
O conhecimento é uma benção a ignorância um problema!!
Excelente!! Parabéns Ulisses!
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Fórum dedicado à discussão sobre os Mercados Financeiros - Bolsas de Valores
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Ulisses Pereira Escreveu:... gosto sempre de acreditar que a culpa dos nossos fracassos é nossa. Aprendi, com a dureza do mercado, que atirar a culpa para cima dos outros é apenas ter medo de enfrentar o erro, as opiniões dos outros e não nos conduz ao sucesso.
Ulisses Pereira Escreveu:Foi hoje publicado o meu novo artigo "Eu, especulador, me confesso":
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=463371
Ulisses
migluso Escreveu:pdcarrico,
Peço desculpa ao Ulisses pelo ligeiro off topic, mas é só para fazer uma pergunta ao colega pdcarrico.
Então cá vai: num debate que travámos há umas semanas, disseste que acreditavas cegamente no Paul Krugman, um economista que, a crer nas tuas palavras, se cinge à ciência económica para exprimir as suas opiniões e que não participa em debates políticos.
Quem ler o blogue dele facilmente constata que esta última parte não corresponde à verdade, mas adiante.
migluso Escreveu:O Sr. Krugman chegou a propor a injecção de 10 triliões de dólares. Concordas? Sim ou não chega.
migluso Escreveu:Greenspan chegou a dizer que é impossível a antecipação de bolhas pelos reguladores.
migluso Escreveu:Referindo-me ao caso português, do meu ponto de vista a bolha que existiu foi desde a adesão do euro até à actualidade termo-nos financiado às taxas que o fizemos. Foi essa bolha que agora rebentou.
Como é que as autoridades (Estados), que deveriam segundo a tua opinião controlar a exuberância irracional dos mercados, caem elas próprias nos mesmos excessos que querem limitar?
migluso Escreveu:Os Estados nem as leis que eles próprios criam cumprem. Por exemplo o Pacto de Estabilidade e Crescimento. É a mesma coisa que os investidores e especuladores não cumprirem com a regulação dos mercados, só que os políticos fazem-no à descarada e sem vergonha nenhuma.
Toda e qualquer injecção monetária beneficia os bancos (porque são os primeiros a receber a moeda que se irá desvalorizar) e os devedores.
Os trabalhadores e os aforradores, isto é, aqueles que viveram um passado de acordo com as suas possibilidades serão os grandes perdedores.
cumps
P.S. O texto saiu longo demais, desculpem. pdcarrico, basta uma resposta à pergunta sobre a quantia a injectar na economia proposta pelo Sr. Krugman.
pdcarrico Escreveu:Lavelle Escreveu:Os monopólios são essencialmente criações estatais, nomeadamente resultantes de barreiras que impedem a entrada de novos concorrentes no mercado, tudo feito em nome de valores improvisados no momento (segurança, ambiente, interesse estratégico, centros de decisão nacionais, etc.) Daí o paradoxo de que quase todos os grandes capitalistas sejam contra o livre mercado, porque uma vez que obtenham sucesso eles só querem que os Estados sejam proteccionista contra os potenciais adversários.
Nem sempre. Monopólios são criações de quem detem poder. Se o poder reside no Estado, então sim é estatal, se não for, não é. Pode-se dizer que quem comanda o Estado comanda o poder .. tudo bem, até certo ponto pode acontecer mas nem sempre.
Nos primórdios do capitalismo, a família Rotschild adquiriu poder económico e de influência. Talvez até se possa dizer que controlava alguns Estados, mas isso não significa que o poder que esta detivésse fosse um poder público que a todos dizia respeito.
Naturalmente que quem tem poder procura de todos os meios para o manter. Cabe-nos (aos cidadãos) tentar no que pudermos fiscalizar esse poder. Por alguma razão a PT deixou de ter o grosso das operações de telecomunicações em Portugal, por exemplo. Por vontade deles, assim continuariam.Lavelle Escreveu:As políticas monetárias são largamente responsáveis pelos ciclos económicos. Elas originam crises mais tarde ou mais cedo e numa situação de crise, para além de uma depressão geral, há outro movimento de que normalmente não se fala: a transferência de fortunas de umas mãos para outras e a concentração de poder em poucas mãos. Mas é um exagero dizer que esta é uma consequência imprevista de uma decisão estatal. Ela é totalmente previsível.
Essa, desculpa-me, é uma afirmação meio vazia.
Quando há falta de liquidez, seja porque há pessimismo, ou porque o mercado não funciona, podem as autoridades alimentar a economia sem nenhum dano, sendo que devem fazer o contrário quando há excesso. Se as autoridades monetárias nem sempre funcionam bem é outro problema.
Se não houvesse autoridades monetárias centrais, as crises desde 2008 teriam tido impacto muito diferente .. para pior. Basta pensar nas crises de pagamentos que teríamos se a liquidez fosse completamente enxugada do sistema.
Ou pior basta pensar na crise de liquidez de bancos portugueses que não teriam sequer capital para pagar a empregados. é que caso não saibas, os recursos captados não chegam ao crédito concedido e não fosse o banco central, não haveria sequer liquidez.
Lavelle Escreveu:pdcarrico,
Ao dizer coisas como:
"Essa, desculpa-me, é uma afirmação meio vazia."
Você mostra que não tem capacidade para descompactar uma frase um pouco mais elaborada e que só abordou o problema por um ângulo, por isso qualquer coisa fora dessa órbita parece-lhe vazia.
De qualquer forma, peço desculpa por, de alguma forma, ter dado a entender que estava aqui para debater alguma coisa. Não estou. Já me deixei disso há muito tempo.
Lavelle Escreveu:Os monopólios são essencialmente criações estatais, nomeadamente resultantes de barreiras que impedem a entrada de novos concorrentes no mercado, tudo feito em nome de valores improvisados no momento (segurança, ambiente, interesse estratégico, centros de decisão nacionais, etc.) Daí o paradoxo de que quase todos os grandes capitalistas sejam contra o livre mercado, porque uma vez que obtenham sucesso eles só querem que os Estados sejam proteccionista contra os potenciais adversários.
Lavelle Escreveu:As políticas monetárias são largamente responsáveis pelos ciclos económicos. Elas originam crises mais tarde ou mais cedo e numa situação de crise, para além de uma depressão geral, há outro movimento de que normalmente não se fala: a transferência de fortunas de umas mãos para outras e a concentração de poder em poucas mãos. Mas é um exagero dizer que esta é uma consequência imprevista de uma decisão estatal. Ela é totalmente previsível.
Mares Escreveu:Nas declarações de rendimentos, a maioria dos candidatos à Presidência da República apresentam elevados rendimentos de capitais.
São especuladores ou "homens que fazem pela vida"?![]()
Quico Escreveu:Pois o resultado foi em dias sucessivos (penso que durante semanas seguidas) o índice fechou em -2%, até que a queda total perfez um ruinoso valor percentual de dois dígitos.
Se tiver que lá ir, o preço acaba por ir...
Quico Escreveu:pdcarrico Escreveu:Eu acrescentaria que mais perigoso que o mega-investidor que influencia e manipula, é a noção (para mim errada) de que o mercado, quando composto por muitos pequenos indivíduos se equilibra.
Então que propões?
Não é pergunta de retórica; queria saber mesmo acerca de ideias para impedirem os tais movimentos excessivos dos mercados.
Por exemplo: obrigar que os movimentos tenham uma amplitude diária limitada?
Isso faz-me lembrar uma história que me contaram acerca do que se passou com uma bolsa de um dado país (penso que no Paquistão, mas corrijam-me): Após uma sequência de quedas fortes, foi decretado que o mercado seria obrigatoriamente fechado cada vez que caísse mais de 2% (não sei se era esse o valor mas vamos admitir que é). Esperavam as autoridades estancar as quedas e trazer alguma racionalidade ao mercado.
Pois o resultado foi em dias sucessivos (penso que durante semanas seguidas) o índice fechou em -2%, até que a queda total perfez um ruinoso valor percentual de dois dígitos.
Se tiver que lá ir, o preço acaba por ir...
Lavelle Escreveu:O mercado nunca equilibra ou então deixaria de existir. O preço de equilíbrio é apenas uma abstracção matemática, que pode ser útil para alguns fins práticos, mas não descreve nenhuma situação real. A própria noção de custo de oportunidade tem embutida a noção de uma realidade dinâmica em constante reformulação.
O empreendedor é também um especulador só que não se limita a usar bens financeiros. O predomínio da especulação financeira sobre a especulação económica é em si um risco, mas é um risco que nunca poderia ter sido criado pelo mercado mas sim através de decisões políticas e de projectos científicos. Ou seja, para corrigir as “deficiências do mercado” criou-se uma oligarquia muito mais danosa e que não presta contas a ninguém.
pdcarrico Escreveu:Eu acrescentaria que mais perigoso que o mega-investidor que influencia e manipula, é a noção (para mim errada) de que o mercado, quando composto por muitos pequenos indivíduos se equilibra.
AutoMech Escreveu:
Resta saber qual a noção de equilíbrio. Num negócio há sempre duas partes e quando alguém vende há alguém que voluntariamente compra.
As bolhas serão desequilíbrios ?
pdcarrico Escreveu:Mas acho sinceramente que o mercado não pode ser completamente livre, porque quando o é, com frequência provoca danos colaterais que do meu ponto de vista devemos evitar.
AutoMech Escreveu:Basicamente o que queria dizer é que se um tipo montar uma empresa que vende produtos físicos ou que presta serviços, essa pessoa é um empreendedor e, na generalidade, bem considerado pela sociedade (é um trabalhador e um exemplo).
Alguém que vive (ou tem rendimentos adicionais) nos mercado é visto como não criando nada (fisicamente até é capaz de ser verdade) e que ganha dinheiro fácil.
Daí a imagem diabolizada dos especuladores.