Elias Escreveu:
Certo. Sem esquecer que perto de metade desses custos são impostos (ou seja, que o preço de utilização do transporte individual é inflaccionado pela existência de impostos elevados sobre o seu uso).
Metade dos custos não serão impostos: são metade em determinadas parcelas. No total, em média, deve ser na ordem de 1/3 talvez (e 6% no caso dos transportes públicos). Assim a olho...
Elias Escreveu:
Aqui discordo, porque esse tipo de custos serve também os transportes colectivos que circulam nessas mesmas estradas.
Uns sim, outros não. O metro e o comboio por enquanto ainda vão pelos carris...
Elias Escreveu:
Isso seria verdade se não houvesse indemnizações compensatórias (vulgo subsídios). Como há, o preço pago pelo utilizador está artificialmente baixo.
Eu disse que estava lá praticamente tudo, enfim, não vou estar aqui a discutir se é praticamente ou não é ou se é outro termo o mais adequado. O utilizador do metro por exemplo paga ~75% dos custos (e depois ainda há outras fontes de receitas como publicidade).
Elias Escreveu:
Se fizéssemos a comparação antes de impostos (como aliás tu já fizeste, e bem, para comparar custo de carros a gasolina com carros a electricidade), as diferenças esbatem-se, parece-me...
Eu se bem me lembro, fiz a comparação antes de impostos entre um VCI e um VE. Será a isso que te estás a referir?
Se efectuarmos uma comparação antes de impostos, provavelmente vai reduzir uma pouco a diferença sim (talvez para metade ou coisa parecida).
Mas eu volto a ressalvar que há uma diferença na natureza dos custos: muitos dos custos no colectivo são custos com pessoal e com serviços em que são custos internos. Em termos comparativos, no individual, há muito custo importado.
Na minha opinião, é extremamente difícil justificar que o transporte colectivo não é favorável. Genericamente falando:
> ele é mais eficiente energeticamente (gasta menos de metade das unidades de energia por passageiro km);
> ele é mais barato para o utilizador final (também para menos de metade para a generalidade dos cenários);
> ele é economicamente mais interessante no tipo de custos que envolve (a parcela de custos que diz respeito a bens importados é concerteza menor).
Ele só não é favorável se estiver muito abaixo da sua utilização expectável e normal...
O facto dos utilizadores não pagarem todo o custo e ele gerar algum prejuízo não o tornam nem pouco mais ou menos numa má opção. Aliás, em grande parte isso é assim precisamente para incentivar as pessoas a o utilizarem porque, por um misto de comodismo e matematica de merceeiro, se o preço for um pouco mais elevado "passa tudo a andar de carro", passe o exagero. E não é só em Portugal que as pessoas pagam para aí 70% do custo da viagem, eu já mostrei que isso é genérico por esse mundo evoluído fora e não há nenhum mal nisso, per si...
Isto não quer dizer, nem pouco mais ou menos, que não devem ser bem geridos (ou não é preciso geri-los bem, como se queira). Não é nada disso que estou a dizer, obviamente!