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Caldeirão da Bolsa

2011 -Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos - análise anual

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Bull Bull » 30/4/2011 14:54

Belo post DJ, five stars

Por isso é que tenho dito nos meus vídeos o caldeirão é uma escola com bons professores
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por EuroVerde » 29/4/2011 22:50

Bom relembrar este belo posto do Djovarius
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por mfsr1980 » 5/1/2011 18:52

Excelente análise, djovarius!
:clap: :clap: :clap: :clap: :clap: :clap:
 
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por whitebala » 5/1/2011 16:53

Parabens pelo teu post.

Estou de acordo com a visão macro e é essa que eu tenho seguido ultimamente.

No entanto creio que a Europa em termos bolsistas nas suas blue chips poderá ser uma surpresa pela exposição global da maioria das suas empresas.

De resto sobre Portugal a minha opinião é desde há varios anos decalcada da tua.

Vamos a ver...

abraço
Let´s Cruise forever
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por djovarius » 5/1/2011 15:24

Boas tardes,

Obrigado pela leitura e pelas palavras de incentivo. Já editei o tópico para corrigir imensos erros que lá encontrei :oops: Sorry !!!

Também já abri alguns parágrafos, Supermann. Foi a pressa. :evil:

Amigo LTCM: não tenho a nada a ver com esse interessante blog, mas já o conhecia.

Cara Pata: já esqueceste onde eu estava quando o Caldeirão começou? Foram anos em SP, Brasil, onde me acostumei a escrever assim para que os locais não estranhassem. Na verdade, o Caldeirão era o meu "escape" para escrever à portuguesa e contactar com outras pessoas.
Agora, já não faz sentido escrever de outra maneira e se alguém quer exercer alguma coisa fora de Portugal, utilizando a nossa escrita, aconselho fortemente a usar já o AO.

É verdade, custa a acreditar quando olhamos hoje à nossa volta, a influência que Portugal teve nas transformações do mundo de quinhentos.
E não esquecer a estimativa: provavelmente a Índia e a China eram responsáveis por mais de metade do PIB mundial. E se hoje não podemos antever tal coisa, podemos ao menos acreditar que lá para 2030, ambos tenham mais de 35% da população mundial e mais de 20% do PIB. É quase um regresso ao passado, é quase um retorno a um mundo que já houve.
Espero que isso não signifique uma Europa pobre e conflituosa, como já foi.

Bem, fiquemos por aqui, a ver as surpresas que 2011 nos reserva.

Abraço

dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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por mais_um » 5/1/2011 10:48

varus Escreveu:Acho que Saturnino Monteiro descreve bem esta batalha

http://www.ancruzeiros.pt/anchistoria-comb-1509.html

Os portugueses quando foram para a India , já estavam a contar em utilizar o Hard Power , e tinham a melhor tecnologia naval e os melhores canhões , com as melhores ligas e excelentes artilheiros alemães , e foram introduzidas algumas inovações , que foram decisivas em combate.
A batalha mais impressionante , foi a de Cananor, em que o galego joão da nova , utiliza pela primeira vez na história naval a formação em linha .

Os portugueses , davam autorização ás naus de Meca , para fazerem o seu comercio , mas tinham de comprar um cartaz. A supremacia naval era tal ordem que davam ao luxo de cobrar , para outros navios poderem navegar.
A Pax lusitana , reinava desde Nagasaki ao Cabo, numa zona do globo em que circulava 60% da riqueza mundial.

Mais-um , compra os livros de Saturnino, vale a pena.


Tenho a colecção completa! :mrgreen:

No entanto o importante aqui não é tanto a descrição da batalha em si, mas sim o que ela representou para a alteração do controlo da riqueza mundial (do Oriente para o Ocidente, movimento inverso ao que o djovarius referiu), algo que não é explicado na descrição do Saturnino.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
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por varus » 5/1/2011 10:30

Acho que Saturnino Monteiro descreve bem esta batalha

http://www.ancruzeiros.pt/anchistoria-comb-1509.html

Os portugueses quando foram para a India , já estavam a contar em utilizar o Hard Power , e tinham a melhor tecnologia naval e os melhores canhões , com as melhores ligas e excelentes artilheiros alemães , e foram introduzidas algumas inovações , que foram decisivas em combate.
A batalha mais impressionante , foi a de Cananor, em que o galego joão da nova , utiliza pela primeira vez na história naval a formação em linha .

Os portugueses , davam autorização ás naus de Meca , para fazerem o seu comercio , mas tinham de comprar um cartaz. A supremacia naval era tal ordem que davam ao luxo de cobrar , para outros navios poderem navegar.
A Pax lusitana , reinava desde Nagasaki ao Cabo, numa zona do globo em que circulava 60% da riqueza mundial.

Mais-um , compra os livros de Saturnino, vale a pena.
 
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por mais_um » 4/1/2011 23:45

A Al-Ghawri came to power [as Sultan of Egypt]," wrote the Arab chronicler Ba Fakhi al-Shihri. "He dispatched a mighty fleet
to fight the Frank, its commander being Husain Kurdi. Entering India he stopped at Diu.
"The expedition fell in the year 13 (1507-8 AD). It had an engagement
with the Frank, but was defeated and returned to the Arabian coast.
"This was the first appearance of the Franks, may God curse them, in
the (Indian) Ocean seizing (Muslim shipping)."
Thus al-Shihri passed over what turned out to be not only the worst defeat yet
suffered by the forces of Islam, but a turning point in the centuries-long conflict
between the Cross and the Crescent. Shanbal, another contemporary Arab chronicler,
gives only a bit more detail:
"In this year [1508-9 AD] the Frank took Dabul, looting and burning
it. In this year also, the Frank made an expedition against Gujerat and
attacked Diu. The Emir Husain, who was at that time in Diu fighting the
Holy War, went forth to meet him, and they fought an engagement at sea
beyond the port. Many on the Frankish side were slain, but eventually the
Franks prevailed over the Muslims, and there befell a great slaughter among
the Emir Husain's soldiers, about 600 men, while the survivors fled to Diu.
Nor did he [the Frank] depart until they had paid him much money."
The "Franks" were really Portuguese. In the battle at Diu where "many on the
Frankish side were slain," Portuguese casualties came to 32 dead and 300 wounded.
The Muslim death toll rose to at least 1,500. But the loss to Islam was too great to
be measured in mere casualties. To understand what happened, we have to go back
several centuries.

The world of Islam

A millennium and a half after the birth of Christ, Christianity was almost totally
confined to Europe. But in half that time, Islam had spread from Arabia over the
whole eastern shore of the Mediterranean, then east through Mesopotamia, Persia,
Afghanistan, northern India and into Indonesia and the Philippines. It had traveled
west to Egypt and across North Africa and into Spain. Muslims crossed the Sahara
and converted the Negro empires of West Africa. The religion of the Prophet had
spread south along the east coast of Africa, where Arabs had established colonies long
before Mohammed. Muslim muezzins called the faithful to prayer in Central Asia
where Turkish and Mongol tribes had once practiced shamanism.
The Crusades, troublesome as they were at the time, had ultimately benefited Dar
es Islam. The Christians had acquired a taste for the goods of the East. They craved
the silk of China and the pearls of Persia, the spices of Indonesia and the gold of India.
And all of the trade routes were in Muslim hands. Occasionally Europeans like the
Poles might travel overland to China, but such ventures were rare. The caravans that
trudged along the old Silk Road were all Turkish Muslims.
The sea routes from the east, which handled much more trade, were also a
Muslim monopoly. Arab dhows from Arabia and Africa crossed the Indian ocean. The
round trip was slow, because the dhows depended on seasonal winds, but the volume
of trade was immense—and immensely valuable. Goods from China, India, and Persia
ended up in Egypt, where they were shipped to Europe in Venetian bottoms. The
Indian Ocean route was safe from the Europeans. To reach that ocean, the Christians
would have to cross Muslim lands. The only other way would be to go around the
whole continent of Africa—an unthinkable trip.
Muslim rulers grew rich from the trade—especially the mamluk rulers of Egypt.
Egyptian wealth aroused the envy of the Ottomans, a more recent influx of Turkish
nomads who had founded an empire based on Anatolia.
The Ottoman Empire was expanding in all directions. In the east, it fought the Persians,
and in the west, it sacked that bastion of Christianity, Constantinople, and flowed
into the Balkans. In the north, it drove through the Caucuses and into Russia. In the
south, it claimed Syria and Mesopotamia. The Ottomans seemed to be invincible. The
heart of the empire's army was its light cavalry bowmen, the service that had proven so
effective in the Crusades. As in all Middle Eastern and Central Asian lands, the light cavalry
were the nobility. Infantry were serfs or slaves. The Ottoman sultans, though, had
developed a new land of slave infantry. Their Janissaries had been taken from Christian
parents in infancy, raised as Muslims and trained in the military arts until they were old
enough to be soldiers. Most of them were archers, but a few had been given guns. Unlike
most Muslims, the Ottomans saw a use for gunpowder. The Janissaries' muzzle-loading
matchlocks had neither the range nor the accuracy of the Turkish bow, but the Turks
found that in some cases, firing from ships or fortresses, they were handier. The Turks
had big guns, too, huge cannons that could shatter most stone walls with one shot. The
Turks saw that cannons had value in naval warfare as well as sieges. They mounted cannons
in the bows of their galleys to supplement the galleys' rams. And as the 16th century
dawned, they got a chance to learn the value of ship-borne guns.

The land of war

The Ottomans referred to Europe as "the land of war"—the place where they
would go only to fight. The name was appropriate in more ways than one. For five
centuries before the First Crusade, invaders had overrun Europe. Goths, Huns, Avars,
Bulgars, Magyars, Vikings, and Moors had attacked the Christian kingdoms from all
sides. Under these barbarian attacks, the civilization of Rome had disappeared. Urban
life was almost extinguished and Europe had become semi-barbaric. The First Crusade
was launched in 1096. Just 82 years before that, Brian Boru smashed the last
great Viking expedition outside Dublin, and the Byzantine emperor Basil the Bulgarcide
wiped out the last attack on civilization by Central Asian nomads. Muslims still
held most of Spain and Portugal.
About the only arts that developed in Europe during this period were the military
arts. The Europeans were busily practicing them on each other when Pope Urban
II incited them against the Muslims. The techniques developed for war in Europe,
however, did not work in the deserts of the Near East.
In spite of their failure, the Crusades were not a total disaster for Europe. They
brought the semi-barbaric Westerners in contact with the Eastern Roman Empire as
well as with the civilization of the Islamic lands. Learning got a jump-start. Universities
were founded and grew. Ancient philosophers, who were almost forgotten, were
studied again. So were ancient mathematicians and engineers. The mechanical ingenuity
that had produced the crossbow (which so amazed Anna Comnena) was turned to
peaceful arts. Millers began grinding grain with water or windmills. Miners dug deep
for coal, iron, copper, and precious metals. Masons built towering Gothic cathedrals.
Metal founders learned how to cast enormous bronze bells for those cathedrals.
Society began to change, too. The armored knight was no longer supreme. Scottish
pikemen had defeated English knights, Flemish infantry, French knights; and
Swiss halbardiers, Burgundian knights. At Crecy, Poitiers, and Agincourt English
archers had mowed down French chivalry by the thousands. As the power of the
nobility declined, the power of the merchants and artisans grew.
Commerce increased by land and sea. Food production increased. Farmers
adopted better plows, and fishermen went even farther abroad. Sailors from the Mediterranean
met sailors from the Atlantic, and each group learned from the other. The
design of ships and maritime rigging advanced farther in the 14th and 15 th centuries
than it had in the previous two millennia.
The two biggest Atlantic powers, England and France, became enmeshed in the
Hundred Years War. France won the war, but it was ravaged and took a long time to
recover. The war had hardly ended when England plunged into the Wars of the Roses.
So the smaller Atlantic powers took the lead in exploring the ocean. Spaniards and
Portuguese discovered the Azores and the Canary Islands.
These voyages of discovery were not made in the pursuit of knowledge for its own
sake. The Ottoman Turks were still advancing in Europe. There was a legend that
off in Central Asia or Africa was Prester John, a Christian priest-Icing, who might be
induced to attack the Muslims from the rear. Prester John was not pure myth. Coptic
Christian monks from Abyssinia (modern Ethiopia) had visited Portugal. And the
Pope had sent envoys to see the Great Khan, some of whose subjects were Christian.
Perhaps ships could find a sea route to the land of Prester John. To Iberian Christians,
skirmishing with Iberian Muslims, the Crusades were not some long-ago wars. "Here
we are always on crusade," a Spanish knight told an English visitor.
The Venetians, the Genoese, and the Turks controlled the Mediterranean, but
they could never go far into the Atlantic. The principal Mediterranean warship was
the galley. Galleys had sails, but in combat they used only oars for propulsion. Galleys
were long, narrow, low, fast, and maneuverable in calm water but unmanageable
and dangerous in rough seas. Because rowers propelled them, galleys had enormous
crews. No galley could carry enough food for a long trip. Thousands of years before
this, Phoenician mariners in the pay of Egypt had sailed around Africa. But it took
them three years to do it. They had to land every autumn to plant wheat. They stayed
until the grain was ready to harvest, then pushed on.
The sailors of Europe's Atlantic seaboard developed ships that could make long
trips on the high seas. They were much wider and higher than galleys, and only sails
propelled them. They could sail against the wind. Their crews were small. One of them
would stand no chance against a galley that boarded it.
For protection, they relied on guns. Not three or four forward-facing guns like
those of a galley, but rows of guns along the side. They had two, sometimes three, gun
decks, with cannons poking through gun ports that could be closed in high seas.
The Ottoman Turks had guns, but their artillery technology was far behind that of the
Europeans. Centuries of casting bronze church bells had made Europeans the world's best
makers of large castings. Then the bronze casters found it was not too hard to adapt their
skills to making cast iron guns. European shock warfare, between masses of heavily armored
men, also promoted the development of hand-held guns that could penetrate heavy armor.

Passage to India

To the Portuguese, the trip around Africa was another part of their endless crusade.
In 1415, they captured the Moorish port of Ceuta. Ceuta was a terminus of the
trans-Sahara caravans that brought gold and ivory up from Central Africa. The Portuguese
learned that there were riches to be had all the way to India. Their exploration
was methodical. They explored 100 leagues a year, establishing trading posts and
making treaties with native rulers as they moved south. The farther south they got,
the farther they got from civilization, culminating in the Bushmen at the southern tip
of Africa.
"The inhabitants of this country are brown," wrote a sailor known as Old Alvaro,
who accompanied Bartomeu Dias on the first Portuguese expedition to round the Cape
and continue on to India. "All they eat is the flesh of seals, whales and gazelles and the
roots of herbs. They are dressed in skins and wear sheaths over their private parts."
But the eastern coast of Africa proved to be completely different from the western
coast. Here the Portuguese saw no impoverished tribesmen living in grass huts. They
found port cities, with stone piers and many-storied buildings. In the cities were people
of many races: blacks, Indians, Persians, and Arabs. Most of the inhabitants of the ports
were of mixed race. Almost all were Muslims except for a few Hindus. They had never
seen Christians. They at first took the white Portuguese for Turks or Arabs.
Dias had skirmishes with the emirs of Mozambique and Mombassa, but he made
an ally of the emir of Malindi. Then he crossed the Indian Ocean and landed at Calicut.
Muslim merchants in Calicut induced its Hindu ruler to turn against the Portuguese,
and Dias was lucky to escape and sail back to Portugal.
Pedro Alvares Cabral led a second Portuguese expedition to Calicut. On the
way to India, Cabral accidentally discovered Brazil. In Calicut, the Portuguese had
more trouble with its ruler, and after helping the Rajah of Cochin, who was at war
with Calicut, they returned to Portugal. King Manoel then sent Vasco da Gama, who
had first reached the Cape of Good Hope, against Calicut. The troops of Calicut
were besieging Cochin when da Gama arrived. The firepower of the Portuguese fleet
routed the besiegers. The Portuguese followed up this success by seizing key points
on the Indian Ocean shores and destroying all Muslim shipping they could find.
Conquest of the sea
In 1505, the king and council of Portugal decided to consolidate all their enterprises
in "the Indies." Manoel appointed Francisco de Almeida viceroy and gave him
command of the greatest fleet ever sent out from Portugal.
Meanwhile, Muslim rulers in East Africa, South Arabia, and India had been complaining
to the Sultan of Egypt about the attacks of "the Frank." The Venetians, too,
urged their Egyptian ally to do something. The Sultan needed no persuasion: Egypt
was already feeling the pinch. The Egyptian sultan sent a message to his rival, the
Ottoman sultan, and the two Muslim powers agreed to cooperate. They concentrated
an enormous fleet at Jeddah on the west coast of Arabia and sailed down the Red Sea.
The Muslim admiral, Husain Kurdi, headed for Diu, a Muslim port.
Almeida's fleet had arrived at Cochin. Hearing that there was a concentration of
Muslim ships at Diu, he sent his son, Lorenco, with a few light ships to scout the area.
The Turco-Egyptian fleet trapped Lorenco, and he was killed. The Turks skinned
his body, stuffed it with straw, and sent it to the Sultan in Constantinople. Before
Almeida could concentrate his forces, the Muslims had sailed back to Arabia.
Two years later, Husain returned with even more ships. The great majority were
galleys, mounting three cannons in the bow over the big bronze beak used for ramming.
There were 200 ships, thousands of rowers, and 1,500 soldiers for boarding
enemy craft. Besides swords and spears, the soldiers carried bows or matchlocks. They
had grappling irons for seizing ships and fire pots for dropping on their decks. Husain
was going to settle the "Franks" once and for all.
When the Muslims returned, Almeida was ready. Burning with a desire for
revenge, he led his ships up to Diu. He had 17 ships, but all were larger and far
better armed than Husain's galleys. As soon as the Muslim scout ships reported seeing
Portuguese sails, the Muslims left the port and rowed toward them. The ocean was
rougher than the Red Sea or the Mediterranean. The galleys couldn't make as much
speed as they expected, and it was harder to keep in line.
Instead of charging straight ahead, as usual in combat between galleys, the Portuguese
turned broadside. Then they opened fire. They fired thundering salvos, drowning
out the sound of the comparatively few Muslim guns. Few Muslim ships got close enough
to ram or board. Portuguese fire shattered the galleys. Cannon balls plowed through the
banks of oarsmen, leaving masses of gore and mangled bodies. As an Indian writer put it,
"Courage availed nothing against artillery, and their fragile craft were sunk in batches." By
nightfall, the Muslim flagship had been sunk, along with most of the other galleys. The
surviving Egyptians and Turks ran their ships aground and fled into the city.
The Egyptian mamluks, weakened by the loss of the Oriental trade, were the first to suffer. The Ottomans conquered them eight years after Diu. In the following century,
the Turks made three more attempts to dispute mastery of the Indian Ocean
with the Portuguese. All ended the same way. The Portuguese eventually lost control
of the ocean, but they lost it to the Dutch, who were followed by the English and
French. The Indies trade, that great source of wealth, was lost to Islam forever. Dill,
A Genoese sailor, Christoforo Columbo, inspired by da Gama's feat in reaching the 1509 AD
Cape, began trying to sell his plan of sailing west to reach the East. The Portuguese said
his plan was based on faulty mathematics. (It was.) But the Spanish bought the idea.
Columbo sailed in 1492, right after the Spanish drove the last Muslims out of Spain.
When the 15th century began, Islam seemed about ready to dominate the world.
That prospect sank in the Indian Ocean off Diu.

http://www.bandung2.co.uk/books/Files/W ... %20History)%20-%20William%20Weir.pdf

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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Re: 2011 -Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos - análise a

por mais_um » 4/1/2011 23:22

djovarius,

Obrigado por partilhares a tua opinião.

Já agora, por uma questão de cultura geral, até os portugueses chegarem ao Indico e vencerem os turcos/otomanos em 1509 em Diu, o grosso do PIB mundial estava no Oriente (india/china), a batalha de Diu foi decisiva para transferir para a Europa o poder economico mundial, dai ser considerada uma das batalhas mais importantes da história mundial, Francisco de Almeida mudou o curso da história mundial.

Um abraço

Alexandre Santos
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por Supermann » 4/1/2011 23:10

Epah uns paragrafos nisso é que era djovarius...

Fiquei zonzo a tentar ler e um gajo acaba por perder-se no meio das linhas as tantas :mrgreen:

^De resto muito bom como sempre
 
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por Pata-Hari » 4/1/2011 22:13

Excelente comentário, Djo. Só agora consegui ler tudo e gostei muito. Bem, falso. Não gostei do uso do acordo ortográfico :P
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por LTCM » 4/1/2011 21:03

Moras por aqui djovarius?

http://hojehaconquilhas.blogs.sapo.pt/
Remember the Golden Rule: Those who have the gold make the rules.
***
"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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Re

por Cem pt » 4/1/2011 18:52

Excelente, Dj!

Dá gosto digerir essas linhas de raciocínio.

Se a tudo isso juntares a explosão nunca vista do aparecimento explosivo duma nova classe média com largas centenas de milhões de pessoas com grande poder de compra na Índia e China, a procura de matérias-primas no sector metálico, energético e alimentar na Ásia pode arrastar os respectivos preços cotados em USD para valores de bolha imprevisíveis.

Abraço.
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

Há milhões de maneiras de ganhar dinheiro nos mercados. O problema é que é muito difícil encontrá-las - Jack Schwager

No soy monedita de oro pa caerle bien a todos - Hugo Chávez


O day trader trabalha para se ajustar ao mercado. O mercado trabalha para o trend trader! - Jay Brown / Commodity Research Bureau
 
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por pepi » 4/1/2011 18:33

Obrigado DJ!

:clap: :clap: :clap:
 
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por Lion_Heart » 4/1/2011 18:32

Um longo "testamento" mas Excelente sem duvida.

Uma referencia aqui no Caldeirao.

Cumps,

Lion
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

Lion_Heart
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por MarcoAntonio » 4/1/2011 18:25

Já começa a ser da praxe estas exposições do DJ na abertura do ano aqui no Caldeirão!


:wink:
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Ulisses Pereira » 4/1/2011 18:21

Muito bom, DJ.

Um abraço,
Ulisses
"Acreditar é possuir antes de ter..."

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por MarcoAntonio » 4/1/2011 18:18

varus Escreveu:Boa analise.

O que é o Y2k ?


Refere-se ao "bug do ano 2000" (year 2000)...
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por varus » 4/1/2011 18:16

Boa analise.

O que é o Y2k ?
 
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2011 -Hoje há conquilhas, amanhã não sabemos - análise anual

por djovarius » 4/1/2011 17:28

A todos um grande abraço,

Um abraço muito especial a partir de um Algarve pouco Solarengo, mas sempre agradável e que inspira o título para a nossa habitual rubrica anual sobre as perspetivas do novo Ano. Talvez alguns ainda se lembrem da banda lusitana que editou, há muito, um album com este estranho e engraçado nome.

Estranhos também e nada engraçados são os tempos de incerteza que vivemos e que prometem assim ficar não só este, mas por vários anos mais. O objetivo desta escrita não é de modo algum promover mais um insentato debate sobre fragilidades ou sobre o facto de estarmos perdidos e sem solução. Aqui, falamos de mercados tão friamente quanto possível e sempre na esperança de podermos beneficiar de algum modo com as vicissitudes dos mesmos.

O ano que findou, se alguma coisa teve de esclarecedor foi o facto de ter revelado um mundo a várias velocidades, facto que se reflete no comportamento difuso a que assistimos na esfera financeira global. Se é verdade que não podemos antever o futuro, há coisas que são por demais óbvias. Sobe uma delas dei conta num trabalho aqui publicado antes de 2008 - ainda nem sonhava com o descalabro da Lehman e do "sub-prime" - e que se referia a uma clara deslocação do eixo do poder económico-financeiro do Ocidente para o Oriente. Havia, sobre isso, uma boa amálgama de ceticismo.

Afinal, o Oriente tinha os seus "tigres de papel" que mostraram fragilidades sistémicas no final da década de noventa. Parecia impossível que em tão pouco tempo as coisas mudassem. E mudaram. Os erros serviram de memória, numa prova evidente de que é possível resolver até as piores crises. De um consumismo desenfreado, de um endividamento extremo, sobretudo no setor privado, o paradigma acabaria por mudar, favorecendo a produção de bens e serviços de maior valor acrescentado, de mais e melhor aposta nas exportações, enfim, em viver abaixo e não acima das possibilidades. E se à época foi importante o aumento da liquidez (FED na jogada, hoje e sempre) para conter os efeitos imediatos da crise, a grande ajuda veio da emergência do grande vizinho Chinês. Esta grande Nação é hoje a base de tudo. É ela quem comanda essa deslocalização do poder económico para Oriente, alimentando também todos os vizinhos, incluindo-se até o espantoso ciclo de crescimento da Austrália. O "patinho feio" deste "bairro" é o Japão, mas isso não muda nada. Em relação a este último, nada há a fazer. Mergulhado na estagnação económica e superdependente das exportações (consumo interno não cresce por via de fatores demográficos e até culturais), a ainda segunda maior economia mundial está totalmente dependente dos ciclos de crescimento globais. A dívida só não é problemática por ser manipulada pelas autoridades locais, mas ainda assim é gigantesca. Finalmente, a região como um todo, é das menos expostas ao endividamento excessivo, tem superavit da balança de pagamentos e um setor financeiro dos menos fragilizados pelo dito "sub-prime". Ao prometer uma "sociedade harmoniosa", a China advoga um crescimento do consumo interno, o qual deverá ser um fator que ajudará a corrigir o desequilibrio estrutural das relações comerciais com o Ocidente. Só mesmo quem não sabe o que fazer ao dinheiro pode hoje se permitir a tal luxo. E se o controlo da inflação é uma preocupação recente, o mesmo poderá diminuir o ritmo do crescimento Chinês, sem o comprometer de todo. Em suma, o eixo do poder económico continua hoje a se transferir para Oriente. E se é verdade que esse deveria, em condições normais, ser um processo relativamente lento, a crise de 2008/09 encarregou-se de acelerá-lo. O Ocidente ficou mais pobre, todos os outros nem por isso.

Em relação ao conceito dos "emergentes": nada se perdeu. Eles foram a prova de que a crise não era igual para todos. Economias em franco desenvolvimento, apesar de afetadas num primeiro momento, acabaram por mostrar a sua força. Rússia, África do Sul, Brasil, Índia, entre outras continuam com perspetivas muito positivas. Imagine-se o potencial Indiano em evolução à medida que estes ultrapassam os Chineses em população, o que pode ocorrer já nos próximos vinte anos.
Depois há a questão matérias-primas. A evolução dos preços depende cada vez mais de dois fatores. Além da clássica lei da oferta e da procura, temos algo que se tem revelado determinante: a armadilha da liquidez. A abundância de "cash" acaba por se espalhar por todo o tipo de ativos. Eis porque podemos esperar preços em elevação na larga maioria das "commodities". E também porque as grandes Nações (em território) acabam por beneficiar. Até o velho Novo mundo não escapa a esta onda de euforia, muito por cortesia dos Chineses (que querem e bem trocar o seu excesso de dólares por mercadorias) e de outros países em desenvolvimento: vejam-se os casos do Canadá e da Austrália, para lá do Brasil e outros casos de menor dimensão global.

E o Atlântico Norte? Fonte dos todos os males que atravessaram a esfera financeira global, acabam por ser quem mais vai pagar a fatura. Os EUA, ainda a maior Economia mundial, o Reino Unido e a zona Euro estão numa situação de perfeita fragilidade. Na verdade, até esta "grande recessão" está a ser combatida com o remédio que deu origem a todos os problemas. Para os monetaristas, crentes no sucesso das anteriores intervenções, aumentar a cedência de liquidez, é o primeiro passo para impedir o terramoto em todo o sistema. Para muitos, a receita teria de ser sempre igual, pois havia resultado na sequência da "crise Tequilla", do "debacle" Russo, da crise Asiática, do colapso do Real (BRL), do medo do Y2K, da derrocada do Nasdaq, do pós-11 de Setembro e do calote Argentino. Passados uns anos, muitos acreditavam que o mundo não haveria de conhecer problemas semelhantes aos desse período de 10 anos.

Mas sempre acreditei que combater uma "bolha" com o mesmo "produto" que originou as anteriores bolhas, só pode trazer problemas acrescidos. É como um remédio para as dores: após algum tempo, cria-se habituação e o remédio já não resulta mais. E se ainda assim, há teimosos e pouco avisados que acreditam que esta foi uma espécie de "bolha suprema e derradeira", eu diria que isso é um erro de cálculo. O "sub-prime" foi mais devastador e global do que as anteriores, mas o "remédio" aplicado é o mesmo e ainda por cima em clara sobredosagem. É uma questão de tempo até que uma nova e terrível crise venha ao de cima. Daqui a pouco ou mais lá para a frente. Tanto faz. Virá. O meu desejo é que estejamos preparados para dela nos defendermos e até, se possível, beneficiar.
Os EUA têm, por via disso, um grave problema de contas públicas, mas ainda assim podem manipular a dívida com ajuda dos "pais da bolha" (FED). A política de facilitação monetária pode resultar por algum tempo, mas não pode ser a derradeira aposta. Equilibrar as contas do Estado, do topo até à base, é hoje um imperativo, sob pena de calotes setoriais, começando já por Estados e municípios. O mesmo pode ser dito em menor escala do Reino Unido, geralmente uma "copia manhosa" do que se passa na América. Escusado será dizer que, sem a resolução dos problemas estruturais relacionados quer com o défice público, quer com o défice externo, é impossível falarmos num retorno ao crescimento consistente. Sempre defendi e defendo ainda hoje que um défice é melhor que um superavit. Mas também que o tamanho desse défice contava. Infelizmente, a maioria dos responsáveis não pensou assim, deixando que os grandes défices tomassem conta da realidade. Devido aos juros baixos (abundância de liquidez), a ideia era de que pagar dívidas seria sempre relativamente fácil. Nunca acautelaram a possibilidade de um qualquer choque sistémico, pelo que, ao primeiro abanão realmente forte, quase quebraram. Uma história que sabemos bem como se tem desenvolvido e que nos tem acompanhado nos últimos anos. Acabará por tudo se resolver até à próxima "bolha".
Dizer-se que a crise das dívidas soberanas da zona Euro é mais uma consequência "trágica" dos efeitos da explosão do "sub-prime" só pode ser uma piada de mau gosto. A consequência real dessa bolha foi para o setor Bancário, e que ainda hoje de certa forma perdura. O crédito acabou, o comércio mundial quase paralizou e os Estados acabaram por acudir ao sistema, sob pena de um colapso depressionário. A maioria das dívidas dos Estados já era problemática antes, considerando-se as imparidades de longo prazo, sendo mesmo insustentável em muitos casos, como se viu em relação à Grécia. As dívidas soberanas estavam já tão fragilizadas que bastou uma mudança de percepção por parte dos investidores para que todo o "edifício" abalasse. Claro que se pode dizer que sem o "sub-prime" nada disto teria ocorrido. Mas isso é uma fraca justificação: os países continuariam, sim, a assumir mais e maiores níveis de endividamento, pelo que, mais cedo ou mais tarde, qualquer evento inusitado acabaria por despoletar a atual situação, ou algo em tudo semelhante.

Para 2011 podemos antever a continuação da recuperação, mas num mundo muito diferente, quando comparado com a década anterior. Um mundo a diversas velocidades. As Nações mais dinâmicas, ou aquelas com mais recursos naturais ou com melhor base industrial, ou ainda melhor base tecnológica, poderão recuperar com muita força. As que tinham Economias baseadas no consumo, défices comerciais e endividamento terão de amargar por muito tempo, as consequências da sua própria irresponsabilidade.
Os EUA poderão crescer mas não terão capacidade de minorar os problemas estruturais. É uma questão complexa. Das restantes Américas, pode-se destacar o Chile e o Brasil. Este último, ainda com melhores perspetivas à medida que passa a ser um grande produtor de petróleo... e não só. Da Ásia / Oceania pouco há a acrescentar e na União Europeia, pode-se prever que os melhores desempenhos virão da Alemanha, graças à forte base industrial, tecnológica e presença nos mercados fora da Europa, e dos seus vizinhos, como a Áustria ou os Países Baixos. A Bélgica (graves problemas de política interna) será um "dente com cárie" numa boca saudável, enquanto a Espanha e a Itália (esta tem a vantagem de não ter um setor privado tão endividado) terão dificuldades em evitar a recessão ou, no mínimo a estagnação. A Irlanda está de volta ao passado pré-tigre Celta e a Europa do calor e do Sol, terá de se resignar às políticas recessivas sob pena de um total colapso. No total, podemos crer nas previsões de crescimento global, é certo, mas com fortes assimetrias, quer entre regiões, quer no interior de regiões como a zona Euro. Eis o que o mundo nos apresenta, sendo que, de repente, muito pode mudar. Afinal, um evento extraordinário pode-se contagiar rapidamente. Se, em vez de um dente com cárie, tivermos uns dois ou três assim, deixaremos de poder falar numa boca saudável e em vez disso teremos de falar numa que precisa de uma forte intervenção para se curar.

Por isso, hoje há conquilhas, ainda há algumas para saborear, é certo, mas amanhã não sabemos. E nem sabemos o que haverá como alternativa. A incerteza é rainha nestes tempos de transformação global.

E agora, alguns comentários sobre ativos muito importantes, com gráficos à mistura, claro:

Este ano, começo pelo mercado Obrigacionista. É um destaque, pois das dívidas soberanas virá grande influência sobre os mercados globais.
Ora temos um gráfico das Obrigações do Tesouro dos EUA a 10 anos, provavelmente o título do género mais negociado do mundo e sempre uma grande referência para os seus principais congéneres. Repare-se como passou grande parte do ano a subir, facto a que não será alheio o programa de compra desses títulos por parte da Reserva Federal, mas também porque serviam de refúgio para os investidores preocupados com a situação na Europa. Isto significou uma queda dos juros de referência e uma porta aberta para a aposta em ativos financeiros de vária índole, como o caso das Ações. O que mudou a partir de Novembro? Não só o mercado começou a ficar preocupado com a dívida dos EUA (apesar do FED e de novo programa, o QE-2) mas também temos a emergência de um setor mais otimista, o qual, não se preocupando com o tamanho da dívida em si mesma, acredita num crescimento da Economia, no aumento da inflação e por isso "pede" juros mais elevados para emprestar. Se assim for, ao longo do novo ano, há que fugir deste mercado. Porém, se voltarem as nuvens negras, quer no plano económico em geral, quer em relação às dívidas dos PIIGS (ou outros porquinhos), este título poderá ser um fantástico refugio, tal como o seu equivalente Alemão. É um mercado que nos pode trazer bastante volatilidade anual.

A seguir, falemos das matérias-primas de base, as "commodities", ou como alguns dizem, as "mercadorias". Bem, amigos, este é um mercado tremendamente influenciado pela liquidez. Como vimos, a China (e não só) é responsável por uma espécie de açambarcamento de muitas delas, quer por razões estratégicas, pensando na escassez do futuro, quer como escape para "limpar" o excedente de divisas estrangeiras. Em vez de títulos de dívidas soberanas, porque não uma boa reserva de petróleo ou carvão mineral? As escolhas são óbvias. Mas atenção, tudo o que sobe mais, também desce mais quando for altura de descer. E da mesma maneira que podemos antever fortíssimas subidas destes bens nos mercados, podemos igualmente antever fortíssimas quedas em caso de um arrefecimento das Economias ou mesmo por via de uma crise de liquidez. E como a dimensão de alguns destes mercados não é tão grande, a volatilidade poderá ser uma marca.

No gráfico do petróleo, vemos bem que há valores importantes a reter: seja os 100, sejam (ainda mais) os 110 USD / barril. Este valor é uma boa zona de resistência que deverá travar subidas, caso o travão em torno dos cem dólares, não funcione. Acima, só mesmo o máximo histórico como alvo preferencial.

O gráfico do Cobre foi escolhido por estar na moda e por simbolizar aquilo que devemos dizer vezes sem conta nos mercados: cuidado com as euforias. Este item está em forte bull market e não há nada que pareça contrariá-lo. Mas, após um movimento tão impulsivo, entrar neste ativo será melhor após uma correção. Melhor ainda: ver como se comporta numa possível correção. É, como a maioria dos metais, muito sensível ao crescimento global.

E o nosso Ouro também não pode passar ao lado desta escrita. Parabéns a quem tem estado neste ativo, sobretudo desde 2005. Parabéns mesmo. Que belo "bull market" sem movimentos "loucos". Subidas firmes, com correções normais, dando possibilidade de se entrar em boas condições técnicas. É para continuar? É sim, mas deverá perder alguma força. Se a Economia mundial passar ao lado de grandes "choques" e se o USD não "derreter", o Ouro terá na melhor hipótese subidas modestas, ainda assim ativadas pela forte liquidez. Em caso de crise, podemos olhar para este ativo, ver a sua reação e agir em conformidade. Ouro e Franco Suiço são sempre refugios, mas o Ouro também é uma defesa contra a inflação monetária.

E o mercado cambial não poderia deixar de passar por aqui. Já todos vimos como a crise do EUR o impede de acompanhar outras divisas na apreciação face ao USD. E que divisas são essas? São os casos do JPY, CAD, AUD, NZD, CHF, para não falar de outras, como várias dos chamados mercados emergentes. Mas o que importa é verificar como divisas de realidades tão diversas tiveram um comportamento tão semelhante. Cada vez que se verifica uma expansão (recuperação) económica com base numa clara elevação da liquidez, com consequências no mercado de "commodities", divisas como o CAD ou o AUD beneficiam fortemente. O EUR também beneficiaria, quase por simpatia. Mas como a isso tudo, ainda se soma um clima de forte incerteza, o mercado esquece-se do "carry trade" e acaba por comprar também JPY e até o velho CHF. No fundo é um pouco como o Ouro, sobe pela incerteza, não tanto pela mesma razão que, por exemplo, o Trigo. Neste caso, o "patinho feio" é o EUR só por causa da sua própria crise, que origina uma política de expansão da liquidez. Ainda assim, na zona Euro, esta é relativamente modesta e só por si não chegaria para derrubar a moeda única. A rotação de capital, algum desinvestimento na região são os grandes culpados desta situação. Com isto, o gráfico do EUR/USD mostra-nos um ano de forte movimento, primeiro de baixa, seguido por uma igualmente forte recuperação, de onde partimos para a situação atual, de maior neutralidade. Tudo bem, em breve o par vai mostrar-nos certamente o caminho para o próximo movimento. Se o passado serve de alguma coisa, há que dizer com segurança: A maior dos movimentos semestrais têm amplitudes de 15 ou mais centimos, pelo que há hipóteses de seguir a tendência.

Finalmente, um lamiré sobre as "equities". E com um gráfico muito curioso: uma comparação (sobreposição) entre a "cross-rate" EUR/JPY e o famoso índice europeu DAX. Mas, se em vez deste último, utilizássemos o CAC ou o SPX ou o Nasdaq 100, teríamos o mesmo efeito em relação ao que quero dizer.
Tradicionalmente, uma das melhores maneiras de aferir sobre a liquidez dos mercados e o rumo dos mercados acionistas (entre outros), seria acompanhar o EUR/JPY. A tendência de subida deste par estava muito relacionada com o "carry-trade", a apetência pelo maior diferencial de juros, a apetência pelo risco contido. Em resumo, sub-produtos de uma abundante liquidez. Assim sendo, era possível verificar este EUR/JPY em alta em conjunto com Ações, Obrigações, matérias-primas, mercados emergentes e por aí fora. Na inversa, a sua queda ocorria em conjunto com as outras quedas. De certa forma, um modo (quase) perfeito para os investidores de portefolio. Se observarmos este gráfico, o qual abrange o período desde o início da convulsão (2007/08) até à atualidade, veremos que o EUR/JPY e o DAX vão pela mesma estrada só até Janeiro de 2010, altura em que começa a questão Grega a vir ao de cima. A partir daí gera-se uma divergência que aparentemente ainda não terminou. É que com o EUR (moeda) debaixo de pressão, não é possível manter o Estatuto que detinha. De certa forma, passou a ser visto com desconfiança, tal como o USD, embora nem sempre pelas mesmas razões.
Hoje já não há uma linearidade de comportamento de TODAS as divisas face ao USD ou face ao JPY. Hoje não há uma uniformidade nas "commodities" (nunca ocorreu verdadeiramente) e menos ainda no mercado Obrigacionista. Este é o caso mais flagrante, pois se houve tempo em que as percepções de risco não eram muito diferentes dentro do mesmo espaço económico, hoje, pelas razões que todos sabemos, há escolhas associadas ao perfil do país / entidade emissora desses títulos. E o mesmo ocorre no mercado Acionista. Quem quisesse minimizar os riscos, escolhia investimentos em índices de vária natureza. Hoje ainda o podemos fazer. A diferença está no comportamento dos diversos setores. Eu diria que vai continuar a desconfiança em relação ao setor financeiro o que só deverá mudar numa próxima forte recuperação das Economias e após o final da reestruturação do dito setor. A Internet deverá conhecer um novo fôlego (efeito Facebook) e, as empresas ligadas às "commodities" deverão balançar conforme o comportamento das mesmas. Os setores que mantenham um boa componente de exportação para a Ásia deverão continuar em expansão. Ainda assim, cuidados redobrados com o mercado acionista. O que se passou desde Março não ocorre todos os dias com a facilidade a que assistimos. Na Europa, até ver, os melhores mercados são os que não estão em risco no contexto das dívidas soberanas, como não podia deixar de ser.
Uma última palavra para algo que não é da minha especialidade: o mercado nacional. É muito pequeno, vai continuar assim e além do mais sofre da rotação de investimentos entre os mercados da zona Euro. O capital desloca-se da periferia para o centro, o que nos afeta bastante, tal como Atenas, Dublin ou Madrid. Daí que seja de esperar mais do mesmo. O que fará o mercado de capitais lusitano explodir em alta? A percepção do fim da crise das dívidas. Pelo contrário, se houver uma intervenção externa, será o descalabro ainda antes dela ser formalmente anunciada. Se continuarmos nesta espécie de "stand-by", não deveremos ter alegrias, excepto nos títulos que tiram benefícios de uma maior exposição aos mercados externos (que alimentem as empresas) ou dos que estão ligados aos setores de distribuição. É um pouco a continuação do que se assistiu nos últimos meses.

A todos, Feliz Ano Novo, muita saúde e bons negócios. O tópico fica aberto para discussão e esclarecimentos.

djovarius
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Editado pela última vez por djovarius em 5/1/2011 15:14, num total de 1 vez.
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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