off-topic: Afinal mandar "prò c..." é apenas viril
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PMACS Escreveu:"Gosto de palavrões" por Miguel Esteves Cardoso
Acrescentar alguma coisa era fod## o texto todo...
"Já me estão a cansar... parem lá com a mania de que digo muitos palavrões, cara####! Gosto de palavrões! Como gosto de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de dialogar... mas dialogar com carácter! O que se não deve é aplicar um bom palavrão fora do contexto, quando bem aplicado é como uma narrativa aberta, eu pessoalmente encaro-os na perspectiva literária! Quando se usam palavrões sem ser com o sentido concreto que têm, é como se estivéssemos a desinfectá-los, a torná-los decentes, a recuperá-los para o convívio familiar. Quando um palavrão é usado literalmente, é repugnante.Dizer "Tenho uma verruga no cara####" é inadmissível. No entanto, dizer que a nova decoração adoptada para a CBR 900' 2000 não lembra ao "cara####", não mete nojo a ninguém. Cada vez que um palavrão é utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado. Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercício de libertação.
Quando uma esferográfica não escreve num exame de Estruturas "ah a grande put#... não escreve!", desagrava-se a mulher que se prostitui. Em Portugal é muito raro usarem-se os palavrões literalmente. É saudável. Entre amigos, a exortação "Não sejas conas", significa que o parceiro pode não jogar um cara#### de GT2. Nada tem a ver com o calão utilizado para "vulva", palavra horrenda, que se evita a todo o custo nas conversas diárias.
Pessoalmente, gosto da expressão "É fodi##..." dito com satisfação até parece que liberta a alma! Do mesmo modo, quando dizemos "Fod#-se!", é raro que a entidade que nos provocou a imprecação seja passível de ser sexualmente assaltada. Por ex.: quando o Mário Transalpino "descia" os 8 andares para ir á garagem buscar a moto e verificava que se tinha esquecido de trazer as chaves... "Fod#-se"!! não existe nada no vocabulário que dê tanta paz ao espírito como um tranquilo "Fod#-se...!!". O léxico tem destas coisas, é erudito mas não liberta. Os palavrões supostamente menos pesados como "chiça" e "porra", escandalizam-me. São violentos.Enquanto um pai, ao não conseguir montar um avião da Lego para o filho, pode suspirar após três quartos de hora, "ai o cara####...", sem que daí venha grande mal à família, um chiça", sibilino e cheio, pode instalar o terror. Quando o mesmo pai, recém-chegado do Kit-Market ou do Aki, perde uma peça para a armação do estendal de roupa e se põe, de rabo para o ar, a perguntar "onde é que se meteu a put# da porca...?", está a dignificar tanto as put#s como as porcas, como as que acumulam as duas qualidades.
Se há palavras realmente repugnantes, são as decentes como "vagina", "prepúcio", "glande", "vulva" e "lesma". São palavrões precisamente porque são demasiadamente ínequívocos... para dizer que uma localidade fica fora de mão, não se pode dizer que "fica na vagina da mãe" ou "no ânus de Judas". Todas as palavras eruditas soam mais porcas que as populares e dão menos jeito! Quem é que se atreve a propor expressões latinas como "fellatio" e "cunnilingus"? Tira a vontade a qualquer um! Da mesma maneira, "masturbação" é pesado e maçudo, prestando-se pouco ao diálogo, enquanto o equivalente popular "esgalhar o pessegueiro", com a ressonância inocente que tem, de um treta que se faz com o punho, é agradavelmente infantil. Os palavrões são palavras multifacetadas, muito mais prestáveis e jeitosas do que parecem. É preciso é imaginação na entoação que se lhes dá. Eu faço o que posso."
Agora é que o tópico foi para o c....
LOLOLOLOL



"Gosto de palavrões" por Miguel Esteves Cardoso
Acrescentar alguma coisa era fod## o texto todo...
"Já me estão a cansar... parem lá com a mania de que digo muitos palavrões, cara####! Gosto de palavrões! Como gosto de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de dialogar... mas dialogar com carácter! O que se não deve é aplicar um bom palavrão fora do contexto, quando bem aplicado é como uma narrativa aberta, eu pessoalmente encaro-os na perspectiva literária! Quando se usam palavrões sem ser com o sentido concreto que têm, é como se estivéssemos a desinfectá-los, a torná-los decentes, a recuperá-los para o convívio familiar. Quando um palavrão é usado literalmente, é repugnante.Dizer "Tenho uma verruga no cara####" é inadmissível. No entanto, dizer que a nova decoração adoptada para a CBR 900' 2000 não lembra ao "cara####", não mete nojo a ninguém. Cada vez que um palavrão é utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado. Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercício de libertação.
Quando uma esferográfica não escreve num exame de Estruturas "ah a grande put#... não escreve!", desagrava-se a mulher que se prostitui. Em Portugal é muito raro usarem-se os palavrões literalmente. É saudável. Entre amigos, a exortação "Não sejas conas", significa que o parceiro pode não jogar um cara#### de GT2. Nada tem a ver com o calão utilizado para "vulva", palavra horrenda, que se evita a todo o custo nas conversas diárias.
Pessoalmente, gosto da expressão "É fodi##..." dito com satisfação até parece que liberta a alma! Do mesmo modo, quando dizemos "Fod#-se!", é raro que a entidade que nos provocou a imprecação seja passível de ser sexualmente assaltada. Por ex.: quando o Mário Transalpino "descia" os 8 andares para ir á garagem buscar a moto e verificava que se tinha esquecido de trazer as chaves... "Fod#-se"!! não existe nada no vocabulário que dê tanta paz ao espírito como um tranquilo "Fod#-se...!!". O léxico tem destas coisas, é erudito mas não liberta. Os palavrões supostamente menos pesados como "chiça" e "porra", escandalizam-me. São violentos.Enquanto um pai, ao não conseguir montar um avião da Lego para o filho, pode suspirar após três quartos de hora, "ai o cara####...", sem que daí venha grande mal à família, um chiça", sibilino e cheio, pode instalar o terror. Quando o mesmo pai, recém-chegado do Kit-Market ou do Aki, perde uma peça para a armação do estendal de roupa e se põe, de rabo para o ar, a perguntar "onde é que se meteu a put# da porca...?", está a dignificar tanto as put#s como as porcas, como as que acumulam as duas qualidades.
Se há palavras realmente repugnantes, são as decentes como "vagina", "prepúcio", "glande", "vulva" e "lesma". São palavrões precisamente porque são demasiadamente ínequívocos... para dizer que uma localidade fica fora de mão, não se pode dizer que "fica na vagina da mãe" ou "no ânus de Judas". Todas as palavras eruditas soam mais porcas que as populares e dão menos jeito! Quem é que se atreve a propor expressões latinas como "fellatio" e "cunnilingus"? Tira a vontade a qualquer um! Da mesma maneira, "masturbação" é pesado e maçudo, prestando-se pouco ao diálogo, enquanto o equivalente popular "esgalhar o pessegueiro", com a ressonância inocente que tem, de um treta que se faz com o punho, é agradavelmente infantil. Os palavrões são palavras multifacetadas, muito mais prestáveis e jeitosas do que parecem. É preciso é imaginação na entoação que se lhes dá. Eu faço o que posso."
Agora é que o tópico foi para o c....
Acrescentar alguma coisa era fod## o texto todo...
"Já me estão a cansar... parem lá com a mania de que digo muitos palavrões, cara####! Gosto de palavrões! Como gosto de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de dialogar... mas dialogar com carácter! O que se não deve é aplicar um bom palavrão fora do contexto, quando bem aplicado é como uma narrativa aberta, eu pessoalmente encaro-os na perspectiva literária! Quando se usam palavrões sem ser com o sentido concreto que têm, é como se estivéssemos a desinfectá-los, a torná-los decentes, a recuperá-los para o convívio familiar. Quando um palavrão é usado literalmente, é repugnante.Dizer "Tenho uma verruga no cara####" é inadmissível. No entanto, dizer que a nova decoração adoptada para a CBR 900' 2000 não lembra ao "cara####", não mete nojo a ninguém. Cada vez que um palavrão é utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado. Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercício de libertação.
Quando uma esferográfica não escreve num exame de Estruturas "ah a grande put#... não escreve!", desagrava-se a mulher que se prostitui. Em Portugal é muito raro usarem-se os palavrões literalmente. É saudável. Entre amigos, a exortação "Não sejas conas", significa que o parceiro pode não jogar um cara#### de GT2. Nada tem a ver com o calão utilizado para "vulva", palavra horrenda, que se evita a todo o custo nas conversas diárias.
Pessoalmente, gosto da expressão "É fodi##..." dito com satisfação até parece que liberta a alma! Do mesmo modo, quando dizemos "Fod#-se!", é raro que a entidade que nos provocou a imprecação seja passível de ser sexualmente assaltada. Por ex.: quando o Mário Transalpino "descia" os 8 andares para ir á garagem buscar a moto e verificava que se tinha esquecido de trazer as chaves... "Fod#-se"!! não existe nada no vocabulário que dê tanta paz ao espírito como um tranquilo "Fod#-se...!!". O léxico tem destas coisas, é erudito mas não liberta. Os palavrões supostamente menos pesados como "chiça" e "porra", escandalizam-me. São violentos.Enquanto um pai, ao não conseguir montar um avião da Lego para o filho, pode suspirar após três quartos de hora, "ai o cara####...", sem que daí venha grande mal à família, um chiça", sibilino e cheio, pode instalar o terror. Quando o mesmo pai, recém-chegado do Kit-Market ou do Aki, perde uma peça para a armação do estendal de roupa e se põe, de rabo para o ar, a perguntar "onde é que se meteu a put# da porca...?", está a dignificar tanto as put#s como as porcas, como as que acumulam as duas qualidades.
Se há palavras realmente repugnantes, são as decentes como "vagina", "prepúcio", "glande", "vulva" e "lesma". São palavrões precisamente porque são demasiadamente ínequívocos... para dizer que uma localidade fica fora de mão, não se pode dizer que "fica na vagina da mãe" ou "no ânus de Judas". Todas as palavras eruditas soam mais porcas que as populares e dão menos jeito! Quem é que se atreve a propor expressões latinas como "fellatio" e "cunnilingus"? Tira a vontade a qualquer um! Da mesma maneira, "masturbação" é pesado e maçudo, prestando-se pouco ao diálogo, enquanto o equivalente popular "esgalhar o pessegueiro", com a ressonância inocente que tem, de um treta que se faz com o punho, é agradavelmente infantil. Os palavrões são palavras multifacetadas, muito mais prestáveis e jeitosas do que parecem. É preciso é imaginação na entoação que se lhes dá. Eu faço o que posso."
Agora é que o tópico foi para o c....

Esta é parecida e verdadeira. Quem é do norte compreende perfeitamente que esta expressão não é usada muitas vezes com sentido pejorativo.
Um abraço
ml
...advogado defende um seu cliente acusado de ter chamado “filho da p...” ao ofendido.
Nas suas alegações, o advogado começou por chamar a atenção do juiz para o facto de, muitas vezes, se utilizar essa expressão em termos elogiosos (“Aquele filho da p... é o melhor de todos”) ou carinhosos (“Dá cá um abraço, meu grande filho da p...!”), tendo concluído as suas alegações da seguinte forma: «E até aposto que, neste momento, V.Ex.ª está a pensar o seguinte: “olhem lá do que este filho da p... não se havia de lembrar só para safar o seu cliente!...”».
Chegada a hora de sentença, o juiz vira-se para o réu e diz: «o senhor vai absolvido mas bem pode agradecer ao filho da p... do seu advogado».
Um abraço
ml
"Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade."
Elmer Letterman"
Elmer Letterman"
Elias Escreveu:É por isso que o c... é a medida universal, dá para medir tudo![]()
Exemplos:
grande comó c...
longe comó c...
chato comó c...
um frio do c...
um calor do c...
Desculpa Elias mas num forum de bolsa temos de usar linguagem mais técnica:
O mercado está volátil comó c....
A acção está cara comó c....
Corretora do c.... não executou a ordem
O suporte foi pó c....



zecatreca Escreveu:cogumelo Escreveu:Sou só eu que acho esta decisão ridícula?
Estando a falar de uma estrutura militar o respeito à hierarquia não devia ser a prioridade principal???
Mandar o chefe para o C... não é uma falta de respeito??
Isto faz-me lembrar este sketch "Meaning of the word F***"
http://www.archive.org/details/JackWagn ... heWordFuck
O homem nem foi mal educado. Repara:
"Um pouco de história: "Para uns a palavra 'c...' vem do latim caraculu que significava pequena estaca, enquanto que, para outros, este termo surge utilizado pelos portugueses nos tempos das grandes navegações para, nas artes de marinhagem, designar o topo do mastro principal das naus, ou seja, um pau grande."
O homem mandou o seu superior hierarquico ir apenas ao topo do maior mastro do barco.
![]()
Ja sei o que dizer á policia quando me quizerem multar: " vá pró c... senhor agente. E claro: continuação de um bom dia de trabalho!"
Para complementar, pode-se também dizer:
"E já agora, senhor agente, como costumam dizer lá na sua corporação: vá pró c... !"

De facto, abre-se assim um precedente perigoso.

"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian
Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"
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cogumelo Escreveu:Sou só eu que acho esta decisão ridícula?
Estando a falar de uma estrutura militar o respeito à hierarquia não devia ser a prioridade principal???
Mandar o chefe para o C... não é uma falta de respeito??
Isto faz-me lembrar este sketch "Meaning of the word F***"
http://www.archive.org/details/JackWagn ... heWordFuck
O homem nem foi mal educado. Repara:
"Um pouco de história: "Para uns a palavra 'c...' vem do latim caraculu que significava pequena estaca, enquanto que, para outros, este termo surge utilizado pelos portugueses nos tempos das grandes navegações para, nas artes de marinhagem, designar o topo do mastro principal das naus, ou seja, um pau grande."
O homem mandou o seu superior hierarquico ir apenas ao topo do maior mastro do barco.

Ja sei o que dizer á policia quando me quizerem multar: " vá pró c... senhor agente. E claro: continuação de um bom dia de trabalho!"
Sou só eu que acho esta decisão ridícula?
Estando a falar de uma estrutura militar o respeito à hierarquia não devia ser a prioridade principal???
Mandar o chefe para o C... não é uma falta de respeito??
Isto faz-me lembrar este sketch "Meaning of the word F***"
http://www.archive.org/details/JackWagn ... heWordFuck
Estando a falar de uma estrutura militar o respeito à hierarquia não devia ser a prioridade principal???
Mandar o chefe para o C... não é uma falta de respeito??
Isto faz-me lembrar este sketch "Meaning of the word F***"
http://www.archive.org/details/JackWagn ... heWordFuck
cumps,
cogumelo
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Gostei particularmente do trecho em que diz (e passo a citar):
LOL
não há nada a que não se possa juntar um 'c...'
LOL
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian
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off-topic: Afinal mandar "prò c..." é apenas viril
Afinal mandar "prò c..." é apenas virilidade verbal.
Quem diria...
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1713684

Quem diria...
Ministério Público quis levar a julgamento cabo da GNR que usou expressão junto de superior, mas Relação de Lisboa ilibou-o.
Quando um cabo da GNR, irritado com o facto de não ter conseguido uma troca na escala de serviço, se dirige ao seu superior, dizendo "não dá pra trocar, então prò c...", está a cometer um crime de insubordinação ou apenas a desabafar? Este debate percorreu o Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa e o Tribunal de Instrução Criminal, chegando, a 28 de Outubro deste ano, ao Tribunal da Relação de Lisboa, que encerrou o caso: o cabo não deve ser julgado, porque a expressão utilizada é um "um sinal de mera virilidade verbal".
Foi no dia 4 de Agosto de 2009 que, no gabinete do sargento da GNR que liderava um subdestacamento, o cabo solicitou uma troca de serviço com outro militar. Perante a recusa do seu superior hierárquico, tal como vem descrito no acórdão do Tribunal da Relação, o militar disse: "Não dá para trocar, então pró c..." E de seguida: "Se participar de mim, depois logo falamos como homens."
A situação em causa evoluiu para uma acusação pelo crime de insubordinação. Segundo uma procuradora do DIAP, "a palavra 'c...', proferida pelo arguido, na presença do seu superior hierárquico, de forma alguma, poderia constituir um mero desabafo, antes, indignado, pelo facto de o seu superior não permitir a troca de serviço, visou o arguido atingi-lo na sua honra e consideração".
"Então existe outro significado para a palavra, 'c...' em causa, dita naquele contexto, que não seja injurioso, ofensivo, de afronta, em relação à pessoa a quem é dirigida?", questiona a mesma magistrada.
Os juízes desembargadores Calheiros da Gama e o juiz militar major-general Norberto Bernardes tiveram entendimento diferente, mantendo a decisão do juiz de instrução que decidiu não levar o arguido a julgamento.
E para fundamentar tal decisão, os desembargadores fazem uma extensa análise da expressão "prò c..." que, no fundo, era o que estava em causa no autos. Concluíram que há contextos em que a utilização da expressão não é ofensiva, mas sim um modo de verbalizar estados de alma. Um pouco de história: "Para uns a palavra 'c...' vem do latim caraculu que significava pequena estaca, enquanto que, para outros, este termo surge utilizado pelos portugueses nos tempos das grandes navegações para, nas artes de marinhagem, designar o topo do mastro principal das naus, ou seja, um pau grande. Certo é que, independentemente da etimologia da palavra, o povo começou a associar a palavra ao órgão sexual masculino, o pénis."
Porém, continuam os juízes, "é público e notório, pois tal resulta da experiência comum, que 'c...' é palavra usada por alguns (muitos) para expressar, definir, explicar ou enfatizar toda uma gama de sentimentos humanos e diversos estados de ânimo. Por exemplo 'prò c...' é usado para representar algo excessivo. Seja grande ou pequeno de mais. Serve para referenciar realidades numéricas indefinidas ('chove pra c...'; 'o Cristiano Ronaldo joga pra c...'; 'moras longe pra c...'; 'o ácaro é um animal pequeno pra c...'; 'esse filme é velho pra c...')".
Mas há mais jurisprudência sobre a matéria: "Para alguns, tal como no Norte de Portugal com a expressão popular de espanto, impaciência ou irritação 'carago', não há nada a que não se possa juntar um 'c...', funcionando este como verdadeira muleta oratória."
Tendo presente tais considerações, mais o facto de se ter dado como assente que o cabo e o sargento - apesar da distância hierárquica - manterem uma relação de proximidade, sem muitas regras formais, a Relação de Lisboa decidiu não levar o militar a julgamento pelo crime de insubordinação.
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1713684
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian
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