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Irlanda: Partido dos verdes faz cair governo
domingo, 23 de Janeiro de 2011 | 16:58
O partido dos verdes anunciou que vai abandonar o Governo de coligação da Irlanda, de que era o membro minoritário. Os líderes desta força partidária disseram que, apesar disso, vão apoiar a legislação necessária para pôr em prática o plano de austeridade orçamental. A decisão dos verdes torna mais provável a realização de eleições antecipadas antes da data de 11 de março, anunciada na semana passada pelo primeiro-ministro Brian Cowen.
“A nossa paciência chegou ao fim”, disse, esta tarde, o líder do partido dos verdes, John Gormley , “decidimos que não podemos continuar no Governo” revelou, numa conferencia de imprensa marcada, à pressa, para um hotel de Dublin.
Na mesma ocasião o líder dos verdes irlandeses disse que o partido vai passar a integrar, imediatamente, as bancadas da oposição, e que continuará, a partir de lá, a apoiar a “Lei das Finanças”, que estabelece as medidas de austeridade no país.
De caminho exortou o primeiro-ministro Brian Cowen a não perder tempo em apresentar o diploma das medidas de austeridade ao parlamento.
O abandono dos verdes elimina a vantagem parlamentar de dois votos de que gozava, até agora, o Governo e torna mais provável que seja necessário marcar eleições antecipadas antes da data de 11 de março marcada por Brian Cowen na semana passada.
Este desenvolvimento segue-se à intenção manifestada ontem por Brian Cowen, de continuar a chefiar o executivo até às eleições de 11 de março, apesar de se ter demitido da chefia do seu partido, o Fianna Fail.
O Fianna Fail, que era, até hoje, o partido maioritário da coligação governamental, tinha apelado aos verdes a que permanecessem no executivo, a fim de garantir a passagem da nova legislação, considerada uma peça chave do pacote internacional de ajuda financeira pedido pela Irlanda.
Em novembro do ano passado a Irlanda foi forçada a aceitar uma ajuda de 85 mil milhões de euros por parte do Fundo de Resgate Europeu e do FMI.
Os partidos da oposição dizem que estão dispostos a desistir de apresentar as previstas moções de desconfiança ao Governo, se o executivo conseguir fazer aprovar, até à próxima sexta-feira, o diploma que regula as medidas financeiras de exceção.
No entanto, o primeiro-ministro Brian Cowen já disse que “é impossível” passar a legislação num prazo tão curto como é exigido pela oposição parlamentar.
Diário Digital com Lusa
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