Greve geral na Grécia termina com graves confrontos entre manifestantes e polícia
11 Maio 2011 | 19:26
Ana Luísa Marques -
anamarques@negocios.pt
Na segunda greve geral de 2011, 20 mil pessoas saíram às ruas para protestar contra as medidas de austeridade.
As manifestações de hoje terminaram com graves confrontos entre os participantes e a polícia, que provocaram, pelo menos, um ferido grave.
A greve, a segunda desde o início do ano, afectou aeroportos, portos, hospitais e escolas e levou cerca de 20 mil manifestantes para as ruas. Os gregos protestam contra uma nova vaga de medidas de austeridade anunciadas recentemente pelo governo e que inclui um ambicioso plano de privatizações.
De acordo com "El País", a polícia de Atenas utilizou gás lacrimogéneo para dispersar um grupo de manifestantes violentos. "Um porta-voz da polícia informou que as unidades anti-distúrbios foram agredidas por um grupo de encapuçados. Como consequência, um agente sofreu ferimentos ligeiros e, pelo menos, três pessoas foram detidas", escreve o "site" do diário espanhol.
A greve geral, convocada pela Confederação de Trabalhadores da Grécia e pelo Sindicato de Funcionários Civis, obrigou ao cancelamento de mais de cem voos, já que os controladores aéreos estiveram parados durante quatro horas. Os barcos e cruzeiros para as ilhas e para Itália também foram cancelados, as escolas encerradas e os hospitais públicos funcionaram apenas em casos de emergência.
Esta greve ocorre numa altura em que está em discussão um ajustamento ao pacote de ajuda externo. Este ajustamento poderá passar pelo prolongamento do prazo ou pelo aumento do montante da ajuda mas deverá obrigar a Grécia a cumprir com mais celeridade as medidas de austeridade já anunciadas.
Com os juros da dívida pública em níveis muito elevados, é quase impossível que o país consiga regressar aos mercados já a partir do primeiro trimestre de 2011, tal como estava previsto no plano de ajuda externa.
Assim, a solução terá que passar por um ajustamento do plano de ajuda. No entanto, nos últimos dias começaram a surgir rumores de que a Grécia poderá precisar de reestruturar a dívida, ou mesmo, abandonar o euro.
Vários líderes europeus e membros do Banco Central Europeu têm, nos últimos dias, vindo a público negar estas duas hipóteses. Ainda hoje, Olli Rehn, Comissário Europeu para os Assuntos Económicos, afirmou que uma reestruturação da dívida não vai resolver os problemas do país.