Quico Escreveu:Caro QuimPorta:
A batata "começou a aquecer" (ou nem sequer existia) quando, por pressão de
"vá lá se saber de quem!" 
, os bancos começaram a emprestar dinheiro para comprar mansões a quem não tinha condições nem para pagar uma barraca na Reboleira! Who cares?! Se o crédito passava de mão para mão em fracções de segundo... E se a Fannie Mae e o Freddie Mac estavam lá para garantir(!) tudo...
Mas estava muito bem! O que interessava era que assim estavam a ajudar os pobrezinhos com habitações "condignas", e a economia crescia nos dourados anos Clinton, e estávamos todos felizes... Muito melhor que anteriormente, em que os banqueiros desumanos da velha escola se empenhavam em se certificar que havia condições para conceder crédito e cortavam-no sem dó nem piedade aos pobrezinhos!
O pior foi quando a realidade chegou e a "batata", qual bola de neve, começou a tomar proporções mastodônticas... E aí, claro, desatando a "tocar o rasgadinho", há que inventar formas de passar a batata quente a outros, de formas mais ou menos desonestas. O resto da história é o que se sabe. Segundo o filme e a esquerda iluminada está neste parágrafo a "origem" da crise.

De quem é a culpa? Novamente dos mausões dos bancos, claro... esses gananciosos!
Onde realmente começou tudo? Há anos e anos que já ninguém se lembra.
Ah... "dessa" origem falas.
Por acaso o filme também cobre a vertente "facilitar os empréstimos aos pobrezinhos" (tempos de Clinton). Não tão escorreitamente como tu claro
Essa será a "origem".
Mas a "origem-origem" está em que se faça esse tipo de "investimentos" dentro da banca comercial, que entretanto se foi "fundindo" com a banca da investimentos. Resultado... quando afunda, afunda tudo junto...
A propósito de afunda-afunda, achei particularmente simbólico o depoimento do Soros. Compara a estabilidade do sistema financeiro a um petroleiro (Petroleiro?!? Soros, meu pirata... tinhas logo que escolher um petroleiro para dar exemplos) , em que o petróleo está dividido em compartimentos e a coisa flutua bem. Um grande rombo tem consequências moderadas. Ora quando se permitiu (tempos de Regan) que o petróleo se começasse a "fundir" nos compartimentos, um furinho "fundiu" o petroleiro todo, e com ele ficamos todos "fundidos"

.
Neste caso o furinho veio das hipotecas, ou melhor, dos derivados sobre hipotecas, que "fundiram" os bancos. Ou melhor, dos seguros (CDS´s) sobre os derivados das hipotecas que "fundiram" a AIG. Melhor ainda, das notações AAA dadas aos derivados, aos CDS's, aos Bancos, à AIG, pelas Moodys, Fitch, etc.., que "fundiram" toda a gente a seguir, por esse mundo fora, com a FED à janela a ver e a aplaudir.
Até à Islândia, onde o documentário começa, que coitados até há poucos anos nada tinham que ver com este filme, e em que o desemprego triplica em poucos meses quando a banca se afunda, atulhada de títulos tóxicos, que, e AAA que eles eram, não valem nem mais um poeira de vulcão...
Moralidade no meio disto tudo não sei fazer. Mas há que reconhecer que haverá mais responsabilidade de quem tinha consciência do que andava a ser feito.
Mas até já houve outras ameaças no passado que tiveram a mesma origem - origem.
E aqui o filme ainda ia a menos de metade... Vale a pena, Quico. Nem que seja para poder fazer bota-abaixo.
Abraço