundos mobiliários temos os preços de mercado mas no imobiliário, se for por avaliações, a coisa pode estar muito distante da realidade.

MensagemEnviado: 19/1/2011 3:11
por Redvil
A minha dúvida é porque ainda há cliente a pedir crédito à habitação em bancos portugueses? Consegui 0,45% no BBVA, com seguros mais baixos que a grande maioria. A concorrência era o Deutche Bank com valores semalhantes.
Os bancos portugueses "ofereciam" valores muito, mas muito mais altos.
Quanto à avaliação foi a um valor ao preço da aquisição.
Estou satisfeito...

MensagemEnviado: 19/1/2011 2:40
por Lion_Heart
Aqui o Banco do Piraeus

http://www.piraeusbank.gr/ecportal.asp? ... nt=98&sid=

Tem ali uma calculadora mas nao parece funcionar.


O National Bank of Greece manda um pdf com uma listagem enorme

http://www.nbg.gr/wps/PA_1_ICSJJI420OUQ ... terms_rate

Os spreads aqui começam em 2,5%

MensagemEnviado: 19/1/2011 1:50
por tonirai
Tenho um colega de trabalho que teve empréstimo aprovado com 0,5% de spread há coisa de 2 ou 3 meses, mas as condições eram válidas para o mesmo entrar em vigor até este mês - no entanto, devido a atrasos na obra (2 ou 3 meses), o banco agora aumentou-lhes o spread para 1,35%... e eles andam a ver se arranjam melhor, pois é quase o triplo (vai ser difícil).
Não me lembro qual é o banco... é tipo BBVA ou algo assim.

De qualquer forma, trata-se de 1ª habitação, sem outros créditos, e não clientes do banco (mas que domiciliaram agora lá os salários).

MensagemEnviado: 19/1/2011 1:26
por A330-300
A-330 Escreveu:
Garfield Escreveu:http://personalbanking.bankofireland.com/mortgages/first-time-buyers-package#1

Posso dar como exemplo que um "aperto" por parte do cliente pode reduzir o "spread" em 2%...


BN
Garfield



Ainda assim....Cada vez que penso que tenho 0,25%...e tenho um amigo que tem 0,20% !!Velhos tempos que não voltam.
Aliás é curioso que agora ando sempre a receber cartas do banco a propor-me a alteração de taxa variável para fixa,e outras aldrabiçes para ver se altero as minhas condições.

Quando é o banco propor alguma coisa...boa coisa não é.

A330

MensagemEnviado: 19/1/2011 1:25
por A330-300
Garfield Escreveu:http://personalbanking.bankofireland.com/mortgages/first-time-buyers-package#1

Posso dar como exemplo que um "aperto" por parte do cliente pode reduzir o "spread" em 2%...


BN
Garfield


Ainda assim....Cada vez que penso que tenho 0,25%.....Velhos tempos que não voltam.
Aliás é curioso que agora ando sempre a receber cartas do banco a propor-me a alteração de taxa variável para fixa,e outras aldrabiçes para ver se altero as minhas condições.

Quando é o banco propor alguma coisa...boa coisa não é.

A330