Elias Escreveu:xtech Escreveu:Porque é que uma pessoa de Braga, Viseu ou Évora há-de pagar para o metro que não tem, e depois ainda tem que usar o seu carro para ir para o trabalho?? Quer dizer, alguém que esteja no Porto (como eu) ou em Lisboa paga 1€ pelo bilhete de metro, no entanto o coitado que viva perto de Beja além de financiar o meu bilhete de metro ainda tem que pagar o transporte dele. Será que isto é justo??
Provavelmente pela mesma razão que uma pessoa de Lisboa tem de pagar para sustentar comboios que andam vazios pelo interior do país. E para pagar auto-estradas que poucos utilizam (sim, porque as SCUT continuam a existir no Minho, em Trás-os-Montes, nas Beiras, no Ribatejo e no Algarve).
xtech é preciso ver os dois lados da moeda

Elias... permite-me as seguintes perguntas:
- Quais comboios?

- Quando é que foram feitas as tais autoestradas que falas, comparativamente com as autoestradas do litoral? 20 anos depois?
Elias Escreveu:Partes do princípio que quem tem acesso ao metro anda de metro. Mas olha que em Lisboa a realidade é outra: anda de metro quem não tem acesso ao carro
E quem é de perto de beja e não tem acesso ao carro, também tem que pagar o metro dos outros?
Elias Escreveu:Não sei o que entendes por viver bem, mas podes apresentar números para sustentar o que afirmas.
Posso:



Além disto, posso falar da experiência pessoal sobre a realidade de Castilha e Leon espanhola. É um ambiente rural moderno. Provavelmente a farinha das carcaças que comemos hoje ao pequeno almoço até vem de lá. E sim, os espanhóis dessas zonas vivem bem!
Isto não é verdade! Os agricultores é que fazem muito pouco para se valorizar. Poderiam formar cooperativas, associações, ou algo do género para ganharem economias de escala. Mas o que tu vês neste país é cada um por si. No Alentejo há muitos terrenos (dezenas de milhares de hectares) que têm vindo a ser comprados por espanhóis para plantar olival e produzir azeite. Agora diz-me lá: porque é que os espanhóis conseguem produzir azeite de forma rentável em Portugal e os portugueses não? Vais dizer-me que é por falta de apoios?
É verdade também o que tu dizes, mas o que eu afirmei também é verdade, basta ver que o ministério da agricultura foi o que mais "staff reduction" sofreu. Isto revela bem a importância que se dá à agricultura. Outro exemplo: depois do 25 de Abril falou-se na elaboração do sistema de regadio do planalto mirandês (outrora exportador de cereais). Ficou na gaveta todos estes anos, até que as pessoas, por falta de competitividade dos cereais da zona abandonaram as terras. Hoje em dia, porque o estado paga para não cultivar as terras, preferiram não as trabalhar, e ficaram ao abandono. Às vezes as coisas não são tão simples como parecem. Portugal, com um interior educacionalmente atrasado (devido aos desiquilíbrios já existentes), não dá formação aos seus agricultores. As "novas oportunidades" são para as estatísticas e a maior parte das vezes as pessoas não usam o que aprendem lá. Há cursos de cabeleireiro, 12º ano (que nunca na vida ensinam o que nós aprendemos no secundário), etc etc... mas e de empreendedorismo, agricultura, pecuária, pesca, industrias transformadoras, etc??
Automech Escreveu:Não vês que esta lógica não funciona ?
Funciona: os solteiros que já não frequentam o ensino já deviam ter pago o seu ensino. Pelo contrário, uma pessoa que nunca teve a possibilidade de frequentar a escola não deve pagar pelos que lá andam. E eu defendo que o estado deve financiar (por empréstimo de dinheiro, não "dar") a educação das pessoas que não têm possibilidades, para cumprir o propósito da educação universal. Quem pode, devia pagar tudo.
Automech Escreveu:Sim, mas como é que fazes para as empresas irem para lá ?
E as pessoas ? Obrigas o pessoal a um regresso compulsivo ?
Ou usas subsídios (que é dinheiro de todos) para promover uma região ? (o que é contraditório com o que escreveste antes)
Se houver igualdade de condições, acredito que haja mais empresas a irem para lá. E lembra-te que um ou dois milhoes de € que em Lisboa não fazem a diferença, no interior fazem muita. Como não há igualdade de condições no momento, sim, o investimento público deveria ser direccionado dinamicamente para as regiões com indicadores socioeconómicos mais baixos, com referi. E o facto de ser "dinamicamente" implica que quando uma região atingisse um certo patamar deixaria de receber, para passar a beneficiar outra mais pobre. Estas atribuições deveriam ser reavaliadas cada 4 ou 5 anos, por exemplo.
Automech Escreveu:Tu apresentaste várias ideias, eu e o Elias já rebatemos vários pontos. Dizer que se vende o interior a Espanha ou criam-se países chamados Alentejo, Beira ou Trás os Montes a isso eu chamo desconversar (embora fosse muito interessante ver com que impostos é que Trás os Montes ou o Alentejo se iriam financiar quando se tornassem independentes).
Também vós apresentastes várias ideias, e eu também rebati. Quanto a essas ideias de "independências", como é óbvio são desabafos, mas não deixam de ser um sinal que as pessoas não estão a gostar da situação. Talvez Trás-os-Montes e o Alentejo se financiassem com os fundos de coesão da UE, já que os que actualmente vêm da UE para esse propósito muitas das vezes são usados para outros fins noutras regiões.[/quote][/b]